——A cabeça doía, a visão estava turva e era difícil ouvir. Ele recobrou os sentidos aos poucos. — Você é o homem mais mole que eu já conheci, Sr. Ortega. A voz parecia estar longe. Giovani tocou no ponto dolorido na própria testa e afastou a mão por reflexo — com o lampejo da dor aguda na parte machucada, e sensível ao toque. Ainda se sentindo levemente tonto, ele olhou em volta do espaço estranho, sem entender onde estava. Procurou o dono da voz, ao passo que tentava compreender o que tinha acontecido. Cordélia estava sentada em uma poltrona, próxima à cama em que ele se encontrava deitado. Ela o observava silenciosa, os olhos semicerrados e expressão indecifrável. — O que aconteceu? — Questionou, sentindo-se perdido.
A resposta era certa, ele aceitaria. Queria ajuda-la, e sentia que era aquilo que o coração dele desejava também. Ver aquela expressão triste no rosto dela o fez se sentir mal, não queria ver aquilo novamente. Não no rosto da mulher que ele tanto admirava, por mais que ela tivesse um gênio terrível. — Eu aceito. — Disse sem hesitar. Cordélia ficou surpresa. Esperava pelo menos uma breve hesitação, ou que o rapaz pedisse um tempo para pensar. Sentiu-se contente em ouvir a resposta. Ela deu um sorriso de canto; o olhar satisfeito. Emitiu um estalo com a língua, encarando-o com seriedade. — E então, o que vai querer em troca? Apoiando a mão no queixo, em ar contemplativo, Giovani ponderou por um breve momento. Com
Eram 5h00min da manhã quando Giovani acordou com os "gritos" do despertador. O céu ainda estava escuro, o tempo desagradavelmente frio. Ele pegou o celular que se encontrava em cima do criado-mudo, olhou a hora e xingou baixo.— Celular maldito! Marquei pra que me acordasse as 6h e ele bugou de novo. — Esfregou o rosto se sentindo cansado. — Bem... Acho que ainda posso dormir mais um pouco...Remarcou o horário do despertador, colocou o celular de volta no criado mudo e voltou a dormir. Quando o despertador tocou novamente, Giovani se sentia bem mais revigorado. Se espreguiçou tranquilamente e pegou o celular para desativar o alarme.— Pra seis horas o céu está muito claro... — Pestanejou confuso.Verificou as horas e sentiu como se seu coração tivesse parado de bater pelo o que pareceu ser um longo tempo. Na tela do celular o relógio indicava 07h30min.— MEU DEUS!!!! Minha entrevista é daqui a 30 minutos!!Giovani levantou da cama tão apressadamente que acabou por tropeçar nos própri
Giovani entrou cauteloso no escritório da Diretora de Operações. Temia ser severamente repreendido pelo atraso, ou pior, dispensado sem mal poder se apresentar.A mulher de cabelos dourados pousou os olhos cor de safira sobre ele e parou o que estava fazendo.
Ele abriu a porta, estava calmo e determinado. Parou de andar assim que entrou e viu a mulher sentada atrás da ampla mesa do escritório. Ela estava curvada sobre a mesa, lendo um papel que parecia ser importante pela expressão de intensa concentração que tinha no rosto. Os cabelos castanho escuros — praticamente pretos — estavam presos num coque alto levemente solto. Alguns cachos pendiam do penteado e adornavam elegantemente a sua face. Nariz fino, lábios cheios e avermelhados. Mesmo ela estando com a cabeça baixa ele podia distinguir o brilho avermelhado dos olhos de Cordélia. "Cordélia olhos de rubi", u — Srta. Belaniel? — Os cachos loiros de Erica balançando assim que que sua cabeça surgiu por detrás da porta.— Entre, rápido!Erica obedeceu prontamente. Assim Ele esperou vários minutos até que Erica finalmente saiu do escritório da CEO. Depois do que passou no escritório de Cordélia, ele não conseguia mais se sentir tranquilo com a expressão leve da Diretora.— Senhor Ortega? Durante o caminho, Erica explicou coisas com relação a empresa e mais especificamente sobre o setor em que eles estavam. Explicou as regras e tudo que seria incumbido a ele como assistente pessoal. — Aonde ela for, você vai, o que te mandar fazer, você faz e, tenha iniciativa também, é algo muito importante. Cordélia detesta pessoas acomodadas. Ela falou sobre o contrato de trabalho, deixando-o plenamente ciente de tudo o que estava nele, todas a cláusulas e punições para o descumprimento de cada uma delas. — Aqui estamos. — Voltaram para perto da sala da CEO. — Esta vai ser a sua sala. — Apontou para porta grande ao lado do escritório de Cordélia. — Minha sala? — A ideia de ter uma sala só dele o deixava animado. — Sim, pensou que trabalharia numa mesinha no canto do escritório da Srta. Belaniel? — Falou em tom sardônico com um meio sorriso provocante. Aquilo o deixou constrangido, todavia, ele mão deixaria isso transparecer, e optou por apenas retribuir o sorriso, enveIV
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Último capítulo