Lucas estava cheio de confiança e expectativa enquanto caminhava pelas ruas de Málaga em direção ao apartamento de Clara. O sol brilhava intensamente, e o ar estava impregnado com o aroma doce das flores dos mercados locais. Ele sabia que desta vez seria diferente. Estava determinado a fazer com que tudo fosse mais leve, sem os dramas que tinham marcado as suas relações passadas. Não podia ser coincidência que ambos tivessem encontrado inspiração no mesmo lugar e ao mesmo tempo. Tudo parecia estar alinhado para que algo melhor acontecesse entre eles.
Quando finalmente chegou ao prédio de Clara, Lucas respirou fundo e subiu as escadas com passos decididos. Ao chegar à porta do apartamento, bateu levemente e aguardou. A porta abriu-se quase de imediato, revelando Clara com um sorriso caloroso no rosto.
— Olá, Lucas. Entra, fica à vontade — disse ela, movendo-se para o lado para que ele pudesse passar.
Mas antes que Clara pudesse dizer mais alguma coisa, Lucas não conseguiu conter a torrente de emoções que o invadiam. Sem pensar duas vezes, ele avançou, fechando a porta com um empurrão rápido. A intensidade dos seus sentimentos foi avassaladora. Ele agarrou Clara pela cintura, puxando-a para si com uma urgência desesperada.
Os seus lábios encontraram-se num beijo profundo e ardente. Lucas sentiu a suavidade dos lábios de Clara contra os seus, a sua boca a abrir-se num suspiro de surpresa e desejo. O coração de Lucas batia descontroladamente no peito enquanto o beijo se aprofundava, cada movimento dos lábios e das línguas era uma exploração voraz de paixão e necessidade.
Clara retribuiu o beijo com igual fervor, os braços envolvendo o pescoço de Lucas, puxando-o ainda mais para perto. Podia sentir o calor do corpo dele através das roupas, a firmeza dos seus músculos contra a sua pele. A intensidade do momento era quase esmagadora, cada toque, cada carícia parecia incendiar ainda mais a chama que ardia entre eles.
Lucas pressionou Clara contra a parede, os seus corpos encaixando-se perfeitamente. O mundo ao redor desapareceu, deixando apenas o som das suas respirações ofegantes e o ritmo acelerado dos seus corações. As mãos dele deslizaram pela cintura dela, subindo pelas costas, sentindo a suavidade da sua pele através da fina camada de tecido.
As sensações eram avassaladoras. Lucas podia sentir cada batida do coração de Clara, cada tremor do seu corpo enquanto os seus lábios se moviam com uma sincronia perfeita. O gosto dela era intoxicante, uma mistura de doçura e desejo que ele nunca havia experimentado antes.
Clara sentia-se como se estivesse a flutuar, perdida na intensidade do momento. Cada carícia de Lucas enviava ondas de prazer pelo seu corpo, fazendo-a querer mais, precisar de mais. Os seus dedos entrelaçavam-se no cabelo dele, puxando-o suavemente enquanto os seus corpos se moviam em perfeita harmonia.
Quando finalmente se separaram para recuperar o fôlego, os seus olhos encontraram-se, cheios de uma mistura de desejo e surpresa. Lucas manteve Clara perto, os seus rostos a centímetros de distância, as testas tocando-se suavemente.
— Desculpa, Clara... Eu... não consegui evitar — disse Lucas, a voz rouca e carregada de emoção.
Clara sorriu, ainda ofegante, os seus olhos brilhando de felicidade e desejo.
— Não há nada para desculpar, Lucas. Eu senti o mesmo... — respondeu ela, a voz suave e cheia de sinceridade.
Lucas sorriu, sentindo um alívio profundo e uma alegria indescritível. O beijo tinha sido uma confirmação da conexão que ambos sentiam, uma explosão de emoções que tornava claro que estavam no caminho certo. Com Clara nos braços, Lucas sabia que estavam a começar algo especial, algo que iria além das palavras e das promessas.
De repente, a campainha tocou, interrompendo o momento mágico. Clara soltou um pequeno suspiro e afastou-se de Lucas com um sorriso apologético.
— Deve ser uma encomenda. Eu já volto — disse ela, ajustando a roupa e caminhando até à porta.
Lucas observou-a enquanto ela abria a porta para um entregador uniformizado que segurava uma caixa de tamanho médio.
— Boa tarde, encomenda para Clara Mendes — disse o entregador, oferecendo um sorriso profissional.
— Sou eu, obrigada — respondeu Clara, assinando o recibo e pegando a caixa.
Depois de fechar a porta, Clara colocou a encomenda numa mesa próxima e voltou a olhar para Lucas, que a observava com um olhar carregado de desejo e curiosidade.
— Desculpa pela interrupção — disse ela, ainda a sorrir.
— Não faz mal — respondeu Lucas, aproximando-se novamente. — Onde estávamos?
Clara riu, e a leveza do momento fez com que ambos relaxassem. Enquanto Clara arrumava a encomenda, o telemóvel de Lucas vibrou no bolso. Ele tirou-o rapidamente e viu a notificação de uma mensagem. Ao abrir, leu com horror:
"Sabes que não te podes esconder de mim... Málaga não é assim tão longe... hoje onde vamos jantar? Ou queres uma surpresa das minhas? LY com saudades."
O pânico tomou conta de Lucas. O semblante mudou drasticamente, a sua expressão de desejo e alegria transformando-se em preocupação e medo. As palavras da mensagem reverberavam na sua mente, fazendo-o lembrar-se do passado que ele tanto queria deixar para trás.
— Está tudo bem, Lucas? — perguntou Clara, notando a mudança repentina na expressão dele.Lucas piscou, tentando disfarçar o nervosismo. Guardou o telemóvel no bolso e forçou um sorriso.— Sim, claro. Só... só me lembrei de algo que preciso resolver. Desculpa, Clara, mas tenho que ir — disse ele, tentando manter a voz estável.— Oh... claro, entendo. Se precisares de alguma coisa, estou aqui — respondeu Clara, um pouco confusa e desapontada com a súbita mudança.Lucas inclinou-se para dar um beijo rápido na bochecha de Clara e saiu apressadamente do estúdio, o coração a bater descontroladamente. A mensagem trouxe à tona todos os seus medos e inseguranças, e ele sabia que precisava de encontrar uma maneira de lidar com isso antes que o passado o consumisse novamente.Enquanto descia as escadas do prédio, Lucas sentiu um nó no estômago. Não podia deixar que isso arruinasse o que estava a começar com Clara, mas sabia que tinha que ser honesto consigo mesmo e enfrentar os seus demónios. E
Lucas saiu apressadamente do estúdio de Clara, o coração ainda a bater descontroladamente. Caminhava pelas ruas de Málaga, perdido em pensamentos, a angústia a apertar-lhe o peito. A mensagem de Rita tinha-lhe trazido uma onda de pânico que ele não conseguia controlar.Sabia que não se conseguiria esconder para sempre e que, mais cedo ou mais tarde, voltaria a encontrar Rita. Mas tinha esperança de que, quando esse momento chegasse, ela já tivesse encontrado outro alvo para a sua vida louca. Rita não era mulher de viver dependente de ninguém e nem iria ficar tanto tempo sozinha sem alguém que ajudasse a alimentar as suas fantasias.Mas Lucas conhecia bem o lado sombrio de Rita. Ela estava tão habituada ao poder e a ganhar que não devia conseguir lidar com o facto de ele a ter deixado. As tentativas de lhe explicar que não conseguia continuar a viver naquele ritmo tinham sido inúteis. Foram tantas as conversas, tantas as noites em que ele tentava fazê-la entender que, embora a experiên
Rita era uma mulher dominadora em todos os aspectos da sua vida, quer no mundo dos negócios, quer na sua vida pessoal. Para ela, era impensável sentir que não era a melhor ou que alguém a deixaria. O poder e o controle eram as suas maiores armas, e ninguém ousava desafiá-la. No entanto, a recente rejeição de Lucas tinha acendido um rastilho na sua pólvora interna, algo que ela não estava disposta a tolerar.A relação com Lucas já estava a esgotar a sua paciência. Ele era uma peça interessante no seu jogo, um desafio que havia dominado com maestria. Mas, como tudo na vida de Rita, ela sempre precisava de novos desafios, de novas conquistas para manter a sua mente e corpo estimulados. Quando Lucas começou a afastar-se, a rejeitar as suas investidas, sentiu uma fúria que há muito não experimentava.Para Rita, a rejeição de Lucas não era apenas um insulto pessoal; era uma afronta ao seu domínio. Ela é que decidia quando e como uma relação terminava. A ideia de que Lucas, ou Ricardo, como
Quando Lucas entrou, ela observou-o por um momento antes de acenar-lhe para que se juntasse a ela. Ele parecia tenso, mas determinado. Exatamente como ela esperava. Levantou-se para cumprimentá-lo, os seus olhos fixos nos dele. No cumprimento, colou o seu corpo ao dele, fazendo a sua mão deslizar pelo peito de Lucas e descer até o sentir mais intimamente. Lucas ficou tenso e afastou-a, o desconforto evidente no seu rosto.— Parece que não tens saudades — disse Rita, sorrindo friamente, a voz carregada de insinuações.Sentaram-se à mesa, a tensão entre eles quase palpável. O jantar foi um jogo de guerrilha, cada movimento de Rita calculado para provocar e desestabilizar Lucas. Ela tocava-lhe levemente no braço ao falar, os dedos deslizando provocativamente, quer no corpo dele, quer dela. De vez em quando, deixava escapar comentários duplos, repletos de significados ocultos e fazia movimentos erotizados que faziam qualquer homem corar e trepar de desejo. Ela sabia como ninguém ser subti
Quando Rita percebeu a determinação nos olhos de Lucas, soube que precisaria mudar de estratégia. Não podia permitir que ele fosse embora sem que ela tivesse um trunfo. A sua mente ágil e manipuladora rapidamente formulou um plano. Decidida, terminou o jantar com um sorriso calculado e começou a convencê-lo a subir à suite.— Vamos subir para a minha suite. Lá teremos mais privacidade para falar — disse ela, levantando-se da mesa com uma graça confiante.Lucas, hesitante, balançou a cabeça.— Não, Rita. Já dissemos o que precisávamos dizer. Eu vou embora.Rita aproximou-se, o olhar frio e calculista.— Se te fores embora agora, faço um escândalo aqui mesmo. Ou, melhor ainda, envio uma mensagem à tua nova amiga. A Clara adoraria saber mais sobre o teu passado, não achas?A ameaça surtiu efeito imediato. Lucas sentiu-se encurralado e impotente. Respirou fundo, tentando manter a calma.— Está bem, subimos. Mas acabamos com isto de uma vez por todas — disse ele, a voz carregada de resigna
Era meio da tarde e Clara tinha programado uma sessão de fotos no mercado local. A cor das frutas, o movimento das pessoas e a arquitetura pitoresca deviam ser inspiradores, mas Clara não conseguia afastar os pensamentos sobre Lucas.Enquanto ajustava a lente para capturar uma senhora idosa vendendo flores, os pensamentos invadiram sua mente. "Por que Lucas foi embora tão de repente? O que o estava a atormentar tanto que ele mal conseguiu despedir-se?" A frustração e a incerteza estavam a corroer-lhe a calma habitual.Após a sessão de fotos no mercado, Clara dirigiu-se ao café favorito para editar algumas imagens. Sentou-se numa mesa junto à janela, onde a luz natural era perfeita para trabalhar. Mas, enquanto ajustava a exposição e o contraste das fotos, encontrava-se a olhar fixamente para a tela sem realmente ver as imagens. As mãos moviam-se automaticamente, mas a mente estava longe, perdida nas lembranças da última vez que viu Lucas."Ele parecia tão perturbado... O que será que
Rita percebeu que não voltaria a ter Lucas em pleno, mesmo que ele voltasse a ficar com ela já não seria o mesmo. Na verdade, nem ela queria ficar com ele, só queria ser dona da última palavra. Assim, elaborou um plano que passou à prática, tudo vivido naquele quarto enquanto Lucas dormia profundamente e sem imaginar o que viria depois.Rita acordou cedo e viu que Lucas ainda dormia profundamente. Levantou-se silenciosamente e ouviu o telemóvel dele tocar. Não resistiu a ver quem era e viu uma mensagem de Clara que dizia: "Bom dia Lucas! Espero que esteja tudo bem. Hoje teremos oportunidade de continuar o assunto de ontem?"Rita ponderou responder, mas pensou melhor e definiu outra estratégia. Guardou o número de Clara e apagou a mensagem. Partilhar a informação agora era demasiado fácil e rápido... a seu tempo voltaria a dar ar da sua graça e, quando lhe apetecesse, faria a sua magia para acabar com aquele casalinho sem sal. Voltou para a cama e fez que dormia à espera que Lucas acor
Lucas saiu desesperado e confuso do hotel, tentando afastar os pensamentos sombrios que o atormentavam. O que teria acontecido na noite passada? As marcas no seu corpo e a desordem do quarto deixavam claro que algo tinha ocorrido, mas ele não conseguia lembrar-se de nada. E, para complicar ainda mais, tinha um evento de escrita no Museu Picasso dentro de uma hora. Não havia muito tempo para pensar no que fazer ou para entrar em contacto com Clara."Clara deve estar confusa," pensou Lucas enquanto corria pelas ruas de Málaga em direção ao seu apartamento. "Depois do que aconteceu entre nós, e depois de eu desaparecer assim, ela deve estar a pensar que sou doido."Ele queria falar com ela, explicar-se, mas sabia que precisava de mais tempo para refletir sobre tudo e encontrar a melhor maneira de abordar a situação. Decidiu que, por enquanto, esperaria um pouco mais antes de procurá-la. Tinha que estar calmo e claro de mente, algo que naquele momento não era possível.Chegando ao apartam