Não surta Cecília!
Meu coração b**e acelerado e agradeço ao fato de ter escolhido vir de tênis para o primeiro dia da faculdade, já que como sempre, estou atrasada.Pego o papel com a grade das aulas de dentro da pasta que carrego nos braços.— Sala 33... Trinta e... Ai! — Com a pressa não me dou conta que esbarro em algo.Ou melhor, alguém.— Eita! — Por algum motivo a voz dele fez meus pelos se arrepiarem. — Olha por onde anda, princesa. — E que voz.E olha que nem olhei para o dono da voz ainda, estou vermelha demais para encará-lo.— Desculpe... — minha voz é quase um chiado e meu rosto pega fogo de vergonha. — Não percebi que tinha alguém...Deus é pai! Que homem é esse?— Na minha frente —obrigo-me a terminar a frase, mesmo sem saber como consegui fazer a voz voltar ao normal.— Deixa que eu te ajudo com isso — Ele pega o papel da minha mão e enquanto analisa as minhas aulas, pude enfim, fazer o mesmo com ele.Ele tem o queixo marcado, a barba está bem feita e baixa, por algum motivo tenho que controlar a vontade de passar os dedos por ali.O que tem de errado com você hoje, Cecília?!Os olhos são de um preto tão escuro que mal dá para ver a irises, é tudo uma junção só. A sobrancelha bem desenhada como se tivesse sido feita e ele tem uma pequena covinha na bochecha esquerda que aparece sempre que ele sorri, como está fazendo nesse exato momento.E que droga de sorriso lindo!— Topa? — sua pergunta me faz voltar de meus delírios.— Topo o quê? — pergunto.Droga, sentia as bochechas queimando novamente.— Fico confusa quando não tomo café — falo, a primeira coisa que veio à mente e baixo os olhos para meu all star, numa tentativa falha de diminuir o rubor em minha pele.— Você fica vermelha também quando está com fome? — Seus lábios sobem num sorriso brincalhão, fazendo aquela pequena covinha me provocar.— Fico vermelha com muita facilidade — respondo, revirando os olhos, mas acabo sorrindo também. — Adoraria continuar conversando, mas já estou muito atrasada para a aula, então... — Faço menção de pegar minha folha, mas ele ergue-a, deixando longe do meu alcance.— Era exatamente isso que havia perguntado enquanto você estava no mundo da lua, moranguinho — Ele sorri novamente.Deveria ser crime esse homem sorrir desse jeito.— Te levo para a sua sala. — Ele dá uma piscadela e segue pelo corredor.Forço meus pés a andarem e o segui.— Prazer, sou o Theo! — Ele se vira para mim, sem parar de andar e estendeu a mão.— Prazer, Cecilia — respondo, apertando sua mão.Um arrepio segue meu braço e para entre minhas pernas ao sentir seu toque sob minha pele.Definitivamente eu não estava no meu juízo perfeito hoje.Deve ser a falta de sexo.— Cecilia... — ele sussurra meu nome. Sua voz rouca, faz meu cérebro imaginar coisas inapropriadas para o horário.Preciso fugir desse homem!Tento focar minha atenção nas salas, olhando a numeração de cada uma a fim de desviar o foco dele, mas seu perfume impede que isso aconteça. É um conjunto de aromas frutados, misturado com algum cheiro próprio, dando a combinação perfeita para fazer qualquer um delirar.Inclusive eu!— Prontinho! — Sua voz me desperta novamente. Estamos em frente à sala 33 e agradeço mentalmente que o professor ainda não está aqui.— Muito obrigada, Théo. — Viro-me para ele, pegando minha folha de suas mãos e tomando cuidado para não tocar em seus dedos novamente.— Disponha, moranguinho. — Ele sorri.— Mal te conheço e já tenho apelido? — provoco.— Pra você ver. — Ele dá de ombros, despreocupado. — Você fica parecendo um morango quando fica vermelha, é tentador... — Theo enfia as mãos no bolso dianteiro da calça, sorrindo. — E seu perfume me lembra da fruta também, doce e delicado.Seu olhar se prende ao meu e só percebo que prendi a respiração quando meu pulmão implora por ar.Tento respirar calmamente e sinto as bochechas queimarem novamente.Sério, Cecilia?Reviro os olhos assim que a risada escapa de seus lábios, ao notar o rubor em minha pele.— Obrigada mais uma vez — falo, enquanto guardo a folha em uma pasta e me viro para entrar na sala.— Disponha... — Mesmo sem ver, sinto ele a milímetros de mim. — Moranguinho… — Théo fala bem ao pé do meu ouvido e, uma onda elétrica se espalha por todo meu corpo, fazendo meu coração bater descompassado e minhas bochechas enrubescer novamente.Minha sorte, é que ele está atrás de mim e não pode ver meu estado.— Não preciso olhar pra saber que está vermelha igual um morango. — Ele ri baixo.Merda!— Não precisa me seguir até a cadeira, sei como chegar lá — rebato, tentando diminuir a distância entre nós.— Não estou te seguindo. — Ele dá de ombros, passando na minha frente. — Tenho a mesma aula que você. — Theo se vira para mim, levantando as mãos inocentemente.— Claro! — respondo rindo.O karma não fugiria de mim, pelo contrário, esfregaria na minha cara só para provar o quão proibido aquilo era.Afinal, eu namorava a pouco mais de 3 anos.Graças a Deus, o professor de língua portuguesa entra na sala, tomando a atenção de todos. A aula seguinte foi de Marketing e Theo não voltou a falar comigo até a hora do intervalo.— Posso te levar para comer? — Sua pergunta foi inocente, mas meu cérebro pervertido já imaginou coisas.A fome devia estar afetando meus pensamentos também.— Não precisa — respondo, enquanto guardo as coisas na mochila. — Minha melhor amiga vai me levar. — Aponto para a porta, coloco a alça da mochila no ombro e vou até Isis.— Quem é o gato atrás de você? — sussurra brincando.— Cala a boca, Isis. — Reviro os olhos, rindo e engancho o braço no dela, arrastando-a para longe dali.Não olho para saber se ele está vindo atrás de mim.— Você sabe que ele tá vindo para cá, né? — Minha melhor amiga olha para trás.— É claro que está... — Meu corpo reage de forma estranha ao sentir ele ao meu lado. — Vai me seguir o dia todo? — provoco.— Prazer, sou a Isis! — Ela estica a mão para o Theo.— Prazer, Isis. Sou o Theo — Ambos apertam as mãos, fazendo-me sentir um sanduíche entre eles.Theo coloca a mão delicadamente em minhas costas, não sei se foi de forma inconsciente, mas seu pequeno gesto fez minha pele formigar. Os dois conversam animadamente, enquanto tento entender o que está acontecendo dentro de mim.As borboletas em meu estômago brigam com a minha razão e, mesmo que ambos soubessem que aquilo era proibido, sentia falta daquela sensação.Meu namoro entrou na rotina a muito tempo, o sexo era sempre o mesmo, isso quando ocorria. Não havia mais aquela sensação de conquista, do surpreender…pelo contrário, estava previsível demais e mesmo que eu o amasse, sinto falta da paixão do começo do relacionamento.Acomodei-me com aquilo tudo e não havia notado, até o dia de hoje, quando as sensações voltaram a aparecer.Enquanto os dois conversam, pego-me observando novamente seus traços e percebo o quão bonito ele é.Theo usa uma camiseta preta, simples e sem estampa, a calça jeans é de lavagem escura e o tênis,esportivo e preto também.A calça molda com perfeição suas coxas grossas e me vi reparando demais ali. Obrigo-me a levantar os olhos e sentir o olhar dele sob o meu. Seu lábio sobe num meio sorriso, quase inexistente e se não fosse o brilho de seus olhos não saberia que aquilo era para mim.Ele balança a cabeça, achando graça enquanto continua a conversar com a Isis.Novamente minhas bochechas enrubescem.Seria assim sempre que estivesse ao lado dele?— Então quer dizer que os dois fazem o mesmo curso? — Isis brinca, falando com o Theo. — Ceci vai ter que me aturar por 4 anos — Ele pisca para mim, batendo o ombro no meu, rindo. Nunca achei meu apelido sexy. Até aquele momento... A forma como ele pronunciava aquelas pequenas 4 letras, fazia uma onda elétrica percorrer meu corpo e parar num lugar abaixo do umbigo. Um lugar que a muito tempo não vibrava daquela forma. Nesse momento, percebo quão monótono está o meu relacionamento. Davi era maravilhoso, mas depois de 4 anos de relacionamento, não sinto mais as borboletas no estômago, ou aquele calor que nos invade sempre que estamos perto de quem desejamos. Nosso namoro foi do fervente ao gélido, com uma rapidez enorme. Noto isso agora, com a falta das sensações rondando meu corpo.— Ceci? — A voz preocupada da Isis me desperta de meus pensamentos depressivos. — Hã? — Levanto os olhos do meu prato e dou de cara com dois pares de olhos preocupados. — Oi, Isis. — Percebo que
O que ela estava fazendo comigo? Passei a noite inteira em claro, pensando nela. O que já não era nenhuma novidade, já era rotina a quase um mês, desde que a conheci. Os primeiros raios de sol entravam pelas persianas ligeiramente fechadas e resolvi levantar antes do despertador. — Preciso queimar tudo isso de alguma forma. — Fui direto para o banheiro e tomei uma ducha rápida, vestindo a primeira roupa que eu achei. Tomei uma caneca de café e escovei os dentes, descendo para a academia do condomínio. Nunca treinei tão intensamente como hoje. Voltei pingando para o apartamento e sentindo o corpo até mais leve. Meus pensamentos não estavam mais enevoados como antes e conseguia pensar com mais clareza. — Ela não pode se envolver comigo. — Repetia para mim mesmo enquanto preparava meu café da manhã. — Ela namora e é totalmente diferente de mim. Em tantos quesitos... A lembrança do seu sorriso me veio à mente. A forma como ela mordia o interior da bochecha quando estava excita
Não pensei que Ceci aceitaria meu pedido. Quando propus de irmos conversar para que ela se acalmasse um pouco, pensei que seria atingido com um não em alto e bom som. Mas ela me surpreendeu quando respondeu exatamente o contrário. — Tudo bem! — Ela sorriu, um pouco sem jeito. — Mas vamos ter que ir no seu carro, porque vou deixar o meu aqui para a Isis. — Ela respondeu, dando de ombros. — Ela deve ter notado minha cara de espanto. — O que foi? Pensou que eu iria recusar?! — Sua risada saiu baixa. — Na verdade, sim. — Assenti com a cabeça. — Não que eu quisesse ouvir um não, mas é que você... — Penso demais. — Ela me cortou, concluído minha linha de raciocínio. — É! — Não pude deixar de rir. — Mas fico feliz em ser surpreendido dessa forma. — Dessa vez foi a minha vez em dar de ombros. — Mas só não entendi o motivo do carro ficar aqui. — A Isis tem uma cópia da chave do meu carro. — Ela riu, dando de ombros. — Quando ela vem de carona e eu preciso ir embora, as vezes deixo o carro
Ouvir o Theo falando tão facilmente sobre dominação me deixou realmente excitada. Ele dominava o assunto e falado sobre com uma fluidez, que me dava uma certa inveja. — Você sabe do assunto pelo visto. — Abracei os joelhos, apoiando o queixo neles enquanto prestava atenção em cada palavra que saia da sua boca desenhada. Aqueles lábios. Passei a maldita noite inteira imaginando como seria tê-los percorrendo pelo meu corpo e ouvir sua pequena fantasia no carro, me deixou completamente aturdida. Só confirmou que nossa atração era mutua e que ele queria o mesmo que eu. Mas minha consciência me impedia de realizar meus desejos, por mais que eu quisesse. — O que tanto essa cabeça está pensando? — Ele bateu levemente na minha cabeça. — Está quase saindo fumaça dela. — Ele riu. — Nada demais. Só que... — Dei de ombros e soltou um longo suspiro. — Se tivéssemos nos conhecido antes, talvez pudéssemos... — Puxei alguns pedaços de grama numa tentativa de conter meu nervosismo. — Ter
— Não acredito que fiz isso... — Estava andando de um lado para o outro dentro do banheiro feminino a quase meia hora. — Para de andar tanto assim, vai acabar fazendo um buraco no chão desse jeito! — Isis me segurava pelo ombro, me forçando a ficar parada. — Ceci, foi só uma mensagem. Você está se comportando como se tivesse o convidado a fazer um pacto com o tio Lu. — Ela tentava não rir, mas os tremores de seus lábios a denunciava. — Você fala isso porque não foi você que mandou a mensagem. — Revirei os olhos e voltei a caminhar de um lado para o outro. — Não, eu falo isso porque não vejo nenhum problema nisso. — Ela deu de ombros. — Se fosse comigo iria assumir que mandei mesmo e que era isso. — Isis levantou novamente os ombros, sem se importar com aquilo enquanto olhava para as próprias unhas. — Você pensa demais em tudo e é por isso que não aproveita mais a vida. No fundo, sabia que ela estava certa. Não gostava de assumir certos riscos e quando agia impulsivamente no fi
Eu necessitava dele como, precisava de ar para respirar. As mãos dele deslizavam lentamente pelo meu corpo, como se tivesse se familiarizando com cada parte de mim. Meu corpo inteiro reagia a ele. Minha pele se arrepiava com cada toque, meu coração acelerava, gemidos escapavam da minha boca, vibrando em nossos lábios que mesmo precisando de folego, não se permitiam interromper o beijo. Ele ofegava tanto quanto eu, seus gemidos faziam as borboletas em meu estomago voarem ao meu redor. Senti o calor inundar meu corpo, se concentrando em meu ventre, fazendo minha calcinha ficar encharcada. Só percebi que estava pressionando minha bunda contra sua ereção quando senti suas unhas se cravarem em meu quadril, forçando ainda mais o atrito entre nós. — Desse jeito vou acabar transando com você aqui mesmo nesse tapete... — Ele falava enquanto beijava a linha do meu pescoço até a clavícula. Inclinei a cabeça para trás, facilitando ainda mais o acesso de sua boca ao meu pescoço e o ouvi rin
Poderia morrer naquele exato momento, que iria feliz e sem arrependimentos. Ver a Ceci se contorcendo sob a cama, era minha nova visão favorita e sentir seu gosto era meu manjar dos deuses. Meu presente favorito em qualquer data comemorativa. Ela puxava os lençóis e inclinava o quadril para mais perto de mim a cada vez que minha língua tocava seu clitóris e a cada gemido que escapava de seus lábios, era como se vibrasse por todo o meu corpo, principalmente entre minhas pernas. Meu pau já estava dolorido por ficar tanto tempo preso e já não tinha mais pra onde ele pressionar, dava para ver o desenho exato do volume na calça jeans e eu estava me segurando ao máximo para não foder ela naquele exato momento. — Theo... — Ela gemeu meu nome, quase fazendo meu pau choramingar dentro da calça. Ela puxava meus cabelos e esfregava a boceta com tanta vontade na minha cara, que estava quase perdendo o controle do meu próprio corpo. — To quase... — Ela choramingou, tirando as costas do col
— Janta comigo? — Theo pergunta enquanto entra no lado do passageiro do meu carro.— Jantar? — Me viro para ele, confusa. — Como num encontro? — Ele sorri e assenti.O brilho que ele tem nos olhos me faz sorrir também e aquece um pouco mais meu coração.— Quando? — Pergunto, recostando a cabeça no banco.— Hoje. — Ele imita o meu gesto, pega uma mecha do meu cabelo e brinca com ela entre os dedos.— Não sei. — Elevo os ombros, sem saber o que responder.— Prometo que será somente um encontro, sem segundas intenções. — Ele faz o gesto de escoteiro com os dedos.— Ta bom. — Não consigo evitar o riso. — Que horas?— Te busco as 19h, pode ser? — Ele pergunta, mesmo rodando o chaveiro entre os dedos, seus olhos permanecem em mim.— Pode ser. — Sussurro, abrindo um sorriso em seguida.Theo se aproxima de mim, colocando a mão em minha nuca e puxa meu rosto para mais perto dele. Sinto o coração acelerar e consigo sentir a veia do pescoço pulsar mais rápido, as borboletas no estomago voam desg