Dominic Lexington
Os olhos dela estavam mais que saltados. Eu podia sentir o corpo dela se tremendo, quando me posicionei atrás e colei minha boca naquela orelha linda. – Indo a algum lugar?
– E... Eu. Eu estava tentando ir ao banheiro.
Apertei com um pouco mais de força. – Nunca minta para mim, amor. Não vai gostar de me deixar com raiva!
Segurei na mão daquela mulher, e merda... Ela era mais linda pessoalmente. Eu estava louco para levá-la para casa. Eu a queria na minha cama com urgência. Caminhei pelo salão, enquanto sentia como os passos dela eram vacilantes.– Tem certeza que vai fazer isso? – Meu caminho foi interrompido. Eu estava irritado. – Ela vai descobrir!
– Porra! Sai da minha frente. – Eu sentia os olhos dela em mim. Eu sabia que a mente estava cheia de perguntas, mas apreciei que ela as deixou dentro de sua cabeça. Todas as mulheres com quem costumava sair falavam demais.
– Sua noiva não vai gostar. Pelo amor de Deus, Dom! – O irmão dela tentou argumentar.
Que se foda tudo! Eu não tinha motivo algum para ouvi-lo. Fomos próximos há muito tempo, mas eu me pergunto se nunca vi tanta falsidade, ou se não importava na época. Eu perdi um tempo precioso. Isso era um fato.
– Eu não tenho noiva! – Praticamente gritei. Eu não costumo alterar a minha voz, mas esse assunto me tirava do sério. As pessoas ao redor estava nos encarando. Um mafioso acenou para mim, e eu podia reconhecê-lo em qualquer lugar. Fazíamos negócios há algum tempo. – Sua irmã perdeu o direito de me questionar no momento em que me abandonou. Depois que... – Fui interrompido novamente.
– Dominic Lexington! – Ele gritou comigo de volta. – Eu vou contar para ela, e isso vai ser uma merda grande. Ainda mais quando souber quem comprou essa noite...
Soltei a mão da minha acompanhante. Estávamos muito perto da porta quando a deixei livre. Um erro que eu não cometeria duas vezes. Segurei pelo colarinho do idiota e o levantei. Os pés se debatiam, tentando alcançar o chão. Sem chances. Eu sou praticamente o dobro do tamanho que ele tinha. – Nunca mais altere a voz para mim. Eu não vou aceitar isso! Eu não tenho que aceitar essas merdas dela, ou de você!
Ele acenou com a cabeça, gesticulando o sim. O salão foi preenchido por olhares curiosos. Mulheres estavam abraçadas aos seus compradores. Eu me virei, em busca da minha, e ela simplesmente tinha evaporado do meu lado. Aquilo deixou meu sangue fervendo. Regras... Nós dois precisávamos estabelecer regras... A passos largos, andei até o lado de fora, vasculhando cada centímetro daquele lugar. Merda... Eu tenho trinta e dois anos. Não tenho tempo para criancices... Procurei uma mulher que pudesse pagar, mas esse tipo de problema... Eu deveria ter ligado no disk sexo e meus problemas estariam resolvidos.
Depois de quase uma hora vasculhando todos os lugares, eu desisti. Era isso, eu caí em um maldito golpe. Não que aquele valor fizesse alguma diferença na minha conta bancária, mas, isso ainda conseguia me deixar irritado da mesma maneira.
Uma movimentação chamou a minha atenção. Meus seguranças estavam mais para o lado de fora, afinal, aquele ainda era um evento exclusivo. Havia algumas regras que eu mesmo estabeleci, e um deles era: nunca se envolva em um problema que não é seu! Me virei de costas. Estava simplesmente caminhando como se aquilo não fosse da minha conta. Por mais que a curiosidade estivesse me deixando cego, nada me faria ir até aquele celeiro pintado de branco.
O ambiente não estava escuro, e ainda assim, de alguma maneira, tornou-se obscuro. Talvez fosse a tensão. Talvez o que estivesse acontecendo naquele lugar.
– Socorro! – Uma voz feminina fez com que meus passos fossem interrompidos.
Eu simplesmente parei. Porra! Por que eu parei? Aquilo provavelmente era algo da minha cabeça. Então, me forcei a continuar caminhando.
– Alguém me ajuda. – Outro grito. Dessa vez, metade da frase parecia sufocar.
Merda... Eu nem deveria estar aqui. De toda forma, eu me virei. Mal conversei com aquela mulher, e já sabia que a voz vinha dela. Cinco segundos de alívio, por perceber que ela não tinha uma voz fina e anasalada que me causaria dores de cabeça por um ano. Já bastava o... Eu senti a saliva descer como pedras. Odiava pensar sobre o assunto. Então, qualquer coisa para distrair a minha mente pareceu válido. Qualquer coisa... Eu só me vi parado, diante do celeiro. Espalmei a mão contra a porta, e o barulho estrondoso que fez ao abrir acabou com qualquer chance de que eu passasse despercebido. Não que fosse esse o propósito.
Pescoços foram entortados para me olhar. Homens armados estavam posicionados em alguns lugares estratégicos. Eu não demonstrava medo, embora aquilo não fosse algo do qual eu via todos os dias há algum tempo. Eu tenho alguns negócios que, digamos, não são tão corretos.
– Dominic... – Um homem me chamou, e sua voz se perdeu pelo eco daquele ambiente que parecia bem hostil.
– Cavalieri... – Eu o conhecia muito bem. Traficante, mafioso, e um filho da mãe arrogante que matava qualquer um sem pena.
Eu costumava ser assim...
Ele andou na minha direção. A arma dele fora abaixada, e agora, repousava ao lado do corpo, mas ainda balançava conforme os movimentos dos braços dele faziam ao andar na minha direção. Nós estávamos ali, frente a frente. Nos encarávamos há quase um minuto, mas nenhum disse uma palavra.
– Ah, seu desgraçado! – Ele me abraçou, deixando a tensão de lado.
Deixei dois t***s nas costas do desgraçado, sem me dar conta do quanto senti a falta do imbecil. – Filho da mãe. Não me disse que estaria aqui!
Eu desviei os olhos por cinco segundos, apenas para me certificar de que ela estava bem, e aqueles olhos castanhos me atingiram como um soco. Porra, eu não conseguia parar de desejá-la, por mais que a desse como perdida.
– Muito ocupado. Sabe como é... – Ele riu. – E as mulheres?
– Vão bem. Sabe como é... – Parafraseando a frase dele.
– Ah, sei... Sei como é...
– O que estão fazendo?
– Ah, nada de mais. Eliminando ratos... Você sabe bem. Essa garota aí...
– Entendo. – Passei meu braço por cima dos ombros dele, interrompendo a porra da informação que eu sabia que ele diria agora, e Cavalieri andou ao meu lado, quase saindo do celeiro. – Acontece que eu acabei de comprá-la...
Ele me encarou. Parecia surpreso. – Não sabia que a vadia tinha sido leiloada. – Mas o olhar dele continha algo mais. Era surpresa... – Você a comprou? Você nunca gostou dessa merda. Fora que você não qui...
Interrompi novamente.
– Eu mudei de ideia quando a vi. Tem que admitir que não se encontra algo assim tão facilmente...
– Isso é... – Ele lambeu a boca quando a encarou. E por alguma razão, aquilo fez meu estômago embrulhar. Que merda é essa?
– Eu a quero! Eu paguei bem caro.
– Cara... – Ele pareceu tenso. – Não vai dar. Tenho que matá-la. Sabe como é... Ordens do cara lá de cima!
Eu não parava de arfar. Meu peito subia e descia. Estar ajoelhada no chão duro fazia com que meus joelhos se ferissem. O vestido não estava me ajudando em nada, e os homens ao redor me olhavam com curiosidade. Se soubesse que havia homens do lado de fora, jamais teria tentado fugir. Eu conhecia as regras. Eu fui burra. Havia um preço para cada erro que eu cometia, e eu pagaria bem caro por eles agora.Meus olhos se fecharam, esperando pelo pior. Eu, no fundo, rezava para que aquilo fosse muito breve. Já vi coisas na minha vida sofrida, e definitivamente, esperava que pudesse passar ilesa por esses homens. Uma morte rápida e limpa, sem que me usassem. Mas então, aquele barulho imenso. Eu não esperava que alguém me ouvisse. Depois de um soco no estômago, não havia motivos para pedir socorro. De toda forma, quem o faria? A quem eu queria enganar? Homens que compravam mulheres eram verdadeiros cretinos, e nunca se importariam comigo.Mas, como se por um milagre, aquele homem entrou. Ele p
Baby Ortiz.Eu fui praticamente jogada para dentro de uma Mercedes preta. Meu comprador me enfiou ali sem qualquer cuidado, e isso fez a droga da fenda do meu vestido se rasgar ainda mais. Eu podia tê-la decido, se as minhas mãos não estivessem presas para trás das minhas costas. E aliás, estava doendo. Até demais.Ele se sentou ao meu lado, e aquela figura masculina preencheu o ambiente. Ele era enorme, e eu já estava começando a imaginar como seria dormir com ele. Se deitasse sobre mim, bom, eu acho que me esmagaria. Se eu ficasse em outra posição... Eu não sei, eu estava com tanto medo.O carro começou a se mover, e eu não contive a vontade de olhar para trás. Os homens armados ainda encaravam o carro, e eu exibi a língua. Infantil, eu sei. Mas era satisfatório irritá-los. Até que ele deu a volta e saiu daquele estacionamento. Foi sinistro para mais alguém ou só para mim?O silêncio ensurdecedor deixava-me ainda mais tensa. Eu parecia ter me esquecido de como se respirava, por que,
Dominic LexingtonCom uma ereção sincera e dolorosa, e um autocontrole que me deixou orgulhoso, me virei, sentando na posição de um rei em seu trono, e encarei a estrada. A respiração ofegante tão perto não me ajudava em nada. Eu sentia que ela estava tremendo ao meu lado. Ainda envergonhada. Sabia de todos os efeitos que eu causei nela, e sabia que seria fácil tirar aquele vestido e fazer o que eu quisesse por uma noite inteira. Eu ainda achava que deveria tê-la beijado, mas, meu controle teria ido para os infernos, e eu sabia que transaria com ela dentro desse carro mesmo. Não me importava que outras pessoas estivessem nos ouvindo. E sinceramente, não seria a primeira vez que faria esse tipo de exibição. Mas então, por alguma razão, eu me contive.Esperei pacientemente até que chegamos a minha mansão, e gentilmente desci do carro, mas, ela ainda continuou ali, tão estática e trêmula que não parecia a mesma do palco.— Desça! – Estendi a mão para ela, assim que abri a porta do carro.
Baby Ortiz Eu nem tirei a roupa, embora estivesse louca para me livrar desse vestido. As minhas vestimentas tradicionais não passavam de um punhado de trapos escuros e comportados. Chamar a atenção de homens era a última das minhas intenções.Meu estado de alerta aflorou quando ouvi passos na direção do banheiro. Tranquei a porta. Nem pensar que eu vou fazer algo com ele aqui! Ele não vai me ver nua! Não pode! Meu coração estava acelerado, e eu mesma podia ouvi-lo vividamente.Olhei para o chuveiro, ainda sem tirar as roupas, e o liguei. A água quente estava caindo aos montes, e por mais que aquilo fosse sedutor, estava mais preocupada em subir no vaso sanitário e alcançar a janela. Era alto, e metade do meu corpo conseguiu alcançá-lo. Deveria agradecer a cretina por ter me feito exercitar os braços por tanto tempo. Meu rosto já estava do lado de fora, quando olhei para baixo. Alto... Muito alto. – Merda! – E então, um segurança olhou para cima. Eu precisava mesmo aprender a ficar qu
Dominic Lexington O canto da minha boca se ergueu levemente, enquanto ela me olhava com aqueles incríveis olhos claros. Andando passos para trás, ela tentava desviar de mim. Nunca tive mulheres fugindo de situações como essa antes. Para ser bem sincero, nunca precisei conquistar alguém. Não fui o tipo de homem que teve uma vida difícil ou pobre. Na realidade, meus pais foram milionários. Me tornar bilionário e ultrapassar a fortuna dele foi uma questão de honra, e bom, mulheres são atraídas por dinheiro.— E... Eu acho melhor vesti-la! – Ela disse, apontando para a lingerie que eu joguei no chão. Ok, Baby, vamos fingir que você não quer ganhar tempo...— Claro, Baby... – Ela estreitou os olhos, e eu senti vontade de rir. A maneira irônica com a qual eu sempre falava o nome dela estava mais do que óbvia. Nossas cartas estavam na mesa. Claramente, um jogo de gato e rato. Bom, eu não seria a caça, mas ela seria a comida, com certeza. A segurei pelo pulso e a puxei até que estivesse nos
Baby Ortiz. As minhas mãos tremiam tanto que pensei que fossem sair pulando do meu corpo. Eu deslizei as alças finas daquela camisola de seda nem um pouco discreta, e esperei pelo pior. Eu sei que deveria estar envergonhada, mas estava mais com medo. Meu olhar estava fixado nele em cada passo. Era como se aquele homem me desafiasse a cada segundo em que me olhava. Bom, eu não estava disposta a perder. Minha mãe havia sido uma cretina a vida inteira, mas soube me ensinar uma grande lição: Nunca desvie os olhos de um predador, ou ele te atacará em segundos. Era isso que eu estava fazendo, e acho que não estava funcionando como eu esperava que fosse.Minha respiração ofegante esperou pela reação que não podia mais ser contida. Ele pularia em mim? Me prenderia na cama? Ele seria violento como todos os outros? Mas a camisola caiu até os meus quadris, e para a sorte de uma pessoa tão desastrada como eu, minha bunda segurou aquele mínimo pedaço de pano que cobria a intimidade. Seria o cumul
Baby Ortiz Eu me sentei na cama, confusa, incapaz de entender o que estava acontecendo. Não havia mais ninguém ali, então, continuei com a roupa mal vestida. Por que ele me achava tão feia? A insegurança estava me matando.Me assustei quando a maçaneta da porta começou a se mover. O lençol da cama foi a única coisa rápida que encontrei para cobrir a minha nudez. Uma pontada de alegria percorreu o meu corpo quando uma mulher jovem entrou no meu quarto.— Oh, que alívio. Pensei que fosse o Dominic.Ela sorriu. – O senhor Lexington está trabalhando no escritório. Pediu para não ser interrompido. Mas disse que deveríamos cuidar de você. Ele se preocupa, sabe? Com as garotas dele...Olhei na direção da bandeja. Estava com a barriga roncando a algum tempo, mas não diria nada para aquele cretino, ou ele seria capaz de usar isso para me chantagear de alguma maneira.— Comida? – Disse. O entusiasmo estava me matando.— Não senhora. É bolsa térmica. Sabe? O senhor Lexington disse que estava co
Dominic Lexington Quase quarenta minutos depois, aborrecido e com dor de cabeça, joguei a minha caneta por cima dos papéis espalhados sobre a mesa. Espalmei a mão e me levantei. Estava irritado. Com passos largos, andei em direção a sala de jantar. Descendo as escadas, notei que estava tudo vazio como sempre. Isso me fazia lembrar de como a Ketty nunca estava aqui também.Mesa posta. Olhei para os lados. Faltava algo. – Onde está a Baby?A minha funcionária me encarou. As mãos posicionadas em frente ao corpo, e uma seriedade que eu exigia delas o tempo inteiro. Coisas aconteciam nessa casa, e falar de mais não era uma opção. – Senhor, ela ainda não desceu para o jantar.Levantei a sobrancelha esquerda. Meu dedo massageando a minha têmpora. Eu estava cansado, e mais irritado agora. – Você avisou que ela deveria descer? – Um tom de voz que não queria dizer absolutamente nada, mas ela sabia que isso podia mudar a qualquer momento.— Sim senhor! – Um segundo, e ela parecia apertar os ol