III

Ele abriu a porta, estava calmo e determinado. Parou de andar assim que entrou e viu a mulher sentada atrás da ampla mesa do escritório. Ela estava curvada sobre a mesa, lendo um papel que parecia ser importante pela expressão de intensa concentração que tinha no rosto. Os cabelos castanho escuros — praticamente pretos — estavam presos num coque alto levemente solto. Alguns cachos pendiam do penteado e adornavam elegantemente a sua face. Nariz fino, lábios cheios e avermelhados. Mesmo ela estando com a cabeça baixa ele podia distinguir o brilho avermelhado dos olhos de Cordélia. "Cordélia olhos de rubi", uma anomalia genética comum entre a família Belaniel eram os olhos de um castanho avermelhado intenso. Ele ficou parado no limite da entrada para a sala, contemplando a bela mulher de pele dourada. Ela finalmente o notou, apertou o olhar e fitou a porta.

— Entre. — Disse com firmeza. — E feche a porta.

Giovani sentiu um rubor lhe preencher o rosto enquanto executava a ordem da mulher e caminhava até a mesa em que a CEO se encontrava.

— Bom di...

— Sente-se. — Interrompeu-o.

Apesar do que Erica havia dito, Cordélia não parecia estar assim tão bem humorada. Ela o cortou antes mesmo de ele poder se apresentar.

— Meu nome é Giovani Ortega, eu vim para a entrevista de assistente pessoal.

— Sim, eu sei. — Apoiou os cotovelos na mesa e o fitou atentamente, ao entrelaçar os dedos próximo ao queixo. — Vamos direto ao ponto. Creio que já esteja ciente de qual é seu papel aqui e as suas devidas funções.

— Sim, a Srta. Valadares já me informou sobre tudo isso e, disse que explicaria o restante após a entrevista.

— Certo.

Ela não demonstrava emoção, o que o fez começar a ficar nervoso.

— Eu li seu currículo e pedi que pesquisassem um pouco sobre você. Pelo que descobri, você recebeu muitas propostas de grandes empresas desde que se formou, e, para exercer bons cargos. Diga-me, por que recusou cargos como o de Gerente de Departamento e Diretor de RH para se tornar um assistente? Poderia ter comandado sua própria equipe, e, o salário seria muito bom. Claro, ser assistente de um CEO não é pouca coisa, mas.... Eu gostaria de entender. — Os olhos dela brilharam ao fazer a pergunta, estava curiosa, e aquilo parecia entretê-la. Poderia ser um teste?

— Sempre tive o sonho de trabalhar numa grande empresa e, quando comecei a faculdade, pesquisei por várias empresas muito respeitadas. O Grupo Belaniel me despertou muito o interesse, uma empresa que começou devagar, sem chamar muita atenção e se tornou grandiosa em poucos anos, graças ao Sr. Roberto Belaniel, o fundador. Enquanto conhecia mais sobre o Grupo, eu também pude perceber o quanto os outros membros da família eram talentosos. A senhora, considerada um gênio dos negócios, e o Sr. Fernando Belaniel que...

A interrupção repentina o pegou desprevenido, estava confuso agora.

— Já é o bastante. — Ela pegou o telefone que estava na mesa e ligou para alguém — Srta. Valadares, por favor venha até minha sala, imediatamente.

A CEO desligou o telefone e voltou a atenção para Giovani, que se encontrava perdido pela rapidez da entrevista.

— Senhor Ortega, por favor, espere lá fora. Lhe direi minha decisão assim que terminar a reunião com a Srta. Valadares. Está dispensado.

Ela indicou com a mão a porta e voltou a ler o papel. Ele sabia que não podia fazer mais nada além de esperar pela decisão dela.

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