Destino Entrelaçado: Grávida do Bilionário
Destino Entrelaçado: Grávida do Bilionário
Por: Cris Seixas
Capítulo 1 - Lia Ventura

''Estou em um pesadelo sem fim'' vivendo novamente a mesma dor, a dor de perder um ente querido. Olho para a pequena janela, obverso a tempestade que cai lá fora, o clima diz muito sobre como sentindo hoje, é como se eu fosse a própria tempestade.

Mas não posso me dá ao luxo de ficar parada apenas observando a chuva cair, tenho algo muito importante para fazer, com esse pensamento levanto-me de supetão me pondo de pé.

- Vamos Lia, você precisa fazer isso - digo a mim mesma.

Com suspiro melancólico, arrasto-me para o banheiro, demoro além do normal, olho-me no espelho, meus olhos inchados, o azul que antes era reluzente hoje não passa de duas esferas opacas sem brilho algum.

Hoje enterro meu último familiar, a última pessoa que tinha nesse mundão de Deus. Meu coração tá destruído, encaro o caixão fechado, e me b**e um ódio tão grande, como pode uma pessoa pode ser tão cruel a ponto de matar uma senhorinha ja na casa dos 80 anos. Foi exaltamente isso o que aconteceu, ontem após o último dia de aula ao chegar em casa encontrei minha avó jogada em um poça de sangue dentro de casa, aquela cena de horror vem a todo momento em minha cabeça, não consigo segurar as lágrimas.

''O que será de mim meu Deus?'' pergunto-me em silêncio. Nesse momento o delegado da pequena cidade onde nasci e cresci se aproxima.

- Senhorita Ventura, podemos falar? - apenas assinto, levanto-me e o acompanho, a igrejinha da praça há poucas pessoas, alguns conhecidos outros não, porém todos me olham com piedade.

- Sinto muito pela sua perda - lamenta - e você pode ter certeza que esse crime não ficará impune - balanço a cabeça em concordância, não acreditando, pois no Brasil nada se faz - você pode me dizer se dona Livia sofria alguma ameaça? - olho para o delegado tentando entender o que ele quer dizer.

- Desculpe delegado, mas hoje, nesse momento a única coisa que quero fazer, é sentar naquele banco ali -  aponto para o banco ao lado do caixão - e ficar ao lado da minha única familia o máximo de tempo que eu puder, antes de deixá-la debaixo de sete palmos - digo deixando as lágrimas cairem a vontande - então por favor amanhã eu respondo tudo o que o senhor quiser, mas hoje... - calo-me e volto para o banco ao lado do caixão de minha vozinha.

Muitas pessoas me consolam, outras apenas me olham com pena, imaginam '' como essa menina vai ficar? ou meu Deus tadinha, já havia perdido os pais ainda criança, agora a avó'' também me faço essa pergunta, pois não tenho coragem de entrar naquela casa, não mais, não depois da cena que encontrei ao entrar ali.

As 15:00 horas o caixão é colocado naquele buraco, o céu está desabando, assim como meu mundo.

- Menina você já pode ir - o coveiro diz com a pá na mão - já, já termino aqui, vá a chuva está muito forte - diz e apesar do local está coberto por uma espécie de lona, ainda assim aguá invade o local.

- Não... só saio quando você terminar - digo e o coveiro me olha feio e continua sua peregrinação.

Alguns minutos depois, o senhor com cara de mal fecha o buraco e se vai. E eu? continuo ali olhando fixamente para o buraco agora fechado.

- Vozinha - respiro fundo, tentando conter as lágrimas em vão - agora você está junto a meus pais né, promete cuidar de mim, promete - cai de joelhos no chão de barro - também prometo que jamais esquecerei você, prometo me cuidar, prometa lhe dá muito orgulho - meu coração dói, dói tanto que quase não consigo respirar, dói tanto que chegar a ponto de apagar.

Levo um susto ao acordar no hospital e o delegado está dormindo de mal jeito em uma cadeira de plástico. Ele percebe que acordei.

- Não se levante, calma, vou chamar alguém - então sai em buscar de alguém - Aqui ela acordou.

- Oi senhorita Ventura, como se sente? - um homem, possivelmente o médico pergunta.

- Bem - respondo.

- Lembra de algo?

- Apenas de estar no cemitério.

- Ok, bom senhorita Ventura, você foi chegou desmaiada depois se sofrer o que chamamos de cardiopatia de Takotsubo, a sindrome do coração partido. Essa patologia deixa o coração mais fraco e é muito observada em quem passa por uma fase de luto, e foi isso que aconteceu com você - ouço tudo atentamente.

- Mas agora estou bem? - pergunto com certa preocupação.

- Sim, mas vamos observar essas dores e palpitaçoes ok?

- Ok, já posso ir?

- Só um momento - diz e sai... minutos depois volta - preciso que um maior de idade assine sua alta, pois verificamos que você ainda é menor de idade.

- Mas sou emancipada desde os 15 anos - digo e ele olha para o delegado, que já havia até esquecido que estava ali.

- Ok, a senhorita está liberada, precisando voltar daqui a 15 dias para uma nova avaliação.

- OK.

Levanto-me da cama com ajuda do delegado, meu corpo inteiro dói.

- Está bem mesmo mocinha? - o delegado pergunta em forma de repreensão, balanço a cabeça em confirmação.

A claridade do dia ensolado me recepciona na porta de saída, o delegado sai andando na frente e ao perceber que fiquei parada na porta volta.

- O que foi? - pergunta confuso - vamos vou te deixar em casa - diz e permaneço no mesmo lugar.

- Não, me deixe no hotel do centro por favor - digo e ele parece mais confuso ainda - hotel?

- Sim - respondo e abaixo a cabeça, acho que ele entendeu, pois apenas diz.

- Ok.

O sigo até seu carro, e em poucos minutos estamos no centro da cidade, na pensão pitoresta de dona Flor. Ele conversar por alguns instantes com ela, que assente em seguida.

- Aqui a chave - diz me entregando um chave antiga.

- Sinto muito - dona Flor diz, apenas assinto.

Ela e o delegado me levam até o quarto, não tenho malas, não tenho nada além da minha dor.

- Menina se deita um pouco, vou preparar um sopa quentinha pra você - como sempre apenas assinto, não tenho vontade nenhuma de dialogar. Dona flor se vai, deixamos apenas eu o delegado no quarto.

- Eu sei que você está muito cansada, mas preciso que responda alguém perguntas pode ser?

- Ok.

- O que você fez aquele dia? - pergunta pegando um bloco de notas e uma caneta, eu sei que isso é apenas praxe, respiro fundo e começo narrar meus passos naquele dia.

-''Acordei cedo como de costume, fiz minha higiene matinal como de rotina, desci para tomar café com minha avó, ela me fez a mesma surpresa de todo ano, cantou parabéns comigo, pois era meu aniversário de 17 anos, me fez fazer um pedido ao soprar a velhinha - paro por um momento para respirar e tentar inultilmente secar as lágrimas - tomamos café e segui para a escola, aquele dia era meu último dia de aula, estava me formando no ensino médio, estava feliz, pois agora poderia passar mais tempo com minha avó, estávamos fazendo planos de ir ao Rio de Janeiro passar as férias lá, ela queria ver o mar, mas não deu tempo - soluço.

- Ouve algo estranho esses dias ou recetemente? - paro pra pensar.

- Não, tudo estava normal, minha avó não tinha inimigo, todos a conheciam e a amavam - digo, então me lembro de algo e pulo da cama, deixando o delegado assustado - teve sim algo estranho, meses atrás, mas já faz muito tempo, não sei se tem algo haver, mas foi a única coisa estranha que aconteceu.

- O que aconteceu?

- Em meados do mês de junho, um homem bateu em nosso portão, pergutando se a propriedade estava a venda, minha avó que o recebeu disse que não e homem assentiu e foi embora, até ai tudo bem, só que dias depois ele voltou novamente insistindo, minha avó mais uma vez disse que a propriedade não estava a venda e o homem ainda tentou uma última vez fazer uma proposta, o que era estranho era o valor hesorbitante, muito mais do que realmente valia o terreno - o delegado escreve tudo assentido.

- Ok senhorita Ventura - o corto.

- Me chame apenas de Lia.

- Sim, Lia como já havia lhe dito antes, esse crime não ficará impune, eu mesmo vou tratar de investigar esse suspeito.

- Obrigada delegado - agradeço de coração mesmo - posso lhe pedir uma coisa.

- Sim filha.

- O senhor poderia ir até minha casa e pegar algumas roupas e meus documentos, ainda não consigo entrar lá.

- Entendo, sim, posso sim, nesse momento a pericia ainda está catalogando tudo, assim que terminar, trago suas coisas.

E foi assim que minha vida virou de cabeça para baixo, pois o assassinato de minha avó era apenas a ponta de um grande iceberg que o delegado Tavares iria descobrir. Uma quadrilha especializade em assassinar donos de propriedades na qual eles encontravam algum tipo de minério, para então se apropriar dessas propriedades.

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