Em Casa

Dimas estaciona seu carro na garagem comunitária do condomínio que morava e corre pela chuva até o prédio que morava, com o envelope em mãos, ele abre a porta de vidro, onde tinha um cartaz feito em folha A4, escrito em preto: “Empurre” e entra se debatendo um pouco para tirar um pouco da água da chuva de sua roupa. Ele sobe os três lances de escada, já que o elevador estava quebrado pelo menos uns oito anos. Depois de algum tempo Dimas já esta dentro de seu apartamento, chaveando a porta com a mão direita, o maço de chaves havia apenas a chave do seu carro, a chave de seu apartamento e um chaveiro com a capa do álbum “Creatures Of The Night” da banda de rock KISS, sua banda de rock estrangeiro favorita, na mão esquerda ele segura o envelope com o dinheiro. Parada atrás de Dimas  sentada no piso de porcelanato branco está uma gatinha amarela, que o fitava seriamente. A luz da sala daquele apartamento Dimas vira-se encara a gatinha sorrindo e exclama:

- Cheguei Polenta. - Ele passa pega gata, joga o envelope em cima de sua poltrona preferida que ficava a frente da televisão e caminha até a cozinha, ascendendo a luz em um interruptor velho, desses cinzentos. A gata Polenta o segue, indo para a frente da geladeira duplex branca. – Está com fome né safadinha? – Perguntou sorrindo ainda fitando a gatinha. – Viu que eu trouxe dinheiro pra gente? – A gatinha apenas mia em resposta. Dimas abre a geladeira, tira um pacote de ração da ultima prateleira da geladeira e serve em um comedouro de metal para a gata, que vem e começa a comer a ração, enquanto Dimas põe a ração de volta a geladeira.

Depois de sair da cozinha, Dimas caminha ate o banheiro, ele retira a roupa a jogando no chão, liga o chuveiro na temperatura mais quente e entra pelado para baixo. Pegando o frasco de shampoo anti-caspa da soleira da pequena janela basculante, passa na cabeça, enquanto massageia a o casco da cabeça com as pontas dos dedos, ele canta “Metamorfose Ambulante” do Raul Seixas, claro um tanto desafinado, já que Dimas como cantor, era um ótimo matador de vampiros. O vaso sanitário bege fica ao lado daquele pequeno boxe com uma cortina de bolinhas coloridas comprada em um bazar barato.   

Logo após o banho vestindo um roupão de banho na cor azul céu, de mangas até o cotovelo, de regata branca , de cuecão preto, chinelos de dedos de tiras azuis, sentado em sua poltrona favorita ou melhor jogado com a metade das costas, pernas abertas naquela poltrona de couro marrom: com o braço esquerdo para fora da poltrona onde segura um cigarro acesso entre os dedos e uma garrafinha de cerveja da marca Bondnoíse de 343 Ml na mão direita. Dimas toma um gole da cerveja, enquanto a gatinha Polenta está deitada sob o colo de dele toda enrolada. A luz do apartamento está apagada as únicas luzes que iluminam aquele lugar são dos relâmpagos do  temporal que cai lá fora,  pelas janelas e da televisão que Dimas assiste. 

- “Noticias da madrugada. Agua em marte pode ser potável. Veja quem serão os presidenciáveis. E mais um caso misterioso, agora no “Jornal do Alvorecer”, que está começando”.   

Depois de comer um sanduiche feito por ele mesmo, e assistir o noticiário da madrugada e um pouco de um filme B, horrível de drama que estava passando Dimas resolve dormir, naquela noite tempestuosa. Em poucos minutos ele já deitado e dormindo um sono pesado, em sua cama de ferro roxa,  com uma parte do corpo coberto com um cobertor xadrez, amarelo e azul. No lado esquerdo da cama tem um criado mudo de madeira de cor marfim com um celular Smartfone cinzento, com a tela apagada, que sob do envelope com o dinheiro dentro. O quarto está bem bagunçado com garrafas de cerveja e roupas pelo chão, Os chinelos estão ao lado direito da cama, onde a gatinha Polenta está deitada. 

O sol amarelo, o céu bem azul e com poucas nuvens, nem lembrava a noite tempestuosa que tinha dado. O celular sob o criado mudo em cima do pacote de dinheiro, está despertando ao meio dia. Dimas desliga o despertador e senta-se na cama; ele fica um tempo fitando os chinelos enquanto despreguiça-se. 

- “Mais um dia começando em minha vida. Acordar ao meio-dia era um vicio que eu tinha, talvez mais que as mulheres, as cervejas e os cigarros”.

Dimas levanta-se e caminha arrastando os chinelos dos pés até o banheiro. Logo fitando-se no espelho do banheiro com a escova de dentes verde na mão direita, a boca cheia de espuma do creme dental, o rosto está com gotículas de água, pois  havia há pouco lavado o rosto. Mesmo assim o olhar é de sono, pois sempre acabava dormindo menos do que precisava;  os olhos com as bolsas embaixo, inchados, um pouco fechados.  

- “Talvez eu devesse, mudar de vida, parar de ser sedentário, começar acordar cedo para caminhar, correr e fazer exercícios”. – Pensou. – “Parar de beber, fumar e arrumar uma mulher para casar novamente”. – Dimas larga a escova dentro de um copo de plástico sob a pia do banheiro, junto com o creme dental.  Ele seca o rosto na toalha de rosto vermelha ao lado direito do espelho. – “Não”! 

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