Há exatamente 30 dias me pergunto que porra tá acontecendo comigo, desde que voltei do Brasil aquela feitiçeira não sai da minha cabeça.
- Senhor, sua mãe lhe aguarda em sua sala - Jacob avisa assim que a reunião termina.
- Ok.
Levanta-me sem pressa, ajeito o palitó, e ando com a lentidão de uma tartaruga, antes de entrar na sala respiro fundo, pois tenho certeza que ela não está sozinha.
- Enfim meu filho - diz assim que passo pela porta - pensei que iria me deixar o dia todo a sua espera - diz dramática.
- Tenho trabalho a fazer - digo irritado.
- Isso não é desculpa para deixa sua mãe e uma convidada esperando - diz e só ai me dou conta de ter outra pessoa na sala.
- Diga logo o que quer.
- Meu filho que modo são esses? - apenas lhe dou um olhar frio e ela torce o nariz, minha acha que me domina.
- Se a senhora não tem o que fazer, eu tenho - ela estreita os olhos.
- Lucca meu filho - minha mãe sabe ser dissimulada - só que um pouco de sua atenção, será que é pedir muito a que meu único filho queira passar um tempinho com a mãe? vim apenas te convidar para almoçar conosco - diz praticamente chorando, se não a conhecesse compraria essa cena.
- Dona Lucrécia - digo ao estreitar os olhos para ela - se for com vocês - falo e os olhos da mulher que está com minha mãe brilha, já vi esse olhar e posso dizer que não estou nem um pouco interessado - você para de aparecer de surpresa? - faço minha jogada, minha mãe assente concordando, não acredito nela, pois concordou muito rápido - ok, então vamos, precisar estar de volta antes das duas da tarde - digo já levantando.
- A propósito, essa é Marcela - dona Lucrécia já mostrando para que veio.
- Oi Marcela - a cumprimento e a mulher fica vermelha.
- Oi Lucca, sua mãe me falou muito de você.
- Sei que falou, mas não acredite em nada - digo e minha mãe me dá um tapinha no ombro.
- Vamos antes que ele mude de ideia - minha solta e as duas riem.
Saimos os três, as duas em uma alegria sem fim, e eu querendo me jogar em frente a um caminhão.
- Mãe, e o papai? - dona Lucrécia revira os olhos.
- Deve tá por ai - responde mal criada.
Deixo de lado o assunto, pois bem sei que minha mãe e meu pai estão quase se divorciando, não sei o que os segura juntos ainda, antes achava que era por mim, mas hoje em dia isso ficou bem claro que não, minha mãe só me quer para lhe dá netos, me arrepio inteiro só de imaginar. Filhos é algo que não está nos planos, pelo menos não em um futuro tão próximo, o que minha mãe discorda, por que o sonho dela é me ver casada com alguma filha de alguma amiga, mas tem que ser escolha dela... vê se pode.
Hanter já nos aguarda, abro a porta para elas.
- Cavalheiro esse meu filho - agora eu reviro os olhos.
Fecho e me sento ao lado de Hanter, que dá um sorrisinho de canto, ele sabe que ela me encurralou, pois apesar de o relaciomento que tenho com minha mãe ser bem dificil as vezes, nunca digo não a ela, ela é manipuladora?... sim ela é manipuladora! mas é a única mãe que tenho, não sou uma cara religioso, mas acredito muito em uma palavra que há na bíblia ''honra teu pai e tua mãe para que se prolongue seus dias na terra'' por isso, apesar de tudo, ela sempre consegue o que quer, quase tudo na verdade, pois o sonho e me ver se tornar um homem de família, ela está longe de realizar.
Chegamos no restaurante favorito de dona Lucrécia, onde ela nem precisa de reserva.
- Mesa para três - minha mãe pede a hostess, que por sua vez não tira os olhos de mim.
- Bom dia senhora, senhor Matarazzo - lhe dou um aceno, ela olha algo em seu tablet - sua mesa já está pronto - diz se direcionando para minha mãe - por aqui.
Ela nos leva até a mesa, puxa a cadeira para a moça, que já até esqueci o nome, para em seguida puxa para minha mãe, peço um vinho e as mulheres me acompanham, então me mãe dá incio ao seu plano.
- Lucca meu filho, está tudo certo para o baile anual das industrias Stone? - pergunta como quem não quer nada, pra falar a verdade nem me lembrava desse baile.
- Sim mãe - minto na cara dura.
- Então já tem companhia - caralho ela é esperta.
- Ainda não mãe, mas... - ela e corta.
- Pois bem, Marcela pode lhe acompanhar não é filha?
- Se não tiver problemas para Lucca, posso sim - diz me olhando nos olhos, ela se finge de envergonhada, conheço esse tipo, estreito os olhos e ela abaixa a cabeça, essa é boa atriz.
- Ok, Hanter irá lhe pegar as sete - digo e nossa comida chega e agradeço a Deus por isso.
Como em silêncio, minha mãe monopoliza a conversar, o assunto é, o quanto Marcela é incrivel, e solteira, é bem nitido para que esse almoço serve, vou dando corda, não quero me desgastar, enquanto as duas conversam animadas, em minha cabeça vem um turbilhão de lembranças, deliciosas lembranças que uma certa feitiçeira deixou.
Pela primeira vez na vida fui deixado em um quarto de hotel, o que me deixou muito puto, por que tinha palnos para aquela manhã, e se tudo ocorrece como já havia planejado, iria me deliciar naquele corpo toda as minhas férias, Lia... Lia só sairia daquele quarto quando estivesse voltando pra casa, só de pensa no que não tive, me deixa irritado.
Ainda procurei por ela na boate, na noite seguinte, e seguinte e seguinte, mas parecia que a terra à havia engolido, até peguei outras mulheres, mas nenhuma era Lia. Só que pensar que abrir caminho para outros homens, minha irritabilidade cresce.
- Lucca - minha mãe chama.
- Oi?
- Algum problema?
- Não, por quê?
- Você está apertando forte o talher - diz apontando para minhas mãos.
- Não é nada - encerro o assunto.
- Tudo bem.
- O almoço está bom, mas preciso voltar para a empresa - digo ao me levantar.
- Está bem meu filho, não se esqueça de sexta, não seria bom vocês dois trocarem telefone, assim podem manter contato - minha mãe como sempre forçando a barra.
- Não mãe, não é necessário, Hanter passará para lhe buscar sexta as sete.
- OK - Marcela diz com certa empolgação.
Me despeço de dona Lucrécia e de Marcela, sinto as duas me seguindo com olhos.
LUCRÉCIA AINDA NO RESTAURANTE...
Bato palminhas, pois meu plano deu certo, meu filho caiu feito um patinho, bobinho ele, antes do final desse ano ele estará casado e com um bebê a caminho e Marcela é perfeita para ser minha nora.
- Ai estou tão feliz que deu certo - digo realmente feliz.
- Eu também, apesar de toddo esse jeitão, Lucca faz tudo o que você quer - Marcela como sempre perspicaz.
- Até junho vocês estarão casados, pode escrever o que estou dizendo, e como combinado você tem conquistá-lo, deixá-lo caindinho por você, entendeu?
- Sim Futura sogrinha - sorrio, Marcela é perfeita.
Tudo está saindo perfeitamente.
MARCELA...
Lucca Matarazzo será meu, e como a chata da mãe dele me ajudando é melhor ainda, logo, logo serei a senhora Matarazzo, só tem um pequeno detalhe como vou fazer Lucca se apaixonar por mim, pela Marcela timida e recatada, pois o cara é osso duro de roer, grosso, um verdadeiro ogro, gostoso, mas ogro.
- Até mais futura sogrinha - deixo dois beijinho na velha.
- Até mais norinha - finjo um sorriso de orelha a orelha.
Assim que a megera entra em seu carro, o sorriso some, não sei até quando vou aguentar babar o ovo dessa chata. Tenho que aguentar, tenho um único propósito, ser a Sra.Matarazzo e ninguém vai entrar no meu caminho e se entrar, atropelo.
Minha visão escure, minha cabeça grira, a bile arde na garganta.- Meu Deus o que está acontecendo - sussuro para mim mesma, sentada com a cara enfiada na privada da faculdade.Respiro fundo fechando os olhos com força.- Lia está tudo? - Letícia bate na porta e pergunta preocupada.Letícia é a única amiga que fiz nesses primeiros três meses de faculdades, ela percebeu que não estava bem durante a segunda aula.- Lia, amiga!- Tô bem - pelo menos ainda tô viva.Saio com certa dificuldade, Letícia me ajuda a chegar até a pia, lavo o rosto agora sem cor.- Amiga você está pálida - constata Letícia.- Acho que devo estar doente, devo ter comido algo estragado só pode - digo mais para mim mesma do que para Letícia, ela me dá um olhar estranho - o que foi? - indago.- Amiga posso ser sincera com você?- Claro que pode, ué!- Ok, vamos lá... - ela faz uma pausa meio dramática.- Fala Letícia, o que é.- Calma vou falar.- Então para de enrolação e diz logo o que se passa nessa cabeçinha.-
- Senhor seus dentes estão em perfeito estado, não há presença de cárie, o raio x mostra que não qualquer tipo de inflação na raiz, entendo o motivo de dor - explica o cirurgião odontológico.- Se você que é o especialista não consegue explicar o motivo desse dente estar doendo tanto e por tanto tempo, quem mais poderá me dá essa explicação? - indago irritado.- Sinceramente não sei senhor Matarazzo.- Incompetente!Saio batendo a porta. Estou muito irritado e com dor de dente, o que me deixa mais irritado ainda.- Senhor, achei outro especialista, esse é bem conceituado no meio - Marcus o assistente que ficou no lugar de Jacob após ele ser promovido à meu vice-presidente.- Horário?- Ele já lhe aguarda.- Ok.No caminho para o consultório do mal médico, tomo um analgésico, na verdade tomo dois comprido, e espero que faça efeito, essa dor é quase insulportável, fecho os olhos e encosto no banco, aos poucos sinto aliviar, porém não, apenas fica moderada.- Chegamos senhor - Marcus avi
- Aiiiiiiiiiiiiii - grito.- Empurra Lia, falta pouco - pede a médica.- Não consigo, não dá, não tenho mais forças - digo já por um fio.Entrei em trabalho de parto tem pouco mais de 9 horas, e puta que pariu, nunca mais, escutem bem nunca mais quero ter filho.- Vamos Lia - digo a mim mesma quando uma contração forte vem, faço como pedem, empurro com todas as minhas forças.Enfim escuto um choro agudo, que enche meu coração.- Aqui mamãe - me passam meu pacotinho.- Bem vindo meu amor - beijo sua cabecinha.- Oh que coisinha mais linda - Letícia diz aos prantos - titia ama muito você viu, ele é lindo Lia.- É eu sei - digo sorrindo - ele é perfeiro, meu erro mais que perfeito.Depois de 9 horas de um parto extremamente doloroso, não quero sentir essa dor nunca mais na vida, quando disse isso a médica e a enfermeira riram da minha cara ainda disseram ''até ano vem'' é pra acabar mesmo.- Lia, acho que Lucas quer mamar - estava tão perdida em pensamentos que não o escutei choramingar.
A maternidade é uma grande loucura, observando meu pequeno bezerrinho dormir tranquilamente, não consigo mais imaginar minha sem esse pequeno ser, minha vida gira literalmente em torno dele e suas necessidades, posso afirmar que não tenho mais própria, beijo sua mãozinha gorduchinha, ''lindo da mamãe'' minha nossa sou mãe, realmente sou mãe.Aproveito que meu bebê está dorminando para limpar a casa, fazer meus deveres, colocar as roupas na máquina, e tomar um banho. Minha vida está corrida agora que as aulas começaram, estou quase enlouquencendo, mas tudo bem, tô de boa! nos primeiros meses Letícia estava me ajudando, mas ela tem vida própria, também estuda e tem suas coisas, não posso julgá-la de ter se afastado, apesar de achar que ela só fez isso por causa de seu novo namorado babaca, mas.... cada um com suas escolhas.A ajuda dela com Lucas era muito importante, pois estudamos em horários diferentes, ela ficava com ele no meu horário e isso me ajuda muito, agora tenho que carregá-
A festa de 2 aninhos do meu bebê foi um sucesso apesar de já ter se passado 3 meses da data, pois queria muito comemorar junto com o meu, então fiz uma festa só, para poucos convidados lógico, apenas alguns amigos da faculdade, e alguns amiguinhos da creche, isso bastou para praticamente encher meu apartamento, também havia convidado Letícia, ainda tinha esperança que ela aparecesse, sendo ela a madrinha de Lucas, no entanto ela não apareceu, nem ao menos ligou para negar o convite, tenho um pressentimento ruim sobre esse namoro.- Obrigada pela presença - agradeço a última pessoas que passa pela porta.- Ufa - Augusto dispara ao se jogar no sofá.- Meu Deus que bagunça - resmungo ao olhar o estado da minha casa - mas o Lukinha amou tudo - constato mais que feliz.- Isso é verdade, o garotão tava ligado no 220 - rio, porque realmente Lucas não parou por um minuto.- Bom, a conversa tá boa, estou exauta e com certeza vou deixar essa bagunça para amanhã - digo levantando.- Se quiser aj
Atiro o copo com uísque na parede, extravasando minha fúria, o pior erro da minha vida foi ter casado com Marcela, essa mulher transformou minha vida em um inferno, não nem olhar pra ela, mas hoje isso acaba.- Assina - jogo os papéis do divórcio a sua frente, a desgraçada olha para as unhas e assopra.- Não! - minha vontade é de enforca-la.- Marcela - aviso.- Se não assinar vai fazer o que? - me desafia, já estivéssemos nessa mesma situação algumas vezes, mas Marcela ardilosa com é conseguiu reverter todas as vezes, muitas delas com ajuda da minha mãe, só que hoje não santo que a ajude, hoje ela sai da minha vida de uma vez por todas.- Ok, vamos lá - sento-me a sua frente, tiro o paletó, enrolo a manga da camisa, Marcela observa tudo atentamente - você tem duas opções, primeira você assina de livre e espontânea vontade e sai ganhando tudo o que você sempre quis, sai rica e com status ou - estreito os olhos - você assina - por que não assinar, não é opção - sem acordo algum, suas fo
Minha vida não poderia estar melhor, estou em minha melhor fase, tenho um lar feliz, um filho maravilhoso, uma carreira em ascensão, um namorado perfeito, não pediria mais nada a Deus, assim pediria sim, pediria que minha vozinha estivesse vivenciando tudo isso comigo, mas como não podemos ter tudo, porém tenho certeza que lá de cima ela e meus pais olham por nós e estão muito orgulhosos.Hoje é um dia especial, decidi que já está na hora de dá um passo maior no meu relacionamento, vou pedir Augusto em casamento, por isso estou na empresa depois do horário de expediente, ele precisou ficar, o Ceo vai se aponsentar e ele foi indicicado para ocupar seu lugar, então há muitas coisas que ele precisa deixar pronto, essa semana foi corrida e quase não o vi, apesar de trabalharmos na mesma empresa, não misturamos as coisas, quase não nos falamos.Agora são quase, olho para o relógio 22 horas, há apenas os seguranças no hall, eles me vêem e logo se levantam.- Senhorita Ventura - Luiz diz sur
Depois de uma noite sem consiguir dormir, olho-me no espelho, as olheiras escuras indicando que não dormi me encaram.- Lia vamos lá garota - digo a mim mesma.Depois de me encorajar tomo um longo banho, hoje Augusto vai se arrepender amargamente. Me arrumo para matar, capricho na maquiagem, deixo o cabelo solto, algo não muito comum, coloco o vestido que Augusto odeia pois marca muito meu corpo, porém eu amo, já vestida aprecio minha imagem no espelho, e adoro o que vejo, não tem nada a ver com a mulher de minutos atrás,Verifico as horas e ainda tenho muito tempo, termino a maquiagem finalizando com um batom vermelho e estou pronta. As seis da manhã acordo Lucas que não custa a levantar, e assim que me ver recebo um elogio que ganha o meu dia.- Bom dia mmãe, nossa você está muito linda hoje - diz com uma dicção perfeita.- Obrigada meu amor, vamos tomar banho - Lucas vai para o banheiro e toma seu banho sozinho, apenas o observo.Em pouco minutos meu bebê está arrumado e aguardando