#2 Recuso a acreditar que ele tenha sentimentos por mim!

Aquilo foi o fim da picada para Ana. Enquanto o abusado pronunciava o apelido que ela tanto detestava. Ele se aproximou, e elevou a mão na direção do queixo de Ana, apertando sem colocar força. Os olhos de Ana o fuzilou, e retirou a mão dele do seu queixo. Com passos rápidos. Ana deixou o seu lugar que antes era de seu sossego. Mas que agora foi invadido pelo homem que adora a deixar zangada. 

Vendo ela sair da biblioteca. Theo deixou um sorriso escapar. E logo sai da biblioteca indo na mesma direção que a mulher a sua frente. Rumo a sala de aula. Que para o azar de Ana. É a mesma que a sua. 

Ana entrou na sala, e o atrevido entrou atrás. Ela seguiu na direção, quase que, no fundo da sala, sentando ao lado de sua melhor amiga, Alexa. Enquanto Theo, sentou ao lado do amigo Marlon. 

— Você estar com cara de quem aprontou. E pela expressão no rosto de Ana. Arrisco um palpite de que você a perturbou. - Falou o amigo ao lado de Theo. E a expressão sorridente que Theo lhe olhou. Não precisava nem da resposta dele- 

— Cara, você não tem salvação. Por que simplesmente não diz para ela o que sente? 

— Eu vou falar mais uma vez! Eu não gosto dela. Entendeu agora? 

Marlon riu em deboche da cara do amigo ao lado. Que apenas se irritou mais. Deitou a cabeça em seguida sobre os próprios braços. E fingiu não escutar o que o amigo atrevido dizia. 

Um pouco atrás, na mesma sala. Alexa chamou por Ana num tom inaudível. De jeito que apenas Ana escutasse, já que a sala, em peso, estava em silêncio, prestando atenção no professor a frente, que explicava a matéria no exato momento. Ana a olhou em reprovação, mas Alexa pareceu não se importar com isso. 

— Theo te seguiu até a biblioteca, não foi? Você chegou aqui bem, pistola. O que ele fez? — Alexa a perguntou, enquanto se aproximava mais de Ana para não ser percebida por ninguém.

— O que ele sabe fazer de melhor. Me encher a Paciência! Não sei porque esse cara implica tanto comigo. 

Ana parecia frustrada. Enquanto falava, os seus olhos percorriam na direção de Theo, sentado mais adiante.

— Sabe o que penso sobre isso. Mas você não acredita em mim. 

— Vamos fazer o seguinte, Alexa. Vamos prestar atenção na explicação do professor. Falou!? 

— Falou! — Respondeu Alexa num tom de frustração. 

Ana sempre se irrita quando o assunto é Theo. E mais quando a sua amiga insistente fala que ele só faz isso para chamar a atenção dela. Por ele ser apaixonado por ela. Coisa que Ana nunca acreditou. Ainda mais por sentir uma imensa raiva por Theo.  

As aulas acabaram rapidamente. Do lado de fora. Sentado no capô do seu carro. Estava Theo conversando com os seus amigos. Enquanto os seus olhos se prendiam numa única direção. Ana descendo as escadas acompanhada de Alexa. 

As duas se aproximaram dos três. E Alexa seguiu até o namorado e o abraçou. Enquanto Ana ficou em um ponto, um pouco distante por constatar Theo a encarando. 

— Alexa preciso ir. Nos vemos depois! — Falou Ana olhando para amiga mais a frente- 

— O porquê de tanta pressa? Ainda temos tempo de sobra, antes de você ter que ir para o curso. 

Respondeu Alexa, e Ana a encarou. No seu olhar ela tentava transmitir para que só a amiga a frente percebe-se o motivo do seu desconforto. 

— Por que não fala de uma vez que o problema é ficar perto de mim Ana? Tá com medo de não resistir ao meu charme? 

Theo a olhou com um sorriso de lado. Ela o encarou com os olhos espremidos. 

— Resisti a você? Fique sabendo que não preciso nem me esforçar para isso! 

— Aí. — Resmungou Theo, levando a mão sobre o peito, fingindo dor. Ana apenas revirou os olhos. — Você perfurou o meu coração com essas duras palavras. Agora é sua obrigação me ajudar a me recuperar! 

— É mesmo? Que dozinha de você não é? Mas saiba que por mim, você pode até morrer! Que eu não ligo. 

A resposta dada por Ana fez todos ali arregalar os olhos. Inclusive Alexa. Que estava abraçada ao seu namorado. 

Ana estava com um olhar sério na direção de Theo. Mas Theo não se surpreendeu. Olhou para Ana com sorriso. E a provocou mais uma vez. 

— Sei que só fala isso da boca pra fora! Porque sei que, na verdade, você se preocupa comigo. Minha Maria bravinha. 

Ana sentiu um calor invadir o seu peito. Logo o encarou com os olhos espremidos, demostrando raiva. Se virou na direção da sua amiga, com uma carranca na face. Virou as costas e deixou o local sem dizer mais uma única palavra se quer. 

Alexa deixou um rápido selar no namorado, se despediu do trio. E saiu dali em passos apressados atrás da amiga. Mas enquanto passava por Theo. O olhou com um sorriso sapeca na direção dele, e ele sorriu de volta. 

— Cara, tu tá pedindo pra morrer. — Falou o amigo Marlon ao lado, vendo Ana parecer bufar de raiva, enquanto andava ao lado da amiga. 

— Pensei que havia parado de perturbar ela. O que mudou? — Lucas o encarou atrás de resposta- 

— Nada mudou! — Respondeu Theo, intercalando o olhar em Ana e no amigo ao lado. 

— Nada mudou? Vem com essa. Se tá muito mais apaixonado que antes. — Relatou a ele Marlon sinceramente. — Cara fala logo que tu gosta dela. E para de agir como criança. 

— Não gosto da Ana! Já falei. — Theo mentiu mais uma vez. — Agora vamos mudar de assunto. 

Seus amigos já estavam carecas de saber que ele nutria um forte sentimento por Ana. Só não entendia do porquê dele mentir tanto, dizendo não sentir nada por ela. Do lado de Alexa, Ana estava tão irritada de uma maneira que a sua amiga nunca havia visto antes. 

— Calma, amiga. Foi só zoação. — Disse Alexa tentando acalmar uma Ana estressada ao lado. 

— Eu não suporto mais o Theo. Antes ele ficava me perturbando, pegando as minhas coisas, puxando meu cabelo. Mas agora ele tá passando de todos os limites. Por que esse cara simplesmente não para de me perseguir? Que dr oga! Não aguento mais ele. - Respondeu Ana bufando de raiva- 

— Odeia ele tanto assim? Realmente não se importaria se ele se for? - Perguntou Alexa, curiosa com a resposta da amiga. E Ana a encarou- 

— Você sabe que eu não odeio ninguém. Até mesmo esse, peste do Théo. Só que ele me tira do sério. Ele havia parado com as infantilidades dele comigo. Mas de uns dias para cá, ele voltou a pegar no meu pé. 

As duas seguiram caminho, enquanto conversavam sobre as infantilidades de Theo. Até por fim as duas chegarem em suas devidas casas. Na mesma rua, praticamente uma ao lado da outra. 

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