Você esta ferida de tantas maneiras

Baby Ortiz

Eu nem tirei a roupa, embora estivesse louca para me livrar desse vestido. As minhas vestimentas tradicionais não passavam de um punhado de trapos escuros e comportados. Chamar a atenção de homens era a última das minhas intenções.

Meu estado de alerta aflorou quando ouvi passos na direção do banheiro. Tranquei a porta. Nem pensar que eu vou fazer algo com ele aqui! Ele não vai me ver nua! Não pode! Meu coração estava acelerado, e eu mesma podia ouvi-lo vividamente.

Olhei para o chuveiro, ainda sem tirar as roupas, e o liguei. A água quente estava caindo aos montes, e por mais que aquilo fosse sedutor, estava mais preocupada em subir no vaso sanitário e alcançar a janela. Era alto, e metade do meu corpo conseguiu alcançá-lo. Deveria agradecer a cretina por ter me feito exercitar os braços por tanto tempo. Meu rosto já estava do lado de fora, quando olhei para baixo. Alto... Muito alto. – Merda! – E então, um segurança olhou para cima. Eu precisava mesmo aprender a ficar quieta. Eu entrei de uma vez, o que me fez bater a lateral do braço na parede. Absorvi o meu grito, mas, eu juro, estava xingando até a décima geração dele.

Coloquei os meus pés no chão, arranquei os saltos, e então me dei por vencida. Praticamente terminei de rasgar o vestido enquanto o tirava do meu corpo. Quem usaria uma coisa tão apertada assim normalmente? Era loucura! Senti um alívio instantâneo assim que me senti livre. Ah, as memórias de quando eu ainda era uma menina feliz e nadava sem roupas em uma cachoeira... Tudo isso se acabou.

Senti a água quente me atingir. Aquela sensação não parecia amigável, assim como o que me esperava. Mas, ao menos, aqui havia algum refúgio. Sentei no chão e deixei a água cair no meu corpo por um tempo. Talvez tempo demais. O que ele faria? Aquele homem não podia simplesmente entrar aqui, não é? Mas talvez ele se canse e decida ir dormir.

Meu rosto se levantou quando ouvi passos. – Tudo bem? – A voz rouca não parecia sedutora como antes.

— Estou bem! Estou saindo! – Gritei. – Droga... Droga, droga...

Eu desliguei o chuveiro e o ouvi rindo do outro lado. Era algum tipo de diversão sádica me ver morrendo de medo? Sai do chuveiro e me enrolei em um roupão branco. Não sabia explicar por que havia algo do meu tamanho naquele banheiro, mas, talvez fosse de costume que ele comprasse mulheres. Isso me deixou ainda mais brava. Ele poderia pensar que eu fosse um cordeirinho, mas eu sou leoa.

Abri a porta e fiquei surpresa por não o encontrar prostrado na frente. Andei até o meio e ele também não estava na poltrona. Naquele momento, o alívio tomou conta de mim. Revirei o quarto e procurei por algum lugar onde pudesse ter roupas. Quer dizer, se ele costuma trazer mulheres para esse lugar, então, deve haver ao menos alguma peça aqui. Ficar pelada parecia uma péssima ideia, mas, talvez uma camisola e um cinto de castidade fosse o bastante para me proteger.

Andei até uma porta grande de correr no canto da parede a esquerda. Meus passos largos tinham pressa para esconder o meu corpo. Mas meus pés congelaram no lugar assim que meus olhos se chocaram com os dele.  Sem camisa, aquele homem ficava ainda mais gostoso, mas ainda não era o suficiente para tirar aquele olhar arrogante do semblante dele. Que odio!

A sobrancelha dele levantou, e ele me encarou com firmeza, até que voltou a procurar por algo. – Você pode entrar, Baby!

— Não gosto que me chame assim!

Ele exibiu um sorriso encantadoramente arrogante, e eu quase caí... O rosto se virou na minha direção, e aquele olhar penetrante me sufocou quando observou o roupão levemente aberto na altura dos meus seios. O fechei no mesmo instante, e ele arqueou a sobrancelha. – Não é esse o seu nome?

Pisquei algumas vezes. Eu quase ri disso. Claro que era o meu nome, agora..., mas eu não estava acostumada, e ele definitivamente não precisava saber disso. – É... Claro. – Tentei tomar algum folego. – É que eu não gosto. Prefiro Ortiz. – Ele não disse nada. Meus passos eram vacilantes, mas eu fiz. Ainda precisava de roupas, e ele não faria nada comigo naquele lugar, ou faria? – Eu estou procurando por...

— Vista isso, Baby! – Ele exibiu a lingerie branca transparente bem na minha frente, pendurada no cabide, como se estivesse ali, me esperando. Os bordados sutis em tons rosados nas flores distribuídas o tornavam lindo, mas eu ainda não teria coragem de me expor assim na frente de um homem.

— Eu não vou colocar essa coisa usada em mim.

— Você vai ser a única a usar isto, eu garanto!

— Eu não vou vestir isso para você! – Fechei os meus olhos quando disse aquilo, por que notei como a forma com que ele me olhava se alterou.

Ele se aproximou novamente. Por que ele fazia isso quando sabia que eu morria de medo? Meu corpo estava trêmulo, mas eu ainda sentia meu coração palpitar sempre que ele me tocava. Eu sempre senti todos os tipos de sentimentos por homens, mas isso? Isso nunca foi o tipo de sentimento que eu nutri por algum deles.

Ele jogou aquela peça intima para trás, sem se importar aonde havia caído, e então me encarou, enfiando as mãos nos bolsos novamente. Eu só podia agradecer a minha santa por ele estar usando calças, por que eu olhei diretamente para o volume dele, e provavelmente foi um erro, por que o cretino gostou. Ele me comprou justamente para ser uma diversão, e eu estava dando isso a ele.

— Tudo bem. Você não vai precisar usar nada para o que vamos fazer agora.

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