Entregando as Encomendas

Torquato Bragança, pega aquele saco de lixo de cima da mesa  com a mão tremida, com dificuldade para abri-lo, então faz um sinal com a cabeça para que seu segurança ao lado direito, venha abrir aquele saco de lixo para ele, enquanto fita Dimas que continua sorrindo,  o velho então tentando retribuir o sorriso disse:

 - Não faça isso com o teu velho amigo, meu caro! Assim eu posso acabar morrendo!  Meu velho coração já não pode mais sofrer sustos assim meu superestimado companheiro! – Asseverou. – Posso morrer! 

Dimas olhando o segurança retirar do saco de lixo que largou sob a mesa, um daqueles crânios Melecados e fedorentos e entregar a Torquato que segura o crânio tremendo, como se fosse uma bola de futebol, sorrindo ainda pensa:

- “Mesmo que eu quisesse, eu não teria tanta sorte de matar aquele velho desgraçado com um simples susto”! 

- Magnifico. – Disse Torquato sorrindo. -  - Lindo... muito lindo!

-Esse velho é louco de pedra! – Sussurra Dimas em voz baixa.

O crânio é posto por aquele segurança com todo cuidado sobre a mesa; o crânio de caninos afiados, É  da mulher de cabelos negros. Logo em seguida, o segurança tira o outro crânio de dentro do saco e põe em cima da mesa; os dois crânios estavam agora em cima daquela mesa um do lado do outro. O velho os observa um tempo em silencio, com. As mãos abertas, viradas com as palmas para baixo, em cima das pernas. Fitando aquele que esta com um buraco na testa exclama:

- Pena que esse está avariado!

- Acidente de percurso. – Ironizou Dimas.

- Vou ter que te pagar menos por esse! – Asseverou Torquato seriamente.

- O que?! – Indagou Dimas bravamente. – Tu não podes, combinamos um preço! – Esbravejou ele.

- Te trólei! – Disse o velho sorrindo para ele; fitando logo os seguranças que caem na risada. 

- Filho de uma puta!

- Calma meu caro, te pagarei certo. – Disse 

- “As vezes eu mesmo gostaria de matar esse velho maldito”! – Pensou Dimas, com um olhar ainda bravo para aqueles homens. – “Faria um trabalho bem mais rápido que aquele câncer que lhe matava aos poucos a sete anos”! – Dimas poderia acabar com o sofrimento daquele velho com um tiro, como fez com aquelas vampiras prostitutas. Não cobraria pelo serviço, e ainda de lambuja o velho seria encaminhado para o mundo dos mortos com um tiro de uma bala de prata. – “Sei que sou bem mais eficiente e mortal”! 

- Relaxa! – Disse Torquato Bragança voltando a observar aqueles dois crânios sob sua mesa. – Sabe quando vejo esses crânios volto aos meus tempos de juventude, com uma pistola na cintura, uma estaca na mão e com todo vigor para matar o quanto podia desses sanguessugas dos infernos! – Enquanto fitava dentro das cavidades oculares daqueles crânios Uma imagem em flashback se forma aos olhos daquele velho; Essa imagem parece uma foto amarelada das antigas e nela aparece um jovem homem, de porte atlético, de rosto redondo, de cabelo liso, fino, penteado da esquerda para a direita, com um bigode fino, vestindo um colete de terno social, uma camisa branca de botões, com a gravata preta voando para a esquerda, as mangas da camisa estão arremangadas até o antebraço; esse jovem  está correndo atrás de um homem velho, de cabelo branco, um manto parecido com o de um monge católico e dentes caninos pontiagudos. – Bons tempos aqueles! - Disse.- Sinto falta de poder caçar uns dentuços desses! – Ele esfrega as nãos abertas em suas pernas. - Nenhum vampiro escapava da morte quando Torquato Bragança estava na caça!

- “Uma das manias que eu odiava em pessoas  velhas, era essa mania saudosista e nostálgica de falar! Aquele velho filho da puta parecia meu falecido avô materno falando! Isso me dava sono...” Pensou Dimas inclinado um pouco a cabeça para a direita enquanto fita Torquato. 

- Agora tenho que me contentar em olhar para esses crânios sem vida que tu me trás Dimas! O tempo é cruel com homens que gostam de viver que nem nós meu afortunado amigo! 

- “Aquele velho tinha uma sorte tremenda e o desgraçado nem sábia! O fedorento tinha a sorte de que eu só matava os vampiros. Pois se fosse ao contrario eu já teria atirado nele”.  – Dimas coça a barba com as pontas do dedo da mão direita e brada: - Corta esse papo furado todo Torquato, eu só quero o meus dez mil Reais, pra sair logo  desse mausoléu maldito! – Disse. 

Torquato Bragança olha para o homem baixo  que está de pé parado atrás de Dimas, fazendo um sinal com a cabeça. O homem caminha até a mesa do velho, passando por Dimas que o encara e o segue desconfiadamente com os olhos, curvando-se um pouco aquele homem abre uma gaveta ao lado direito de Torquato e retira um envelope pardo de carta com o dinheiro para Dimas,  os dez mil combinado entre eles, pela entrega das encomendas, aqueles crânios imundo das duas vampiras. O homem baixo atira o envelope sob a mesa. Dimas aproxima-se pegando o envelope, ele abre-o e rapidamente conta as notas de cem Reais no envelope.

- Está ai Dimas, o teu dinheiro! -Disse Torquato o encarando seriamente. 

- “Eu só queria sai daquele lugar,  ir para casa , tomar umas cervejas, um banho, cheirar o cheiro gostoso daquelas notas novinhas de cem Reais e dormir até as três da tarde do outro dia. Ate por que já estava na hora de eu sair daquela mansão maldita. Os trovões e os relâmpagos haviam apertado mais, a tempestade estava chegando e eu não queria estar naquele lugar, quando isso acontecesse! ” – Dimas dá as costas para o velho Torquato, segurando o envelope na mão direita, ele começa a sair da sala enquanto agradece: -   Valeu pelos dez mil! – Ele passa pelo homem alto de terno prateado.  - Adeus Torquato!

Dimas sai da sala sendo seguido pelo homem alto. O velho Torquato Bragança fica sentado em sua cadeira de rodas, olhando deslumbrado para aqueles crânios em cima da mesa.

- É realmente magnifico. -Disse. -  - Esses crânios são lindos! 

Dimas sai da casa, e vai em direção ao seu carro enquanto começa alguns pingos de chuva. Ao chegar, joga o envelope sob o banco do carona, pega e põe a capota sanfonada presa na parte detrás do seu Simca enquanto exclama em pensamento:

- “Aquele velho realmente me dá calafrios”! - Pensou arrumando a capota do carro para não se molhar. Os relâmpagos estavam cada vez mais forte naquela noite. - “Dizem que foi esse desgraçado que matou o infame Conde Orlok ”! -  Dimas entra no carro e logo manobra e sai dirigindo para fora daquele lugar passando pelo portão. 

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