Capítulo 7: Assinando o contrato

Sentada no sofá, eu esperava pacientemente Julian chegar, enquanto escrevia um pouco do meu próximo livro. Perguntava-me se ele realmente traria as flores. Não sei, vocês acham que ele lembraria disso no primeiro dia? Espero que sim, mas vou relevar se isso não acontecer. Nos outros dias, com certeza, vou cobrar.

Não faltava muito para ele chegar, pelo menos se ele fosse pontual. Mas antes de concluir meu raciocínio; escutei a campainha tocando. Levanto-me, arrumo o vestido que estava um pouco amassado e vou até a porta atendê-lo.

Para minha surpresa, ele carregava um grande buquê cheio das mais variadas flores. Fiquei encantada com a beleza delas. Ele me olha com um sorriso forçado, mas minha visão é capturada por seu olhar enigmático. Seus olhos são profundos e revelam mais do que ele tenta demonstrar, algo que poucos conseguiram ver. Sinto que ele talvez não seja tão durão quanto quer parecer.

— Trouxe para você, conforme o combinado — disse ele, ressaltando o acordo.

— Muito obrigada, são lindas — respondi, pegando o buquê. — Vamos entrar, eu já terminei de preparar o almoço.

— Que tipo de comida você fez para mim? É algo comestível pelo menos, né? — disse ele enquanto entrava, observando os mínimos detalhes de minha casa.

Sinceramente, ele parecia meio desconfortável. Provavelmente, porque a casa dele deve ser bem maior que a minha. Eu não me importo muito com luxo; ela está do tamanho ideal para mim. Seu olhar pousa no meu notebook em cima do sofá, e percebo que tinha esquecido o que estava fazendo, indo rapidamente guardá-lo.

— O que você estava fazendo? Por que a pressa em guardá-lo? — disse ele, me deixando um pouco nervosa.

— Não é nada demais, apenas estava trabalhando no meu próximo livro — falei enquanto levo o notebook para meu quarto. — Vou colocar as flores em um vaso — digo depois de voltar.

— Não tenha pressa — disse ele, sentando-se no sofá, mas parecia que queria dizer o contrário.

Após achar um vaso que eu achasse bom o suficiente para colocar aquelas flores, voltei até a sala e fomos para a mesa começar a refeição. Servi-lhe a comida gentilmente, e ele parecia um pouco surpreso.

Inicialmente, não parecia ser de uma forma boa. Seus olhares sempre tinham um tom rigoroso em tudo que observava, como se estivesse avaliando cada milímetro da minha casa e da minha comida. Mas, por fim, me surpreendeu elogiando o tempero que eu tinha usado.

— Eu aprendi a cozinhar com a minha mãe. Eu sei que é tudo muito simples, mas obrigada pelo elogio — disse, examinando suas expressões.

— O importante é que está gostoso. Sinceramente, eu não estava botando muita fé que seria bom — ele dizia entre uma garfada e outra.

— Eu entendo. Você deve estar acostumado a ser servido por grandes chefs. Não tem como eu competir com eles — digo com um sorriso, tentando não transparecer que o comentário dele tinha me afetado.

— Você acha que sou apenas um playboy que vive cercado por luxo? — suas sobrancelhas arqueadas enquanto ele falava me causaram um misto de sentimentos.

— Na verdade, sim, mas não é como se isso fosse ruim, né? Se você gosta desse tipo de vida e pode mantê-la, não tem por que se envergonhar dela — respondi sem olhar para ele. Confesso que, às vezes, parece um pouco assustadora a forma como ele me olha.

— Mas eu não diria que sou esse tipo de pessoa... — ele falou, com um sorriso indecifrável.

— Não é da minha conta. Eu não estou aqui para lhe julgar. Desde que isso não atrapalhe nossa convivência, você pode ser playboy à vontade — digo, piscando para ele, tentando aliviar o clima de tensão.

— Você tem razão. É melhor não pensarmos muito sobre como o outro age ou deixa de agir. Não gerar expectativas sobre o outro é o melhor que podemos fazer — disse ele calmo, mas parecendo querer olhar através de mim.

A conversa se tornou um pouco mais agradável, e começamos a falar um pouco sobre a vida. Ele parecia um pouco mais relaxado. Os raios de luz do sol passavam pelas janelas, destacando seus traços, dando cor e profundidade, o que fazia seus sorrisos se tornarem ainda mais belos.

— Então vamos para a sobremesa? Eu fiz um pudim. Espero que goste — digo quando terminamos de almoçar.

— Claro, adoraria! — responde ele.

Acho que o pudim deve ter adoçado ele, pois seu sorriso parecia bem mais sincero. Eu estava gostando de admirar suas expressões, por mais contraditórias que fossem em determinados momentos. Quando terminamos de comer, fomos até a sala, e ele me entregou o contrato para eu assinar. Eu reviso os documentos, e tudo está certo, como eu tinha pedido. Era realmente incrível.

— Se você já viu tudo, é só assinar — disse ele, me entregando uma caneta.

— Está tudo certo, sim. Obrigado por colocar tudo que eu pedi — digo, assinando o contrato.

— Agora que somos oficialmente noivos, vamos fazer as coisas conforme as regras — disse ele, pegando uma caixinha no bolso.

Dentro dela, havia uma delicada aliança com uma pedra cravejada de diamantes. A suavidade e a beleza dela eram notáveis. Estendi a mão para ele colocá-la.

— Espera, temos que fazer conforme as regras. Não quero ficar devendo nada — afirmou ele, fechando a caixa.

— Conforme as regras? Como assim? — questionei, mas ele levantou o dedo indicador me interrompendo.

Ajoelhando-se na minha frente, ele me deixou impressionada e curiosa. Eu realmente não esperava que ele fosse capaz de pensar em tal gesto.

— Vivian Rocha, você aceita ser minha esposa e compartilhar todos os dias que estaremos juntos, desde os momentos mais felizes até os mais tristes? — disse ele, abrindo a caixinha com um olhar amoroso. Eu tentei descobrir se esse olhar era verdadeiro ou não, mas não consegui. De qualquer forma, não importa.

— Eu aceito — respondi emocionada. Realmente aquilo tinha me deixado atordoada. Não esperava sentir uma emoção tão forte em algo que nem era verdadeiro.

Ele então colocou a aliança em mim. Levantando-se lentamente, me puxou pela cintura e me beijou suavemente, um beijo carregado de hesitação e nervosismo, mas ao mesmo tempo doce.

— Então é isso. Eu vou marcar um encontro com Edgar para ele te conhecer. Depois eu te aviso — disse ele após o beijo, me trazendo de volta à realidade.

Seus traços, antes amorosos, voltaram à fria e inexpressiva feição que ele demonstrava antes. Suas mudanças de humor eram intrigantes, me causando um misto de confusões. Era difícil descobrir o que ele realmente estava sentindo, envolto nessas sombras que não permitiam aparecer seus verdadeiros sentimentos.

Nos despedimos, e ele voltou para seu trabalho. Ele parecia ser um homem muito ocupado. Pergunto-me se ele arruma tempo para se divertir durante o dia ou apenas tenta conquistar mulheres à noite. Acabei rindo dos meus próprios pensamentos, embora uma pitada de ciúmes tivesse brotado ao pensar nele beijando outras mulheres.

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