- Ninguém que te interesse. Sai! – Gritei a última palavra.
- Não saio. – Ia a falar alguma coisa a mais, quando seu olhar foi para mesa-de-cabeceira e notou a arma. – Que medra é isto. Sai já da minha casa, garota.
- Não precisa pedir duas vezes. – Vesti a mesma roupa que a senhora Rute deu-me na noite anterior já que a minha estava completamente suja excepto as botas.
- Droga! – Falou ele, sem entender mas logo notei o seu olhar percorrer o meu corpo e imediantamente notei que estava com as suas roupas…
- Vais sair? – Perguntei esperançosa.
- Agora, é que não saio mesmo. – Falou aproximando-se de mim.
- Não, te aproximes de mim. – Falei pegando a arma.
- O quê? Como ousas desrespeitar-me? – Perguntou agora sua voz continha ira.
- Não. Estou a colocar-te no seu lugar. Quem pensas que sou? – Interpelei olhando para ele e repreendendo com o mesmo tom que usou.
- Sai daqui! – Praguejou. – Gostava de saber o que deu aos meus pais para colocar alguém como tu, aqui no meu quarto. – Falou chateado mas sem ter nenhuma verdade nas palavras que dizia.
Dei-lhe um encosto com o ombro no dele mas não saiu do lugar, só deu para notar o seu olhar surpreso. Ao sair avistei a dona Rute, vinha a subir as escadas…
- Menina, o que meu filho te fez? – Perguntou aflita.
- Bom dia, senhora. Nada. Ele não fez nada. – Fechei os olhos, a dor na ferida estava quase insuportável, ainda mais agora que estava molhada. - Não se preocupe, eu preciso de ir. Tenho que ir trabalhar. – Arranjei uma desculpa quando notei que o seu filho estava a sair e caminhar em nossa direção. Sai a correr sem esperar uma resposta. Quando cheguei à porta, notei que os dois vinham em minha direção.
- Érica! Menina. - Dona Rute chamou.
- Bom dia. – Cumprimentei a senhora que parecia simpática. - As minhas chaves e o meu capacete? Por favor. – Busquei olhando para uma senhora que estava de pé no inicio da escadaria.
- Aqui menina. – Apontou para um móvel longo do lado esquerdo da escadaria.
- Obrigada! – Agradeci à senhora que me deu um simples sorriso. - Desculpe Senhora Rute! Preciso de ir. Aqui não é o meu lugar, nem deveria ter dormido aqui. Mas obrigada pelo carinho. Entrarei em contato para falar com o Senhor Alexandre.
- O que queres falar com o meu pai? – Interpelou arrogante.
- Nada que seja da tua conta. – Respondi-lhe do mesmo jeito.
- O que se passou entre vocês dois? – Perguntou Rute desconfiada olhando para seu filho e depois em direção a mim.
- Nada! – Respondemos os dois enquanto eu abria a porta e eles moviam-se em minha direção. Ao subir em cima da mota e colocar o capacete…notei o olhar do idiota estupefacto.
- Ela tem uma mota? – Perguntou ele à sua mãe.
- Tem! Porque? – Respondeu notando que a rapariga chamou a atenção do seu filho.
- Não comeces mãe. Não agora. – Falou irritado sabendo o que sua mãe queria dar a entender.
- Não me fales nesse tom, Jason! – Reclamou a sua mãe olhando para ele como fazia quando o mesmo fazia asneira na adolescência.
- Nada, não fiz nada aquela insolente – Falou alto, descontrolado e desconfortável lembrando-se do que aquela mulher fez.
- Nada? A menina saiu daqui rápido demais, para não teres feito ou dito nada, Jason Philippe. – Apontou sua mãe com um ar severo, vendo a jovem sair pelos protões da propriedade em alta velocidade. – Meu Deus! Ela ainda vai ter um acidente.
- Droga! – Falou fazendo sua mãe olhar para ele. – O quê? Ela ainda anda a mais velocidade do que eu. – Explicou com um brilho nos olhos.
- Jason Philippe. Ela não é como as tuas amigas. – Avisou sua mãe, entrado dentro da mansão. Jason suspirou, entrando logo atrás da sua mãe.
- Rebequinha, precisas de ir a algum lado? – Perguntou ele à senhora que era como uma mãe para ele.
- Não menino. – Disse a senhora com um sorriso. – Vou falar com tua mãe, matar as saudades de uma boa conversa. – Avisou já caminhando para a parte exterior, o jardim.
- Bem, vou para o meu quarto. – Informou subindo as escadas.
….....
- Rebeca, o que achaste da cena que se passou agora há pouco? – Perguntou Rute à sua amiga. A família Fonseca tinha o hábito de tratar a qualquer pessoa com simpatia, não importava quanto a sua carteira continha.
- Acho que o menino Jason, encontrou alguém que lhe faz frente. – Disse ela sentando-se ao lado da sua antiga patroa.
- Bem, eu gosto muito do meu filho… - Suspirou. – Mas ele tem um feitio, e este hábito de andar sempre com uma mulher diferente já está a enervar-me tanto a mim como a seu pai. – Lamentou pois há quase cinco anos o seu filho destruía-se pensando que estava a fazer o bem para ele próprio.
- Acho que ele vai aprender. – Disse com um sorriso. – Esta jovem, não é alguém que baixa a cabeça. Pelo contrário, parece que não se abre para ninguém, assim como nosso menino. – Falou tocando na mão da mãe de Jason.
- Por falar nele. Onde está este filho desnaturado? – Perguntou com um sorriso.
- No quarto. Possivelmente a destrui-lo porque a garota feriu o seu ego de conquistador. – Respondeu. Rute levantou-se e saiu de encontro ao seu filho amado.
- Mas quem ela pensa que é? – Pensou para ele.Ao entrar no quarto notou que o ambiente cheirava aos seus produtos de higiene, a cama feita e um elástico em cima de um dos seus móveis. Imaginou se a cama tinha o cheiro daquela mulher que desafio-o e não se importou com o seu charme ou ego masculino, pelo contrário.- Filho? Posso entrar? – Pediu sua mãe do outro lado da porta.- É claro mãezinha. – Deu confirmação para o pedido.
Antes dos dois enamorados os apanharem caminharam em silêncio para o interior da sala dando inicio da primeira dança. Jason que entrou percorreu o olhar à procura de uma certa mulher que o enfeitiçou à primeira vista. Quando viu parou um segundo, observando-a que ela tinha tatuagens, mais uma coisa em comum mas o que lhe fez arregalar os olhos foi a enorme cicatriz que tem nas costas atravessado a tatuagem que ela tem no mesmo lugar, acompanhada por outras mais pequenas que não eram tão perceptíveis como aquela. Sorriu, para ele só mostrava-lhe que a jovem mulher tinha uma personalidade forte, não se importava com o que lhe diziam ou para os que olhavam para ela agora sem casaco. Porém seu sorriso acabou quando notou que seu primo estava aproximando-se dela.Jason observava tudo ao longe o que ele não sabia era que sua mãe também. Ela não gostava de Edgar, ele simplesmente
- Não! Por favor. - Implorei. Isto não podia acontecer-me, não novamente.- Porque mulheres fazem-se de difíceis se todas querem o mesmo. – Sussurrou e ai percebi, que este monstro já fez o mesmo com outras mulheres.Subimos as escadas, não tinha forças para lutar. Pela primeira vez não tinha forças para lutar era como se eu tivesse a ser afogada e ao mesmo tempo com imenso sono. Uma lágrima desceu pela minha face, Edgar notando parou no caminho retirou o braço da minha cintura, eu não aguentava as minhas pernas caí no chão no corredor superior. Abaixou-se e deu-me um estalo…- Não chores. Não te atrevas a fingir-te de pudica. Sua puta. – Falou em tom assustador, levantando a mão para bater novamente.- Não…. – Fechei os olhos esperando pela bofetada sem mover mesmo que quisesse n&atil
- Oh, meu deus. Porque não me chamaram? – Resmungou preocupada.- O pai e Rodrigo o levaram da minha frente. Ela tremia, mãe. – Lamentou fechando a mão que estava livre em um punho. - Estava com medo até de mim, mas depois não sei, foi como se percebe-se que estava segura em meus braços e começou a chorar em mim. Eu não sei mãe, achei que era impossível sentir-me metade homem, mas foi assim que senti ao olhar em seus olhos. – Falou enquanto em sua face escorriam solitárias lágrimas. E pela segunda vez chorou em frente a alguém.- Meu querido, filho. Isto foi o destino que fez com que nós a conhecemos da pior forma possível, acredita. De alguma forma comigo bastou um olhar para perceber que ela era a filha que eu nunca tive a possibilidade de ter por muito tempo na vida. – Falou chorando também.- Eu não fiz nada com ela,
- Não. Preciso que desaceleres o passo parece que estás ligado a uma corrente eléctrica, calma, eu estou bem…. - Pensei um pouco, parando a fala. Fazendo-o erguer uma sobrancelha coisa que reparei que fazia quando não era obedecido. Estava mal habituado, pensei. – Pelo menos agora ao teu lado. Tu estás todo molhado. Seca-te primeiro. – Mal acabei, estava com um sorriso de orelha a orelha.- Hum, preocupada comigo? – Perguntou galanteador.- E tu não estás comigo ou isso é só para levares-me para a cama por uma noite? – Falei. Mas o sorriso de Jason
- Calma. Deve ser alguém que ficou aqui na casa dos meus pais. Está tudo bem! – Falou abraçando-me.- Oh, desculpem. Não sabia que ia estar aqui alguém. Eu só preciso de um copo de água e já saio. – Falou sem olhar para nós dois. Jason suspirou, parecia que conhecia a miúda de óculos.- Marina, está tudo bem. Nós não jantamos, não precisas justificar-te. Pega. – Falou servindo-lhe um copo de água da jarra que estava em cima da bancada.- Olá. Queres um pouco de salada de fruta? – Perguntei percebendo o olhar da rapariga para a bancada. Sorriu e assentiu. – Pega. – Disse entregando-lhe uma tigela com o que sobrou.-Obrigada. Já vou.- Não precisas de sair. Podes comer aqui connosco.- Não se importam? – Perguntou olhado de mim para Jason que continuava abraç
Arrumaram a cozinha em prefeita sincronia como se fosse algo do seu quotidiano. Dando sorrisos e beijos pelo meio enquanto completavam o trabalho. O que ambos não sabiam era que os pais de Jason estavam a vê-los. D. Rute sorria ao lado Alex, seu marido ambos espantados e esperançosos ao ver seu filho tão desapegado de todo - Jace, vamos. Para quieto precisamos dormir. – Reclamava Érica na cozinha.- Estou arrumar, só preciso descansar um pouquinho. – Falou com um sorriso bobo no rosto, abraçando a jovem que lavava as últimas peças de louça.