Dominic Lexington Quase quarenta minutos depois, aborrecido e com dor de cabeça, joguei a minha caneta por cima dos papéis espalhados sobre a mesa. Espalmei a mão e me levantei. Estava irritado. Com passos largos, andei em direção a sala de jantar. Descendo as escadas, notei que estava tudo vazio como sempre. Isso me fazia lembrar de como a Ketty nunca estava aqui também.Mesa posta. Olhei para os lados. Faltava algo. – Onde está a Baby?A minha funcionária me encarou. As mãos posicionadas em frente ao corpo, e uma seriedade que eu exigia delas o tempo inteiro. Coisas aconteciam nessa casa, e falar de mais não era uma opção. – Senhor, ela ainda não desceu para o jantar.Levantei a sobrancelha esquerda. Meu dedo massageando a minha têmpora. Eu estava cansado, e mais irritado agora. – Você avisou que ela deveria descer? – Um tom de voz que não queria dizer absolutamente nada, mas ela sabia que isso podia mudar a qualquer momento.— Sim senhor! – Um segundo, e ela parecia apertar os ol
Dominic LexingtonUma gargalhada sincera deixou o fundo da minha garganta. Eu sabia que ela estava envergonhada, e começando a ficar com a pele vermelha, mas eu não conseguia me controlar.— Você pensou que... – Interrompi, entre uma gargalhada e outra. – Por Deus, Baby. Isso não pode estar acontecendo.Ela estava brava. – Não ria de mim, senhor grande cretino! – Exigiu.Eu fui incapaz de cumprir essa demanda dela. – Não tem como você ser tão ingênua, “Baby”. – Minha pele havia se tornado um pouco vermelha também. E mesmo com a dor de cabeça me matando, não havia formas de conseguir parar de rir dela.As bochechas e o colo estavam rosados, e eu não conseguia tirar os meus olhos disso. Porra, baby...Dois minutos depois, limpei uma lágrima solitária no canto do meu olho e substituí o meu sorriso por um semblante gélido e sem sentimentos.— Baby.— Sim? – Ela perguntou, mostrando os dentes, como se estivesse com medo de algo.— Deite na cama!— Por que? – As mãos dela começaram a tremer
Baby Ortiz.Ele ainda segurava a minha mão quando descemos pela escada daquela casa estupidamente grande. Eu estava rezando mentalmente para ele não sentir os pequenos choques enviados de mim para ele, mas algo me dizia que as minhas preces não foram atendidas. Por que outro motivo ele me olharia como se fosse me devorar a cada cinco minutos?Chegamos à sala, e a mesa já havia sido posta. Eu olhei algumas opções. Sinceramente, não me lembro de alguma vez que tenha comido tanto, o que, é claro, me fez pensar em alguém me esperando em um pequeno apartamento no subúrbio em Newark.— Pensando em alguém, Baby? – Aquele homem me encarou como se pudesse adivinhar os meus pensamentos.Isso me deixava cada vez mais intimidada. A última coisa de que precisava, era que ele soubesse o risco que corria ao me colocar dentro dessa casa. Eu nem deveria estar aqui, para falar a verdade, e agora, tinha que achar uma maneira de sair sem que ele me odeie.— Você comprou somente o meu corpo. Meus pensame
Dominic LexingtonMeu corpo quase cobriu aquela mulher pequena, sentada na cadeira que já estava vazia a um bom tempo. Eu senti o corpo dela estremecer quando toquei seus ombros. De alguma maneira, minha pelve batia na altura da parte de trás da cabeça da Baby. Parecia tão tentador quanto parecia, e provavelmente em outras circunstâncias, um talher seria a última coisa que eu estaria segurando. Mesmo assim, me inclinei sobre ela, e merda, eu precisava me dobrar bastante e de um jeito desconfortável para ensiná-la.— Comece com esse sempre que for salada... Indiquei, tocando as mãos aveludadas que seguravam o garfo agora.Ela tinha um olhar bastante curioso, como um filhote aprendendo sobre o mundo. Eu adorava isso, e justamente esse fato tornava tudo frustrante. Eu não precisava me envolver com mais ninguém, depois do que aconteceu com a minha ex noiva.Ela sorriu pela primeira vez, como se entendesse cada uma das minhas explicações. E por um segundo, o rosto girou até que alcançasse
Baby Ortiz.Eu poderia dizer que dormi como um bebê. A cama era a mais confortável que eu já tive na vida. O quarto tinha um cheiro gostoso de limpeza, mas a minha mente não estava limpa. Minha vó é testemunha do quando eu odeio os toques. No entanto, aquele beijo me afetou. Eu senti como se os meus pés saíssem do chão, e eu pudesse flutuar. Era como nadar pelada em uma cachoeira de água quente. Distorci meu rosto logo depois dessa sensação, e não era ofensivo que ele tivesse me beijado. O problema foi ter imaginado que ele também estava pelado na minha cachoeira. E eu não queria nenhum homem pelado na minha frente de novo.Me esgueirei da cama, forçando meu corpo a sair daquela montanha de lençóis brancos que baguncei completamente sozinha, porque aquele maldito beijo não me deixou dormir, e andei em direção ao banheiro. Uma hora depois, eu havia feito todas as higienes matinais. Andei em direção ao armário, analisando aquelas roupas feitas para mulheres esqueléticas, e rasguei alguma
Dominic LexingtonEla ainda usava as minhas roupas quando se sentou ao meu lado. Uma das minhas funcionárias mais jovens estava logo a frente. Eu não sei comprar roupas para mulheres, isso era um fato.Baby continuava com aquele semblante assustado, principalmente a cada vez em que eu resolvia atender a uma ligação de trabalho. O que me fazia pensar se ela estava preocupada com a separação quando eu a deixasse para resolver tudo sozinha, ou que eu a entregasse aos italianos depois de dois belos olhos roxos... Bom, nem eu entendia bem o que estava fazendo, mas ok, eu ainda estava aqui.— Para onde vamos? – Ela rompeu o silêncio quase dez minutos depois. Parabéns, Baby, devem ter sido algum tipo de recorde... Deveríamos contatar o Guiness Book agora mesmo ‘Minutos máximos em que a Baby não me interrogou’. Mas vamos ser sinceros, a quem eu queria enganar? Havia algum tipo de satisfação em deixá-la irritada. E aquela vermelhidão contrastando com os pequenos pontos escuros no rosto eram a
Baby Ortiz UmGrandeCretino!Que droga. Eu olhei para o centro da cidade. Nem fazia ideia de que estaríamos aqui. Quando ele praticamente me obrigou a entrar no carro, antecipei cada movimento que faria para fugir no momento em que a porta se abrisse. Eu tinha certeza de que meu destino estava selado, e bum, lojas? O que ele queria me assustando desse jeito? Em breve, eu não teria mais coração para tantas merdas acontecendo ao mesmo tempo.— Você é mesmo um grande cretino, sabia? – Eu ainda estava sentada no carro, e não me atrevi a virar na direção dele, considerando a última coisa que aconteceu. Ele havia finalmente soltado o meu braço, e toda aquela sensação de que ele me beijaria desapareceu. Mas, por alguma razão, isso me incomodou. Será que alguém pode me trazer um atestado de loucura?Ele me olhou como se os meus pensamentos pudessem ser lidos, e um sorriso de canto escapou daqueles lábios bem masculinos. Meus olhos desceram para a barba por fazer, e eu não me lembrava de qu
Baby Ortiz Eu segurava na mão dela, e nós corremos pelos corredores do shopping como duas adolescentes melhores amigas loucas. Ava tinha um sorriso, enquanto tentava equilibrar aquele copo de café chique que havia comprado com o cartão do Dominic. Claro que ela disse que nunca tinha conseguido comprar algo como aquilo com o salário que recebia, então eu fiz questão de dar isso a ela. Agora, nós duas colocávamos o canudo na boca, e enquanto ela sentia o gosto do dinheiro, eu tinha uma percepção um pouco diferente. Era doce, é claro, mas tinha um gosto estranho que eu não sabia identificar.Entramos numa loja, enquanto eu havia deixado o meu café de lado, a Ava continuava devorando o meu e o dela sem pensar.Uma vendedora caminhou na nossa direção. As roupas da Ava eram simples, porém arrumadas, mas as minhas... Bom, eu estava um desastre, como uma mendiga louca que invadiu a loja, especialmente se ela olhasse para os meus pés e percebesse que a calça passava bastante do limite e eu a