Não muito tempo depois de Giovani sair, a mulher deixou a sala para ir ao local onde aconteceria a reunião. A Sala de Reuniões Principal era a maior e com a melhor estrutura, feita especialmente para sediar as reuniões mais importantes da empresa. Detestava ter que ir até lá porque isso significava que teria que aturar os "velhotes"— forma como ela se referia, apenas consigo mesma, aos diretores mais antigos, e que tinham a mania chata de se meter em sua vida pessoal. Cordélia caminhou firme até a sala, abriu as portas e cumprimentou a todos os presentes. Eles logo se levantaram para cumprimenta-la. Ela apertou a mão dos mais próximos, dirigindo-se, logo em seguida, até o próprio acento. Sentou-se na grande cadeira que era designada especificamente a ela e iniciou a reunião. O
— Velhos cretinos! Pensam que são meus pais?! Não vou mais tolerar uma coisa dessas! A cada vez que os vejo, eles estão mais audaciosos! Cordélia entrou no escritório batendo a porta com tanta força que Giovani escutou o barulho como se fosse na própria sala. Ele optou por ir ver o que estava acontecendo. Ao entrar, viu a CEO andando de um lado para o outro, como um felino enjaulado prestes a arrancar um pedaço do primeiro desavisado. Ele se aproximou com cautela e falou calmamente: — Ao que parece a reunião não correu muito bem... Você quer conversar? Ela o olhou emburrada e respondeu: — Aqueles.... velhos miseráveis! Cordélia bateu com força na mesa, os objetos que estavam em cima estremeceram com o choque
Chegando no local, a CEO cumprimentou o velho garçom com um sorriso e o senhor sorriu de volta, parecia que se conheciam há bastante tempo. — Senhorita Belaniel, faz dias que não a vejo, como tem passado? — Perguntou o senhor sorridente. — Bem, obrigada. Tenho andando muito ocupada esses dias. — Venha, vou lhe acompanhar até sua mesa. — O senhor parou de repente ao notar a presença de Giovani. — Se me permite, quem é este rapaz? Cordélia olhou para Giovani e respondeu no lugar dele. — Este é o senhor Giovani Ortega, meu novo assistente pessoal. Giovani sentiu um arrepio de excitação lhe percorrer o c
——A cabeça doía, a visão estava turva e era difícil ouvir. Ele recobrou os sentidos aos poucos. — Você é o homem mais mole que eu já conheci, Sr. Ortega. A voz parecia estar longe. Giovani tocou no ponto dolorido na própria testa e afastou a mão por reflexo — com o lampejo da dor aguda na parte machucada, e sensível ao toque. Ainda se sentindo levemente tonto, ele olhou em volta do espaço estranho, sem entender onde estava. Procurou o dono da voz, ao passo que tentava compreender o que tinha acontecido. Cordélia estava sentada em uma poltrona, próxima à cama em que ele se encontrava deitado. Ela o observava silenciosa, os olhos semicerrados e expressão indecifrável. — O que aconteceu? — Questionou, sentindo-se perdido.
A resposta era certa, ele aceitaria. Queria ajuda-la, e sentia que era aquilo que o coração dele desejava também. Ver aquela expressão triste no rosto dela o fez se sentir mal, não queria ver aquilo novamente. Não no rosto da mulher que ele tanto admirava, por mais que ela tivesse um gênio terrível. — Eu aceito. — Disse sem hesitar. Cordélia ficou surpresa. Esperava pelo menos uma breve hesitação, ou que o rapaz pedisse um tempo para pensar. Sentiu-se contente em ouvir a resposta. Ela deu um sorriso de canto; o olhar satisfeito. Emitiu um estalo com a língua, encarando-o com seriedade. — E então, o que vai querer em troca? Apoiando a mão no queixo, em ar contemplativo, Giovani ponderou por um breve momento. Com
Um homem jovem, — poucos centímetros, mais baixo que Cordélia, — entrou, exibindo um sorriso gentil para a CEO e o paciente. O jaleco branco cuidadosamente alinhado, destacava-se na pele negra de aparência suave. Com um breve aceno de cabeça, o doutor os cumprimentou, — fazendo ondular os cachos do cabelo crespo comprido, amarrado em um rabo de cavalo. Ele conferiu as informações na prancheta que carregava consigo, então voltou o olhar para o rapaz à cama. — Boa tarde, Sr. Giovani Ortega. Eu sou o Dr. Jafari Enyeama. — Apresentou-se, estendendo a mão para Giovani, em cumprimento. O rapaz retribuiu o gesto do doutor, sem demora. Vendo que o homem havia poupado cumprimentos à Cordélia, Giovani imaginou que os dois provavelmente já se conheciam. — Você deu um belo susto na s
Ela estava sentada na mesa de frente para mim. Me observava com um olhar sedutor e um sorriso felino estampado no rosto. Alguns botões da sua camisa estavam desabotoados exibindo um belo decote. Ela apontava um dedo para mim, me chamando para mais perto. Me agarrou pela gravata, enrolou as pernas na minha cintura e me forçou contra ela. Seu rosto estava vermelho e os lábios úmidos, desejosos. Os olhos de rubi pareciam uma fornalha acesa. Ela estava... Queimando. Cordélia me puxou para mais perto, encostou os lábios na minha orelha e chamou meu nome com uma voz macia e perigosamente sexy: — Giovani.... Ele acordou sobressaltado com o barulho ensurdecedor do despertador. Estava vermelho e ofegante, sentia a camisa grudar um pouco no corpo por causa do suor. — Ok... Agora eu dei pra ter sonhos eróticos com a
Para sua grande surpresa ela não estava lá. — Graças a Deus! — Soltou em voz alta, aliviado. Ele ainda não queria encontrá-la. O sonho, o acordo, tudo o estava deixando de cabelo em pé! — Pelo o que está agradecendo? — Perguntou uma voz desprovida de emoção e extremamente familiar, que vinha de trás dele. Giovani prendeu a respiração profundamente, sentindo como se a alma lhe tivesse escapado deixando apenas o corpo. Ele se virou calma e lentamente, levantando a cabeça devagar até olhar as indagadoras íris escarlate de Cordélia. Ele empalideceu e ficou mudo até que ela o tirou de seu transe. — Se não vai me responder ao menos saia da minha frente — ord