CAPÍTULO 11

Emilly

— Obrigada, Neiva. — Pelo espelho, sorrio para minha cabelereira, que, além do cabelo, fez uma maquiagem maravilhosa.

— Trouxe o vestido para se trocar?

— Não, vou passar em casa ainda. — Afasto a cadeira sem muito ânimo, me sinto pesada, angustiada. Sei o que me espera nessa festa e é desgastante. Odeio os confrontos inevitáveis com minha madrasta.

Neiva fechou o salão para me atender e passou longas quatro horas fazendo minhas unhas, cabelo e maquiagem. Por isso me forço a esboçar o melhor sorriso e fazê-la sentir-se com a missão cumprida. Pego a bolsa e tiro o convite do bolsinho, estendendo em sua direção.

— Você vai, né?

Diante do convite dourado com letras bordadas, sorri, encabulada.

— Imagina, nem tenho roupa pra esse evento.

— Ah, não exagera, Neiva.

— Eu agradeço o convite, Emy, mas tenho que ficar com meus filhos.

— Eu entendo, mas gostaria muito que fosse. — Torço a boca. Imaginei que ela não fosse aceitar, mas precisava fazer o convite. Neiva tem salão em Serra dos
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