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Minha Doce tentação — Livro 1
Minha Doce tentação — Livro 1
Por: Amanda Campos
Capítulo Um — Cecília Prado

Não surta Cecília!

Meu coração b**e acelerado e agradeço ao fato de ter escolhido vir de tênis para o primeiro dia da faculdade, já que como sempre, estou atrasada.

Pego o papel com a grade das aulas de dentro da pasta que carrego nos braços.

— Sala 33... Trinta e... Ai! — Com a pressa não me dou conta que esbarro em algo.

Ou melhor, alguém.

— Eita! — Por algum motivo a voz dele fez meus pelos se arrepiarem. — Olha por onde anda, princesa. — E que voz.

E olha que nem olhei para o dono da voz ainda, estou vermelha demais para encará-lo.

— Desculpe... — minha voz é quase um chiado e meu rosto pega fogo de vergonha. — Não percebi que tinha alguém...

Deus é pai! Que homem é esse?

— Na minha frente —obrigo-me a terminar a frase, mesmo sem saber como consegui fazer a voz voltar ao normal.

— Deixa que eu te ajudo com isso — Ele pega o papel da minha mão e enquanto analisa as minhas aulas, pude enfim, fazer o mesmo com ele.

Ele tem o queixo marcado, a barba está bem feita e baixa, por algum motivo tenho que controlar a vontade de passar os dedos por ali.

O que tem de errado com você hoje, Cecília?!

Os olhos são de um preto tão escuro que mal dá para ver a irises, é tudo uma junção só. A sobrancelha bem desenhada como se tivesse sido feita e ele tem uma pequena covinha na bochecha esquerda que aparece sempre que ele sorri, como está fazendo nesse exato momento.

E que droga de sorriso lindo!

— Topa? — sua pergunta me faz voltar de meus delírios.

— Topo o quê? — pergunto.

Droga, sentia as bochechas queimando novamente.

— Fico confusa quando não tomo café — falo, a primeira coisa que veio à mente e baixo os olhos para meu all star, numa tentativa falha de diminuir o rubor em minha pele.

— Você fica vermelha também quando está com fome? — Seus lábios sobem num sorriso brincalhão, fazendo aquela pequena covinha me provocar.

— Fico vermelha com muita facilidade — respondo, revirando os olhos, mas acabo sorrindo também. — Adoraria continuar conversando, mas já estou muito atrasada para a aula, então... — Faço menção de pegar minha folha, mas ele ergue-a, deixando longe do meu alcance.

— Era exatamente isso que havia perguntado enquanto você estava no mundo da lua, moranguinho — Ele sorri novamente.

Deveria ser crime esse homem sorrir desse jeito.

— Te levo para a sua sala. — Ele dá uma piscadela e segue pelo corredor.

Forço meus pés a andarem e o segui.

— Prazer, sou o Theo! — Ele se vira para mim, sem parar de andar e estendeu a mão.

— Prazer, Cecilia — respondo, apertando sua mão.

Um arrepio segue meu braço e para entre minhas pernas ao sentir seu toque sob minha pele.

Definitivamente eu não estava no meu juízo perfeito hoje.

Deve ser a falta de sexo.

— Cecilia... — ele sussurra meu nome. Sua voz rouca, faz meu cérebro imaginar coisas inapropriadas para o horário.

Preciso fugir desse homem!

Tento focar minha atenção nas salas, olhando a numeração de cada uma a fim de desviar o foco dele, mas seu perfume impede que isso aconteça. É um conjunto de aromas frutados, misturado com algum cheiro próprio, dando a combinação perfeita para fazer qualquer um delirar.

Inclusive eu!

— Prontinho! — Sua voz me desperta novamente.

Estamos em frente à sala 33 e agradeço mentalmente que o professor ainda não está aqui.

— Muito obrigada, Théo. — Viro-me para ele, pegando minha folha de suas mãos e tomando cuidado para não tocar em seus dedos novamente.

— Disponha, moranguinho. — Ele sorri.

— Mal te conheço e já tenho apelido? — provoco.

— Pra você ver. — Ele dá de ombros, despreocupado. — Você fica parecendo um morango quando fica vermelha, é tentador... — Theo enfia as mãos no bolso dianteiro da calça, sorrindo. — E seu perfume me lembra da fruta também, doce e delicado.

Seu olhar se prende ao meu e só percebo que prendi a respiração quando meu pulmão implora por ar.

Tento respirar calmamente e sinto as bochechas queimarem novamente.

Sério, Cecilia?

Reviro os olhos assim que a risada escapa de seus lábios, ao notar o rubor em minha pele.

— Obrigada mais uma vez — falo, enquanto guardo a folha em uma pasta e me viro para entrar na sala.

— Disponha... — Mesmo sem ver, sinto ele a milímetros de mim. — Moranguinho… — Théo fala bem ao pé do meu ouvido e, uma onda elétrica se espalha por todo meu corpo, fazendo meu coração bater descompassado e minhas bochechas enrubescer novamente.

Minha sorte, é que ele está atrás de mim e não pode ver meu estado.

— Não preciso olhar pra saber que está vermelha igual um morango. — Ele ri baixo.

Merda!

— Não precisa me seguir até a cadeira, sei como chegar lá — rebato, tentando diminuir a distância entre nós.

— Não estou te seguindo. — Ele dá de ombros, passando na minha frente. — Tenho a mesma aula que você. — Theo se vira para mim, levantando as mãos inocentemente.

— Claro! — respondo rindo.

O karma não fugiria de mim, pelo contrário, esfregaria na minha cara só para provar o quão proibido aquilo era.

Afinal, eu namorava a pouco mais de 3 anos.

Graças a Deus, o professor de língua portuguesa entra na sala, tomando a atenção de todos. A aula seguinte foi de Marketing e Theo não voltou a falar comigo até a hora do intervalo.

— Posso te levar para comer? — Sua pergunta foi inocente, mas meu cérebro pervertido já imaginou coisas.

A fome devia estar afetando meus pensamentos também.

— Não precisa — respondo, enquanto guardo as coisas na mochila. — Minha melhor amiga vai me levar. — Aponto para a porta, coloco a alça da mochila no ombro e vou até Isis.

— Quem é o gato atrás de você? — sussurra brincando.

— Cala a boca, Isis. — Reviro os olhos, rindo e engancho o braço no dela, arrastando-a para longe dali.

Não olho para saber se ele está vindo atrás de mim.

— Você sabe que ele tá vindo para cá, né? — Minha melhor amiga olha para trás.

— É claro que está... — Meu corpo reage de forma estranha ao sentir ele ao meu lado. — Vai me seguir o dia todo? — provoco.

— Prazer, sou a Isis! — Ela estica a mão para o Theo.

— Prazer, Isis. Sou o Theo — Ambos apertam as mãos, fazendo-me sentir um sanduíche entre eles.

Theo coloca a mão delicadamente em minhas costas, não sei se foi de forma inconsciente, mas seu pequeno gesto fez minha pele formigar. Os dois conversam animadamente, enquanto tento entender o que está acontecendo dentro de mim.

As borboletas em meu estômago brigam com a minha razão e, mesmo que ambos soubessem que aquilo era proibido, sentia falta daquela sensação.

Meu namoro entrou na rotina a muito tempo, o sexo era sempre o mesmo, isso quando ocorria. Não havia mais aquela sensação de conquista, do surpreender…pelo contrário, estava previsível demais e mesmo que eu o amasse, sinto falta da paixão do começo do relacionamento.

Acomodei-me com aquilo tudo e não havia notado, até o dia de hoje, quando as sensações voltaram a aparecer.

Enquanto os dois conversam, pego-me observando novamente seus traços e percebo o quão bonito ele é.

Theo usa uma camiseta preta, simples e sem estampa, a calça jeans é de lavagem escura e o tênis,esportivo e preto também.

A calça molda com perfeição suas coxas grossas e me vi reparando demais ali. Obrigo-me a levantar os olhos e sentir o olhar dele sob o meu. Seu lábio sobe num meio sorriso, quase inexistente e se não fosse o brilho de seus olhos não saberia que aquilo era para mim.

Ele balança a cabeça, achando graça enquanto continua a conversar com a Isis.

Novamente minhas bochechas enrubescem.

Seria assim sempre que estivesse ao lado dele?

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