Meu nome é Vivian Rocha, tenho 25 anos e sou formada em publicidade. No entanto, descobri minha verdadeira vocação ao escrever livros. Ainda faço alguns trabalhos publicitários, mas nada relevante. Sempre vivi conforme a minha vontade, sem me importar com os julgamentos alheios.
Eu sei o que você pode estar pensando, mas minha vida era bastante comum. Vivia com o pouco dinheiro que ganhava dos meus livros e dos meus bicos com publicidade. Nada para exaltar, mas o suficiente para manter um padrão de vida confortável. Cresci em uma família simples, mas todos eram gentis e amáveis, especialmente meu irmão, Bruno. Ele era superprotetor por ser mais velho e sempre achou que era responsável por mim. Às vezes, era um pouco sufocante, mas reconfortante saber que tinha alguém para me apoiar sempre que eu precisasse. Agora, estou passando por um momento difícil. Sinto que terei que fazer uma longa viagem em breve e talvez nunca mais volte, mas não quero falar sobre isso agora. Decidi aproveitar o tempo que me resta da melhor forma possível. Estava deitada, relaxando no sofá da minha sala e ouvindo música no celular, quando fui interrompida por uma chamada. Era Bianca, minha melhor amiga. Se você quisesse descobrir as melhores baladas, era só falar com ela. — Oi — atendi rapidamente. — Oi!!! Estou ligando para confirmar se você vai hoje? — ela perguntou, sem surpresa, querendo me levar para outra festa. — Ah, estou me sentindo cansada hoje, não sei... — respondi pensativa. — Vamos, por favor, aquele gatinho que eu estou afim vai estar lá. Preciso de você para me dar apoio moral — ela disse, tentando me persuadir. — Tudo bem, eu vou, não precisa chorar — brinquei. — Você é a melhor! Passo na sua casa para te buscar às nove horas — informou. — OK, vou resolver umas coisas e te espero. Tchau — respondi. — Ok, amiga, beijos... Tchau — ela disse, desligando a chamada. Então resolvi sair do meu momento de relaxamento e focar no trabalho que tinha pego, uma publicidade para um shopping novo. Era raro conseguir um trabalho grande, mas esse ia me render uma boa grana. Após anos fazendo pequenos trabalhos para uma empresa de publicidade, eles tinham plena confiança no meu potencial, então eu tinha liberdade para criar conforme achasse melhor. Pelo pouco que pesquisei, o cliente era um cara mulherengo. Esse pessoal que tem muito dinheiro adora se exibir comprando as pessoas, algo que não admiro. Do que adianta ele ser "pegador" se as mulheres que se relacionam com ele só querem seu dinheiro? Mas enfim, não se deve acreditar em tudo que se vê na internet e, mesmo que seja verdade, não posso julgá-lo. A vida dele não é da minha conta. Apenas tenho que entregar meu melhor trabalho. Quando olhei a hora, vi que já estava ficando tarde. Tomei um banho rápido, vesti uma roupa casual e passei uma maquiagem leve. Nunca gostei de nada extravagante. Como tinha algum tempo sobrando até minha amiga chegar, esquentei uma comida que tinha guardado do almoço e fiquei comendo enquanto a aguardava. O bom de morar sozinha é a liberdade de fazer o que quiser, na hora que quiser. Meus pais queriam que eu estivesse em casa, mas sei que eles estariam cheios de cuidados, e não quero isso agora. No horário combinado, eu já tinha terminado de comer e escovar os dentes. Retoquei minha maquiagem e fui para a sala esperar. Não demorou muito para ouvir a campainha tocar. Seu sorriso estava radiante como sempre. Bianca era uma mulher extraordinariamente bonita. Seus cabelos cacheados e olhos castanhos eram invejáveis. Usando um vestido sexy preto e salto alto, parecia que íamos para lugares diferentes. — Por que você não usou uma roupa mais provocante, amiga? Assim você não vai chamar muita atenção — ela reclamou, e talvez tivesse razão. — Você sabe que eu não me importo com isso. De qualquer forma, estou indo só para ser vela para você e seu pretendente — brinquei. — Nossa! Falando assim, até me sinto mal. Prefiro apoio moral — ela falou. Rimos enquanto eu trancava a porta para irmos. A boate que iríamos naquela noite não ficava muito longe, então não demorou para chegarmos. Era um ambiente agitado e com música animada, frequentado por pessoas de todas as idades. Resumindo, o local ideal para um encontro descontraído. Talvez não fosse um local que eu usaria para um primeiro encontro em um dos meus romances, mas poderia mudar de ideia observando se esse encontro daria certo. Quando encontramos o pretendente de Bianca, ele estava conversando com alguns amigos. Era um homem realmente bonito, cabelos dourados e olhos azuis. Sua pele bronzeada o fazia se destacar entre as pessoas. Dava para entender o motivo de minha amiga estar gamadinha nele. Eles se cumprimentaram com um beijo no rosto e um abraço, e depois vieram em minha direção. — Esta é minha amiga Vivian. Vivian, este é Fred, meu colega de trabalho — ela disse, nos apresentando. — Prazer em conhecê-la. Bianca me falou muito sobre você — cumprimentei educadamente. — Digo o mesmo. Ela também me falou muito sobre você. Fico feliz em conhecer a melhor amiga dela — ele disse com um sorriso gentil. — Vamos dançar? Eu amo essa música — Bianca sugeriu. Concordamos imediatamente e fomos para o centro da pista de dança. Eu poderia não ser a melhor naquilo, mas com certeza amava o ritmo e me divertia movimentando meu corpo. Depois de um tempo, saí da pista e fui para o balcão do bar pedir uma bebida sem álcool. Lá estava sentado um homem moreno muito bonito. Seus olhos castanhos eram particularmente charmosos, e seu cabelo, um pouco comprido, estava cuidadosamente penteado. Não sei por quê, mas senti vontade de bagunçá-lo um pouquinho e ri dos meus pensamentos bobos. Depois que me entregaram a bebida, percebi que ele olhou disfarçadamente para mim. Será que ele percebeu algo? Esperava que não, mas ele se sentou do meu lado, e confesso que fiquei um pouco nervosa com a aproximação. Olhando mais de perto, ele era bem parecido com o chefe da empresa que havia contratado os meus serviços de publicidade. Será? Bom, de qualquer forma, não importa. Se ele pensa que vou ser mais uma de suas garotas, está muito enganado.Depois de pensar por muito tempo, não consegui chegar a nenhuma resposta sobre o que deveria fazer. Estava no meu escritório, revisando alguns documentos, quando meus pensamentos foram interrompidos por alguém batendo à porta. Era meu amigo Benício, ou Benny, como costumo chamá-lo.— E aí? Como tem passado esses dias, meu amigo? — ele perguntou ao entrar.— Com muito trabalho e um problemão para resolver — respondi, esfregando as sobrancelhas.— Sério? O que seria? Se estiver ao meu alcance, posso te ajudar — ele disse com o mesmo sorriso travesso de sempre.— Senta aí, para você eu posso contar, porque confio — disse, indicando a cadeira.— Pode falar, sou todo ouvidos — ele brincou.— Eu já te contei sobre aquele negócio com o Edgar Santos, né? O empresário que estava procurando alguém para administrar sua rede de hotéis? — questionei.— Claro, você estava louco para conseguir isso. Sinceramente, nunca vi alguém mais fanático por trabalho que você. — ele disse rindo.— Isso não vem
Quando eu estava prestes a inventar uma desculpa para ir embora, a amiga dela chegou e nos puxou para a pista de dança. Vi as duas sussurrando algo, mas não consegui entender por causa da música alta.— Você deveria se soltar mais e aproveitar a música — ela disse, se aproximando.— Eu não sou muito bom nisso — respondi, sorrindo.— Não tem problema, eu também não sou — ela respondeu.Dançamos no ritmo da música, às vezes bem próximos. Aproveitei o momento para descobrir mais sobre ela. Repensei minhas atitudes; se uma mulher conseguia mexer assim com meus sentimentos, eu precisava aprender a lidar com isso para me proteger no futuro. Talvez, se ela concordasse, eu poderia usar essa experiência para me tornar imune a futuras tentativas de sedução.— Eu queria te fazer uma proposta. Será que podemos ir a um lugar mais reservado? — perguntei, sussurrando para ela.— Que tipo de proposta você quer fazer? — ela questionou, curiosa.— É algo que pode beneficiar nós dois, mas não posso cont
Acho que esta foi uma das noites mais loucas que já tive em minha vida. Julian parecia um pouco estranho quando começamos a conversar, sempre cauteloso, como se estivesse investigando meu passado com suas perguntas. De certa forma, ele não parecia a pessoa que a mídia pregava.Eu estava até simpatizando com ele, mas me preocupou a forma como ele fez uma proposta tão complicada para alguém que ele mal conhecia. Não me parecia seguro. Não sei se ele não tinha pensado muito sobre isso ou se estava apenas desesperado, mas com certeza seria um desastre se ele fizesse essa proposta para a pessoa errada e ela resolvesse se aproveitar dele.Não que eu esteja duvidando de sua inteligência. Na verdade, eu nem deveria estar preocupada com ele, mas resolvi ajudá-lo. Se alguém precisava fazer aquilo, melhor que fosse eu, assim ele não teria que se machucar depois. Digamos que será minha última boa ação antes de eu ir embora.Percebo que ele ficou visivelmente receoso com minhas exigências, como se
Eu saí da casa daquela doidinha com os pensamentos muito confusos. Talvez eu tenha deixado uma má impressão sobre o tipo de pessoa que sou, mas não me importo; se ela desistir dessa história de romance, será melhor para mim.De qualquer forma, nada melhor que uma boa noite de sono para esfriar a cabeça e ajustar os pensamentos. Se eu conseguisse controlar a situação e cumprir meu objetivo, não me importava com qual sacrifício teria que fazer.Mas a noite se arrastava e o sono não vinha. Olhando para o teto, os pensamentos giravam em uma tormenta de ilusões, com sentimentos que eu não estava disposto a encarar. Eu me fazia perguntas, mas as respostas não satisfaziam minhas expectativas. Então o cansaço me venceu, e pude finalmente descansar.Ou pelo menos foi o que pensei. Pouco tempo depois, o alarme tocou, dando início a um novo dia de trabalho. Se alguém visse meu estado, pensaria que eu tinha passado a madrugada toda em alguma festa por aí. Mas tentei ignorar e, ainda relutante, fu
Sentada no sofá, eu esperava pacientemente Julian chegar, enquanto escrevia um pouco do meu próximo livro. Perguntava-me se ele realmente traria as flores. Não sei, vocês acham que ele lembraria disso no primeiro dia? Espero que sim, mas vou relevar se isso não acontecer. Nos outros dias, com certeza, vou cobrar.Não faltava muito para ele chegar, pelo menos se ele fosse pontual. Mas antes de concluir meu raciocínio; escutei a campainha tocando. Levanto-me, arrumo o vestido que estava um pouco amassado e vou até a porta atendê-lo.Para minha surpresa, ele carregava um grande buquê cheio das mais variadas flores. Fiquei encantada com a beleza delas. Ele me olha com um sorriso forçado, mas minha visão é capturada por seu olhar enigmático. Seus olhos são profundos e revelam mais do que ele tenta demonstrar, algo que poucos conseguiram ver. Sinto que ele talvez não seja tão durão quanto quer parecer.— Trouxe para você, conforme o combinado — disse ele, ressaltando o acordo.— Muito obrig
Até que ir almoçar com aquela doidinha não foi de todo mal. Quando ela me recebeu, usava um delicado vestido azul que destacava suas curvas, o que me deixou um pouco nervoso, mas tentei não demonstrar. Sua casa, apesar de pequena, era realmente encantadora.Eu conseguiria viver ali tranquilamente. As paredes eram pintadas de um leve tom de rosa, havia poucos móveis na sala, um armário com alguns livros, uma mesinha e um sofá. Sobre o sofá, repousava seu notebook ainda aberto. Não sei por qual motivo, mas ela correu para guardá-lo. Talvez fosse uma daquelas escritoras que não gostam de mostrar seus textos até estarem prontos, mas não é como se eu quisesse ler.Sentado no sofá, fiquei a observar as janelas perfeitamente posicionadas, uma na sala de entrada e a outra na sala de jantar. Não havia uma parede dividindo os ambientes, então dava para ver tudo perfeitamente. Era bem confortável ficar sentado ali. Pensei que poderia fingir estar com trabalho acumulado quando viesse visitá-la, a
Julian me mandou uma mensagem marcando um encontro com Edgar. Fui tomada por uma ansiedade misturada com nervosismo, mas não sabia se o pior era o encontro ou ele ter falado que eu ia fazer compras com a irmã dele. Não achei que fosse conhecer sua família assim tão cedo.Vocês acham que ela iria gostar de mim? Eu não sei, mas estava com um péssimo pressentimento sobre a noite. Me arrumei e fiquei aguardando o motorista que ele havia falado que ia me levar até o shopping. Ele chegou pontualmente, parecia ter uns 40 anos, com um sorriso amigável, abriu a porta para mim e partimos.O shopping era bem grande. O motorista me instruiu onde era a loja em que eu iria comprar minha roupa, e eu fui até lá. Era uma loja muito elegante. Uma das vendedoras veio me atender, muito educada, e me mostrava as roupas com muita paciência. A irmã de Julian ainda não tinha chegado, então apenas fiquei observando as roupas que ela ia me mostrando.Vi um vestido muito bonito, vermelho e com um decote discret
"Sou uma pessoa de sorte", foi o que pensei depois de apresentar Vivian a Edgar. Ele não desconfiou de nada.— Fico feliz que você tenha encontrado alguém para amar. Sei que você entenderá o que falo para você depois — ele disse com um sorriso brilhante.— Com certeza, senhor Edgar — respondi.Após nos receber, ele chamou um dos empregados, que nos conduziu até nossa mesa. O ambiente era elegante, como esperado de todos os jantares que Edgar organizava. E pense em um homem que gostava de festas: era ele. Um pouco depois, sua esposa, Elizabete, também apareceu para nos cumprimentar. Eles formavam um belo casal, isso eu tinha que admitir.— Espero que nosso amor seja tão forte e duradouro quanto o de vocês — disse, demonstrando admiração.— Tenho certeza que será. Posso ver nos seus olhos que os dois se amam de verdade — ela disse empolgada.— Isso é verdade. Eu o amei desde a primeira vez que o vi e sinto que esse amor vai durar para sempre — Vivian afirmou olhando para mim.Naquele mo