Quando Lucas entrou, ela observou-o por um momento antes de acenar-lhe para que se juntasse a ela. Ele parecia tenso, mas determinado. Exatamente como ela esperava. Levantou-se para cumprimentá-lo, os seus olhos fixos nos dele. No cumprimento, colou o seu corpo ao dele, fazendo a sua mão deslizar pelo peito de Lucas e descer até o sentir mais intimamente. Lucas ficou tenso e afastou-a, o desconforto evidente no seu rosto.
— Parece que não tens saudades — disse Rita, sorrindo friamente, a voz carregada de insinuações. Sentaram-se à mesa, a tensão entre eles quase palpável. O jantar foi um jogo de guerrilha, cada movimento de Rita calculado para provocar e desestabilizar Lucas. Ela tocava-lhe levemente no braço ao falar, os dedos deslizando provocativamente, quer no corpo dele, quer dela. De vez em quando, deixava escapar comentários duplos, repletos de significados ocultos e fazia movimentos erotizados que faziam qualquer homem corar e trepar de desejo. Ela sabia como ninguém ser subtilmente evidente, usava as pernas, o decote e o olhar para manter Lucas perdido e focado em si. — Lembras-te daquela noite em Paris? — disse ela, os olhos fixos nos dele, enquanto passava a língua pelos lábios. — Foi... inesquecível. Um restaurante parecido como este, um dos melhores momentos de prazer, não? Lucas tentou manter a compostura, mas sentia a angústia a subir dentro de si. O palpitar do desejo misturava-se com uma repulsa imensa. Ele sabia que Rita estava a tentar seduzi-lo, a testar o seu controle, e isso deixava-o ainda mais inquieto. — Sim, lembro-me, quase como se tivesse sido noutra vida — respondeu Lucas, tentando desviar o olhar dela e focar-se no prato à sua frente. — Outra vida?!? — repetiu Rita com um sorriso frio. — Queres repetir? Sei que adoraste e sei que ainda podemos fazer melhor! — afirmou Rita, já ajeitando a perna para o lado de Lucas e colocando dois dedos dentro de si com um sorriso desafiador. Lucas sentiu um choque de repulsa misturado com um desejo involuntário. Fechou os olhos por um momento, tentando encontrar a força para resistir à tentação destrutiva que Rita representava. Respirou fundo e olhou-a diretamente nos olhos, a voz firme e decidida. — Rita, para. Eu não tenho os mesmos interesses que tinha antes. Foi para acabar com momentos como este que me afastei. Eu quero algo diferente agora, algo mais estável e real. Clara não merece ser arrastada para isto, e eu também não. Por favor, respeita isso e afasta-te. Rita riu, um riso frio e desdenhoso, enquanto retirava os dedos e os passou pelos lábios de Lucas e ajeitava a saia com uma calma provocadora, — Realmente achas que podes simplesmente afastar-te e começar de novo, Lucas? — perguntou ela, os olhos brilhando de determinação. — Eu nunca me afasto. Tu és meu, e só meu, até eu decidir o contrário. E essa decisão ainda não foi tomada. Lucas sentiu um nó no estômago ao perceber a profundidade da obsessão de Rita. Sabia que estava a lidar com uma força implacável e que a sua batalha pela liberdade seria muito mais difícil do que imaginara. O jantar continuou, mas a tensão era quase insuportável. Lucas mal conseguia comer, a mente a correr com pensamentos de como proteger Clara e libertar-se da influência de Rita. Quando o jantar finalmente terminou, ele levantou-se, decidido a pôr um ponto final naquela noite. — Rita, eu... eu não posso continuar com isto. Conheci a Clara e ela é importante para mim. Preciso que te afastes e que nunca te aproximes dela — disse Lucas, a voz firme apesar do nervosismo. Rita riu, um riso frio e incrédulo, os olhos brilhando com uma mistura de diversão e desprezo. — Afastar-me? Nunca, Lucas. Não sei o que te fez pensar que podias escapar de mim tão facilmente. E quanto a essa... Clara, ela não faz ideia de quem tu és de verdade. Não vou permitir que alguém tão insignificante tire o que é meu. Lucas sentiu a raiva a ferver dentro dele, mas também um desespero crescente. — Rita, eu estou a pedir-te. Deixa-nos em paz. Deixa-me seguir em frente — implorou ele, os olhos a suplicar. Rita recostou-se na cadeira, o sorriso frio nunca deixando os seus lábios. — Nunca, Lucas. Tu és meu, e só meu, até eu decidir o contrário. E garanto-te, essa decisão não será tomada tão cedo. Lucas percebeu que estava a lidar com uma força implacável, e o medo de perder Clara tornava-se cada vez mais real. Sabia que tinha uma batalha difícil pela frente, uma batalha pela liberdade e pelo amor que começava a florescer. — Rita, eu... eu não posso continuar com isto. Conheci a Clara e ela é importante para mim. Preciso que te afastes e que nunca te aproximes dela — disse Lucas, a voz firme apesar do nervosismo. Rita riu, um riso frio e incrédulo, os olhos brilhando com uma mistura de diversão e desprezo. — Afastar-me? Nunca, Lucas. Não sei o que te fez pensar que podias escapar de mim tão facilmente. E quanto a essa... Clara, ela não faz ideia de quem tu és de verdade. Não vou permitir que alguém tão insignificante tire o que é meu. Lucas sentiu a raiva a ferver dentro dele, mas também um desespero crescente. — Rita, eu estou a pedir-te. Deixa-nos em paz. Deixa-me seguir em frente — implorou ele, os olhos a suplicar. Rita recostou-se no sofá, o sorriso frio nunca deixando os seus lábios. — Nunca, Lucas. Tu és meu, e só meu, até eu decidir o contrário. E garanto-te, essa decisão não será tomada tão cedo.Quando Rita percebeu a determinação nos olhos de Lucas, soube que precisaria mudar de estratégia. Não podia permitir que ele fosse embora sem que ela tivesse um trunfo. A sua mente ágil e manipuladora rapidamente formulou um plano. Decidida, terminou o jantar com um sorriso calculado e começou a convencê-lo a subir à suite.— Vamos subir para a minha suite. Lá teremos mais privacidade para falar — disse ela, levantando-se da mesa com uma graça confiante.Lucas, hesitante, balançou a cabeça.— Não, Rita. Já dissemos o que precisávamos dizer. Eu vou embora.Rita aproximou-se, o olhar frio e calculista.— Se te fores embora agora, faço um escândalo aqui mesmo. Ou, melhor ainda, envio uma mensagem à tua nova amiga. A Clara adoraria saber mais sobre o teu passado, não achas?A ameaça surtiu efeito imediato. Lucas sentiu-se encurralado e impotente. Respirou fundo, tentando manter a calma.— Está bem, subimos. Mas acabamos com isto de uma vez por todas — disse ele, a voz carregada de resigna
Era meio da tarde e Clara tinha programado uma sessão de fotos no mercado local. A cor das frutas, o movimento das pessoas e a arquitetura pitoresca deviam ser inspiradores, mas Clara não conseguia afastar os pensamentos sobre Lucas.Enquanto ajustava a lente para capturar uma senhora idosa vendendo flores, os pensamentos invadiram sua mente. "Por que Lucas foi embora tão de repente? O que o estava a atormentar tanto que ele mal conseguiu despedir-se?" A frustração e a incerteza estavam a corroer-lhe a calma habitual.Após a sessão de fotos no mercado, Clara dirigiu-se ao café favorito para editar algumas imagens. Sentou-se numa mesa junto à janela, onde a luz natural era perfeita para trabalhar. Mas, enquanto ajustava a exposição e o contraste das fotos, encontrava-se a olhar fixamente para a tela sem realmente ver as imagens. As mãos moviam-se automaticamente, mas a mente estava longe, perdida nas lembranças da última vez que viu Lucas."Ele parecia tão perturbado... O que será que
Rita percebeu que não voltaria a ter Lucas em pleno, mesmo que ele voltasse a ficar com ela já não seria o mesmo. Na verdade, nem ela queria ficar com ele, só queria ser dona da última palavra. Assim, elaborou um plano que passou à prática, tudo vivido naquele quarto enquanto Lucas dormia profundamente e sem imaginar o que viria depois.Rita acordou cedo e viu que Lucas ainda dormia profundamente. Levantou-se silenciosamente e ouviu o telemóvel dele tocar. Não resistiu a ver quem era e viu uma mensagem de Clara que dizia: "Bom dia Lucas! Espero que esteja tudo bem. Hoje teremos oportunidade de continuar o assunto de ontem?"Rita ponderou responder, mas pensou melhor e definiu outra estratégia. Guardou o número de Clara e apagou a mensagem. Partilhar a informação agora era demasiado fácil e rápido... a seu tempo voltaria a dar ar da sua graça e, quando lhe apetecesse, faria a sua magia para acabar com aquele casalinho sem sal. Voltou para a cama e fez que dormia à espera que Lucas acor
Lucas saiu desesperado e confuso do hotel, tentando afastar os pensamentos sombrios que o atormentavam. O que teria acontecido na noite passada? As marcas no seu corpo e a desordem do quarto deixavam claro que algo tinha ocorrido, mas ele não conseguia lembrar-se de nada. E, para complicar ainda mais, tinha um evento de escrita no Museu Picasso dentro de uma hora. Não havia muito tempo para pensar no que fazer ou para entrar em contacto com Clara."Clara deve estar confusa," pensou Lucas enquanto corria pelas ruas de Málaga em direção ao seu apartamento. "Depois do que aconteceu entre nós, e depois de eu desaparecer assim, ela deve estar a pensar que sou doido."Ele queria falar com ela, explicar-se, mas sabia que precisava de mais tempo para refletir sobre tudo e encontrar a melhor maneira de abordar a situação. Decidiu que, por enquanto, esperaria um pouco mais antes de procurá-la. Tinha que estar calmo e claro de mente, algo que naquele momento não era possível.Chegando ao apartam
Clara resolveu ignorar as sensações. "Não passam de sonhos e más recordações", pensou. "De certeza que o futuro será muito melhor." Decidida a começar o dia com uma atitude positiva, levantou-se e foi tomar um banho para afastar a inquietação.Enquanto se vestia, o telemóvel tocou. Clara sentiu um aperto de esperança que fosse Lucas, mas, ao olhar para o ecrã, viu que era a sua amiga Inês. Atendeu o telefone, tentando disfarçar a decepção na voz.— Olá, Inês!— Clara! Não vais acreditar no que acabei de ver! — disse Inês, toda entusiasmada e eufórica. — Estou cheia de inveja! Acabei de ver que hoje o meu escritor preferido está em Málaga num evento no Museu Picasso! RR, Ricardo Ramos, o escritor de romances eróticos famoso! No último ano, não tem havido notícias sobre ele e, hoje, vai estar aí!Clara ficou entusiasmada com a ideia e disse à amiga que iria ver e que tentaria arranjar um autógrafo. Só não lhe disse que ficou ainda mais entusiasmada por ter esperança de encontrar Lucas.
Clara observava Lucas e a mulher de longe, a confusão e a incerteza a tomarem conta de si. Decidiu que o melhor seria sair sem ser vista. Precisava de tempo para pensar, para entender o que realmente queria fazer. "O melhor será aguardar o contacto dele," pensou, enquanto se afastava silenciosamente.Enquanto caminhava pelas ruas de Málaga, os pensamentos de Clara giravam incontrolavelmente. Na verdade, ela até lhe tinha mandado uma mensagem e ele não disse nada. Podia estar muito ocupado, mas será que o que estava a acontecer entre eles não tinha significado suficiente para ele responder, ou até a convidar para o evento? Será que ele não queria ser visto com ela? Será que era casado? Quem seria aquela mulher?Clara começava a ponderar se mais uma vez estava a atrair confusão para a sua vida. Fugiu para Málaga para encontrar paz e inspiração, e de repente estava envolvida em algo que a atormentava. "Será que vale a pena?" perguntava-se, sentindo o peso das incertezas a crescer.No mei
Enquanto Lucas falava com Rita no museu, teve um vislumbre de Clara ao longe. O coração deu um salto. "Será que era mesmo ela? Será que ela me viu com Rita? E por que não disse nada?" pensava, sentindo um nó de preocupação formar-se no estômago. A presença de Clara ali era inesperada e inquietante. Como teria ela descoberto onde ele estava? O que terá visto?Perdido nestes pensamentos, mal notou que Rita continuava a falar.— Fica tranquilo, Lucas. Depois daquela maravilhosa despedida, só quis ver-te na tua melhor performance profissional. Não tenho intenção de te atrapalhar — disse ela com um sorriso enigmático.Rita fez uma rápida despedida, inclinando-se para lhe dar um leve beijo nos lábios. Lucas ficou imóvel, sentindo os olhares admirados e prendidos na segurança e beleza de Rita enquanto ela se afastava com a sua habitual graça confiante.Lucas mal teve tempo para processar os seus sentimentos. Teve que se preparar rapidamente para um almoço com editores e empresários. Durante
Clara sentia um profundo sentimento de desilusão. Apesar de conhecer Lucas há pouco tempo, tinha a sensação de que poderia ser algo promissor, mas parecia que foi só uma ilusão. Tentava afastar os pensamentos negativos enquanto continuava com as suas tarefas, mas a mente insistia em retornar ao mesmo ponto.Sentada no sofá, o telemóvel de Clara vibrou novamente. Era uma mensagem de Lucas: "Clara, posso ligar-te amanhã? E se tiveres tempo, quem sabe, podíamos combinar um café, mesmo com a tua visita no fim de semana. Gostava muito de esclarecer tudo e passar algum tempo contigo."Clara hesitou em responder. Na verdade, não sabia muito bem o que dizer. Lucas demonstrava preocupação com ela, mas a falta de consideração por não ter respondido à mensagem anterior e não ter dito nada ainda a magoava profundamente. "Só agora, depois de ser 'apanhado', é que ele quer se explicar," pensou, sentindo a raiva misturar-se com a tristeza."Será que se eu não tivesse ido ao museu ele teria dito algu