O detetive Franzino deve combater uma mente tão formidável quanto a sua, mas com a desvantagem de estar sempre um passo atrás. Nada que o surpreenda. Alunos enterram uma cápsula do tempo na promessa de desenterrá-la em dez anos. A situação torna-se crítica após os ex-alunos receberem o convite para uma festa de reencontro. Então, como ratos de laboratório, podem acabar diante da aceitação tácita de que não há como escapar de seus sonhos. A melhor história de amor e amizade dos últimos tempos pode se encontrar no Terceiro B.
Ler maisFranzino levantou e aplaudiu, enquanto descia triunfante em meu elevador. Desci, abaixei, abri a escotilha. Lembro-me que ria por dentro, minha boca esboçava toda minha satisfa-ção, não me aguentava de tanta emoção, enganei a todos, sou o melhor, o mais vivo o mais inteligente, fiz Franzino de idiota e... Sumiu? Como assim?Desgraçado! Não havia nada, mais nada lá, tiraram tudo, só deixaram um HT. Sentei-me sobre aquele piso gelado. Leva-ram tudo! Coloquei a cabeça entre as pernas. Levaram tudo! E chorei como criança. Levaram tudo!Todos na festa já sabiam, nem me lembrei da Fabiana, por essa razão, não falei dela, pois o plano foi tão bom. Franzino me enrolou tão bem que não me lembrei dela.Enquanto tudo acontecia, Fabiana avisou um por um das coisas que ocorriam, como disse antes, só eu não sabia.Depois que acabou de aplaudir, Franzino vai até a porta, abre
Preste atenção agora: No capítulo vinte e três, parei de falar quando Franzino viu a placa vermelha com grandes letras es-crita “perigo, não entre”. Olha para os três cadeados e sorri.Então! Ele entrou, pois viu no forro do salão uma planta do prédio e a lista de materiais comprados para construir um abrigo resistente, então veja:Entra após abri-los facilmente usando seu canivete, cami-nha, agachado, pois o túnel era apertado, vários cabos grossos passando pela parede, mas Franzino sabia que eram falsos, que o anfitrião misterioso escondia algo lá e não queria intrusos bisbilhotando.Para o bem dele, era melhor estarem certos, pois muitos da-queles cabos estavam desencapados, sua roupa molhada por causa da garoa.No final do túnel, encontra algo desagradável, uma quan-tidade tão grande de explosivos capaz de mandar o quarteirão inteiro para o espaço. Havia um
Amanheceu o dia, sábado ensolarado, Franzino já estava com Marquinho sobre custódia em seu carro. Marcelo e eu fo-mos acordados por Nanda. Depois de um bom banho, desce-mos para encontrá-los.Me inclinei para olhar no banco traseiro, ele estava lá, todo esfolado e sujo. Dali seguimos para minha casa, onde Marqui-nho e Jonas puderam tomar banho e se alimentar sob o olhar atento do melhor detetive do mundo. Enquanto comiam, per-guntei para Franzino:— Como sabia que Marquinho ia voltar?— Ele precisava eliminar as provas que temos contra ele.— Por isso tirou Jonas de lá? Estava pensando sobre isso, agora faz sentido.Ele balançou a cabeça e sorriu alegremente.— Mas ele conseguiu o que queria, agora vai ficar mais difí-cil ter provas que o levem para a cadeia.— Teremos muitas testemunhas hoje à noite, tive que sacri-ficar as provas materiais para pegá-lo.<
Tínhamos Jonas sob custódia, mas Marquinho havia desa-parecido. Franzino estava arrasado por não tê-lo encontrado.Jonas ficou sentado no sofá da suíte numero 15. Nanda, Garguinho e eu ficamos sentados na cama, não soltei a arma nem um segundo.O valente detetive abre a porta, entra, vai direto a Jonas e pergunta:— Aonde ele foi? Diga onde está.— Eu não sei, só ajudei-o porque pensei que ia matá-lo, seu olhar estava assustador.— Você o ajudou porque ele ia te entregar, então permitiu que ele fugisse para se safar, mas não vai, tenho provas contra você, sei dos seus envolvimentos. Marcelo e Diogo são os úni-cos laranjas dessa história.— Não vai adiantar te explicar, não é? Está convicto de suas verdades — argumenta Jonas tentando se safar. Mas Franzino é frio e calculista como uma serpente.Seu olhar demonstrava estar seguro das acusações feitas
Sexta-feira, 8h40, Franzino nos acorda para tomar café da manhã no hotel. Levei um susto, pois dormi feito pedra, estava muito cansado. Seu semblante era de muita tristeza e decepção pelo que fizemos, mal tão grande a ponto de entrar com os dois pés na cena do crime, contaminando assim a investigação.Infelizmente nosso álibi era fraco, fazer um detetive com a experiência que tinha acreditar em algo tão sem graça que chega a ser cômico. Só eu sabia o quanto aquele cara é esperto, sabia conduzir bem a investigação.O problema de ser como Franzino é o fato de ele acredi-tar piamente em seus instintos e seguia dessa forma, pois se estiver enganado e o verdadeiro inimigo estiver por aí, estava correndo grande risco, mesmo porque o anfitrião misterioso mostrou-se muito esperto. Não era bom subestimá-lo.Tomamos café juntos, enquanto comia, fiz uma pergunta retórica:
Esse jogo, cuja regra era dada pelo anfitrião misterioso, es-tava difícil para Franzino . Ele não podia ter acessos às provas, à perícia, interrogar suspeitos, investigar a fundo com poderes de detetive, pois não podia contar os fatos a ninguém. Estava como um rato no labirinto.Esteve muito perto de pegar seu inimigo e salvar a vida de Harlei. Agora imagine se lhe fosse dado mais liberdade.Franzino precisava ir mais rápido, pois o fim de semana se aproximava e o “cientista” pensava em lançar um “gato” no la-birinto para ver se o “ratinho” esperto sobrevive.Franzino leva Nanda para casa, pois estava muito ruim por exagerar na bebida, ela vai cantando e falando que o ama de todo coração. Já no hotel, Franzino leva-a para dentro da suíte 16, ela o agarra com força e ambos caem atrás da cama.Nanda canta mais alto e chora, pedindo para que fique. Fi-nalmente começaram a
Depois de parado o carro, duas casas acima da vó de Mar-quinho, Franzino desce, vai abaixado até o muro, chega até o portão e pul entre o portão e o muro.Estava tudo quieto, portas e janelas trancadas, pelo menos as que pôde ver dali. Quis apertar o interfone, mas alguma coi-sa falava em seu coração “não faça isso, pule o muro”.Mais uma vez confiando em sua intuição, vai até o canto da parede e pula o muro. Desce atrás do jardim, empunhou sua arma, tira o pente dá uma checada nas munições, coloca nova-mente, destrava, engatilha e volta a caminhar vagarosamente.Decide ir pela lateral da residência para primeiro dar uma checada nos fundos, estava tenso, pois há muito tempo não usava a arma. Olhando atentamente, caminha, até chegar ao final. No canto, dá uma parada e olha rapidamente colocando só a ponta da cabeça e foi o suficiente para enxergar atrás da jabuticabeir
Franzino seguiu para a igreja, pois o recepcionista do hotel disse que Harlei havia ido para lá. Nanda permaneceu no ho-tel, ligando para todos os amigos, avisando sobre as câmeras e escutas.Sentia-se como um rato no labirinto, observado por cien-tistas, sua inteligência era fora do comum, mas não passava de um rato. Precisava conhecer a estratégia de seu inimigo, pisar em terra firme, pois até agora era como pisar em ovos.O anfitrião secreto sentia-o fungando em seu cangote, agora descobrira as câmeras e escutas, pôs fim ao reality show e estava à caça. Ele tinha sua tarefa a cumprir, mas não poderia quebrar a sequência, afinal, eram só ratos assustados em um labirinto.A igreja estava fechada, mas havia gente tocando música, na verdade, ensaiavam as canções. Franzino pensou que provavel-mente Harlei estaria lá. Então esperou terminarem a música e Franzino bateu ba
Lá estava ele, sentado na praça, com a bandeja de café damanhã do restaurante, teve um surto, bagunçou todo seu quar-to novamente, pois encontrou câmeras e escutas espalhadaspor toda sua suíte.Descobriu o óbvio, o anfitrião misterioso seguia seus passos,sabia de muitas coisas graças aos recursos que seu carro tinha.Com certeza Nanda e os outros também eram espionados.Seu inimigo sabia que fora descoberto, mas não havia outromeio de se livrar dele.Sabia que todo o hotel tinha escutas, por essa razão, espera-va Nanda para o café na praça, lá pretendia contar tudo.Nanda chega, se senta ao seu lado e diz:— Você continua estranho, cada lugar que escolhe para to-mar café.Franzino não lhe diz nada por um tempo, fica só olhandocomo