Fala autoritário deixando a bandeja em cima do móvel próximo a minha cama, o mesmo vem até mim pegando as cobertas e cobrindo meu corpo dos pés ao pescoço. Estou me sentindo como um verdadeiro rolinho japonês. observo o mesmo mexer em algo na bandeja, sei como ele poder ser rígido quando estou doente.
— Adam, foi só uma febre.
Tento ameniza sua preocupação e sua proteção exagerada, sempre é a mesma coisa quando fico doente. Houve uma vez em que alguns espinhos entraram na minha mão enquanto cortava algumas rosas, por causa disso Adam, não me deixou ir ao trabalho por dois dias, e ainda me levou ao hospital para checarem minhas mãos. Sei que o Adam, só quer me proteger, mas as vezes ele exagera. Só que desta vez é diferente, sinto como se ele se sentisse ameaçado. Talvez pelo retorno de Ricardo. Olho para o mesmo que está de costas fechando as cortinas.
— por favor Adam, não me diga que está fazendo tudo isso para manter o Ricardo longe.
Ao ouvir minhas palavras o mesmo para o que está fazendo, e fica encarando as cortinas. eu devo ter acertado em cheio. Adam, é exagerado quando estou doente, mas dessa vez ele está passando dos limites. eu deveria saber que Ric, tinha algo haver com sua mudança de humor.
— Ele vai te machucar de novo.
Diz sem me olhar, as ações do Adam, estão me incomodando e principalmente me deixando preocupada, nunca vi o Adam, tão sério como agora. sei que ele não gosta do Ric, mas tenho a sensação que algo a mas está por trás do seu comportamento estranho. preciso descobrir o por quê, e se isso tem algo haver com sua viagem repentina.
— Adam...
Chamo pelo mesmo, mas ele não me responde e nem olha para mim, deixo as cobertas de lado e saiu da cama. Vou em direção ao mesmo e noto que seus olhos estão marejados. me parte o coração vêr ele assim. Adam, é minha única família, e eu sou a única família dele. entendo o motivo por ele se sentir assim, devo admitir que odeio isso. odeio o fato de ter machucado ele.
— Adam, eu nunca deixaria isso acontecer, e não vou.
Vejo que ele enxuga seus olhos e me encara. seu sorriso habitual surge em seus lábios, um misto de emoções de forma dentro de mim. medo, culpa. tudo está confuso desde o dia em que Ric, surgiu na minha vida.
— Eu sei que não, mas mesmo assim não quero ele perto de você. Sei que você é uma pessoa adulta e pode tomar suas próprias decisões, mas mesmo assim eu irei evitar ao máximo que isso aconteça.
Passo a mão por seu braço e tento acalmá-lo um pouco. sua guarda está alta, isso não é um bom sinal, mas não tem nada que eu possa fazer para mudar. Adam, me trás para perto dele e o abraço. Tenho certeza que algo aconteceu para ele ficar assim, e cabe a mim descobrir. Depois de minha conversa com o Adam, ele voltou ao seu jeito autoritário, e não me deixou sair da cama. A não ser só as vezes em que eu fui ao banheiro. Podem me chamar de maluca mas por um lado gostei de ficar doente, por que pude prova a deliciosa canja de galinha que ele sabe muito bem fazer, o gosto é simplesmente divino. ele também não foi a empresa, ficou aqui cuidando de mim. O dia passou rápido e algumas nuvens de chuva foram embora, me maravilhando com um lindo por do sol. As nuvens estavam com cores alaranjadas misturadas com um vermelho vivido, me senti pequena diante de tanta beleza. A noite Adam, me convenceu a fazer uma maratona de séries, achei uma ótima ideia e fomos assitir em seu quarto. Com direito a ele me carregar no colo até lá. Sempre admirei o jeito do Adam, em ser tão cuidado e irônico ao mesmo tempo, tenho certeza que o cara por quem ele se apaixonar vai ter muita sorte. a sensação de que nunca vou conhecer alguém melhor do que ele é permanente, Adam, é insubstituível. ele é meu melhor amigo, e o meu irmão mas velho. Adam, entra no quarto com dois baldes gigantes de pipoca e deita na cama me entregando um.
— O que acha de assistimos Grey's Anatomy?
— Parece ótimo. — pego um balde, e já vou enchendo minha boca de pipoca. E assim seguiu nossa noite.
na manhã seguinte eu me sentia muito melhor do que ontem, a minha febre tinha sumido completamente. eu me sentia renovada, pelo menos um pouco. a imagem do Ric, ainda pairava na minha mente. eu simplesmente não conseguia evitar, meus pensamentos sempre me levaram a ele. o Ric, é uma droga pra mim, minha obsessão diária que tenho a obrigação de bloquear. ele não pode mas fazer parte da minha vida, assim como não posso mas fazer parte da vida dele. volto meus pensamentos para qualquer outro assunto que não seja o Ric. Devo admitir que a sopa do Adam, é milagrosa, sempre que ele faz para mim, me sinto melhor instantâneamente. me sento na cama e olho ao redor, Adam, já deve ter acordado. Me levanto e vou andando em direção a cozinha, saltitante vou em direção ao mesmo que está sentado na bancada que dividi a sala da cozinha, vejo que ele está lendo um jornal e bebendo seu café. Me aproximo dele e passo meus braços por volta do seu pescoço o abraçando.
— Pelo visto, alguém acordou muito bem — fala soltando o jornal.
— Pode ter certeza que sim. — falo radiante, sinto que estou como uma estrela do baseball. forte e pronta para o próximo jogo.
animada beijo sua bochecha, o mesmo sorri com minha animação. vejo que meu bom humor é contagiante, fico feliz que seu humor também esteja melhor. é como se ontem fosse apenas um pesadelo que tivemos. Solto Adam, e vou em direção a geladeira, pego quatro ovos e bacon.
— O que acha de tomarmos um café da manhã decente?
Falo mostrando os ovos em uma mão, e o bacon na outra, o mesmo suspira e faz cara de dó. essa não! já vi essa cara muitas vezes ao lango desses anos, sei o que isso quer dizer. quero ficar, mas preciso ir. Adam, você não vai mudar nunca. penso dizendo para mim mesma.
— Não posso, já estou atrasado — fala olhando seu pulso, coberto com um lindo Rolex brilhante.
— Tudo bem.
Falo sem perder a animação. decido que não vou deixar nada me abalar hoje, preciso ser forte e seguir adiante. no primeiro round eu caí, por está desatenta e frágil, mas agora me sinto mas forte do que nunca, e pronta para o que vier. não vou deixar que o Ric, vença novamente essa luta. é como diz o ditado; você venceu a batalha, mas não a guerra. hoje sinto que o dia será bom, até mesmo o tempo está dizendo isso. as nuvens de chuva sumiram e lindos raios de sol entram pela janelas. é como se aquela tempestade nunca tivesse acontecido.
— tá...Tenha um bom dia.
Fala pegando sua maleta e saindo do apartamento, coloco dois ovos de volta na geladeira e fecho a porta com o pé. Vou até o fogão elétrico e começo a preparar tudo, tenho muitas coisas para fazer hoje mesmo sendo um dia da semana. Termino de preparar meu café e rapidamente começo a comer, quero terminar tudo o mas cedo possível para ir vêr como o vó polônio está, desde aquele dia não falei mas com o mesmo. Termino meu café e vou arrumar o apartamento, ele não está muito bagunçado mas tem algumas coisas fora do lugar. Vou no quarto do Adam, e arrumo sua cama e pego algumas roupas que estão pelo chão e coloco no cesto, depois vou no meu e faço a mesma coisa. Os banheiros estão limpos e a sala também, Vou na cozinha e lavo a louça do café. Olho o relógio e já são nove e vinte e três quando termino tudo, vou ao banheiro tomar um banho e trocar de roupa. Ao sair do apartamento encontro Veradiva, minha vizinha e do Adam, da porta da frente.
— Bom dia Vera.
— Ah... Oi, Clara.
A mesma retribuir meu comprimento, começo a me afastar mas ouço Vera, me chamar. giro na sua direção, contínuo com o sorriso gentil em meu rosto. mas ao contrário de mim, sua expressão está sério.
— Clara, quando você estava viajando um homem veio aqui, várias vezes na verdade. ele disse que estava procurando por você.
— Ele te disse o nome? — os pelos da minha nuca arrepia, mal coloquei os pés para fora de casa, e os problema estão vindo para mim.
— Não, ele só perguntava por você e depois ia embora. o Adam, até falou com ele.
— Adam?
Olho para mesma confusa, como o Adam, pode ter falado com esse homem se ele estava viajando? Alguma coisa aqui não se encaixa. sei que não deveria, mas todos os alarmes na minha cabeça disparam dizendo que esse homem mistérioso é o Ric. recordo do jeito calmo como o Adam, falou ontem a noite quando toquei no seu nome. e a form suspeita como ele ágil logo depois. então minhas suspeitas estavam certas. Adam, está realmente escondendo algo de mim. sinto uma batida do meu coração vacilar, e uma pontada dolorosa perfurar meu peito.
— Tá, obrigado Vera.
— De nada. ah... o Adam, não sabe que eu vi, será que pode não contar pra ele.
— sim, claro.
Falo brevemente e em seguida vou embora, entro no elevador que começa a descer. Agora entendo a preocupação do Adam, e por ele está estranho. Só não entendo por que ele mentiu sobre a viagem. e escondeu isso de mim, suas ações não fazem sentido. não consigo processar seu comportamento estranho, e suas mentiras descabidas. a dor da sua traição me aflige. e vários pensamentos começam a rondar minha mente, e uma delas é que Ric, é o causa dessa mudança no Adam, disso não tenho dúvidas. agora, só preciso saber por que o Adam, está mentindo. seja como for, eu tenho que descobrir.
Ao sair do prédio tive uma surpresa, Ricardo, me aguardava encostado a sua moto vestindo uma jaqueta de couro, e usando óculos escuros. Seu jeito descontraído e sexy me chama atenção, ele parece exatamente com seu eu de dez anos atrás, não consigo decidir se dou gargalhadas ou fico séria. quando ele me vê abre um lindo sorriso que só ele sabe mexer comigo. Vamos lá coração não me traía. Desço os poucos degraus e vou em sua direção. sinto meus nervos a flor da pele, a confissão de Vera, me veem a mente. talvez eu não vá conseguir nada, mas mesmo assim, quero perguntar ao Ric, sobre suas visitas, e também é provável que ele saiba sobre o comportamento estranho do Adam.— O que está fazendo aqui? — sou direta e objetiva, noto o mesmo erguer uma sobrancelha. é querido, não sou mas a garota desajeitada e ingênua que você conheceu.— Vim te ver, e sabe se está melhor.Fala se afastando da moto e ficando com a postura ereta na minha frente, me aproveito da situação para saber se ele é o tal
ficamos o dia inteiro no local, conversando, como se fossemos velhos amigo. Só noto que esta ficando tarde quando os pequenos raios de sol vão desaparecendo entre os prédios. Nesse tempo em que estivéssemos aqui soube de várias coisas sobre ele, mas nem sempre é um 100%. O pai dele se recuperou muito bem, e a empresa está crescendo cada vez mas. Ric, só me falou as coisas superficiais, nada muito profundo. optei mas por ouvir, do que fazer perguntas. imaginei que se o Ric, soubesse que estava ouvindo, prestando atenção nas suas palavras. ele poderia se abrir mas, e assim ele fez algumas vezes, mas sempre que se afundava de mas em um assunto, voltava a emergir. foi assim durante um bom tempo, não era o que eu queria, mas foi mas do que eu poderia ter bo momento.— Nossa o tempo passou rápido.Falo olhando para a janela e logo após olho meu pulso, coberto por um pequeno relógio em cores prata e marrom, já são 17:57. Mal acredito que passei o dia inteiro aqui com ele, conversando como se
— Mas como você sabia que eu iria viajar?Pergunta passando as costas da mão pelo meu nariz, minhas lágrimas cessaram, agora só resta os soluços. Adam, continua me abraçando desde de quando eu comecei a chorar, e não me largou mas. me sinto acolhida nos seus braços, reconfortada e segura. sinto que nada nesse momento possa me atingir.— eu não sabia, eu iria falar com o vô Polônio para te manter ocupada, mas você fez isso antes.Ele consegue arrancar um pequeno sorriso meu com isso, sempre gostei da companhia do Adam. Por que até nos momentos mas difíceis ele me faz sorrir. Passo minhas mãos pelo rosto tirando algumas lágrimas. me levanto saindo do abraço de Adam. me sinto um pouco melhor agora, depois que todo o drama passou.— Pra falar a verdade... nem sei por que estou assim, afinal não temos nada. E ele nunca disse que voltou para me reconquistar.Falo tentando sorri falsamente. Adam, ergue uma sobrancelha. isso não enganou ele nem um pouco, ele é bom demais lendo pessoas, e eu s
Fico pensando de onde ele tirou essa idéia absurda, eu sei que as vezes nós aparecemos juntos nos jornais e revistas. Mas Adam, falou na coletiva que não temos nada, mas pensando melhor agora. Eu não perguntei nada sobre isso por que era o menor dos meus problemas, mas pelo visto era o maior deles. sempre pedi para que Adam, deixasse bem claro nossa relação. mas sei como a mídia age, não estou surpresa que Ric, tenha essa impressão errada.— O Adam, me falou que vocês tinham casado, e por esse motivo eu deveria me afastar.Fala neutro, seu olhar cravados no meu. fico ainda mas confusa com sua confissão, não consigo entender os motivos para Adam, fazer isso. eu sei que ele é super protetor mas... Ele passou dos limites agora! Ele não só mentiu para o Ricardo, mas como para todo mundo. E principalmente para mim, me sinto magoada por sua traição. Sinto uma dor no peito em saber que ele fez isso. ele não poderia tomar essa decisão, é a minha vida.— Eu não consigo entender, não sei por qu
Eu andava pelas ruas sem destino, abri mão de tudo por ele, e com nada acabei. Mas de uma coisa sabia, não iria pedir ajuda ao Adam. Sou adulta e tenho que aceitar as consequências de uma escolha que foi exclusivamente minha. não tenho mas esperanças, ou ilusões desnecessárias. tudo acabou hoje, nesse momento. se Ric, fosse mesmo lutar por mim, por nós. ele já deria ter despachado aquela mulher a muito tempo. Sinto meu corpo tremer com o frio e me abraço, quando saí do apartamento de Adam, não usava nada além de um vestido de tecido fino, e salto alto. Os saltos me atrapalham ao andar no chão molhado, tiro os mesmo e levo nas mãos. Vou até a floricultura dormir lá essa noite, por sorte sempre carrego a chave em minha bolsa. Mas para o meu azar meu dinheiro acabou e tenho que ir andando até lá, que nesse caso, até o outro lado da cidade. a minha sorte não muda, quão mas deprimente pode ser minha vida? quantas escolhas erradas eu ainda posso fazer? já não basta tudo que passei, por que
— Bom... eu vim comprar flores, e comprimentar a adorável Clara.Fala de forma sutil. olha para Ricardo, que permanece tenso ao meu lado. seu olhar para Maurício, é mortal. posso notar a rivalidade entre ambos, o ódio. Uma tensão se forma no ar, e sinto que nada de bom acontecerá aqui. vários pensamentos se formam na minha mente, várias perguntas me cercam. não consigo abandonar a sensação de que este homem se aproximou de mim, porque conhecia o Ric. mas seja lá o que for, trato de acabar logo com isso. se ambos começarem a brigar aqui, vão acabar destruindo a loja por inteira.— a loja está fechada, estamos em reforma. tem uma placa lá fora dizendo isso.Falo de forma neutra e passiva, ambos se olham como se fossem matar um ao outro. sinto calafrios quando Maurício, sorri e aponta. de início me assusto pensando que está apontando para mim, mas olhar para trás, vejo que seu alvo, para onde está apontando é para um jarro de flores, especificamente rosas vermelhas.— Eu sei, mas quero a
Meu coração salta ao sair do banheiro encontro um Ricardo, sem camisa só usando uma calsa de tecido fino, algumas gotas do seu cabelo recém lavado caí sobre suas costas. Em cima de uma tatuagem de anjo, com a cabeça curvada, o joelho dobrado se aponhando em uma espada. A tatuagem toma quase toda sua costas, ele está de frente para o vidro encarando o mar, com as mãos enfiadas no bolso da calsa de pijama. Não consigo tirar meus olhos dele, tudo nesse homem me atraí como um imã. por mas que a tempestade lá fora seja forte, sinto que uma cem vezes pior acaba de começar aqui dentro.— Eu sou um assassino.ouço o que ele diz, meu cérebro leva um tempo para processar. finalmente, depois de dez longos e torturosos anos, é isso que ele tem a me dizer? é isso que ele vai falar depois de tudo? eu simplesmente não posso acreditar, estou incrédula. quero rir mas não consigo ao ver sua expressão neutra, a única coisa que saí da minha boca é.— O que?faço a maior pergunta sonsa de todas, entrando
Pego mas um morango e sorrio discreta ao perceber que o mesmo me encara, pego outro morango na bandeja e levo em direção ao mesmo. Ele sorri antes de devorar o mesmo em uma mordida. Finalmente me sinto feliz por está com ele, e ter um momento só nosso. Mas sua expressão relaxada muda para preocupação, bebo um gole do meu café e encaro o mesmo séria.-Tem mas alguma coisa que não me contou?Ele suspira antes de começar a falar.-A empresa quebrou.Junto minhas sobrancelhas sem entender, mas isso é impossível.-Como uma empresa multimilionária pode falir?-Ah... quando eu disse a Olívia para "sumir", não pensei que ele sumiria com meu dinheiro.Olha para o mesmo inacreditá, como ela pode fazer isso? Acho que ela não era tão boa pessoa assim. Seguro a mão do mesmo em solidariedade.-Não se preocupa a gente vai da uma jeito.O mesmo deixa sua expressão séria e começa a ri.-Por qu...-Eu não fiquei pobre, se esqueceu que sou um mafioso, minha família tem dinheiro o bastante para sete vida