Capítulo 7 - Lucca

 Há exatamente 30 dias me pergunto que porra tá acontecendo comigo, desde que voltei do Brasil aquela feitiçeira não sai da minha cabeça.

- Senhor, sua mãe lhe aguarda em sua sala - Jacob avisa assim que a reunião termina.

- Ok.

Levanta-me sem pressa, ajeito o palitó, e ando com a lentidão de uma tartaruga, antes de entrar na sala respiro fundo, pois tenho certeza que ela não está sozinha.

- Enfim meu filho - diz assim que passo pela porta - pensei que iria me deixar o dia todo a sua espera - diz dramática.

- Tenho trabalho a fazer - digo irritado.

- Isso não é desculpa para deixa sua mãe e uma convidada esperando - diz e só ai me dou conta de ter outra pessoa na sala.

- Diga logo o que quer.

- Meu filho que modo são esses? - apenas lhe dou um olhar frio e ela torce o nariz, minha acha que me domina.

- Se a senhora não tem o que fazer, eu tenho - ela estreita os olhos.

- Lucca meu filho - minha mãe sabe ser dissimulada - só que um pouco de sua atenção, será que é pedir muito a que meu único filho queira passar um tempinho com a mãe? vim apenas te convidar para almoçar  conosco - diz praticamente chorando, se não a conhecesse compraria essa cena.

- Dona Lucrécia - digo ao estreitar os olhos para ela - se for com vocês - falo e os olhos da mulher que está com minha mãe brilha, já vi esse olhar e posso dizer que não estou nem um pouco interessado - você para de aparecer de surpresa? - faço minha jogada, minha mãe assente concordando, não acredito nela, pois concordou muito rápido - ok, então vamos, precisar estar de volta antes das duas da tarde - digo já levantando.

- A propósito, essa é Marcela - dona Lucrécia já mostrando para que veio.

- Oi Marcela - a cumprimento e a mulher fica vermelha.

- Oi Lucca, sua mãe me falou muito de você.

- Sei que falou, mas não acredite em nada - digo e minha mãe me dá um tapinha no ombro.

- Vamos antes que ele mude de ideia - minha solta e as duas riem.

Saimos os três, as duas em uma alegria sem fim, e eu querendo me jogar em frente a um caminhão.

- Mãe, e o papai? - dona Lucrécia revira os olhos.

- Deve tá por ai - responde mal criada.

Deixo de lado o assunto, pois bem sei que minha mãe e meu pai estão quase se divorciando, não sei o que os segura juntos ainda, antes achava que era por mim, mas hoje em dia isso ficou bem claro que não, minha mãe só me quer para lhe dá netos, me arrepio inteiro só de imaginar. Filhos é algo que não está nos planos, pelo menos não em um futuro tão próximo, o que minha mãe discorda, por que o sonho dela é me ver casada com alguma filha de alguma amiga, mas tem que ser escolha dela... vê se pode.

Hanter já nos aguarda, abro a porta para elas.

- Cavalheiro esse meu filho - agora eu reviro os olhos.

Fecho e me sento ao lado de Hanter, que dá um sorrisinho de canto, ele sabe que ela me encurralou, pois apesar de o relaciomento que tenho com minha mãe ser bem dificil as vezes, nunca digo não a ela, ela é manipuladora?... sim ela é manipuladora! mas é a única mãe que tenho, não sou uma cara religioso, mas acredito muito em uma palavra que há na bíblia ''honra teu pai e tua mãe para que se prolongue seus dias na terra'' por isso, apesar de tudo, ela sempre consegue o que quer, quase tudo na verdade, pois o sonho e me ver se tornar um homem de família, ela está longe de realizar.

Chegamos no restaurante favorito de dona Lucrécia, onde ela nem precisa de reserva.

- Mesa para três - minha mãe pede a hostess, que por sua vez não tira os olhos de mim.

- Bom dia senhora, senhor Matarazzo - lhe dou um aceno, ela olha algo em seu tablet - sua mesa já está pronto - diz se direcionando para minha mãe - por aqui.

Ela nos leva até a mesa, puxa a cadeira para a moça, que já até esqueci o nome, para em seguida puxa para minha mãe, peço um vinho e as mulheres me acompanham, então me mãe dá incio ao seu plano.

- Lucca meu filho, está tudo certo para o baile anual das industrias Stone? - pergunta como quem não quer nada, pra falar a verdade nem me lembrava desse baile.

- Sim mãe - minto na cara dura.

- Então já tem companhia - caralho ela é esperta.

- Ainda não mãe, mas... - ela e corta.

- Pois bem, Marcela pode lhe acompanhar não é filha?

- Se não tiver problemas para Lucca, posso sim - diz me olhando nos olhos, ela se finge de envergonhada, conheço esse tipo, estreito os olhos e ela abaixa a cabeça, essa é boa atriz.

- Ok, Hanter irá lhe pegar as sete - digo e nossa comida chega e agradeço a Deus por isso.

Como em silêncio, minha mãe monopoliza a conversar, o assunto é, o quanto Marcela é incrivel, e solteira, é bem nitido para que esse almoço serve, vou dando corda, não quero me desgastar, enquanto as duas conversam animadas, em minha cabeça vem um turbilhão de lembranças, deliciosas lembranças que uma certa feitiçeira deixou.

Pela primeira vez na vida fui deixado em um quarto de hotel, o que me deixou muito puto, por que tinha palnos para aquela manhã, e se tudo ocorrece como já havia planejado, iria me deliciar naquele corpo toda as minhas férias, Lia... Lia só sairia daquele quarto quando estivesse voltando pra casa, só de pensa no que não tive, me deixa irritado.

Ainda procurei por ela na boate, na noite seguinte, e seguinte e seguinte, mas parecia que a terra à havia engolido, até peguei outras mulheres, mas nenhuma era Lia. Só que pensar que abrir caminho para outros homens, minha irritabilidade cresce.

- Lucca - minha mãe chama.

- Oi?

- Algum problema?

- Não, por quê?

- Você está apertando forte o talher - diz apontando para minhas mãos.

- Não é nada - encerro o assunto.

- Tudo bem.

- O almoço está bom, mas preciso voltar para a empresa - digo ao me levantar.

- Está bem meu filho, não se esqueça de sexta, não seria bom vocês dois trocarem telefone, assim podem manter contato - minha mãe como sempre forçando a barra.

- Não mãe, não é necessário, Hanter passará para lhe buscar sexta as sete.

- OK - Marcela diz com certa empolgação.

Me despeço de dona Lucrécia e de Marcela, sinto as duas me seguindo com olhos.

LUCRÉCIA AINDA NO RESTAURANTE...

Bato palminhas, pois meu plano deu certo, meu filho caiu feito um patinho, bobinho ele, antes do final desse ano ele estará casado e com um bebê a caminho e Marcela é perfeita para ser minha nora.

- Ai estou tão feliz que deu certo - digo realmente feliz.

- Eu também, apesar de toddo esse jeitão, Lucca faz tudo o que você quer - Marcela como sempre perspicaz.

- Até junho vocês estarão casados, pode escrever o que estou dizendo, e como combinado você tem conquistá-lo, deixá-lo caindinho por você, entendeu?

- Sim Futura sogrinha - sorrio, Marcela é perfeita.

Tudo está saindo perfeitamente.

MARCELA...

Lucca Matarazzo será meu, e como a chata da mãe dele me ajudando é melhor ainda, logo, logo serei a senhora Matarazzo, só tem um pequeno detalhe como vou fazer Lucca se apaixonar por mim, pela Marcela timida e recatada, pois o cara é osso duro de roer, grosso, um verdadeiro ogro, gostoso, mas ogro.

- Até mais futura sogrinha - deixo dois beijinho na velha.

- Até mais norinha - finjo um sorriso de orelha a orelha.

Assim que a megera entra em seu carro, o sorriso some, não sei até quando vou aguentar babar o ovo dessa chata. Tenho que aguentar, tenho um único propósito, ser a Sra.Matarazzo e ninguém vai entrar no meu caminho e se entrar, atropelo.

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