Capítulo 3 - Lucca Matarazzo

Acaricio a pele macia, tão macia que parece mais algodão, a mulher esparramada em minha cama geme manhosa, era só o que bastava para começar tudo de novo, me deleitei nesse corpo bronzeado a noite inteira, mas para mim nunca é demais.

Olho para a mulher nua jogada em minha cama, e nego com a cabeça, já vi esse truque muitas e muitas vezes, ''comigo não gatinha'' rio internamente. Ela se remexe na cama percebendo que sua partida está próxima.

- Lucca... - chamou-me, apenas lhe dirijo um olhar frio através do espelho, nesse momento a vejo tremer - já entendi - diz ao se levantar.

Não sou um cafajeste como dizem por aí, a mulher para estar na minha cama, sabe muito bem que é apenas sexo, não espere bombons e flores ou um pedido de casamento no dia seguinte. Já tive muitos problemas com mulheres que acham que o fato de estarem na minha cama lhe o direito ou o poder sobre mim, por isso deixo bem claro que para estar na minha cama tem que está ciente que é apenas uma noite.

Coloco a última peça, meu rolex preferido, um presente de meu pai, a mulher já está vestida com cara de poucos amigos, porém ainda assim que ela tenta uma última vez, ela se aproxima, passa as unhas vermelhas na gravata e tenta me beijar, elas sabem, todas sabem que não beijo na boca.

- Poxa Lucca - diz fazendo beicinho.

- O carro já está lhe aguardando - encerro.

A mulher vira-se e ao sair b**e a porta, mesmo deixando tudo as claras, elas nunca aceitam. Dou uma última olhada no espelho e gosto muito do que vejo, coloco o óculos estilo aviador e desço, a mesa do café está posta, mesmo nunca comendo, Nira minha governanta sempre deixa a mesa farta.

- Bom dia senhor - a senhora rechochuda e de bochechas rosadas cumprimenta-me ao deixar uma xícara de café preto e sem açúcar a minha frente.

- Apenas Lucca, Nira! - a repreendo como todos os dias, ela apenas solta uma risadinha.

- Volta para o almoço? - pergunta, pois sempre almoço em casa.

- Hoje não Nira, tenho uma reunião que levará o dia inteiro.

- Ok senhor - diz e sai antes de repreendê-la novamente.

Verifico a hora e me dou conta se não sair agora vou me atrasar. Ao sair Hanter já me aguarda, o tempo está eu ruim hoje, parece que vai nevar, preciso deixar tudo certo para poder tirar minhas tão sonhadas férias, e essa reunião de hoje será primordial para que isso se concretizo logo.

- Bom dia senhor.

- Bom dia Hanter.

- A loira saiu bufando - diz e sorrio de canto.

- Quer mais do que posso dá meu caro - ele também ri, Hanter além de meu motorista e segurança, ele é um amigo de faculdade.

- Todas querem - ri e eu também.

O trajeto até o centro é tranquilo, nem parece que estamos no mês natalino, Nova Iorque a cidade que não dorme está iluminada, em pouco minutos chegamos a Lower Manhattan, onde se encontra localizada a sede da minha empresa, empresa essa que é minha vida, Indústrias Matarazzo cia.

Admiro o enorme prédio de 30 andares, ''vamos lá Lucca'' entro no prédio e todos param de respirar, não gosto que tenham medo de mim, mas sou conhecido no meio empresárial como o Lobo, atravessou meu caminho como a chapeuzinho. Sou impiedoso, frio e calculista, não é a toa que aos 29 anos tenho um patrimônio animalesco, e busco por mais, sempre quero mais.

- Bom dia senho Matarazzo - Lúcia a recepcionista cumprimenta e sorrir envergonadamente, lhe ofereço apenas um aceno de cabeça.

Meu escritório fica o último andar, e esse fato me irrita um pouco, pois demora uma vida chegar ao meu destino. Quando finalmente chega Jacob já me aguarda com a agenda na mão.

- Bom dia senhor, hoje... - o corto.

- Café - digo e logo o vejo correr.

Um minuto depois Jacob b**e na porta e entra, deixa a xícara a minha frente, dá a volta na mesa e senta-se com a agenda aberta.

- A sala de reunião está preparada e todos já lhe aguardam.

- 5 minutos - digo e ele assente já se levantando.

- Senhor seus pais estão a confirmação para o natal - estreito os olhos e jacob engole em seco.

- Não confirme nada.

- Sim senhor -  e sai praticamente correndo.

Só de imaginar um tempo com minha já me dá urticária. Por favor não me entendem mal, amo meus pais, eles são o que tenho de mais precioso, mas minha mãe enche meu saco com esse negócio de casamento e filhos e sossegar o facho, me irrita em nivéis colossais. Falando na fera, meu telefone toca e ''Mãe'' aparece na tela.

- Oi mãe.

- Oi filho desnaturado - já tramatizando - não lembra mais dos pais, não liga pra mãe - diz quase chorando e eu reviro olhos.

- Mãe vou entrar em um reunião agora - ela me corta.

- Está vendo, não tem tempo nem para dá um Oi para a mãe - diz agora brava.

- Mãe, lhe vi ontem, ontem almocei com você - digo, já sentindo a dor de cabeça.

- Não foi o suficiente - diz enfática - vem para jantar hoje meu filho, Cecília está passando uma temporada aqui conosco, seria bom se... - a corto.

- Não mãe, pare - digo sério, esse era o ponto dela, um encontro com algumas das escolhidas dela - agora me deixe trabalhar.

- Ok, não falo mais nada, mas não chore no meu caixão - diz e desliga na minha cara.

O que uma coisa tem haver com a outra? minha mãe e suas loucuras. Entro na sala de reunião e todos já estão e aguardando, passo por todos e sento-me em minha cadeira, olho para todos e começo.

- Bom dia senhores, pedir essa reunião extraórdinaria para deixar tudo em seu devido lugar antes de tirar alguns dias de férias - todos arregalam os olhos, pois em 10 anos que estou a frente dessa empresa, nunca tirei férias, então a surpresa é geral - como todos sabem, não tenho uma rede de acionista, então eu decido tudo, porém tenho uma equipe de excelência  e sei que em minha ausência, tudo continuará em pleno vapor, todos aqui presente sabem que são da minha inteira confiança - todos assentem - bom vamos lá, quero um resumo de como aanda todos os setores - digo e mais uma vez todos arregalam os olhos, sabendo que quero o balanço - quem será a primeiro setor a se apresentar? - pergunto e um olho para o outro - Henri - digo e meu vice presidente engole em seco, ele já sabe que descobri seu roubo, sei também que ele irá me apresentar um balanço maquiado.

- Lucca.., - engole em seco e me esntrega uma pasta, dou um sorriso de canto e verifico os papeis.

- Jacoa, o balanço - peço o balanço real e Jacob me entrega.

Nesse momento os olhos de Henri falta pular das órbitas, entrego as duas pastas a ele e ele a principio não entende e nem as outras pessoas, então levanto-me, vou até a porta onde os seguranças já estão aguardando.

- Bem para quem não está entendendo nada, vou explicar, Henri Smith meu braço direito, vice presidente desta companhia, achou que não descobriria seu roubo - digo olhando dentro de seus olhos.

- Não Lucca, espere posso explicar - ele se levanta e vem em minha direção.

- Não, não pode explicar, tudo o que você se tornou foi graças a mim, sua fortuna é graças a mim, ainda assim você ousou me roubar - digo com fúria - e não pense que vai ficar assim, você vai pagar, podem levá-lo - dou a ordem.

- Lucca, por favor... - o homem grita sendo arrastado pelo seguranças.

Todos olham a cena horrorizados.

- Quem será o próximo setor a se apresentar - digo ao sentar.

E assim foi meu dia, colocando ordem na casa antes de sair de férias rumo ao Brasil. Quase dez da noite finalizo minhas tarefas, e desço rumo ao hangar onde o jatinho particular já me aguarda, não aviso meus pai, quando souberem já estarei longe, sei que parece que estou fugindo e é bem isso mesmo.

Rio de Janeiro estou chegando.

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