A Rainha do Tabuleiro

Rita era uma mulher dominadora em todos os aspectos da sua vida, quer no mundo dos negócios, quer na sua vida pessoal. Para ela, era impensável sentir que não era a melhor ou que alguém a deixaria. O poder e o controle eram as suas maiores armas, e ninguém ousava desafiá-la. No entanto, a recente rejeição de Lucas tinha acendido um rastilho na sua pólvora interna, algo que ela não estava disposta a tolerar.

A relação com Lucas já estava a esgotar a sua paciência. Ele era uma peça interessante no seu jogo, um desafio que havia dominado com maestria. Mas, como tudo na vida de Rita, ela sempre precisava de novos desafios, de novas conquistas para manter a sua mente e corpo estimulados. Quando Lucas começou a afastar-se, a rejeitar as suas investidas, sentiu uma fúria que há muito não experimentava.

Para Rita, a rejeição de Lucas não era apenas um insulto pessoal; era uma afronta ao seu domínio. Ela é que decidia quando e como uma relação terminava. A ideia de que Lucas, ou Ricardo, como ela ainda gostava de o chamar, pudesse simplesmente virar as costas e partir, era inaceitável. E agora, o facto de ele estar a procurar outra musa, uma mera fotógrafa sem sal, apenas aumentava a sua determinação em retomar o controle.

Foram dois meses de procura incansável, usando todos os recursos ao seu dispor. Finalmente, encontrou-o em Málaga. Assim que soube onde ele estava, reservou um hotel e começou a observá-lo de longe. Bastou um dia para perceber que Lucas estava a tentar recomeçar a sua vida com outra mulher. Vê-lo com Clara, uma fotógrafa que não parecia oferecer nada do que Rita podia, incendiou ainda mais a sua raiva.

Rita sabia que Lucas nunca encontraria outra mulher que lhe proporcionasse o que ela lhe proporcionava. Ele tinha aprendido tudo com ela: a intensidade, a paixão, a forma de ver o mundo. E agora, ele estava a ser trocado por alguém que, aos olhos de Rita, não tinha absolutamente nada de especial.

Decidida a agir rapidamente, Rita pegou no telemóvel e enviou uma mensagem que sabia que iria abalar Lucas: "Sabes que não te podes esconder de mim... Málaga não é assim tão longe... hoje onde vamos jantar? Ou queres uma surpresa das minhas? LY com saudades."

Depois de enviar a mensagem, um sorriso de satisfação curvou os seus lábios. Ela sabia que Lucas estaria a sentir-se encurralado, incapaz de escapar à sua presença dominante. A verdade era que, embora estivesse pronta para seguir em frente e encontrar novos desafios, não podia permitir que Lucas se fosse sem a sua permissão. Ele era dela, e só dela, até que ela decidisse o contrário.

Quando viu a resposta de Lucas, teve a garantia de que tudo iria correr como queria. Ele nunca teria coragem de a ignorar. Rápidamente, ela lhe deu as indicações do restaurante, o luxuoso restaurante do hotel onde estava hospedada. Na verdade, a sua intenção seria terminar a noite na maravilhosa suite. Esse pensamento deixou-a ainda mais excitada e entusiasmada.

Enquanto se preparava para o encontro, escolheu cuidadosamente o vestido preto justo que acentuava cada curva do seu corpo e revelava um decote acentuado. O colar de diamantes dançava de forma insinuante nos seios destacados e os brincos complementavam o look, refletindo a sua autoconfiança e poder. Rita sabia que a aparência era parte do jogo, e ela jogava-o como ninguém.

No espelho, olhou para si mesma e sorriu. Estava no seu elemento. Dominava não apenas a sua própria vida, mas também a daqueles que ousavam entrar no seu círculo. Lucas seria lembrado disso esta noite. Aplicou um toque final de batom vermelho e saiu do quarto, cada passo ecoando pelo corredor como uma declaração de poder.

Ao entrar no restaurante, Rita sentiu os olhares de admiração e inveja ao seu redor. Escolheu uma mesa estrategicamente posicionada, onde poderia ver a entrada. Pediu uma taça de champanhe e esperou, saboreando cada momento da antecipação, com a certeza inabalável de que, independentemente de quanto Lucas tentasse escapar, ele nunca conseguiria fugir completamente da teia que ela tinha tecido à sua volta.

Não se tratava apenas de manter Lucas sob o seu domínio, mas de assegurar que ninguém, especialmente Clara, ousasse pensar que poderia roubar-lhe o seu lugar. Ela era a rainha do tabuleiro, e todos os outros eram meros peões no seu jogo.

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