Ponto de vista de Benny...Fui ao jantar determinado a ser sincero com Sofia. Comecei falando de coração o que estava sentindo, e espero que eu não a tenha magoado. Amo meus pais, mas não posso ser injusto com ela; afinal, não foi culpa dela que nos separamos.— Então, Sofia, tem alguma coisa que você queira saber sobre mim? — questionei logo após pedir para ela me apresentar ao meu pai.— Você realmente quer me contar? — replicou ela, e eu confirmei que sim. — Acho que eu gostaria de saber tudo, então é melhor você me contar o que se sentir à vontade... Como foi sua infância, como são seus pais adotivos e seus irmãos...Comecei a contar sobre minha infância e minha família. Ao falar, meu coração oscilava entre a vontade de aceitá-la e os receios do passado. Querendo ou não, não é algo fácil de processar rapidamente. Muitas vezes queremos ser fortes, não nos deixar abalar pelo peso que o mundo joga sobre nossos ombros, mas nem sempre conseguimos. Porém, estava feliz; feliz porque minh
Ponto de vista de Leandro...Eu nasci e cresci em uma família humilde, mas isso nunca foi motivo para reclamar da vida; muito pelo contrário, eu era muito feliz. Mais feliz ainda fiquei depois que conheci Sofia. Para mim, ela era a menina mais perfeita do mundo. Conheci-a na escola, e foi amor à primeira vista. Meu coração bateu tão rápido quando a vi que parecia que ia saltar do peito a qualquer momento. Seu sorriso era o mais doce, e seus olhos brilhavam como estrelas no céu.Então ignorei toda a minha timidez e a pedi em namoro. No começo, ela parecia hesitante, mas quando disse "sim", me senti o garoto mais feliz do mundo. Desde esse dia, começamos a namorar, e todos os dias eram maravilhosos. Mas havia um problema: seu pai, Cláudio. Ele não gostava do nosso relacionamento e vivia inventando histórias e tentando nos separar. Naquele tempo, achei que ele não fosse conseguir, mas eu estava enganado.Éramos tolos adolescentes que achavam que o amor seria eterno. Digo "tolos" porque e
Ponto de vista de Leandro...Depois de fazer algumas ligações, consegui que meus outros filhos fossem para minha casa. Por sorte, ou coincidência do destino, nenhum dos três estava ocupado. Como eu também estava de carro, mostrei o caminho e Benny me seguiu de perto. Não estávamos muito longe, então chegamos rapidamente e ainda tivemos tempo de conversar um pouco mais.O primeiro a chegar foi meu filho mais velho, Ângelo, de 30 anos. Ele se parece mais com a mãe, com cabelos castanhos e olhos verdes. Apesar de sua aparência rabugenta, tem um coração de ouro. Ele ficou curioso ao ver Benny, mas, após apresentá-los, disse que só explicaria tudo quando os outros chegassem. Logo depois chegaram Carlos, de 28 anos, que tem olhos castanhos e cabelo preto, mas não cacheado, e Isadora, minha caçula de 26 anos, com seu lindo sorriso. Ela sim se parecia comigo: cabelos pretos e cacheados, olhos negros como a noite. Eu me perguntava se Ingrid se parecia com ela também, já que as características
Ponto de vista de Ingrid...Quando Benny pediu para eu encontrar Leandro e fazer um exame de DNA, para saber se ele era meu pai biológico, fiquei receosa. Porém, eu sabia que manter esse mistério só iria me deixar ainda mais inquieta, e eu já estava lidando com muitos pensamentos turbulentos nos últimos dias. Então, aceitei, com o coração ansioso, mas dividido.Pode parecer loucura, mas eu sentia como se estivesse traindo Julian. Se eu fosse mesmo filha de outro homem, ele seria o único a carregar o sangue do homem que tanto machucou a mamãe, e eu não queria que ele se sentisse mal. No entanto, ele foi o primeiro a me incentivar a fazer o exame, e eu sabia que não poderia ter irmão melhor. Ele sempre foi o irmão mais incrível do mundo, desde que me lembro, e eu faria tudo para vê-lo feliz.Quando me encontrei com Leandro, ele me olhou com um sorriso terno, e seu olhar parecia alcançar a criança assustada presa na escuridão da minha alma. Meu coração bateu forte e acelerado, mas, ao me
Quando comecei a contar essa história, realmente achei que não seria forte o suficiente, mas vejo agora o quanto estava enganada. Isso porque encontrei o homem mais incrível do mundo, da forma mais inusitada possível. Quem diria que alguém que inicialmente se mostrou tão distante, procurando apenas uma noiva falsa para fechar um negócio, se revelaria esse homem tão amoroso, gentil e cuidadoso? Sim, eu tive sorte; encontrei o melhor apoio para enfrentar essa batalha, e sinto que poderia superar qualquer obstáculo ao lado dele, com seu sorriso encorajador e seu abraço que sempre me faz sentir segura.Mas não foi só ele. Também posso dizer que tive a sorte de ter a família mais amorosa do mundo. Eles são meu pilar para enfrentar os desafios, me dão forças nos momentos mais difíceis, e nunca deixam de me lembrar o quanto sou importante para eles. Cada palavra de carinho, cada gesto de apoio, sempre veio no momento certo. E ainda tive a melhor amiga do mundo, que entrou na minha vida como
Acho que nem consigo me lembrar do homem que eu era antes de conhecer Vivian. Minha vida era solitária; eu não sabia o que era o amor de uma mãe e pouco conhecia o amor do meu pai, que passava mais tempo trabalhando do que com a família. A exceção era quando ele se dedicava à sua eterna adoração por minha mãe, que parecia não dar a mínima atenção ao seu amor. Agora, sei o motivo de as coisas terem sido assim e consigo compreender bem melhor minha própria história.Eu até achei que tinha encontrado o amor antes, mas fui traído da pior forma possível: pelo meu melhor amigo. Isso me fez perder a fé tanto no amor quanto nas amizades, a ponto de, quando conheci Benny, eu ter feito vários testes para saber se ele seria um amigo confiável. Mas ele se mostrou muito mais do que um amigo confiável; ele se tornou um irmão de coração, e mais tarde descobri que era também um irmão biológico, o melhor que eu poderia ter. Nós curtimos a vida juntos, e por não acreditar no amor, eu me envolvia com vá
Ver minha mãe descendo as escadas carregando as cinzas de meu pai doeu muito. Por mais que eu soubesse que esse era o ciclo natural da vida, ainda sentia que não tinha tido tempo suficiente com ele. Minha mãe caminhava com calma, como se cada passo pesasse uma tonelada, e mesmo que exibisse seu sorriso terno, eu sabia que ela estava sofrendo.Seus cabelos estavam grisalhos, e ela não os pintava, pois meu pai gostava deles assim. Ela colocou o vaso sobre a mesa, veio em nossa direção e nos abraçou, um abraço quente e aconchegante. Com seus 83 anos, seus toques, apesar de suaves, transmitiam todo o amor que ela sentia.Acho que estou aqui para satisfazer a curiosidade que meu pai deixou no ar, então vou começar sem mais delongas...O primeiro filho que eles tiveram foi Eduardo. Ele era a cópia do meu pai, inclusive herdando seu charme. Eduardo sempre amou aviões e se tornou engenheiro aeronáutico. Casou-se com Isabella, uma jornalista, e tiveram três filhas: Elizabeth, Rafaela e Mariana
Durante muitos anos, amei uma mulher com toda a alma e coração. Passar os dias com ela era um bálsamo para minha vida. Viagens, joias, roupas... nada parecia suficiente. Sempre a mimava e sonhava com o dia em que teríamos um filho, fruto do nosso amor.Para mim, não existia mulher mais perfeita. Ela era bonita, íntegra, de coração puro e sempre tinha a palavra certa para fazer meu coração palpitar.Mas um dia, descobri que tudo não passava de um delírio dos meus pensamentos. Esther Torres nunca foi uma pessoa boa e honesta, muito pelo contrário.Ela usava suas doces palavras para manipular meu coração. Como descobri isso? Alguns dias antes do nosso casamento, peguei-a na cama com meu melhor amigo. Naquele momento, só queria sair dali. Olhar para suas expressões de pavor, tentando se justificar, era o cúmulo do ridículo para mim.Mas logo suas máscaras caíram, revelando a verdade suja: ela nunca me amou, e ele nunca foi meu amigo. Eu estava destruído por dentro, e isso fez meu coração