Entre verdades e despedidas

O café estava quase vazio naquela manhã. O som leve de uma música instrumental preenchia o ambiente elegante, com o aroma de grãos recém-moídos e croissants recém-assados. Pedro já estava lá, sentado no canto mais afastado, com um cappuccino fumegante sobre a mesa de madeira rústica. Seus dedos tamborilavam nervosamente no celular, algo incomum para um homem tão controlado.

— Desculpa o atraso, acordei atrasada. — Disse Carly, puxando a cadeira à frente dele.

Pedro ficou por um momento em silêncio, com o olhar indecifrável. Trazia o mesmo charme discreto, mas algo parecia mais... contido. Menos entregue. Talvez mais distante.

— Oi, bom dia! Finalmente conseguimos nos ver. Por que não atendeu as minhas ligações?

Ela deu um sorriso, sem graça.

— Eu... estava sem tempo. Sua mãe foi lá em casa e depois acabei caindo no sono.

Ela mentiu, na verdade, passou a noite em claro ensaiando palavras que agora pareciam inúteis.

— Na verdade, você parece cansada.

— Ontem o dia foi puxado no hosp
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