Vejo Lia sumir ao sair do estacionamento, fecho minhas mãos em punho, Augusto Kramer está acabado nessa cidade e onde ele pisar, volto ao escritório, e faço algumas ligações, convoco uma reunião extraordinária, em poucos minutos todos os diretores estão na sala de reunião, e já estão sabendo sobre o que aconteceu no estacionamento. - Boa tarde à todos, convoquei essa reunião para comunicar que Augusto Kramer não faz mais parte desde grupo, não admito desrespeito entre colegas de trabalho e o que ele fez vai além do desrespeito, ele agrediu Lia Ventura, e por isso perde seu cargo, assim como seu emprego - quase todos se surpreendes, outros não, a fofoca rolou solto entre os funcionários. - E quem substituirá Augusto senhor? - o diretor financeiro pergunta. - Por enquanto eu assumirei, até encontrar alguém competente para o cargo - respondo e ele assente. A reunião se estende por toda a tarde, todos querendo mostrar serviço, gostei do que vi. - Senhor posso falar com você um momento
Em meio ao questionamento de Lucca meu telefone toca e é da escola de Lucas, estranho pois não é comum receber ligação da escola, tudo é tratado através do grupo no whatsapp, o que escuto me deixa transtornada, meu filho foi levado ao hospital depois de um coleguinha tê-lo empurrado no parquinho, ele caiu de um lugar alto, foi apenas o que a diretora diz, o que me deixa ainda mais irritada, ela não quis entrar em detalhes por telefone, apenas pediu que fosse para o hospital o mais rápido possível.Corro até minha sala, procuro por minha bolsa e não acho.- Droga! onde está essa porcaria - resgumungo para mim mesma, ainda não tinha e dado conta de que Lucca estava na sala até ele me entregar o que tanto procurava, ele me pede pergunta o que está acontecendo, e não consigo me segurar, acabo chorando em sua frente, no entanto apenas digo que preciso ir para o hospital depressa, minha mãos estão trêmulas e estou muito nervosa, Lucca se oferece para me levar e não recuso, realmente não ten
UM FILHO!...Um filho de 4 anos.Estou a 24 horas sentado em um recepção de hospital, tão aflito quanto Lia, durante a noite tentei uma tranferência para um hospital particular, porém essas primeiras 24 horas são delicadas e uma transferência poderia piorar o caso do meu filho, meu Deus, sai tão natural... meu filho.Tentei friamente julgar sua atitude, de ter contado nada a mim durante todo esse tempo, tentei ficar com raiva, no entanto ao ouvir sua explicação desde a descoberta da gravidez e tudo mais, depois dela mesmo sozinha ter decido levar a gestação no meio do caos que estava sua vida naquele momento, me fez sentir orgulho dela.Agora Lia está adormecida na cadeira um tanto desconfortável, seus olhos inchados estão inchados de tanto chorar, seu cabelo que antes estava em coque perfeito agora está um bagunça, ainda assim ela é a mulher mais linda desse lugar.- Senhor - uma enfermeira se aproxima, peço silêncio para não acordar Lia, e levanto-me - pode me acompanhar por favor -
Os dias se arrastam, e tudo o que mais queria era estar em casa com meu filho, vendo-o correr, escutar ele tagarelar sobre tudo, responder todos os seus porques....Já são 20 dias de coma agora induzido, o hematoma não precisou de drenagem, o próprio organismo está reabsorvendo o coágulo e está evoluindo bem, porém ainda não sabemos se haverá sequelas, hoje ele fará uma nova ressonância, e se tudo estiver bem, irão começar a tirar a medicação, e assim sendo logo meu bebê acordará.- E como nosso garotão está? - Lucca indaga ao entrar no quarto onde Lucas está, isso também é mais uma novidade, ele saiu da Uti e agora estamos em um quarto, desde quando ele saiu da UTI não arredei o pé de seu lado, Lucca também dorme aqui, desde que descobriu a paternidade, ele vem se mostrado um cara incrível, jamais duvidei que ele viria a ser um super pai.- Bem, daqui a pouco irão levá-lo para a ressonância - explico e Lucca assente.- Oi garotão - diz e beija sua cabeçinha - papai tem um surpresa -
Lia grita me chamando, meu coração dispara, corro em direção ao quarto e paraliso ao ver que meu filho acordou do coma, Lia chora e ele me encara, não tem como negar Lucas é minha cópia fiel, sem pensar muito chamo Dr. Salazar que logo chega com sua equipe, não me aproximo muito, pois ele Lucas ainda não me conhece, o médico pede para sairmos, mas meu filho chora e pede pela mãe, eu também permaneço, pois não ninguém nesse mundo que me faça sair desta sala.O médico o examina, Lucas olha assustado para todos, quando o médico termina, me aproximo do leito e para minha surpresa e de Lia, Lucas me chama com suas mãozinhas.- Vem cá papai - diz e paraliso, meus olhos enchem de lágrimas, nunca chorei nessa vida, ou pelo menos não me lembro de ter chorado em algum momento ao longos desses trinta e três anos de vida, mas escutar essa vozinha rouca me chamar de papai, me desestabiliza.Lia está tão espantada quanto eu, me aproximo mais ficando ao seu lado, Lucas segura minha mão e dá duas pux
Que caos que é meu é pai?...Nunca nem cogitei a ideia de ser um pessoa pública, ter minha imagem e vida exposta, isso é coisa de artistas, atores da globo, cantores tipo Luan Santana, Simone Mendes, essas pessoas, mas eu? nunca. Ser mãe do filho e noiva de Lucca Matarazzo tornou minha vida impossível, até ir a padaria se tornou caótico.- Calma princesa - pede Lucca vendo meu destemperamento.- Calma? não posso mais nem ir a padaria e você me pede calma? - digo cansada.Lucca se aproxima segura minha mão, a beija e diz.- Desculpa de verdade, eu sei bem como você está se sentindo, mas não se preocupe já estou resolvendo isso - explica e me abraça.- Tudo bem, só ainda não me acostumei como toda essa exposição sabe, e saber que em todos lugares irá ter paparazzi me incomoda um pouco, li algumas matérias - paro de falar, a vontade de chora é grande.Lucca me abraça forte.- Desculpa por isso - lamenta.A primeira matéria que vi, tive que me trancar no banheiro para ninguém me ver chora
Observo Lia dormir tranquilamente ao lado de Lucas, meu celular vibra e na tela aparece o Mother, não atendo, ela insisti, acabo desligando o aparelho, sei bem o discurso de dona Lucrécia, dias discutimos, ela não aceita Lucas e muito menos Lia, o bom é que não me importo com sua opnião.- Senhor... - a enfermeira chama-me.-Sim?- Assim que a paciente acordar, faça com que tome a medicação - pede.- Ok.A enfermeira sai, Lia ainda não teve alta, esses dias ela teve um crise de ansiedade, e palpitações, a agressão que sofreu lhe desencadiou gatilhos, e apenas por esse motivo ela ainda está em observação, meu celular volta a tocar e desta vez é o delegado que está cuidando do caso, sem pensar duas vezes quando vi Lia sendo agredida por Kramer o baleiei duas vezes, não para matá-lo, apenas para o imobilizar, pará-lo, naquele momento meu sangue ferveu, minha vontade era mandá-lo para o quinto dos infernos.- Oi - o atendo.- Lucca Matarazzo você poderia comparecer a delegacia para novos
Sinceramente não sei o que a vida esperar de mim, sério mesmo, eu devo ter atirado pedra na cruz, ter cortado os cabelos de sansão, devo ser parente de judas, alguma coisa na vida passada fiz de muito ruim para está pagando nesta. Com todos esses acontecimentos passei a ter crise de ansiedade, e isso é uma coisa muito ruim, meus pensamentos vão de zero à milhão em questão de segundos, sinto palpitação, uma angústia sem fim, me sinto culpada, Lucca tinha planos e por minha causa ele não poderá retornar tão cedo para seu país, o que me deixa ainda mais nervosa, ele está respondendo uma tentativa de homícidio e mais uma vez por minha causa, se tivesse verificado o olho mágico nada disso teria acontecido. Ele já deve ter percebido a roubada em que se meteu, o olho de canto de olho, ele está concentrado trabalhando em seu notebook, ainda estou hospitalizada, porém é mais por precaução do que pelos ferimentos. Sinto que estou sendo um peso para ele, Lucca é um homem de négocios, empresári