NOVA YORK...
Eu arrumava as rosas em um vaso enquanto o vô Polônio cuidava do caixa, tenho que dizer que trabalhar em uma floricultura é ótimo e me trás algumas memórias, memórias que sempre afasto quando me vêem a mente, mesmo sendo de muito tempo atrás ainda posso sentir a dor no mesmo nível. Sentir o cheiro delas me anima, o céu em Nova York está se fechando. Falta uma hora para a loja fechar, vó Polônio se aproxima de mim e olha para o céu pela vitrine.
-Acho melhor colocarmos as flores para dentro querida.
Diz voltando para o caixa. Vejo que ele arruma algumas flores no balcão. Gostei de vê o jeito delicado que ele cuida das flores, como se elas fossem sua família, e em parte, realmente são. Saíu da loja e começo a guarda algumas flores a amostra em frente a loja. Lembro como fiquei feliz em conseguir um emprego aqui, amo flores e fico contente em trabalhar em algo que amo e gosto de dedicar meu tempo. Começa a cair alguns pingos de chuva, vejo o carro de Adam, parar em frente a loja. O mesmo desce e me ajuda.
—O que está fazendo aqui? — pergunto sem rodeios.
—Esqueceu que hoje é dia de compras? Saí mas cedo da reunião e vi que estava chovendo, então passei pra te pegar.
Fala pegando um grande vaso com tulipas e levando pra dentro. Gosto da forma como Adam, cuida de mim. sou muito grata a ele por tudo que tem feito, ele é meu grande apoio desde sempre, com ele não me sinto sozinha ou solitária. Ele é um verdadeiro amigo em um milhão. Para de devagar quando a chuva começa a me molhar, pego o último vaso.
— Oi Vó Polônio.
— Adam.
Vó polônio vem ao encontro de Adam, e o dá um abraço caloroso, Adam dar alguns tapinhas em sua costas.
— É bom vê-lo, você deveria vir mas vezes aqui. — vó polônio, sempre diz isso quando o vê, eles realmente se gostam.
— Eu sei, mas eu tenho uma empresa a comandar.
— um verdadeiro homem de negócios. — vó polônio elogia.
Enquanto eles conversam tiro meu avental e seco um pouco meu cabelo. a chuva não me molhou muito, mas algumas gotas deixou algumas mechas úmidas..
— Vó polônio nós já vamos.
— Tudo bem filha, descanse bem.
— você também. — falo em advertência, as vezes encontro o mesmo dormindo na loja, em meio as flores. trabalhar é a única coisa que ele faz da vida, ou melhor. sabe fazer.
Beijo sua bochecha e saímos da loja, abro a porta do carro e entramos. A chuva começa a ficar mas rigorosa, vejo as pessoas pelas ruas fugindo da chuva e entrando em lojas, para ficarem secos. Hoje o trânsito está um pouco ruím, mas não demora muito para chegarmos lá. durante todo o percurso ficamos em silêncio, mas um silêncio agradável. Adam, estaciona o carro e entramos, ele pega um carrinho e eu vou colocando as compras no mesmo.
— A gente tava precisando fazer compras mesmo, não aguentava mas comer pizza e hambúrguer.
— Eu também, o que você quer comer hoje?
Pergunto, ele olha para cima pensativo, e passa a mão no queixo. o som que saí de sua garganta é um pouco extravagante pensando.
— Depois de tantas comidas gordurosas, Salada! Não vou acabar com o meu corpo e minha saúde por sua causa.
Pego uma lata de molho de tomate, e faço tipo uma pose dramática, colocando a costa da mão na testa enclinado a cabeça, enquanto estico o braço entregando a lata.
— Qual é! Eu só não tinha tempo. E você poderia ter almoçado em um restaurante. — acuso, mesmo sabendo que é injusto.
— Você sabe que só comemos juntos, e eu não confio nos restaurantes.
Adam tem uma certa desconfiança de comer em qualquer lugar, depois que viu sua última secretaria cuspe em seu café. Depois disso ele não come em lugar algum.
— Você poderia ser minha secretaria, então eu não precisaria comer tanto hambúrguer.
Balanço a cabeça em negação sorrindo, eu me lembro que foi um sacrifício fazê-lo comer hambúrguer e pizza. Só depois de me ver comendo aceitou, e ele sempre encomenda do mesmo lugar, depois que virou amigo do dono. Então teve a plena certeza que ninguém iria cuspe na sua comida novamente. Após pegar tudo o que precisávamos vamos para o caixa e pagamos. O dia corre normalmente quando chegamos ao apartamento, depois de comemos ajudo ele com alguns papéis da empresa. Apesar de trabalhar em um loja de flores entendo bem sobre negócio e números. apesar de Adam, me oferecer um emprego regularmente na empresa dele eu não poderia aceitar, não porque não quero meu chefe e meu melhor amigo ser a mesma pessoa, mas eu simplesmente não consigo me ver dentro de um escritório fechado o dia inteiro.
Hoje está mas chuvoso que ontem, Adam, disse que poderia me levar mas não quis que ele se atrasa-se para reunião. Então peguei um guarda chuva e fui de ônibus. Chegando lá a loja ainda está fechada, estranho por que o vó sempre abre antes que eu chegue. Ao entra na loja percebo o por que, tem goteiras por todo o lado e o chão está molhado, com algumas pequenas poças. Vejo o mesmo colocar baldes onde tem goteiras. Desabotuo meu casaco para tirá-lo mas vó polônio, me impede.
— Não tire o casaco filha, não percebeu que a loja está fria?
— deveria ter pensado nisso, o que aconteceu?
Pergunto pendurando o guarda-chuva, e jogando alguns baldes de água cheios na rua. o lugar está um completo caus, temo que algumas flores não vão sobreviver.
— Apareceu uma goteira em cima do aquecedor e ele queimou. Mas acho que nem foi por causa da goteira.
Pegos algumas flores que estavam em baixo de uma goteira e posiciono o vaso, em cima de um movel seco.
— Não vai dar pra abrir a loja hoje, você pode me ajudar a guardar as flores na estufa e depois ir. Talvez eu nem abra a loja essa semana, com tantas goteiras.
— tudo bem.
Pego algumas flores e levo para estufa improvisada em cima da loja, o mesmo vem logo atrás de mim com alguns vasos. Levamos tudo para cima e depois secamos a loja.
— E até bom eu ter fechado a loja essa semana, por que ela estava precisando de uma reforma. Mas não se preocupe eu ainda vou te pagar.
— Vó, você sabe que não precisa se preocupar com isso, eu trabalho aqui porque gosto, eu amo esse lugar e o senhor..
— Tem certeza, não quero que passe dificuldades por minha causa.?
Balanço a cabeça em afirmação. Terminamos de fechar a loja, olho para o vó polônio e vejo que o mesmo só está com um casaco. Pelo jeito ele não vai dormir em casa hoje.
— Toma vó.
Entrego meu guarda-chuva ao mesmo.
— Mas e você querida?
— Não se preocupe, eu ligo para o Adam.
Falo pegando meu celular da bolsa, nos despedirmos quando ele está longe o bastante guardo o meu celular na bolsa. Aperto o casaco ao meu corpo e começo a andar em direção a estação de trem. A chuva gelida molha o meu cabelo, mas não me importo sempre gostei da chuva. Por mas inacreditável que seja, não tem muitas pessoas aqui. Ao descer do mesmo começo a correr em direção ao apartamento. O vento forte faz meu cabelo molhado bater no meu rosto prejudicando um pouco minha visão. Me choco com alguns pessoas que estão assim como eu, tentando fugir da chuva.
Paro na portaria do meu prédio e bagunço um pouco meu cabelo, na esperança de secar um pouco. Ao olhar para o outro lado da rua tenho um deslumbre de um homem alto parado na calçada, com o casaco preto e o capuz em sua cabeça que cobre o seu rosto. Me assusto um pouco quando o vejo, pôs ele está lá parado de frente para mim, não tenho certeza mas acho que ele me encara. Solto meu cabelo e dou um passo a frente, não sei quem ele é, não sei se ele está me encarando, mas de algumas forma ele me atraí. Um ônibus passa fazendo com que eu o perca de vista, mas quando o ônibus se vai eu olho novamente para o outro lado da rua, mas o estranho misterioso não está mas lá. Mordo meu lábio inferior e entro no prédio. Onde é que eu estou com a cabeça, até onde sei ele pode ser um psicopata. Por mas que eu não devia fico pensando naquele homem mistério, e ma forma como ele continuava lá parado, sem se abalar com a chuva e o frio, e o mas estranho ainda foi ele sumir do nada depois que o ônibus cobriu ele, imagino se possa ser mas um dos perseguidores do Adam, lembro nitidamente como o outro seguiu o Adam por dias. Esses repórteres são implacáveis quando querem.
Solto um suspiro ao sentir a água quente se chocar ao meu corpo gelado, posso dizer que a sensação é única. Passo ambas as mãos no meu rosto até meus cabelos. Meu corpo precisava disso, eu precisava disso. A contra gosto saiu do chuveiro, me seco e visto um roupão. Vou em direção a pia secar meu cabelo, ligo o secador e começo a secar. As mechas loiras se destacam, assim como as olheiras em meus olhos, resultado das noites mal dormidas. Me analiso e vejo que não mudei muito nesses últimos dez anos, talvez uma coisa aqui e outra ali. Mas aparento está mas madura agora. Vejo que meu cabelo já secou e desligo o secador. Saiu do banheiro, não me incomodo em andar de roupão pelo apartamento, e hoje o Adam, chegará mas tarde da empresa. tenho que dizer que é ótimo dividir o apartamento com o seu melhor amigo. Mas também o Adam, não iria se encomodar em me ver assim, afinal ele é gay, e posso dizer que por ele ser gay tenho algumas vantagens.Vou até a cozinha e pego uma garrafa com água na
— O que você quer?Pergunto curta e grossa na defensiva, não gostei nada deste cara. Ele não me transmite nenhuma confiança.— Só conversa Srat. eu vi você aqui sozinha e achei que gostaria de alguma companhia.Fala de uma forma mansa como um felino. Ele pode ter boa aparência mas isso não passa de um espelho. Posso sentir algo estranho no seu olhar, suspeito.— Agradeço, mas não preciso de companhia. Eu já tenho um acompanhante.Não meço minhas palavras, e vou me afastando dele. Me sentia aliviada aqui, em paz. Mas agora sinto que estou me sufocando. Me assusto quando o mesmo segura meu braço de leve o suficiente para me fazer parar, encaro ele com desdém..— Olha eu só estou tentando ser gentil, não é como se eu fosse algum criminoso.Da em fase a palavra criminoso, não me sinto bem em sua presença. Puxo meu braço da sua mão com uma certa violência, e vou embora em busca do Adam. Não demora muito para encontrá-lo sentado na nossa mesa. Me junto a ele e sento ao seu lado, ele olha pa
Ao acordar pela manhã pisco algumas vezes, desta vez não tive nenhum sonho estranho. a imagem do Ric, não veio me atormentar depois que eu fui dormir novamente. Pisco algumas vezes me acostumando com a luz matinal. Ao mover minha cabeça para o lado vejo um pequeno bilhete no móvel ao lado da minha cama, deixo a jaqueta de lado e pego o mesmo."Clara fui para Seattle, volto daqui a uma semana. Me deseje sorte.Adam❤"Suspiro e amasso o bilhete jogando-o na lata de lixo. Imaginei que ele não ficaria fora mas que três dias, o que acho um pouco suspeito. Essas coletivas de imprensa não levam todos esses dias, imagino que ele queira fazer algo a mas durante sua estadia em Seattle. Deixo esses pensamentos de lado e me ergo, antes de entrar no box amarro meu cabelo, fazendo um pequeno no topo. Tomo um banho rápido. Enquanto estou escovando os dentes ouço a campanhia tocar. Cuspo a pasta fora e lavo a boca. Aperto o nó do roupão de banho e abro a porta.— Clara Smiller? — o mesmo pergunta mes
O quarto era simplesmente incrível. o piso era de madeira, uma cama de casal com lençóis brancos, a cama fica de frente para uma pequena varanda com portas de arraste de vidro. Um grande tapete de veludo branco de frente para a lareira, com dois sofás em volta. Do outro lado do quarto um guarda-roupas, na frente da cama um baú antigo. Deixo minha mochila no chão e abro uma porta próxima ao guarda-roupas. Ao entrar vejo que é o banheiro, de frente para mim tem uma larga janela de vidro mostrando uma linda paisagem das montanhas, cobertas de neblina e nuvens, em frente a ela uma pequena hidromassagem, com o estilo de madeira, um box e privada. Simples mas elegante, ligo a torneira da hidromassagem, instantaneamente ela começa a encher. Volto para o quarto e vou correndo me jogar na cama.Esse lugar é perfeito sem denegrir a natureza, acho que não faz muito tempo que construíram esse hotel. A forma como os dois cuidou de cada detalhe, e a forma acolhedora que nos sentir. me pergunto porq
— Ric...O chamo pelo apelido de antigamente, ao qual achava carinhoso e talvez ainda ache. Um arrepio atravessa meu corpo, minha carne treme mas não consigo distinguir se é pela emoção de vê ele, ou pelo frio abundante. Um milhão de pensamento passam pela minha mente, já fantasiei esse momento incontáveis vezes, mas agora não consigo dizer uma única palavra, sinto como se minha mente tivesse parado, e as palavras estivessem embaralhadas na minha garganta, me impedindo de falar. Minha voz soa baixa e fraca, dou meia volta ficando de frente para o mesmo, seu olhar sobre mim é como um impacto ou deve ser a vergonha de ter sido pega. Vê-lo mas de perto mostra o quanto ele continua bonito, engulo em seco e solto o ar que estava prendendo. O som de trovão soa no céu fazendo com que eu saía do transe, eu sempre achei que encara os seus olhos nunca fosse de mas.— Vem vamos sair da chuva.Falo e faço um gesto com a cabeça em direção ao prédio, ele apenas concorda. Meu coração descompassa uma
— Ricardo, eu não estou com cabeça pra ouvir você, só vai embora.Peço tentando demonstrar um pouco mas de calma, só não consigo entender o por que de ter voltado e continuar em silêncio, eu sinceramente não preciso disso. Não posso mas aturar esse homem mexer comigo, com a minha vida. isso é loucura! tudo isso, simplesmente não posso mas aguentar. Seu olhar é triste sobre mim, de certa forma sei que o magoei, mas ele me magoou muito mas. as coisas não vão ser tão simples assim, pelo menos não como ele pensa. não sou mas a garota que ele conheceu, e ele não é mas o garoto que conheci. agora somos adultos, e temos pensamentos diferentes. vidas diferentes. Deus! ele até mesmo pode ser casado e ter filhos. esse pensamento não me agrada mas é uma terrível possibilidade.— Clara, você tá bem?o mesmo pergunta, a preocupação agora incobrindo seu olhar triste. seus olhos fixos nos meus, seu rosto está tão perto do meu, que até mesmo posso sentir sua respiração morna tocae minha face.— Acho
Fala autoritário deixando a bandeja em cima do móvel próximo a minha cama, o mesmo vem até mim pegando as cobertas e cobrindo meu corpo dos pés ao pescoço. Estou me sentindo como um verdadeiro rolinho japonês. observo o mesmo mexer em algo na bandeja, sei como ele poder ser rígido quando estou doente.— Adam, foi só uma febre.Tento ameniza sua preocupação e sua proteção exagerada, sempre é a mesma coisa quando fico doente. Houve uma vez em que alguns espinhos entraram na minha mão enquanto cortava algumas rosas, por causa disso Adam, não me deixou ir ao trabalho por dois dias, e ainda me levou ao hospital para checarem minhas mãos. Sei que o Adam, só quer me proteger, mas as vezes ele exagera. Só que desta vez é diferente, sinto como se ele se sentisse ameaçado. Talvez pelo retorno de Ricardo. Olho para o mesmo que está de costas fechando as cortinas.— por favor Adam, não me diga que está fazendo tudo isso para manter o Ricardo longe.Ao ouvir minhas palavras o mesmo para o que está
Ao sair do prédio tive uma surpresa, Ricardo, me aguardava encostado a sua moto vestindo uma jaqueta de couro, e usando óculos escuros. Seu jeito descontraído e sexy me chama atenção, ele parece exatamente com seu eu de dez anos atrás, não consigo decidir se dou gargalhadas ou fico séria. quando ele me vê abre um lindo sorriso que só ele sabe mexer comigo. Vamos lá coração não me traía. Desço os poucos degraus e vou em sua direção. sinto meus nervos a flor da pele, a confissão de Vera, me veem a mente. talvez eu não vá conseguir nada, mas mesmo assim, quero perguntar ao Ric, sobre suas visitas, e também é provável que ele saiba sobre o comportamento estranho do Adam.— O que está fazendo aqui? — sou direta e objetiva, noto o mesmo erguer uma sobrancelha. é querido, não sou mas a garota desajeitada e ingênua que você conheceu.— Vim te ver, e sabe se está melhor.Fala se afastando da moto e ficando com a postura ereta na minha frente, me aproveito da situação para saber se ele é o tal