>PATRÍCIO<
Não podia ser assim. Eu precisava ser forte, por mim e por Liz. Talvez, se ela precisasse de um tempo, fosse o melhor. Talvez, no final, isso fosse o que precisávamos para crescer, para curar nossas feridas.Talvez seja isso que preciso até encontrar Allan e conversar com ele. Esclarecer nossos sentimentos, fazer o meu filho entender que o quê aconteceu entre mim e a Liz foi coincidência, que nenhum de nós planejou tudo isso.Mas o que mais eu poderia fazer agora? O que mais eu poderia dizer? Eu estava sem respostas, sem palavras. Apenas com o vazio, com a saudade, e com a incerteza de um futuro sem ela.Eu fechei os olhos por um momento, tentando encontrar alguma forma de lidar com aquilo. Talvez eu precisasse me afastar, assim como Liz.Talvez esse fosse o único caminho para nós dois, para que pudéssemos nos reencontrar no futuro, mais fortes, mais curados.Mas, até lá, tudo o que me restava era essa dor silenciosa, esse luto não oficial pe>ELIZABETHO choro começou suave, quase imperceptível, mas logo se transformou em algo mais profundo, como uma tempestade interna que não conseguia mais segurar. Sentada na beira da cama, com as mãos no rosto, as lágrimas escorriam sem parar. O peso da decisão que tomei, do término com Patrício, me esmagava, mas algo dentro de mim, uma voz que insistia em ser racional, tentava me convencer de que havia sido a escolha certa.Eu não poderia ser egoísta.Porém, a dor, a saudade de Patrício, o vazio de não tê-lo mais perto, era avassaladora. Eu o amava com todo o meu ser, mas as palavras de Estela... a forma como ela me ameaçava de forma sutil e oculta.As dificuldades entre nós, tudo parecia me empurrar para essa decisão. Eu queria que as coisas fossem diferentes. Eu queria acreditar que tudo poderia dar certo, mas não era mais assim. Eu não sabia como o destino poderia ser tão cruel ao ponto de armar essa armadilha, mas algo tinha se quebrado, e talvez
— ELIZABETH MONTGOMERY — "Prólogo" Até onde você iria por um amor que nunca deveria ter acontecido? Eu nunca soube a resposta até conhecer Patrício... Na verdade, eu nunca procurei por ela até conhecê-lo. Antes dele minha vida era como um roteiro bem escrito: faculdade, estágios, noites silenciosas dedicadas ao futuro que eu acreditava ser o certo. Eu até tinha um namorado, mas eu nem mesmo podia dizer que aquilo era amor. Eu gostava dele? Sim. Mas amar? Acredito que era um termo um pouco forte para descrever tal situação. Mas então ele apareceu, com seu jeito reservado, seus olhos que escondiam tempestades e aquele sorriso que parecia prometer o mundo e destruí-lo ao mesmo tempo. Ele vinha com aquela intensa bagagem que prometia grandes problemas e dores de cabeça. Mas quem importa? Afinal, o amor prevalece, né verdade? Eu lutei contra isso, sabe? Tentei me convencer de que era só uma atração, uma curiosidade passageira. Mas como você foge de algo que parece estar gravado na
> ELIZABETH
>ELIZABETH<- Não é nada do que você está pensando. - Allan fala. Será que ele acha que eu sou estúpida? Ou burra? Cega, talvez?Não, não é o que eu estou pensando é o que eu estou vendo. Tenho vontade de gritar mas permaneço quieta.Em um reflexo percebo que a minha “amiga” vadia ainda está na porta e continua olhando para a sua roupa que está aos meus pés.Fico estática enquanto controlo minha respiração. O que essa mulher ainda está fazendo aqui?Ela está tentada a se abaixar e pegar, mas sabe que não é uma boa ideia no momento. Eu sempre fui uma pessoa calma em qualquer situação, não gosto de brigas e não sou de fazer barracos, e talvez eles queriam aproveitar disso, mas não agora, eu preciso extravasar toda essa raiva pela dupla traição.E ela continua parada as minhas costas.Essa vagabunda só pode estar me testando. Respiro fundo, me abaixo e pego no chão com um sorriso desdenhoso no rosto.- É isso que você quer, amiga? - pergunto com um ódio que chega a me cegar.Com fúria, p
>ELIZABETH
>ELIZABETH
> ELIZABETH< - Então vamos sair! - Bianca exclamou animada enquanto tomava um gole de seu café.Estamos, eu, Bianca e Inocência, neste momento, sentadas no refeitório da faculdade. O reitor tem quase certeza que dessa vez serei aceita no estágio, então ele sugeriu que viesse resolver pendências.Eu comentei sobre a sugestão da mamãe sobre eu arejar minha cabeça e me arrependi instantemente, agora Bianca insiste que devemos sair para nos divertir o quanto antes.Eu sei bem a que diversão ela se refere. Beijar. Beber... Transar. Esse último me preocupa um pouco, pois estou bastante nervosa com essa possibilidade.Contei para elas tudo sobre Isabella e Allan e como peguei os dois me traindo. Elas ficaram furiosas dizendo que ia cortar as bolas do meu ex e raspar a cabeça da vagabunda. Eu apenas sorria de suas maluquices.Bianca nunca foi uma fã do meu ex, muito pelo contrário, ela vai contra tudo que diz respeito a Allan. Bianca é defensora forte do time "Ele não é pra você", basicamen
—> PATRÍCIO GRAHAM <— — Mas o senhor tem certeza… de que não estou dentro dos requisitos iniciais? - a décima quinta candidata perguntou, jogando os cabelos castanhos sobre o ombro, numa tentativa ridícula de chamar a minha atenção para o decote profundo demais para o código de vestimenta que uma entrevista de emprego necessita. - Posso fazer hora extra sempre que precisar. Do tipo de serviço que está me oferecendo, senhorita Alves, eu não preciso contratar para usufruir. Minha equipe verificou os seus antecedentes, e o tipo de hora extra que fazia para os seus antigos chefes não está na lista de demandas de que um executivo como eu necessita. Apontei para a porta da sala; o choque em seu rosto só não foi maior do que a vergonha. - Minha secretária atual não vai entrar em contato com você. Passar bem. Até porque sexo não entrava nas atividades que eu precisava pagar para conseguir. - Eu… - A mulher se levantou aos tropeços nos saltos, tentando baixar a barra da saia apertada dem