Dias depois...
Dias depois que perder meu pilar, minha vida ainda se encontra em grangalhos, ainda não conseguir entrar em casa, mesmo tendo dona Flor e o delegado Tavares ao meu lado, não consigo entrar, não consigo nem chegar perto de lá, o delegado ainda não descobriu nada sobre o homem que ofereceu proposta de compra do sítio, segundo ele, esse homem deve ter alguma ligação com o assassinato de minha avó e se realmente ele estiver certo, em algum momento ele aparecerá com uma nova proposta.
Seguindo esse rumo, ele realmente deve está certo, a casa já está limpa, doei todos os movéis, inclusive os animais, alguns fazendeiros não quiseram aceitar e sim comprar, segundo eles não era justo comigo e o dinheiro poderia me ajudar. Aceitei, mas por que eles insistiram muito, mesmo dizendo que tinha uma poupança razóavel, ainda assim eles se dividiram e compraram todos os animais.
Decidir que essa cidade não me cabe mais, não há mais nada para mim aqui, prometi a minha avó que iria me cuidar e que ela se orgulharia de mim, é isso que vou fazer, vou deixar tudo para trás, vou embora. Não falo com ninguém, nem mesmo com o delegado ou dona flor, deixo apenas uma carta explicando os motivos de ir embora, digo que não consigo mais ficar, deixo que claro que ele me prometeu que o assassinato de minha avó não ficaria impune e iria cobrá-lo de onde quer que esteje.
Arrumo minha pequena mala, ainda sem rumo, acho que vou para o Rio de Janeiro, minha avó amava o mar, sempre que podíamos íamos dá um mergulho no mar, a viagem era longa, porém satisfatória, voltávamos renovadas. E é com o sentimento de esperança que embarco nesse ônibus, pretendo nunca mais voltar nessa cidade onde meu coração foi desdaçado mais de uma vez.
A viagem até a rodoviária não é longa, leva apenas 30 minutos, de lá viajo por 8 horas até o aeroporto de Aracaju, e viajo mais 2 horas e 25 minutos até a cidade maravilhosa. Durante todo o trajeto choro, algumas pessoas pergunto se estou bem, ai tenho que explicar o motivo do choro, acabando fazendo outras pessoas chorarem também.
Por volta de 6 da tarde chego no Rio, sem rumo, pois não sei pra onde ir. Apanho celular da bolsa e pesquiso (lugares seguros para se ficar no Rio de janeiro) parece até leseira da minha parte, mas aparecem tantos hotéis, pelas imagens são hotéis caros, apesar de ter algum dinheiro, não posso me dá ao luxo de sair esbanjando, como dizem ''o dinheiro não aguenta desaforo'' e é exatamente isso que faço procuro por pensões e pousadas, nessas pesquisas acabo por achar uma pousada bem charmosa, e com preço acessível, rapidamente baixo o app da Uber, coloco o endereço da pousada e torço para que dê tudo certo.
Logo o motorista do app chega, a viagem é um pouco longa mais por conta do trânsito, em pouco mais de 40 minutos estamos em Copacabana, no Solar Hostel, aparece aconchegante, já havia feito a reserva pelo internet, e agradeci aos céus por isso, pois assim que coloquei os pés na recepção a moça diz que não há mais vagas, o que não me surpreende pois estamos em Dezembro, o natal é daqui a três dias, então os hotéis, pousadas ou pensões com certeza estarão lotadas.
- Desculpe moça, mas já tenho reserva - explico ela assente.
- Identidade - pede.
- Entrego a ela meu Rg, ela digita no computador e olha pra mim, já sei o que vai dizer.
- Você é menos - conclui.
- Sou emancipada, pode vericar, cpf - digo e assim ela faz, no instante seguinte ela me entrega uma chave.
- Café da manhã é as 7 até 8, nesse folheto contém informações sobre refeições e condutas, se for ficar mais dias além do reservado, informar com 1 dia de antecedência por favor - diz me entregando um papel.
- Ok.
A moça me guia até meu quarto, ao entrar me deparo com um quarto até que aconchegante, guardo minha mochila em um armário que há ali, não trouxe muita coisa apenas algumas peças de roupas, documentos importantes e um par de sapato,
Me sinto muito cansada, estou com fome, mas sem forças para procurar algo pra comer, então o que me resta é tomar um banho e me jogar na cama, durmo a noite inteira e quase o dia inteiro seguinte, só acordo por que a moça da recepção vem verificar se estou viva, pois apenas entrei no quarto, ela não me viu sair nem pra comer.
- Oi - digo ao abrir a porta e me deparar com a moça da recepção.
- Graças - ela diz aliviada - olha garota aqui não é permitido uso de drogas ouviu bem? - por um momento acho que não ouvi direito.
- Oi?
- Vim verificar se você estava viva, já são quase 20 horas, e em nenhum momento vimos você descer pra comer - explica, agora entendo, ela acha que passei a noite de ontem e hoje me drogando, pelo amor de Deus, será que não se pode nem mais dormi.
- Pode ficar despreocupada, não sou usuária de drogas, só estava dormindo mesmo, se quiser pode entrar e verificar - abro caminho para que entre e assim ela faz, atestando que realmente estou dizendo a verdade.
- Desculpa - pede meio envergonhada - mas estava realmente preocupada.
- Sem problemas entendo seu ponto.
- Olha se quiser comer o jantar ainda está sendo servido - diz e minha barriga ronca alto no mesmo momento, nós duas rimos.
- Ok, já desço - digo e fecho a porta.
Não consegui ficar brava com ela, pois realmente a deixei preocupada e gostei do gesto de vir me verificar. Sigo seu conselho, tomo um banho rápido e desço para comer algo, a comida estava boa, nunca tive frescura para comer, minha avó me ensinou a comer de tudo, só de pensar nela, meus olhos enchem de água, respiro fundo e termino meu jantar.
Dormir por quase dois dias e ainda me sinto cansada e com sono, por isso subo novamente e volto a dormi, dessa vez acordo cedo, as 6 estou de pé, admirando o dia, que por sinal vai ser ensolarado, RJ é uma cidade de clima tropical, não sei muito o que fazer por aqui, por isso decido ir perguntar a moça da recepção.
- Olá Bom dia - digo ao me aproximar dela.
- Bom dia mocinha, acordou cedo hoje, achei que fosse ibernar novamente - e com esse comentário ela me arranca uma risada sincera, a primeira de muito tempo.
- Também pensei - rio - mas não, o que se tem pra fazer nessa cidade em fim de semana? - pergunto ela me olha de cima a baixo, faço o mesmo que ela em mim mesma.
- Bom você precisa de um solzinho, tá parecendo a mortiçia adamms - gargalho - nunca veio ao Rio?
- Já - recordo-me de quantas vezes estivemos aqui, a moça percebe algo.
- Você está bem?
- Sim - a moça assente.
- A propósito me chamo Carolina, mas pode me chamar de carol - apresenta-se.
- Lia - aperto sua mão.
- Vou seguir seu conselho - digo já ajeitando a mochila na costa.
- Certo, vá em segurança - diz e aceno em concordância - ei... - grita já longe - não esqueça de se alimentar, vi que não tomou café da manhã - diz e sorrio de seu zelo, ainda se pode encontrar pessoas gentis nesse mundo.
Estou perto da praia de Copacabana, o lugar onde minha avó amava visitar, como é nostálgico estar neste lugar, luto contra a vontade de chorar, preciso parar de ser maria chorona e chorar em todos os lugares, compro uma água de coco, sento-me na areia e contemplo o mar revolto.
- Lindo não acha? - me assusto com a pergunta, pois estava tão perdida em pensamentos que não percebi alguém sentar ao meu lado - desculpa pelo susto, não foi minha intenção - levo minha mão ao peito.
- Que susto - digo, o homem parece sem graça.
- Desculpa.
- Sem problemas, estava distraída mesmo, e sim, essa vista é linda - continuo comtemplando o mar sem olhar para o lado.
Acho que o homem percebe que não quero conversa, pois se retira. Fico mais alguns minutos somente eu e o mar, até decidir ir embora. Volto para o hostel já quase na hora do almoço Carol está no seu lugar de sempre.
- Olha quem voltou, agora mais coradinha - ri - almoço já está sendo servido - aviso e me encaminho para o restaurante.
- Indo - falo fazendo continência.
Como, como se não houvesse o amanhá, a comida estava muito boa novamente, agora de buchinho cheio, passo pela recepção e dou duas batidinhas na barriga para Carol vê o quanto comi.
- É isso garota - diz e faz um sinal de legal, apenas sorrio.
Subo as escadas rumo ao meu quarto, ao tirar o celular da bolsa percebo várias ligações do delegado e resolvo retornar, ele atende no segundo toque.
- Oi Delegado, me ligou?
- Sim Lia, encontramos o homem, vou lhe enviar uma foto e preciso que você me confirme se esse o mesmo homem que esteve em sua casa meses atrás.
- Ok.
Logo em seguida o w******p toca, abro a mensagem e meu sangue gela, esse é o homem.
- Sim delegado este é o mesmo homem que esteve em minha casa - confirmo.
- Ok Lia, fique no aguardo de mais informações, lhe manterei informada.
- Ok delegado.
- E como você está?
- Bem.
- Ok então, ah... tem algumas pessoas perguntando se você vai vender seu sítio.
- Diga que não delegado, não está a venda. Só preciso que se o senhor puder ache alguém para manter o local preservado, não se preocupe pagarei - digo.
- Ok Lia - diz e desliga.
Não é segredo para a cidade que minha familia tinha algum dinheiro, depois do falecimento do meus pais, eles me deixaram uma pequena herança, que só pude mexer quando pedir minha emancipação, boa parte investi no sítio e era mais uma fazenda, era daquelas terras que vinha nosso sustento, o meu e de minha avó, tínhamos três funcionários que nos ajudavam, e nós cinco tocávamos aquilo tudo, eu entre estudo e cursinhos também ajudava na lida e amava aquela vida, não pensava nunca deixar aquele lugar.
Com a venda dos animais, tenho dinheiro o suficiente para viver por um tempo, sem me preocupar, mas como ja diziam ''dinheiro não aguenta desafaro'' dinheiro acaba se gastar inconsequentemente, vou esperar acabar esse ano e decidir o que vai ser da minha em janeiro.
É isso!
Acaricio a pele macia, tão macia que parece mais algodão, a mulher esparramada em minha cama geme manhosa, era só o que bastava para começar tudo de novo, me deleitei nesse corpo bronzeado a noite inteira, mas para mim nunca é demais. Olho para a mulher nua jogada em minha cama, e nego com a cabeça, já vi esse truque muitas e muitas vezes, ''comigo não gatinha'' rio internamente. Ela se remexe na cama percebendo que sua partida está próxima. - Lucca... - chamou-me, apenas lhe dirijo um olhar frio através do espelho, nesse momento a vejo tremer - já entendi - diz ao se levantar. Não sou um cafajeste como dizem por aí, a mulher para estar na minha cama, sabe muito bem que é apenas sexo, não espere bombons e flores ou um pedido de casamento no dia seguinte. Já tive muitos problemas com mulheres que acham que o fato de estarem na minha cama lhe o direito ou o poder sobre mim, por isso deixo bem claro que para estar na minha cama tem que está ciente que é apenas uma noite. Coloco a últi
Natal chegou e nada me traz mais melancólia do que está data, o hostel está uma festa só, risadas para todos os lados, Carol me convidou para a ceia em sua casa, porém recusei, não estou com clima para festividades, ela insistiu achando estranho o motivo de minha tristeza, não queria ter que explicar nada a ninguém, no entando, Carol se tornou em pouco tempo uma amiga querida, então abri minha vida a ela, que ficou chocada com toda minha desgraça.Agora estou aqui na praia sem rumo, estou arrumada, alguns homens me viram sozinhas e se aproximaram, mas não dei confiança, quando recusei o convite de Carol para passar o natal com sua familia, ela imediatamente disse que até poderia não ir com ela, entretanto, não ficaria sozinha naquele quarto, em poucos minutos a maluca volta com um micro-vestido, um salto graças a Deus não muito alto e uma bolsa que combinou perfeitamente com o vestido, apesar de, não termos a mesma estatura corpal, pois Carol é magrinha porém linda, eu já sou como diz
O ar prende nos meus pulmões, nunca fui um cara de me impressionar com beleza, sempre tive ao meu alcançe todos os tipos de mulheres, modelos, atrizes, mulheres lindas, mas essa que acaba de entrar, que monopolizou minha atenção, a bela mulher desfila pelo ambiente parecendo deslocada, é evidente que ela não pertence a esse tipo de local. - Oi gato, sozinho? - uma linda loiro pergunta ao sentar-se ao meu lado, ainda com os olhos na linda mulher que acabara de entrar a respondo. - Agora não mais - a loira entende e se vai. Observo melhor a mulher que chamou minha atenção, agora mais próxima a mim, não tão próximo quanto gostaria, no entanto próximo o suficiente para admirá-la melhor. Meus olhos não conseguem desprender dela, a roupa que está usando está me deixando louco, a mulher é um verdadeiro espetáculo, nunca fui um cara de me surpreender com beleza, pois sempre tive a minha disposição as mais belas, mas essa aqui, há algo diferente nela, ela sente que está sendo observada, olh
Respiro com dificuldade, ofego desejosa, nunca imaginei que transar seria deliosamente bom, apesar de um começo quase desastroso, pois por um momento achei que Lucca não fosse me querer pelo fato de ser virgem, mas no entanto, não apenas me quis como repetiu várias vezes. Minhas partes íntimas estão em frangalhos, a ardente latente neste lugar está quase insuportável.Levanto-me devagar para não acordar o pelo espécime masculino que se encontra apagado neste momento, o movimento de andar faz com que a ardência se intensifique. Caminho até o enorme banheiro, tomo uma ducha rápida, procuro por minha roupa e não a encontro.- Droga onde você está vestido? - sussuro para mim mesma, não tenho sorte.Procuro por algo que posso vestir, encontro o closet, pego uma box e uma blusa, enrolo a manga e saio a procura de minha bolsa, a encontro na mesinha ao lado da cama, com o todo eu movimento o homem se remexe, porém não acorda e agradeço aos ceús por isso.Com cuidado, saio sem me despedir, eu
Há exatamente 30 dias me pergunto que porra tá acontecendo comigo, desde que voltei do Brasil aquela feitiçeira não sai da minha cabeça. - Senhor, sua mãe lhe aguarda em sua sala - Jacob avisa assim que a reunião termina. - Ok. Levanta-me sem pressa, ajeito o palitó, e ando com a lentidão de uma tartaruga, antes de entrar na sala respiro fundo, pois tenho certeza que ela não está sozinha. - Enfim meu filho - diz assim que passo pela porta - pensei que iria me deixar o dia todo a sua espera - diz dramática. - Tenho trabalho a fazer - digo irritado. - Isso não é desculpa para deixa sua mãe e uma convidada esperando - diz e só ai me dou conta de ter outra pessoa na sala. - Diga logo o que quer. - Meu filho que modo são esses? - apenas lhe dou um olhar frio e ela torce o nariz, minha acha que me domina. - Se a senhora não tem o que fazer, eu tenho - ela estreita os olhos. - Lucca meu filho - minha mãe sabe ser dissimulada - só que um pouco de sua atenção, será que é pedir muito
Minha visão escure, minha cabeça grira, a bile arde na garganta.- Meu Deus o que está acontecendo - sussuro para mim mesma, sentada com a cara enfiada na privada da faculdade.Respiro fundo fechando os olhos com força.- Lia está tudo? - Letícia bate na porta e pergunta preocupada.Letícia é a única amiga que fiz nesses primeiros três meses de faculdades, ela percebeu que não estava bem durante a segunda aula.- Lia, amiga!- Tô bem - pelo menos ainda tô viva.Saio com certa dificuldade, Letícia me ajuda a chegar até a pia, lavo o rosto agora sem cor.- Amiga você está pálida - constata Letícia.- Acho que devo estar doente, devo ter comido algo estragado só pode - digo mais para mim mesma do que para Letícia, ela me dá um olhar estranho - o que foi? - indago.- Amiga posso ser sincera com você?- Claro que pode, ué!- Ok, vamos lá... - ela faz uma pausa meio dramática.- Fala Letícia, o que é.- Calma vou falar.- Então para de enrolação e diz logo o que se passa nessa cabeçinha.-
- Senhor seus dentes estão em perfeito estado, não há presença de cárie, o raio x mostra que não qualquer tipo de inflação na raiz, entendo o motivo de dor - explica o cirurgião odontológico.- Se você que é o especialista não consegue explicar o motivo desse dente estar doendo tanto e por tanto tempo, quem mais poderá me dá essa explicação? - indago irritado.- Sinceramente não sei senhor Matarazzo.- Incompetente!Saio batendo a porta. Estou muito irritado e com dor de dente, o que me deixa mais irritado ainda.- Senhor, achei outro especialista, esse é bem conceituado no meio - Marcus o assistente que ficou no lugar de Jacob após ele ser promovido à meu vice-presidente.- Horário?- Ele já lhe aguarda.- Ok.No caminho para o consultório do mal médico, tomo um analgésico, na verdade tomo dois comprido, e espero que faça efeito, essa dor é quase insulportável, fecho os olhos e encosto no banco, aos poucos sinto aliviar, porém não, apenas fica moderada.- Chegamos senhor - Marcus avi
- Aiiiiiiiiiiiiii - grito.- Empurra Lia, falta pouco - pede a médica.- Não consigo, não dá, não tenho mais forças - digo já por um fio.Entrei em trabalho de parto tem pouco mais de 9 horas, e puta que pariu, nunca mais, escutem bem nunca mais quero ter filho.- Vamos Lia - digo a mim mesma quando uma contração forte vem, faço como pedem, empurro com todas as minhas forças.Enfim escuto um choro agudo, que enche meu coração.- Aqui mamãe - me passam meu pacotinho.- Bem vindo meu amor - beijo sua cabecinha.- Oh que coisinha mais linda - Letícia diz aos prantos - titia ama muito você viu, ele é lindo Lia.- É eu sei - digo sorrindo - ele é perfeiro, meu erro mais que perfeito.Depois de 9 horas de um parto extremamente doloroso, não quero sentir essa dor nunca mais na vida, quando disse isso a médica e a enfermeira riram da minha cara ainda disseram ''até ano vem'' é pra acabar mesmo.- Lia, acho que Lucas quer mamar - estava tão perdida em pensamentos que não o escutei choramingar.