Aquilo foi o fim da picada para Ana. Enquanto o abusado pronunciava o apelido que ela tanto detestava. Ele se aproximou, e elevou a mão na direção do queixo de Ana, apertando sem colocar força. Os olhos de Ana o fuzilou, e retirou a mão dele do seu queixo. Com passos rápidos. Ana deixou o seu lugar que antes era de seu sossego. Mas que agora foi invadido pelo homem que adora a deixar zangada.
Vendo ela sair da biblioteca. Theo deixou um sorriso escapar. E logo sai da biblioteca indo na mesma direção que a mulher a sua frente. Rumo a sala de aula. Que para o azar de Ana. É a mesma que a sua.
Ana entrou na sala, e o atrevido entrou atrás. Ela seguiu na direção, quase que, no fundo da sala, sentando ao lado de sua melhor amiga, Alexa. Enquanto Theo, sentou ao lado do amigo Marlon.
— Você estar com cara de quem aprontou. E pela expressão no rosto de Ana. Arrisco um palpite de que você a perturbou. - Falou o amigo ao lado de Theo. E a expressão sorridente que Theo lhe olhou. Não precisava nem da resposta dele- — Cara, você não tem salvação. Por que simplesmente não diz para ela o que sente? — Eu vou falar mais uma vez! Eu não gosto dela. Entendeu agora? Marlon riu em deboche da cara do amigo ao lado. Que apenas se irritou mais. Deitou a cabeça em seguida sobre os próprios braços. E fingiu não escutar o que o amigo atrevido dizia. Um pouco atrás, na mesma sala. Alexa chamou por Ana num tom inaudível. De jeito que apenas Ana escutasse, já que a sala, em peso, estava em silêncio, prestando atenção no professor a frente, que explicava a matéria no exato momento. Ana a olhou em reprovação, mas Alexa pareceu não se importar com isso. — Theo te seguiu até a biblioteca, não foi? Você chegou aqui bem, pistola. O que ele fez? — Alexa a perguntou, enquanto se aproximava mais de Ana para não ser percebida por ninguém.— O que ele sabe fazer de melhor. Me encher a Paciência! Não sei porque esse cara implica tanto comigo.
Ana parecia frustrada. Enquanto falava, os seus olhos percorriam na direção de Theo, sentado mais adiante.
— Sabe o que penso sobre isso. Mas você não acredita em mim.
— Vamos fazer o seguinte, Alexa. Vamos prestar atenção na explicação do professor. Falou!?
— Falou! — Respondeu Alexa num tom de frustração.
Ana sempre se irrita quando o assunto é Theo. E mais quando a sua amiga insistente fala que ele só faz isso para chamar a atenção dela. Por ele ser apaixonado por ela. Coisa que Ana nunca acreditou. Ainda mais por sentir uma imensa raiva por Theo.As aulas acabaram rapidamente. Do lado de fora. Sentado no capô do seu carro. Estava Theo conversando com os seus amigos. Enquanto os seus olhos se prendiam numa única direção. Ana descendo as escadas acompanhada de Alexa.
As duas se aproximaram dos três. E Alexa seguiu até o namorado e o abraçou. Enquanto Ana ficou em um ponto, um pouco distante por constatar Theo a encarando. — Alexa preciso ir. Nos vemos depois! — Falou Ana olhando para amiga mais a frente- — O porquê de tanta pressa? Ainda temos tempo de sobra, antes de você ter que ir para o curso. Respondeu Alexa, e Ana a encarou. No seu olhar ela tentava transmitir para que só a amiga a frente percebe-se o motivo do seu desconforto. — Por que não fala de uma vez que o problema é ficar perto de mim Ana? Tá com medo de não resistir ao meu charme? Theo a olhou com um sorriso de lado. Ela o encarou com os olhos espremidos. — Resisti a você? Fique sabendo que não preciso nem me esforçar para isso! — Aí. — Resmungou Theo, levando a mão sobre o peito, fingindo dor. Ana apenas revirou os olhos. — Você perfurou o meu coração com essas duras palavras. Agora é sua obrigação me ajudar a me recuperar!— É mesmo? Que dozinha de você não é? Mas saiba que por mim, você pode até morrer! Que eu não ligo.
A resposta dada por Ana fez todos ali arregalar os olhos. Inclusive Alexa. Que estava abraçada ao seu namorado. Ana estava com um olhar sério na direção de Theo. Mas Theo não se surpreendeu. Olhou para Ana com sorriso. E a provocou mais uma vez. — Sei que só fala isso da boca pra fora! Porque sei que, na verdade, você se preocupa comigo. Minha Maria bravinha. Ana sentiu um calor invadir o seu peito. Logo o encarou com os olhos espremidos, demostrando raiva. Se virou na direção da sua amiga, com uma carranca na face. Virou as costas e deixou o local sem dizer mais uma única palavra se quer. Alexa deixou um rápido selar no namorado, se despediu do trio. E saiu dali em passos apressados atrás da amiga. Mas enquanto passava por Theo. O olhou com um sorriso sapeca na direção dele, e ele sorriu de volta. — Cara, tu tá pedindo pra morrer. — Falou o amigo Marlon ao lado, vendo Ana parecer bufar de raiva, enquanto andava ao lado da amiga. — Pensei que havia parado de perturbar ela. O que mudou? — Lucas o encarou atrás de resposta- — Nada mudou! — Respondeu Theo, intercalando o olhar em Ana e no amigo ao lado. — Nada mudou? Vem com essa. Se tá muito mais apaixonado que antes. — Relatou a ele Marlon sinceramente. — Cara fala logo que tu gosta dela. E para de agir como criança. — Não gosto da Ana! Já falei. — Theo mentiu mais uma vez. — Agora vamos mudar de assunto. Seus amigos já estavam carecas de saber que ele nutria um forte sentimento por Ana. Só não entendia do porquê dele mentir tanto, dizendo não sentir nada por ela. Do lado de Alexa, Ana estava tão irritada de uma maneira que a sua amiga nunca havia visto antes. — Calma, amiga. Foi só zoação. — Disse Alexa tentando acalmar uma Ana estressada ao lado. — Eu não suporto mais o Theo. Antes ele ficava me perturbando, pegando as minhas coisas, puxando meu cabelo. Mas agora ele tá passando de todos os limites. Por que esse cara simplesmente não para de me perseguir? Que dr oga! Não aguento mais ele. - Respondeu Ana bufando de raiva- — Odeia ele tanto assim? Realmente não se importaria se ele se for? - Perguntou Alexa, curiosa com a resposta da amiga. E Ana a encarou- — Você sabe que eu não odeio ninguém. Até mesmo esse, peste do Théo. Só que ele me tira do sério. Ele havia parado com as infantilidades dele comigo. Mas de uns dias para cá, ele voltou a pegar no meu pé. As duas seguiram caminho, enquanto conversavam sobre as infantilidades de Theo. Até por fim as duas chegarem em suas devidas casas. Na mesma rua, praticamente uma ao lado da outra.Ana chegou em casa. Subiu para o seu quarto. Jogou de lado os seus materiais. E seguiu para seu lugar preferido. Um quarto conjugado com o seu, preparado por seu pai para si. Onde ali Ana pintava seus quadros, extravasando as suas emoções na pintura. Um som ligado nas músicas que a espira. Sobre o seu corpo pequeno, o avental para proteger as suas roupas. A sua frente o “cavalete” contendo um “quadro” com a pintura de uma linda paisagem, ainda pela metade. Nas mãos a paleta de tinta, e um pincel. E do seu lado, diversos outros pincéis. Um para cada afinidade ali. Fora várias tonalidades diferentes de tintas. Ana, distraída, não viu a porta do quarto ser aberta. E a sua querida mãezinha se aproximar abraçando lhe por trás. Um beijo no seu rosto. E Ana Sorriu. — Oi, minha querida. Como foi o dia na universidade hoje? - Falou a mãe de Ana. Dona Emília, enquanto ainda a mantinha envolvida no seu abraço- — Foi bom, mamãe! Tirando um certo incômodo. — Deixa eu adivinhar. Theo!? — Exa
Com o olhar sério sem desmonstrar nenhuma impatia, o homem à frente do casal pois se a se pronunciar:— Olá! O meu nome é Gean. Trabalho como segurança do senhor Gabriel William. O meu patrão está do lado de fora, dentro do seu carro, solicitando a presença dos dois. - Falou o segurança, se pondo de pé e olhando os dois à sua frente. — Perdão, mas não podemos sair daqui agora. - respondeu senhor Bento, com os olhos franzidos. — Pelo bem da filha de vocês. Acho melhor vocês irem. - relatou Gean, sem nenhuma preocupação na voz- — O que tem a minha filha? - Emília o encarou com os olhos arregalados- — Não sou eu que vou lhe responder, senhora. E sim, o meu patrão! Sem esperar resposta, Gean saiu do restaurante. Bento olhou para a sua esposa, que aparentava angústia. E se vendo sem saída. Seguiram para fora do estabelecimento. Do lado de fora. Gabriel olhava para frente. O semblante cansado no rosto. E com uma voz desafiadora. Simplesmente disse, sem olhar os dois do lado de fora:—
Horas depois, já com os documentos assinados em mãos. Gabriel ligou para os seus guardas-costas que mantinham Ana presa. E mandou que os mesmos, levassem a garota direto para a mansão. Após encerrar a ligação, saiu do prédio junto dos pais de Ana. Emília a todo o momento chorava enquanto abraçava o seu marido, em busca de consolo. Bento, também estava desconsolado. Principalmente agora, por saber que o garoto que implicava com a sua filha, seria ele o filho do tão detestável Gabriel William. Uma raiva gigantesca se instalou em Bento. Se antes ele via Théo como um bom rapaz. Agora o detestava por pensar que o rapaz estava por trás de tudo isso. Mas o que Bento não sabia, era que nem mesmo Theo, estava ciente das loucuras que o seu pai estava fazendo. Pois se soubesse, jamais concordaria com isso. Gabriel seguiu rumo a mansão junto de seu motorista, e seu guarda-costa Gean. Enquanto o outro carro levava de volta Emília e Bento para casa. Gabriel chegou na sua mansão, com os seus hom
Theo entrou no seu quarto batendo na porta com tamanho a força. Era só o que faltava. O seu pai querer que ele se casasse com uma desconhecida. Gabriel com toda a certeza não estava bem da cabeça. Era a única explicação que encontrou para descrever o comportamento do pai naquele momento. Theo se jogou na cama frustrado, jogando os braços cobrindo o seu rosto. E nesse momento a imagem em perfeição de Ana Mayra, invadiu os seus pensamentos. Ela era uma mulher meiga que mais parecia uma adolescente, por conta do seu jeito delicada de ser. E isso era uma das coisas que gostava nela. Theo ficou ali pensando em Ana Mayra. E quanto mais pensava nela. Mais irritado ficava com o seu pai, querer fazer com que ele se casasse com uma desconhecida. A porta do seu quarto foi aberta com muita brutalidade, o assustando. Theo se levantou apressado, se sentou na cama. E viu o seu pai entrar no seu quarto, com a bengala na mão direita. Na face do mais velho, era possível constatar um semblante irreco
Théo ficou ali por mais um tempo, encarando a foto em mãos. E ao olhar no canto da tela do celular e constatar a hora. Percebeu que o horário estipulado por seu pai já teria passado uns dez minutos. Não que iria ceder às chantagens que o pai lhe fez, e se casar com a moça. Mas precisava fazer algo a respeito de seu pai querer internar uma inocente.Théo se levantou da cama com muita pressa e saiu do quarto, deixando o seu celular sobre a cama. Não teve nem tempo de fechar a porta do quarto, e saiu pelos corredores apressado. Não demorou para Théo chegar na larga escadaria que dava acesso à parte da primeira ala da mansão. Olhou para a grande porta de entrada, vendo o seu pai conversar com um homem vestido todo de branco. Na mão do homem, ele segurava uma prancheta, e o que parece. Anotava tudo o que Gabriel citava. Théo começou a descer as escadas. E sentiu um grande aperto no peito. Já imaginando ter chegado tarde demais. Pensamento, Théo. Fiquei tão entretido olhando para a foto
A arrogância de Gabriel não tinha limitis. Falou essas palavras, e Ana sentiu um arrepio tomar conta do seu corpo. Um medo de Gabriel instalou em si. Ana abaixou a cabeça e não disse mais nada. — Não fale assim com ela. O único errado aqui é você. Agora, manda ele soltar ela! — Por que eu faria isso? Você já deixou claro que não a quer. Então, o lugar dela será na clínica. — O que pretende com isso? Pelo amor de Deus. Eu te imploro. Solta ela, pai. — Se lembra do que te disse? Continua valendo!... Mas não sou paciente, como já sabe. Te dou... — Gabriel esticou o braço e aproximou o próprio pulso perto do rosto, conferindo as horas. — Três segundos! Gabriel encarou Théo. E o rapaz encarou seu pai com um fio de esperança de ele nẫo fisesse aquilo. Mas Gabriel estava decidido e preparado. — Levem ela daqui! - Ordenou Gabriel ao enfermeiro, enquanto mantinha os olhos fixos no filho- O enfermeiro pegou Ana pelos braços por cima da camisa de força. Ela se debatia, tentando se livrar
Por ordens do pai. Theo seguiu para o escritório do mesmo, para esperar por ele. Em seguida, Gabriel foi dispensar os enfermeiros. Assim que os mesmos foram embora, Gabriel voltou para o escritório. Escritório esse que ficava no andar de baixo. Poucos metros da porta de entrada e das escadas que davam acesso ao andar acima. Ao entrar no escritório, e procurar pelo filho. Gabriel o encontrou no canto do escritório, os olhos de Théo estavam presos no grande quadro que contém a foto de sua tão amada mãe, Elisa. Abaixo do quadro, uma mesa decorativa com a mesma cor da madeira do quadro. Marrom escuro, com um toque polido em marfim. Gabriel, com a sua voz grossa e autoritária, chamou pelo filho. Théo manteve-se calado e estático, olhando para o quadro de sua mãe, enquanto suas mãos apertavam a mesa decorativa abaixo do quadro. Ato feito por ele, como uma tentativa falha de acalmar. — Seu moleque miserável. Não faça de conta que não está me escutando. — Gritou o mais velho, enquanto se
Foi cerca de 23h. Ana escutou batidas vindas da porta onde era mantida presa. A voz de Théo ecoou em seus ouvidos. Estava sentada sobre a cama com os braços em torno de suas pernas. As lágrimas banhavam seu rosto. Não queria o ver naquele momento, mas ele insistia em chamar por ela. — Ana, sei que está furiosa comigo. Mas eu juro que não sabia de nada disso! O meu pai sempre foi um homem impulsivo. Mas não fazia ideia de que ele seria capaz de tanto. Tentei convencer ele mais uma vez. E... Eu sinto muito, Ana, mas... ele está irredutível quanto ao casamento. Queria muito te ver agora. Queria falar cara a cara com você. Aceitaria me ver? Por favor! Vamos conversar. Só nós dois. — Não sei se consigo te encarar agora, Théo! Eu... — Ana, por favor! — Théo insistiu, e não obteve resposta. Ficou ali parado de frente à porta do quarto por mais um tempo, respirou fundo antes de tomar uma atitude. Coisa que não fez a vida toda. O barulho de chave indicava que a porta do quarto foi destranca