Capítulo 5
Rebecca tirou a calcinha com uma calma surpreendente e a colocou dentro da bolsa, como se nada tivesse acontecido. Depois, voltou a olhar pela janela, tentando disfarçar o rosto, que estava visivelmente corado. Suas pernas, porém, estavam fechadas com tanta força que dava para perceber o quanto ela estava nervosa.

Eu não conseguia tirar os olhos dela pelo retrovisor. Aquele jeito tímido, misturado com um ar de inquietação, era simplesmente irresistível. E, claro, a imagem das pernas dela, bem ali, me fazia perder a concentração.

Camille... Ela realmente sabia como mexer com as pessoas. O que será que ela tinha dito para Rebecca para fazê-la tomar uma atitude tão ousada assim?

De repente, senti o celular vibrar no meu bolso. Era uma mensagem da Camille.

[Você viu?]

Meu rosto ficou quente, e eu não soube o que responder. Apenas mandei de volta um emoji de sorriso tímido, tentando disfarçar o misto de vergonha e excitação que sentia.

Logo outra mensagem chegou:

[Rebecca é igual a você, um tanto tímida. Mas vou fazer com que ela se abra aos poucos. Você só precisa saber aproveitar o momento.]

Respondi rapidamente:

[Ok.]

Por dentro, meu coração batia acelerado. Camille sabia exatamente o que estava fazendo, e eu me sentia grato por sua ajuda.

Quando chegamos ao shopping, Camille não parava de criar situações para que eu me aproximasse de Rebecca. No entanto, Rebecca parecia fazer questão de desviar de mim a todo custo, o que me deixava cada vez mais frustrado.

Em uma pausa para descansarmos, Rebecca foi ao banheiro, e Camille logo aproveitou para me cutucar:

— Chico, o que está acontecendo? Eu já te dei todas as oportunidades, só falta você tomar uma atitude.

— Sabe o que é, Camille... Não é que eu não queira. Mas parece que a Rebecca está me evitando de propósito. Será que ela percebeu que eu estou com segundas intenções? — Confessei, meio sem jeito.

Camille soltou uma risada baixa, balançando a cabeça:

— Parece que eu te ensinei à toa hoje de manhã. Escuta aqui: com mulher, você não pode ser tão bonzinho. Se ela não quer que você se aproxime, você vai lá e se aproxima. Se ela não deixa você ajudar a carregar as coisas, você vai e pega mesmo assim. Você é homem, tem que mostrar atitude. Faz isso e vai ver que, sem ela perceber, vai começar a ficar mexida por você. Do jeito que você está indo, vai levar uma eternidade até conseguir alguma coisa com ela.

Eu sabia que Camille estava certa. Sempre fui meio travado com as mulheres. Na escola, só me preocupava com os estudos e nunca tinha realmente perseguido uma garota, muito menos uma mulher mais velha e casada.

— Tá bom, entendi. — Assenti, tentando mostrar que estava atento.

Camille deu um passo à frente e ajeitou a gola da minha camisa. O perfume dela invadiu minhas narinas, e meu coração começou a bater mais rápido. Estávamos tão perto que eu conseguia ver todos os detalhes do rosto dela. Ela tinha uma pele impecável, e, apesar de já ter mais de 30 anos, parecia tão jovem quanto uma garota de 18.

Sem falar no decote generoso que, de tão perto, parecia que estava prestes a encostar em mim. Aquilo me deixou ainda mais nervoso, e imagens daquela manhã começaram a passar pela minha cabeça.

— Chico... Você viu alguma coisa hoje de manhã, não viu? — A pergunta dela pegou-me totalmente de surpresa.

Meu coração deu um salto, e senti o suor frio escorrer pelas costas.

— N-não, nada disso, Camille. Por que você está me perguntando isso?

— Tem certeza? Porque hoje de manhã encontrei sua cueca suja no banheiro... — Camille disse, com um sorriso maroto nos lábios, enquanto me olhava com aqueles olhos que pareciam saber de tudo.

Ela era mais baixa que eu, e seu rosto estava quase na altura do meu queixo. Seus lábios carnudos estavam tão próximos que eu conseguia sentir sua respiração quente contra o meu pescoço. Fiquei completamente desconcertado, gaguejando:

— E-eu sujei a cueca à noite, foi isso... Camille, eu sei que o que fiz foi errado, mas não vou repetir, prometo.

Camille soltou uma risada leve e soltou minha camisa:

— Relaxa, Chico. Não estou brava com você. Só achei que você estava meio estranho hoje e pensei que tivesse visto algo de manhã.

— De manhã eu estava dormindo feito pedra, só acordei depois das nove, você sabe disso... — Menti, tentando parecer o mais convincente possível.

Ela me olhou com uma expressão pensativa e depois assentiu.

— Deve ser coisa da minha cabeça. Eu entendo, você acabou de sair da faculdade, nunca teve uma namorada, e de repente eu apareço com esse tipo de conversa. É normal ficar confuso. E, claro, as coisas que eu falei hoje cedo podem ter dado margem para você imaginar outras coisas. Mas vou te dizer mais uma vez: sou sua cunhada e, por enquanto, também sua professora. Então, não alimente nenhum tipo de pensamento impróprio sobre mim. Ok?

Mesmo sabendo que ela estava certa, suas palavras me deixaram um pouco decepcionado. O fato de ela reafirmar que não poderíamos ter nada me fez sentir um vazio no peito.

Camille olhou na direção do banheiro, onde Rebecca ainda estava, e depois voltou a falar comigo:

— Daqui a pouco vamos almoçar. Aproveite esse tempo para reacender a chama da Rebecca. Se conseguir, pode ser que, na volta, você tenha a chance de levá-la até em casa.

Fiquei em silêncio, processando o que ela tinha acabado de dizer.

— E então, Chico? — Camille inclinou a cabeça, me observando com um olhar provocador. — Não sabe o que fazer? Se for o caso, assiste a algum filme de romance pra ter umas ideias.

— Eu nunca vi um filme assim... — Murmurei, encolhendo os ombros, olhando para o chão.

Camille soltou uma gargalhada.

— Não acredito! Todos os garotos gostam de ver esses filmes mais picantes!

— Não, sério. Nunca vi. Nem sei onde procurar... — Respondi baixinho, ainda mais envergonhado.

Camille riu tanto que mal conseguia se controlar.

— Ah, Chico, você é um menino muito certinho mesmo, viu? — Disse ela, com um sorriso malicioso. E, quando me olhou de novo, seu olhar estava diferente, como se estivesse analisando algo em mim.

Nesse momento, Rebecca saiu do banheiro. Camille rapidamente guardou o celular e me lançou um olhar cúmplice.

— Rebecca, deixa que eu te ajudo com essas sacolas. — Disse, apressando-me em direção a ela, captando a deixa de Camille.

— Não precisa, eu consigo levar sozinha. — Rebecca replicou, com um sorriso educado, mas um tanto distante.

— Ah, qual é? Sou homem, né? Não vou deixar você carregar tudo isso sozinha. — Dessa vez, fui mais assertivo. Com os conselhos de Camille na cabeça, ignorei o desconforto de Rebecca e simplesmente tomei as sacolas de suas mãos.

Rebecca riu um pouco e assentiu:

— Tá bom, então. Obrigada.

No fundo, fiquei eufórico. As dicas de Camille estavam funcionando.

Com os braços cheios de sacolas, levei tudo até o carro, enquanto Camille e Rebecca foram procurar um restaurante. Quando terminei de colocar as coisas no porta-malas, meu celular vibrou novamente.

Era uma mensagem da Camille, e, para minha surpresa, ela havia me enviado um vídeo... Picante.

Meu coração disparou, e olhei ao redor, me sentindo culpado. O estacionamento estava vazio, felizmente. Antes que eu pudesse entender o que estava acontecendo, chegou mais uma mensagem:

[Assista o vídeo e aprenda alguma coisa. Não precisa ter pressa. Quando o almoço estiver quase pronto, te aviso.]

A excitação tomou conta de mim. Eu nunca tinha assistido a esse tipo de vídeo antes, e, com os nervos à flor da pele, especialmente depois da manhã que tive com Camille, decidi assistir.

Entrei no carro, verifiquei novamente se estava sozinho, e com mãos trêmulas, dei play no vídeo. As cenas eram intensas, e em pouco tempo meu corpo começou a reagir de maneira incontrolável.

A tensão que estava acumulada desde cedo começou a queimar dentro de mim. Sem conseguir me conter, desabotoei a calça, tentando aliviar a pressão.

No entanto, enquanto estava totalmente imerso naquela “libertação”, algo me chamou a atenção pelo canto do olho. Quando olhei pela janela, meu corpo congelou.

Rebecca estava ali, parada, me observando com olhos arregalados.

Eu entrei em pânico. Nossos olhares se encontraram por um instante que pareceu uma eternidade, até que, como um coelhinho assustado, ela virou e saiu correndo.

Fiquei sem chão.
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