Ela estava sentada na mesa de frente para mim. Me observava com um olhar sedutor e um sorriso felino estampado no rosto. Alguns botões da sua camisa estavam desabotoados exibindo um belo decote. Ela apontava um dedo para mim, me chamando para mais perto. Me agarrou pela gravata, enrolou as pernas na minha cintura e me forçou contra ela. Seu rosto estava vermelho e os lábios úmidos, desejosos. Os olhos de rubi pareciam uma fornalha acesa. Ela estava... Queimando. Cordélia me puxou para mais perto, encostou os lábios na minha orelha e chamou meu nome com uma voz macia e perigosamente sexy: — Giovani.... Ele acordou sobressaltado com o barulho ensurdecedor do despertador. Estava vermelho e ofegante, sentia a camisa grudar um pouco no corpo por causa do suor. — Ok... Agora eu dei pra ter sonhos eróticos com a
Para sua grande surpresa ela não estava lá. — Graças a Deus! — Soltou em voz alta, aliviado. Ele ainda não queria encontrá-la. O sonho, o acordo, tudo o estava deixando de cabelo em pé! — Pelo o que está agradecendo? — Perguntou uma voz desprovida de emoção e extremamente familiar, que vinha de trás dele. Giovani prendeu a respiração profundamente, sentindo como se a alma lhe tivesse escapado deixando apenas o corpo. Ele se virou calma e lentamente, levantando a cabeça devagar até olhar as indagadoras íris escarlate de Cordélia. Ele empalideceu e ficou mudo até que ela o tirou de seu transe. — Se não vai me responder ao menos saia da minha frente — ord
Papéis, pastas, contatos para quem deveria telefonar... Cordélia entupiu Giovani de trabalho, até coisas como "revisar os relatórios já revisados" ela o obrigou a fazer. Alguns instantes antes. — Revise os relatórios de ontem — ordenou sem sequer encará-lo, enquanto lia cláusulas de contratos. — Mas eu fiz isso ontem! E revisei duas vezes! — protestou indignado. — Eu não gostei, faça de novo. — Aquele olhar zombeteiro e diabólico que fazia Giovani querer fugir e ao mesmo tempo fulminá-la. — Sim, senhora.... — Foi tudo o que disse enquanto forçava um sorriso e procurava controlar o ânimo. E aqui estava
O homem cumprimentou Giovani e a mulher descontraidamente e então prosseguiu trajeto até o escritório da CEO. Quando ele enfim entrou, Giovani se dirigiu à recepcionista que ainda encarava a porta. — Quem é ele? — perguntou curioso. Giovani teve que balançar a mão na frente do rosto da mulher que ainda estava hipnotizada. Ela se espantou corando, até que enfim respondeu: — Aquele é David Belaniel, o terceiro irmão mais velho da senhorita Belaniel. Ele é famoso mundo a fora. É modelo, um grande influenciador digital e diretor de marketing da nossa empresa. Ele vive viajando pelo mundo a trabalho, por isso dificilmente está por aqui. Cuida de tudo de longe, e é convidado para muitas festas grandes e importantes. Ele é do tipo "amado pelas mulheres e invejado pelos homens". Bem...
Assim que avistou Giovani na entrada do escritório, ela não conseguiu evitar de dar um leve sorriso. Sorriso este que logo fez questão de conter e substituir pela carranca mau-humorada e maliciosa que costumava usar. A CEO o chamou por que David insistia em querer ver "a pobre alma condenada" que era o novo assistente dela. O irmão mais velho sempre alegrava o seu dia quando estava por perto, assim como a irritava. Ele foi muito importante para ela durante todos os momentos difíceis que passou. Seu melhor amigo e apoio principal. David era uma versão mais ousada e divertida de Fernando, que costumava ser muito calmo e afetuoso, um ótimo ouvinte e conselheiro. Cordélia ainda sentia a falta do falecido irmão mais velho. David foi o primeiro a se pronunciar. Levantou da cadeira animado e ansioso a cumprimentar Giovani. O pequeno assistente parecia ainda meno
Giovani observava atentamente a cena, a forma como os irmãos conversavam. A cumplicidade entre os dois. E como Cordélia esfriava quando o assunto era o segundo irmão mais velho. Apesar de a mulher estar brava, o clima na sala ainda era suportável. Quando Giovani pensou em relaxar, ouviu o ranger leve da porta e percebeu David ficando tenso. Cordélia parou de balançar a caneta. Sua feição se tornando ainda mais sombria. Giovani se virou lentamente para a porta atrás dele. Um homem com aproximadamente a mesma altura que David — olhar predatório e sorriso cínico, — vestindo um conjunto de terno e camisa pretos de material visivelmente caro, estava parado na entrada. Um homem de natureza fria e calculista, e com uma postura que fazia o sangue de qualquer um congelar. Ele próprio quebrou o silêncio tenso na sala, a voz gélida e séria encobrindo o divertimento pelo incômodo que causava.<
Eram 5h00min da manhã quando Giovani acordou com os "gritos" do despertador. O céu ainda estava escuro, o tempo desagradavelmente frio. Ele pegou o celular que se encontrava em cima do criado-mudo, olhou a hora e xingou baixo.— Celular maldito! Marquei pra que me acordasse as 6h e ele bugou de novo. — Esfregou o rosto se sentindo cansado. — Bem... Acho que ainda posso dormir mais um pouco...Remarcou o horário do despertador, colocou o celular de volta no criado mudo e voltou a dormir. Quando o despertador tocou novamente, Giovani se sentia bem mais revigorado. Se espreguiçou tranquilamente e pegou o celular para desativar o alarme.— Pra seis horas o céu está muito claro... — Pestanejou confuso.Verificou as horas e sentiu como se seu coração tivesse parado de bater pelo o que pareceu ser um longo tempo. Na tela do celular o relógio indicava 07h30min.— MEU DEUS!!!! Minha entrevista é daqui a 30 minutos!!Giovani levantou da cama tão apressadamente que acabou por tropeçar nos própri
Giovani entrou cauteloso no escritório da Diretora de Operações. Temia ser severamente repreendido pelo atraso, ou pior, dispensado sem mal poder se apresentar.A mulher de cabelos dourados pousou os olhos cor de safira sobre ele e parou o que estava fazendo.