Pronto. Está tudo pronto aqui. Dou a volta na mesa e deixo na gaveta. Quando estava indo para a porta, meu celular começou a tocar. Só falta o Sérgio desmarcar mais uma vez. Puta merda! De novo não! Tirei o celular do bolso, de novo. Vi o número da chamada e era do fixo de casa. O que será que aconteceu?Apertei o botão para aceitar a ligação e logo reconheci a voz.— Alô, meu menino? Está me ouvindo?— Oi Maria! Sim, estou ouvindo. Tudo bem? — Pergunto, estou no meio da sala. Fiquei curioso. Por que a Maria estaria me ligando? — Comigo está bem, meu menino. Mas a sua mãe…— Minha mãe? O que aconteceu com ela? — Inquirir, ela não respondeu a minha pergunta. Começo a ficar apreensivo e acabo alterando o tom de voz. — Maria, não vou perguntar de novo, por favor, responda: O que aconteceu com a minha mãe?— Está bem, está bem! Não precisa ficar nervoso! Vou dizer… Mas você tem que prometer que não pode falar pra sua mãe que eu disse? — Ela pede. O que deve ser para eu não contar para a
Estava ali, diante da Raquel. Estava olhando para ela e pensando no que ela acabou de me pedir. Amigos? Apesar de tudo, ainda gosto muito dela… Mas a vendo assim, decidida ela quer ficar com o Bruno. Não posso a obrigar a ficar comigo…— Wirley? Wirley? — Ela me chama. Levanto a cabeça e olho para ela.— Sim? — Respondi, ela continua me fitando.— Então… Você aceita de sermos amigos? — Ela pergunta mais uma vez. Abaixo a cabeça e penso por um minuto. Depois levanto da cama e vou para seu lado, ela continua olhando para mim. Levo minha mão na sua cabeça e acaricio nos seus cabelos negros macios, noto que fechou os olhos sentindo o toque. Me inclino e a beijo. Ela abre os olhos e sorri para ela, levanta a sobrancelha.— Sim Raquel. Vai ser uma honra ser seu amigo. — Sussurro no seu ouvido. Ela se emociona, cai uma lágrima no seu rosto. Ergo minha mão no seu cenho enxugando. Logo entra a amiga da Raquel.— O que aconteceu? Ele fez algo com você? — Vem até a cama perguntando e olhando par
Um mês depoisDepois que recebi alta do hospital e fiquei um mês de licença em casa, descansando. A Patrícia ficou o tempo todo comigo, cuidando de mim. Bruno me ligava todos os dias, todo atencioso. Agora estou de volta ao trabalho. Trabalhei muito hoje. Caramba! Estou muito cansada, mas estava com saudade dessa correria.Ajudei o Bruno no seu caso com um dos clientes aqui da empresa, ver ele no julgamento foi incrível! Agora perto das dez da noite, estou terminando sua agenda de amanhã. E de repente o interfone começa a tocar. Paro que estou fazendo e vou atender.— Sim?— Por favor, senhorita Oliveira. Compareça à minha sala imediatamente! — Ordena. Respondi que sim. Coloquei o gancho no interfone, me levantei e fui para a sala do meu chefe.— Senhorita Oliveira, fecha a porta, por favor! — Já dentro da sua sala faço o que ele ordenou. Fechei a porta. Ele se levantar da sua cadeira e vem até a minha direção.Pega pela a minha cintura me puxando para si. Me beija, seus lábios tocand
Faz três anos desde que concluí a minha graduação de secretariado executivo, sem perder tempo cursei uma pós-graduação de dez meses, para poder trabalhar na área tanto de secretariado quanto de assessora empresarial.Foram longos anos de estudo e esforço querendo conseguir alcançar o meu objetivo, trabalhar na maior empresa de advocacia do Rio de Janeiro, Montenegro Advocacia. Era o meu sonho trabalhar nessa empresa.E quando eu acessei os sites de emprego e vi que estavam precisando de uma secretária executiva, nem acreditei no que estava vendo. Não podia perder aquela oportunidade, sem pensar duas vezes mandei o currículo para o e-mail do anúncio.Só precisei aguardar. Torcendo para que conseguisse essa vaga, eu estudei tanto, batalhei tanto. E Deus ouviu minhas orações, pois duas semanas depois eu tive minha entrevista. A responsável pelo RH gostou do meu currículo e a moça que fez a entrevista foi extremamente simpática. Disse que ia passar para o Sr. Montenegro o meu currículo, q
É domingo e ainda estou na cama, acho que deve ser meio-dia e está fazendo muito frio. E quem está aqui do meu lado é o meu namorado, ontem ele veio aqui depois que saiu do seu turno. A noite foi boa, pedimos comida, claro que paguei, porque o Fabricio não tinha dinheiro. Nós nos divertimos muito, demos boas risadas com uma série que assistimos na Netflix. Foi tudo perfeito. Estou muito ansiosa, não paro de pensar que é amanhã que começarei a trabalhar na Montenegro Advocacia. E meu celular começa a tocar.Imediatamente me levanto da cama, com cuidado para não acordar o Fabrício. Vou até a minha bolsa que está perto da cama, pego o celular e coloco a mão no alto-falante para abafar o toque, saio do quarto e encostei a porta vou para cozinha. Vejo que é a Patrícia. Raios! Por que está me ligando?— Oi? Nem no domingo você me dá folga? — sussurro, dou uma espiada para o quarto ver se o meu namorado não levantou. Acho que não. Continua dormindo, que bom.— Nossa, que mau humor hein? — re
— Licença, senhor Montenegro, posso entrar? — pergunta Camila, responsável pelo RH da empresa.— Sim, pode sim. — Abre a porta e se aproxima da minha mesa. Estou exausto depois de uma negociação que acabei de fazer para um cliente. — Pode falar, Camila.— Trouxe o currículo para o Senhor dar uma olhada. É para vaga de secretária executiva — ela informa, me entregando o currículo.— Humm... Tomara que não seja igual à última que tive que mandar embora, ficava mais no celular do que fazia o seu trabalho. Aquela incompetente esqueceu de me avisar do julgamento de um cliente? A sorte que lembrei e cheguei em cima da hora, se não fosse isso estaria ferrado! — acrescento, irritado, enquanto analiso o currículo.— Sim, entendo — responde, sem olhar pra mim.— Interessante. Fez graduação e pós-graduação meses depois... Gostei disso, mas aqui não está falando da sua experiência? — pergunto para ela, ainda com o papel na minha mão.— Fiz uma entrevista, conversamos e ela nunca trabalhou, aqui v
Merda. Merda. Saio do banho correndo, nem deu tempo de secar o cabelo. Merda de novo. Calma, Raquel. Respira fundo, vai dar tempo. Não estou tão atrasada assim. Aproximo-me da minha escrivaninha, ligo a tela do celular para ver a hora. Faltam dez minutos, merda! Merda!Jogo o celular na cama, vou para o meu closet para ver logo essa roupa. Bora, Raquel! Não vai ficar indecisa agora, né? Coloco uma calça social preta, pego uma blusa de cetim rosa claro colocando dentro da calça para parecer séria – tentar ao menos –, agora está faltando o sapato, acho que scarpin cairia bem, mas cadê esse sapato?Droga. Esse quarto está uma bagunça, quando chegar do trabalho vou dar uma geral, parece aqueles quartos daqueles solteirões que a gente assiste nos filmes. Procuro embaixo da cama e nada. Cadê esses benditos sapatos? Então paro no meio do quarto e tento lembrar onde eu deixei pela última vez? É isso.Corro pra sala, vou para estante do lado esquerdo... Achei! Ufa, que bom. Depois eu penso com
O homem para ao meu lado, me fita por um momento. Dá para ver o seu rosto, parece cansado e com um pouco de barba que faz o quê? Uma semana sem fazer aquela barba, ao que parece? E aqueles olhos? São verdes que me deixa completamente rendida a ele, fico até sem fôlego.— Tinha que ser uma mulher mesmo pra fazer isso! — protesta, sua voz alta me tira dos meus devaneios. Continuo encarando-o. — Aposto que estava falando no celular.— O quê? Como ousa falar assim comigo? — Pego a minha bolsa que está banco do carona e saio do carro, ele dá um passo para trás quando saio do veículo. — Escuta aqui, seu filhinho de papai! — Ele levanta a sobrancelha. — Eu dirijo muito bem, ouviu? — brado, apontando o celular pra ele, me deixou muito irritada. Se aproxima e olha para a tela do telefone.— Acho que tem alguém na linha. — diz, indicando para o telefone. Olho para tela e noto que é a minha amiga Patrícia que ainda está na linha. Merda.— Alô? Patrícia? Está me ouvindo? — sussurro, virando de co