É domingo e ainda estou na cama, acho que deve ser meio-dia e está fazendo muito frio. E quem está aqui do meu lado é o meu namorado, ontem ele veio aqui depois que saiu do seu turno. A noite foi boa, pedimos comida, claro que paguei, porque o Fabricio não tinha dinheiro. Nós nos divertimos muito, demos boas risadas com uma série que assistimos na N*****x. Foi tudo perfeito. Estou muito ansiosa, não paro de pensar que é amanhã que começarei a trabalhar na Montenegro Advocacia. E meu celular começa a tocar.
Imediatamente me levanto da cama, com cuidado para não acordar o Fabrício. Vou até a minha bolsa que está perto da cama, pego o celular e coloco a mão no alto-falante para abafar o toque, saio do quarto e encostei a porta vou para cozinha. Vejo que é a Patrícia. Raios! Por que está me ligando?— Oi? Nem no domingo você me dá folga? — sussurro, dou uma espiada para o quarto ver se o meu namorado não levantou. Acho que não. Continua dormindo, que bom.— Nossa, que mau humor hein? — reclama. — Nem pra isso ele serve, melhor trocar de namorado.Vou pra cozinha, encostando na pia. Dou aquela bufada pelo comentário da minha amiga.— Tivemos uma noite ótima, tá? — digo, ela resmunga alguma coisa na linha que ignoro. — Também estou muito ansiosa pra amanhã.— Depois eu que sou ansiosa, né? — diz, me zombando do outro lado da linha. — Vem cá, você já contou para o Fabrício que você começa amanhã?— Ainda não... Mas sei que não vai gostar nadinha disso — digo, com celular no ombro enquanto estou pegando o pó de café do armário. — Por enquanto é melhor ele não saber.— O que é melhor eu não saber? — dou um salto que derrubo o pó de café na pia e o celular no chão, pelo susto que ele me deu.— Que isso, gata, está devendo? — pergunta sorrindo e se abaixa para pegar o celular que caiu. Em seguida me entrega, depois vai na pia e limpa a sujeira que fiz. Fico por um tempo observando ele.— Que foi, gata? — especula, ao se virar de frente para mim, apoiando as mãos na pia.Ele está me fitando, usando uma regata branca e uma cueca boxer preta, ele não é aquele tipo de caras fortes e malhados, pelo contrário é magro, mas um magro bem definido e com aqueles olhos castanhos levemente puxados me encarando.Como vou dizer a ele que consegui o trabalho dos meus sonhos? Pensa, Raquel! Pensa!— Raquel? Raquel? — escuto alguém me chamar, olho para Fabrício e ele faz um sinal apontando para o celular que estou segurando. Então, lembro que estou na linha com a Patrícia. Esqueci completamente.— Oi? Patrícia, estou aqui. — aponto para sala que preciso falar com a minha amiga e Fabrício balança a cabeça concordando.Saio da cozinha indo para outro cômodo, pelo menos ganho um pouco de tempo para criar coragem, para contar ao meu namorado que conseguir o trabalho.— Oi, amiga, desculpa. Aconteceu uma coisinha aqui em casa — digo, me ajeitando no sofá.— Sério? — pergunta. — O que o Fabrício aprontou agora?— Não fala assim, Patrícia! — sussurro, chamando a sua atenção. — Mudando de assunto, não sei como dizer a ele que vou trabalhar na empresa... — Inclino para frente, dando aquela espiada na cozinha, se ele não está nos ouvindo.— Garota, para de graça fala que você mandou o currículo e foi chamada. É assim que acontece quando se manda um currículo, você sabe? — ela diz em um tom de ironia.— Eu conheço o meu namorado, sei que quando contar ele não vai gostar nada. — Encosto no sofá, encolhendo os ombros. — E também ele é muito ciumento.— Raquel, minha linda, escute aqui. Isso não é ciúme e sim, posse. Você não é objeto dele, acorda! — ela fala um pouco alto, afastei o celular para não ficar surda, mas acrescenta. — E se me lembro isso é seu sonho, não? Como foi difícil terminar sua graduação, noites em claro estudando e ainda você fez de tudo para fazer aquela pós-graduação, vai desistir por conta desse traste do seu namorado?— Patrícia! — advirto.— Ok, ok. Foi mal, mas é verdade, amiga. Então fala a verdade, se ele gosta mesmo de você não vai ser contra. Ou prefere ele saber por outra pessoa? — indaga.Tenho que concordar que ela está certa. Criar coragem e contar pra ele, não posso deixar ele me controlar desse jeito.— Está bem, vou fazer isso. Obrigada.— Pra isso que servem as amigas. — sorrio. Agradeço mais uma vez e desliguei o celular.Levanto-me do sofá e vou para a cozinha, assim que entro ele está debruçado no balcão. Vai lá Raquel. Você consegue. Aproximo-me e faço um carinho no seu braço, ele olha de lado para mim, está com um semblante sério. Coloco uma mecha de cabelo atrás da orelha, quando vou dizer algo ele leva seu braço ao redor da minha cintura, vindo pra cima de mim e me beija, sua língua invade o céu da minha boca, me deixando perdida nos seus lábios que me entrego completamente.Ergo meus braços na altura do seu peito, me afastando dos seus carinhos, sei que vou me arrepender por isso. Me fita sem entender porque fiz aquilo.— Achei que estava gostando? — Leva a sua mão no meu rosto e faz um carinho, fecho os olhos sentindo o seu toque.— Fabrício, tenho uma coisa para te dizer... — Pego na sua mão e a tiro do meu rosto. — Mandei o meu currículo para a empresa Montenegro Advocacia. — Dou um passo para trás, apoiando-se no balcão da cozinha. E acrescento. — Na sexta-feira eles me ligaram e fui aceita para começar amanhã...— Uau... Que maneiro... — Força um sorriso, a voz está rouca e desanimada. Se vira dando as costas pra mim, que vai para o quarto que fecha a porta com força.Ok, sabia que não ia ser uma recepção calorosa. Mas essa atitude foi demais, me ignorando completamente. Vou atrás dele? Ele aparece na cozinha com um semblante diferente.— Olha... Sei que tenho só dado mancada com você... — Levo a mão no peito. Não diz isso, Fabrício. Tento me aproximar, ele me pede para ficar onde estou e em silêncio, balanço a cabeça que sim. — Sei que você ralou muito naquela faculdade, noites em claro estudando. Ralou mais ainda para conseguir aquele tal de pós... — Fico aqui observando, falando daquele jeito, me faz lembrar da minha amiga Patrícia. As mesmas palavras... — Trabalhar nessa empresa é seu sonho... Então, eu dou meu total apoio... — Fico sem palavras. Não estou acreditando nisso, fui pega de surpresa.Estou em choque depois do que o Fabrício acabou de dizer. Tinha me preparado para seu ataque de ciúmes... Ele está me apoiando? Não estou entendendo nada e não foi nada daquilo que a minha amiga estava falando, que ele quer me controlar... Ai, Jesus! Estou confusa...— Raquel? Está me ouvindo? — Estala os dedos na minha frente, que me faz levar um susto e o fito.— Ai, o que foi? — indago.— Estava dizendo que tenho uma mulher maravilhosa e incrível como namorada. Agora vai trabalhar na empresa... Empresa... — Ele para um tempo de falar e começa a coçar a cabeça. — Qual o nome da empresa mesmo? — Olha para mim sem graça, perguntando o nome da empresa. — Não resisto, solto um sorriso o abraçando.— O nome da empresa é Montenegro Advocacia. A maior empresa de advocacia do Rio de Janeiro — digo, meus braços estão sobre o seu pescoço.— Raquel... Você é incrível, linda, esforçada... — elogia, e sorrio para ele. — Você merece isso e mais, já eu... — Vira o seu rosto. Ah, gatinho não fala assim.— Não diz isso que chega doer o meu coração. — Ergo as minhas mãos no seu rosto fazendo ele olhar pra mim. — Você é incrível também, viu? — Beijo seu rosto, em seguida faço um carinho no seu cenho. — E que tal, mudarmos de assunto?— E quer falar sobre o quê? — Volta me abraçar. Está com um olhar diferente, gosto desse olhar.— Pensei de assistirmos um filme... — Começo a fazer carinho na sua nuca.— Filme? — Faz uma careta. — Tive uma ideia melhor. — Ergue a mão afastando uma mecha de cabelo que estava no meu ombro, jogando para trás e começa beijar o meu pescoço. — Como está frio, poderíamos voltar para o quarto... Deitar na cama...— Humm... Interessante... — sussurro, ele vai subindo e indo na minha orelha que dar uma leve mordida.Meu corpo se arrepia com o seu toque. Viro o meu rosto, ele para de morder a minha orelha, indo direto para os meus lábios, sentindo aquele gosto maravilhoso que me faz arfar na sua boca de desejo. Então ele me puxa para si, suas mãos descem indo para a minha bunda, estou apenas usando uma camisa velha de algodão cinza e uma calcinha vermelha, acabo soltando um gemido.Ele sem perder tempo me pega no colo e sem demora vai para o quarto, a porta está encostada, ele chuta a porta e me deposita na cama. Sem rodeios tira a minha calcinha e vai abrindo as minhas pernas indo direto no meu sexo. Começa fazendo movimentos leves com a língua, dando voltas ao redor do meu clitóris. Levo as mãos para o travesseiro, apertando com força, acho que percebe a minha reação e aumenta o ritmo.Puta merda! Sentindo sua língua com mais intensidade. Estou quase chegando lá, começo a rebolar o meu quadril freneticamente, ele continua sem parar o ritmo. Nessa velocidade vou gozar... E de repente ele para!Oi? Como assim? Me levanto e noto que ele está mexendo na sua mochila preta perto da minha penteadeira. Parece procurando algo. Sério? Precisava ser agora? Ele olha para mim encolhendo os ombros.— Foi mal, gata. Mas meu celular começou a tocar e precisava ver quem é — explica, se desculpando. Atende o telefone e sai do quarto. Jogo-me na cama decepcionada, é assim que me sinto. Estava perto de... E ele para?Estou com tanta raiva. Pego o travesseiro e coloco sobre o meu cenho, dou grito de raiva, depois me jogo na cama de novo. Não demora muito ele entra no quarto penso que agora vai.Sua gata está pegando fogo e vem pagar meu gostosão. Então volto abrir as minhas pernas do jeito que estava para ele continuar onde parou, deitada na cama fecho os olhos. Fico assim por tempo, acho que uns dez minutos, logo me levanto da cama e vejo ele se vestindo.Merda! Inacreditável! Tá de brincadeira, né? Saio da cama para procurar a minha calcinha, só de lembrar começo a sentir raiva de novo. Ah, Fabrício vou te matar!Fico de pé com os braços cruzados na altura do peito o encarando com o sangue nos olhos. Tem que ter uma explicação. Pelo menos isso, né? Ele se aproxima e diz que conseguiu um emprego hoje com um conhecido dele, um tal de ratão. Um trabalho de motorista. Não sei, não... Não confio nesse cara, mas o Fabrício confia nele.— Precisa ir? — pergunto, olhando para ele. — Não precisa fazer esse "trabalho", você já tem um trabalho... — Ele me corta.— Fui demitido — revela. Sentando-me na cama, fico sem ação.— Demitido? Isso foi quando? — indago, viro o meu rosto olhando pra ele.— Na sexta-feira. — Encolhe os ombros.— Mas por que não me contou isso?— Eu ia te contar hoje, mas você deu sua notícia que vai começar trabalhar na tal empresa dos seus sonhos, fiquei com vergonha em dizer que seu namorado foi mandado embora. — Se inclina para frente para pegar o tênis, que está embaixo da cama. Tadinho do meu gatinho.Faço um carinho no seu rosto. Depois calça o tênis, se levanta da cama e vai para onde está a sua mochila. Fabrício sai do quarto com a mochila nas costas, mas volta para o quarto e vem na minha direção.— Já ia esquecendo. Olha, que a cabeça a minha. — Leva a mão na testa. Ufa, que bom. Já estava achando que tinha esquecido de mim? — Tem como você me emprestar uma grana para encher o carro? — Olho para ele incrédula, após a sua pergunta. — E aí, você tem? — Fica ali esperando uma resposta.— Sim... — Solto o ar, vou para o guarda-roupa e puxo a segunda gaveta para pegar a minha carteira. — Cem reais está bom? — Vou em sua direção separando as notas.— Pode ser uns trezentos reais? — Paro na sua frente e levanto a sobrancelha. Que merda é essa?— Trezentos? Pra que tanta grana, Fabrício? — grito, fechando a carteira.— Vou trabalhar como motorista de aplicativo. Vou ter que encher o carro e comer algo, vou ficar nesse trabalho até meia-noite — esclarece, ajeitando a mochila nas costas. Fala sério. Vai ficar o dia todo fora? Poxa, eu tinha outros planos... — Tudo bem? — Meneio a cabeça que entendo ele ir trabalhar, dou o dinheiro para ele que coloca dentro da mochila, em seguida dá um beijo na minha testa e sai.Vou para minha cama e me sento, em pleno domingo, sozinha em casa e com um tremendo fogo. Só me resta ir para o banheiro tomar aquele banho, principalmente água gelada para apagar esse fogo, já que o meu namorado me deixou na mão.Que ódio que estou e não é pouco não. Fabrício, seu filho da puta. Que ódio. Dou um soco no travesseiro de raiva. É, Raquel não tem jeito, engole o choro. Depois do banho gelado, vejo algo na N*****x para me distrair... Mas vai demorar para eu esquecer isso.— Licença, senhor Montenegro, posso entrar? — pergunta Camila, responsável pelo RH da empresa.— Sim, pode sim. — Abre a porta e se aproxima da minha mesa. Estou exausto depois de uma negociação que acabei de fazer para um cliente. — Pode falar, Camila.— Trouxe o currículo para o Senhor dar uma olhada. É para vaga de secretária executiva — ela informa, me entregando o currículo.— Humm... Tomara que não seja igual à última que tive que mandar embora, ficava mais no celular do que fazia o seu trabalho. Aquela incompetente esqueceu de me avisar do julgamento de um cliente? A sorte que lembrei e cheguei em cima da hora, se não fosse isso estaria ferrado! — acrescento, irritado, enquanto analiso o currículo.— Sim, entendo — responde, sem olhar pra mim.— Interessante. Fez graduação e pós-graduação meses depois... Gostei disso, mas aqui não está falando da sua experiência? — pergunto para ela, ainda com o papel na minha mão.— Fiz uma entrevista, conversamos e ela nunca trabalhou, aqui v
Merda. Merda. Saio do banho correndo, nem deu tempo de secar o cabelo. Merda de novo. Calma, Raquel. Respira fundo, vai dar tempo. Não estou tão atrasada assim. Aproximo-me da minha escrivaninha, ligo a tela do celular para ver a hora. Faltam dez minutos, merda! Merda!Jogo o celular na cama, vou para o meu closet para ver logo essa roupa. Bora, Raquel! Não vai ficar indecisa agora, né? Coloco uma calça social preta, pego uma blusa de cetim rosa claro colocando dentro da calça para parecer séria – tentar ao menos –, agora está faltando o sapato, acho que scarpin cairia bem, mas cadê esse sapato?Droga. Esse quarto está uma bagunça, quando chegar do trabalho vou dar uma geral, parece aqueles quartos daqueles solteirões que a gente assiste nos filmes. Procuro embaixo da cama e nada. Cadê esses benditos sapatos? Então paro no meio do quarto e tento lembrar onde eu deixei pela última vez? É isso.Corro pra sala, vou para estante do lado esquerdo... Achei! Ufa, que bom. Depois eu penso com
O homem para ao meu lado, me fita por um momento. Dá para ver o seu rosto, parece cansado e com um pouco de barba que faz o quê? Uma semana sem fazer aquela barba, ao que parece? E aqueles olhos? São verdes que me deixa completamente rendida a ele, fico até sem fôlego.— Tinha que ser uma mulher mesmo pra fazer isso! — protesta, sua voz alta me tira dos meus devaneios. Continuo encarando-o. — Aposto que estava falando no celular.— O quê? Como ousa falar assim comigo? — Pego a minha bolsa que está banco do carona e saio do carro, ele dá um passo para trás quando saio do veículo. — Escuta aqui, seu filhinho de papai! — Ele levanta a sobrancelha. — Eu dirijo muito bem, ouviu? — brado, apontando o celular pra ele, me deixou muito irritada. Se aproxima e olha para a tela do telefone.— Acho que tem alguém na linha. — diz, indicando para o telefone. Olho para tela e noto que é a minha amiga Patrícia que ainda está na linha. Merda.— Alô? Patrícia? Está me ouvindo? — sussurro, virando de co
Acabo de estacionar quando estou saindo do carro, meu celular toca. Porra, quem está me ligando? Pego o telefone no bolso da calça. É a Letícia. Que diabos ela quer?— Fala, que tenho muita coisa pra resolver. Não tenho tempo para bater papo! — digo, encostando no couro do meu carro.— Nossa, que mau humor, hein? Queria saber se vamos jantar hoje? — pergunta, dou uma bela bufada.Não estou a fim de encontrá-la, tenho que resolver essa negociação de um cliente, que não está me deixando dormir à noite.Letícia é gata e uma ótima companhia, faz seis meses que estamos assim. Agora ela acha que devemos dar o próximo passo? Fala sério? Gosto muito da minha liberdade, sem mulher grudenta no meu lado. Está tão bom a nossa relação: nos vemos final de semana, transamos, sairmos e transamos de novo, volto para o minha empresa e ela para o seu trabalho como promotora.— Bruno? Bruno, está me ouvindo?— Sim, Letícia! — respondo, olho pelo vidro fumê um pálio branco dando volta para estacionar.É s
Me diz por que não devo mandá-la para o RH agora mesmo, depois das coisas que me disse? — Encaro-a que está sentada na cadeira. Ela olha para o lado, mexendo no cabelo. Está pensativa. — Ei? A senhorita ouviu o que eu disse?— Claro que ouvi, não sou surda não? — responde, olhando para minha direção. — Você... — Levanto a sobrancelha e ela se corrige. — Quer dizer, o senhor fica aí falando e não me deixa falar... — Abaixa a cabeça, cruzo os braços na altura do peito.― Então fale, estou ouvindo. — Ela levanta a cabeça e me fita. Nossa, como ela é linda essa morena.― Primeiro, sobre a batida do seu carro foi um acidente. Sinto muito mesmo. — Levanta-se da cadeira vindo na minha direção encostando no meu braço. Dou uma encarada, ela se afasta. ― Desculpa... E segundo... Sobre lhe ter chamado de um idiota engomadinho... — A corto.― Não esqueça que mostrou o dedo do meio para minha pessoa lá no estacionamento, no elevador? — Ergo a mão lembrando. Ela engole a seco.― Então... Tirando is
Saí daquela sala e fui para a minha mesa. Pelo menos nessa confusão toda não fui mandada pra casa. Me sento na minha cadeira, coloco a minha bolsa na gaveta da mesa, em seguida dou uma olhada no computador. Quando estava dando olhada, sai aquela morena da sala do "meu chefe".Está bem chateada. Logo ele sai da sala também e vem na minha direção. Meu Deus! Esse homem é muito lindo, começo sentir minhas pernas ficar bambas. Olha que estou sentada. Para na minha frente, está segurando seu paletó e a gravata.— Vou dar uma saída. Vou me trocar de roupa, se o cliente ligar, avise que vou demorar um pouco pois tive… — Para de falar e me fita. Aqueles olhos verdes me encarando, me deixa tonta. Raquel, se controla mulher! Você tem namorado! — Ah, não preciso dizer que a senhorita sabe muito bem! — Balanço a cabeça concordando. Estava saindo, lembra-se de alguma coisa e volta, indo para minha mesa.— Já ia esquecendo… Prepare a carta de contrato. — Ele disse, fico o observando. — O que foi? N
Estava indo para o elevador decido passar na sala da minha irmã para dizer que Wirley vai pegar o pro bono. A porta está encostada, afasto e entro, ela está debruçada na mesa chorando. Isso tudo por causa de um pro bono? Por quê?— Elena? – Ela me olha assustada, em seguida enxuga as lágrimas.— O que está fazendo aqui? Não tem um encontro com um cliente? — Disse com irritação, com a voz embargada pelo choro.— Vim aqui ver como você está, mas estou vendo que não está nada bem. — Puxo a cadeira para me sentar e cruzo as pernas olhando para ela.— Nossa, quem vê pensa que é um irmão muito atencioso… Só que não. — Se ajeita na cadeira, arruma os papéis sobre a mesa.— Para de fazer drama, está parecendo a nossa mãe. Você sabe muito bem que te amo e faço um possível, e o impossível pra te fazer feliz. — Digo, jogando a minha pasta na cadeira ao lado que estava embaixo do meu braço. Ela me fita, cruza os braços sobre a mesa.— Então por que não quis pegar o pro bono? — Questiona.— Estou
Acabamos de chegar no restaurante que o Wirley indicou, fica localizado em Botafogo, aqui no Rio. Ele foi muito legal comigo no caminho, conversamos muito que até tínhamos esquecidos do tempo.Fomos logo entrando ele foi falar com a moça da recepção e por sorte conseguimos uma mesa, não estava cheio o restaurante. Como cavalheiro que é, puxa a cadeira para eu sentar, coloco a minha bolsa na cadeira, depois ele se sentou ficando de frente para mim.Como ele é bonito, mas não mexe comigo como o meu chefe. Não posso pensar essas coisas. Tenho namorado. Chega o garçom trazendo os cardápios.— Sejam bem vindos ao La villa. Vão querer alguma bebida? – Indaga o garçom, me encara.— Pode pedir, não tenho noção nenhuma desse negócio. – Sussurro, inclinando para frente para ele ouvir. Balança a cabeça e volta olhar para o garçom.— Vamos querer suco de laranja, pode trazer, enquanto olhamos o cardápio. – Ele disse, o garçom anota o que o Wirley disse e sai. Fito não acreditando no que ele pediu