Reencontro Casual

A manhã em Málaga começou com uma brisa suave e um céu limpo, prometendo um dia perfeito para explorar a cidade. Clara, ainda pensando no encontro casual na pastelaria, decidiu visitar uma exposição de fotos em uma galeria de arte local. A exposição era de um fotógrafo famoso, cujas obras ela admirava há muito tempo, e Clara estava ansiosa para se inspirar ainda mais.

Ao entrar na galeria, Clara sentiu imediatamente a atmosfera artística e serena. As paredes estavam adornadas com fotografias em preto e branco, cada uma contando uma história única. Clara começou a passear lentamente, absorvendo cada detalhe, perdida em pensamentos sobre luz, sombra e composição.

Enquanto ela observava uma foto particularmente cativante de uma rua de Paris à noite, sentiu uma presença familiar ao seu lado. Virando-se, encontrou Lucas, que a olhava com um sorriso surpreso.

— Clara? — disse Lucas, claramente encantado por encontrá-la novamente.

— Lucas! Que coincidência — respondeu Clara, igualmente surpresa e feliz. — Não esperava encontrar-te aqui.

— Eu poderia dizer o mesmo. Gosto de arte, e quando soube desta exposição, decidi vir. E tu, a explorar mais inspirações? — Lucas perguntou, os seus olhos verdes brilhando de interesse.

— Sim, adoro este fotógrafo. As suas fotos capturam a essência dos lugares de uma forma que me toca profundamente — Clara explicou, notando que Lucas parecia genuinamente interessado.

— Concordo. A forma como ele j**a com a luz e as sombras é impressionante. Faz-nos ver os lugares de uma maneira totalmente nova — Lucas disse, aproximando-se mais da foto que Clara estava a admirar.

Eles continuaram a caminhar pela galeria, lado a lado, partilhando as suas impressões sobre as fotografias. Clara ficou impressionada com o conhecimento de Lucas sobre arte e a sua sensibilidade ao discutir os detalhes técnicos e emocionais das obras. O interesse dele parecia ir além do superficial, e ela sentiu uma conexão ainda mais forte com ele.

— Não sabia que tinhas um interesse tão profundo por fotografia, Lucas — Clara comentou, enquanto paravam diante de uma imagem de uma ponte antiga envolta em neblina.

— A arte sempre foi uma grande fonte de inspiração para a minha escrita. Acho que ambos estamos em busca de histórias, seja através de palavras ou imagens — Lucas respondeu, olhando para Clara com um olhar que parecia penetrar na sua alma.

— É verdade. Cada fotografia conta uma história única. E falando em histórias, como está a tua escrita? — Clara perguntou, genuinamente interessada.

— Melhor, graças a ti. O encontro na pastelaria realmente ajudou a desbloquear algo dentro de mim. Tenho escrito mais nas últimas 24 horas do que nos últimos meses — confessou Lucas, sorrindo.

Clara sentiu-se lisonjeada e feliz por ter tido um impacto positivo na vida de Lucas. Havia algo em seu olhar que a atraía, algo que ela queria explorar mais.

Enquanto se moviam para outra sala da galeria, Clara tropeçou ligeiramente numa elevação do chão e, antes que pudesse recuperar o equilíbrio, caiu para cima de Lucas. Ele agarrou-a instintivamente, os seus corpos colidindo com uma intensidade que fez ambos ofegarem.

Os rostos ficaram a centímetros de distância, os olhos fixos um no outro. Clara podia sentir a respiração quente de Lucas contra a sua pele, e por um momento, o mundo ao redor deles desapareceu. Lucas inclinou-se ligeiramente, os seus lábios quase tocando os de Clara.

Mas antes que pudessem beijar-se, um grupo de turistas barulhentos entrou na sala, rindo e falando alto, quebrando o feitiço do momento. Clara afastou-se rapidamente, corando, enquanto Lucas tentava recompor-se.

— Acho que temos uma tendência para encontros quase acidentais — disse Clara, rindo nervosamente.

— Parece que sim. Talvez o universo esteja a tentar nos dizer algo — respondeu Lucas, sorrindo, mas com uma frustração evidente nos olhos.

Eles continuaram a explorar a galeria, mas a tensão entre eles era palpável. Cada olhar trocado, cada toque acidental, aumentava a intensidade do desejo não realizado. Quando finalmente saíram da galeria, a tarde começava a cair, e a luz dourada do sol refletia nas ruas de Málaga.

— Gostei muito de passar este tempo contigo, Clara — disse Lucas, enquanto caminhavam em direção à praça principal.

— Eu também, Lucas. Quem sabe o que mais o destino nos reserva? — Clara respondeu, sentindo uma mistura de excitação e incerteza.

Eles despediram-se com um abraço apertado, deixando no ar a promessa de futuros encontros. Clara voltou para o seu apartamento com a mente a mil, ansiosa para ver onde essa nova conexão a levaria. Lucas, por sua vez, sentiu uma renovada inspiração, determinado a transformar aquela eletricidade em palavras e histórias. Ambos sabiam que aquele reencontro casual era apenas o início de algo muito maior.

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