- Senhor seus dentes estão em perfeito estado, não há presença de cárie, o raio x mostra que não qualquer tipo de inflação na raiz, entendo o motivo de dor - explica o cirurgião odontológico.

- Se você que é o especialista não consegue explicar o motivo desse dente estar doendo tanto e por tanto tempo, quem mais poderá me dá essa explicação? - indago irritado.

- Sinceramente não sei senhor Matarazzo.

- Incompetente!

Saio batendo a porta. Estou muito irritado e com dor de dente, o que me deixa mais irritado ainda.

- Senhor, achei outro especialista, esse é bem conceituado no meio - Marcus o assistente que ficou no lugar de Jacob após ele ser promovido à meu vice-presidente.

- Horário?

- Ele já lhe aguarda.

- Ok.

No caminho para o consultório do mal médico, tomo um analgésico, na verdade tomo dois comprido, e espero que faça efeito, essa dor é quase insulportável, fecho os olhos e encosto no banco, aos poucos sinto aliviar, porém não, apenas fica moderada.

- Chegamos senhor - Marcus avisa.

Em poucos minutos estou em uma sala fazendo outro raio x.

- Bom senhor Matarazzo, assim como os outros raios x mostraram não há nenhuma infecção ou inflamação -  já ouvir tudo isso antes.

- Então o que o senhor quer dizer que não há explicação para a dor que estou sentindo é isso? - vejo medo nos olhos do médico.

- Desculpe por isso, mas sim, não há gengivite, não há raiz inflamada, não há sequer cárie, então há motivos para essa que sente - fecho olhos e respiro fundo.

- Então arranque essa porra - digo assustando o médico.

- Senhor Matarazzo tem certeza?

- Vai fazer parar a dor? - pergunto.

- Pode ser que sim.

- Arranque.

- Ok, vou marcar... - o corto.

- Não, arranque agora.

- Mas senhor... - lhe dou um olhar frio - OK, peço que aguardar um momento que vou preparar a sala - lhe dou um aceno concordando e ele se vai.

Pego o celular e envio uma mensagem para Marcus, pedido para transferir todos os meus compromissos dos próximos cinco dias para Jacob e o aviso também, para receber confirmação de ambos no segundo seguinte.

- Tudo pronto senhor, por aqui - o médico me conduz até uma sala bem equipada e limpa - sente se aqui, coloque esse óculos por favor - faço tudo que pede.

A extração não demora muito, e me sinto aliviado pela anestesia, pois nesse momento não sinto dor alguma, o que é mais do que um grande alívio.

- Vou lhe passar algumas recomendações - explica ao me passar uma receita - precisará de repouso, não poderá carregar qualquer tipo de peso, para não prejudicar os pontos, tomar a medicação corretamente e pelo tempo determinado - explica.

- Ok.

- O senhor precisará voltar daqui a sete dias para a retirada dos pontos.

- Sim - estendo a mão - obrigado - agradeço.

Finalmente a dor infernal passou, por outro lado um sono desagradável apareceu, em qualquer lugar que encosto acabo dormindo e acordo cansado, fadigado, o que está acontecendo comigo? será que estou com alguma doença? marco um check up geral, apesar de estar com a saúde em dias, ainda assim prefiro prevenir.

No dia seguinte, mesmo com a boca cheia de pontos, vou a consulta com o Dr. Smith, médico que cuida da familia.

- Outro check up? você fez um não tem 6 meses - lembro-me do motivo do check up anterior e uma belissima mulher me vem na cabeça, assim que cheguei do Brasil fiz uma bateria de exames.

- Sim preciso de outro - falo e explico os motivos, assim como  extração de dente e os motivos que levaram-me a arrancar.

- Ok - diz digitando em seu computador - aqui, pode ir até o laboratório - me entrega alguns papeis.

Sigo para o laboratório, ao passar pelo corredor a enfermeira que me conduz até o laboratório está vermelha, sorrio de canto, e a mulher parece que vai ter um troço.

- Aqui senhor - diz sem me olhar.

- Obrigada gatinha - pronto a mulher vai desmaiar - você está bem? - pergunto.

- Si... sim - gagueja.

A mulher vai embora, dando umas olhadinhas para atrás, é uma pena, não estou em uma boa semana, em uma situação quem sabe. Faço todo o procedimento, e volto para casa, apenas para ter uma surpresa inesperada.

- Oh meu bebê, como está? - minha mãe e Marcela estão a minha espera.

- O que faz aqui mãe? - pergunto sério.

- Oh meu amor, viemos ver como está - Marcela esclarece.

Mais uma surpresa, minha mãe conseguiu o que tanto queria, assumir um namoro com Marcela apenas para tirar minha mãe do meu pé, o que não deu muito certo. Porém Marcela é bem ciente que isso não vai dá em nada, deixei claro que não pense em casamento, fizemos um acordo, não me importo se ela sai com outras pessoas, assim como não devo fidelidade a ela, desde que não seja fotográfada e não saia nada na midia, passar de corno não está em meus planos, ela concordou o que principio estranhei, pois achei que ela não aceitaria, mas percebi que ela só quer status, então sendo assim nos ajudamos mutuamente, ela quer está em  meio a alta sociedade e eu que minha mãe largue do meu pé, ambos ganham.

- Não precisava.

- Lógico que precisava, também já estava com saudade  - Marcela diz se pendurando em meu pescoço, e me dá um beijo, percebo que minha mãe observa nossa interação atentamente, então correspondo a investida de Marcela.

- Bom vejo que os pombinho querem ficar sozinho, essa é me deixa, Marcela não se esqueça do chá da tarde - minha mãe diz indo em direção ao elevador.

A vejo entrar, ela sorrir ao  ver Marcela e eu abraçados, parecendo realmente um casal apaixonado, ao fechar as portas, a solto.

- Já não disse que não é para vim sem ser convidado - digo olhando em seus olhos, a vejo ela engolir em seco.

- Sua mãe insistiu - argumenta.

- Não importa, a próxima vez inventa algo - aviso.

- Poxa amor - diz e estreito os olhos.

- Marcela já não havia deixado bem claro os termos desse relacionamente? - pergunto sério.

- Sim.

- E você não havia concorddo?

- Sim, mas... - a corto.

- Não há mais ou meio mais.

- Tudo bem - diz e abaixa a cabeça, se não a conhecesse comprava a cena.

- Agora se me der licença - digo pedindo que se retire.

- Lucca nós somos um casal - diz com certa coragem - e quero mais.

- De fachada - aviso mais uma vez - Marcela escuta bem o que vou dizer, pois não vou voltar a repetir, se você não está disposta a cumprir com nosso acordo, acho outra que aceita e o que mais tem é quem queira estar em seu lugar, entendeu? - Marcela olha, vejo muitas coisas em seu olhar, inclusive o desejo de me estrangular - entendeu?

- SIM... entendi - diz emburrada, j**a o cabelo para atrás e vai embora.

Essa ainda vai me trazer problemas, tenho certeza.