Franzino levantou e aplaudiu, enquanto descia triunfante
em meu elevador. Desci, abaixei, abri a escotilha. Lembro-me
que ria por dentro, minha boca esboçava toda minha satisfa-
ção, não me aguentava de tanta emoção, enganei a todos, sou
o melhor, o mais vivo o mais inteligente, fiz Franzino de idiota
e... Sumiu? Como assim?
Desgraçado! Não havia nada, mais nada lá, tiraram tudo, só
deixaram um HT. Sentei-me sobre aquele piso gelado. Leva-
ram tudo! Coloquei a cabeça entre as pernas. Levaram tudo! E
chorei como criança. Levaram tudo!
Todos na festa já sabiam, nem me lembrei da Fabiana, por
essa razão, não falei dela, pois o plano foi tão bom. Franzino
me enrolou tão bem que não me lembrei dela.
Enquanto tudo acontecia, Fabiana avisou um por um das
coisas que ocorriam, como disse antes, só eu não sabia.
Depois que acabou de aplaudir, Franzino vai até a porta,
abre
Capítulo IO convite da salvaçãoApós levantar-se da poltrona, já toda suada, devido a váriashoras em que ficara sentando com o olhar perdido, mas fixono canto da sala onde havia uma rodelinha de sujeira feitapelo eletricista do prédio que arrumou a tomada, a qual hámuito tempo não funcionava, após horas naquela posição,levanta-se, tenta calçar os sapatos, caminha até a cozinha ar-rastando seus sapatos mal-calçados, pega o saco de arroz vaziosobre a mesa, calça-o na cabeça, aperta firme no pescoço, solta,tira-o novamente e diz, suspirando.— Vai servir...Olha para o botijão de gás, caminha até ele, abaixa-se e se-gue com a mão esquerda a mangueira que leva para trás dofogão. Usando os dedos, afrouxa a por
A sirene da escola toca para sinalizar o final do intervaloentre aulas, Marcelo e Marcos ainda permaneciam no pátio,próximo à escadaria de acesso às salas, de olhos nas garotas,ambos amigos inseparáveis, eram sempre os últimos a entrar,não faltavam nem uma aula, mas o objetivo principal não eraestudar, e sim ver as belas garotas.Marcelo, loiro, estatura mediana, mais conhecida comoGarguinho. Sempre foi bom aluno, apesar de dar mais atençãopara as garotas.Marcos, que será tratado como Marquinho, pois assim eraconhecido, muito inteligente e criativo, por isso, embarcavamem aventuras, muitas que infelizmente aqui não serão narradas.Franzino passa pelos dois, cumprimenta-os e logo cruza comNanda, o amor da sua vida, que, nesse dia, prometera se encontrarao final da aula para conversarem
Então Franzino, com o intuito de cumprir à risca tudo oque sua amada lhe pediu, chegou em casa, sentou na cama, pe-gou o papel, abriu e leu em alta voz, pois estava sozinho:“Não consigo acreditar como não pude gostar de alguémque me ama tanto quanto você, uma pessoa tão especial a pon-to de deixar qualquer uma com inveja, que droga! Não podiate contar, pois era meu segredo.”Aquela noite foi uma das mais tristes de sua vida, choroua noite toda e lia aquilo toda hora, como já foi dito; “o cho-ro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã”. Issoaconteceu. Conformado com a desilusão sofrida, mas feliz porquerer a felicidade da mulher da sua vida, decide, por fim quea felicidade de Nanda é o que realmente interessa, ainda quecuste a dele, e não seja ele o escolhido para dormir ao seu lado,até se passarem os anos, e os olhos cansem, o cansaço dominetodos os órgão
Em uma manhã de domingo, os amigos do 3ºB se reuni-ram no parque do horto florestal da cidade. A ideia central erafazer uma festa americana, com dança da vassoura e tudo mais.Quando deu meio-dia, o sol estava forte, então se sentaramem uma grande mesa de madeira à sombra da arvore. Tiveramuma ideia. “Vamos brincar de jogo da verdade”.A mesa era retangular, mas deram um jeito e sentaram emcírculo, colocaram a inicial do nome ou apelido de cada um ecomeçaram a rodar a garrafa de cerveja. Onde a ponta da garrafaapontasse seria o que ia responder a pergunta, o fundo elaboraa pergunta, o castigo de quem mentisse ou recusasse responderera dado pelo próximo sorteado que respondesse a questão a elefeita. O castigo poderia ser qualquer coisa, sem restrição alguma.S
Todos eram maiores de idade pois o tempo passou, haviam terminado o colégio, muitos começaram faculdades, outros cur-sinhos, mas ainda se encontravam, pois a aliança que aqueles jovens tinham era fantástica, inenarrável, é o que posso dizer.Era sábado às 18h25, Márcia estava para se casar, todos já a aguardavam na igreja, e o atraso tradicional da noiva naquele dia também acontecia. O 3ºB em peso estava lá, até mesmo os que não foram citados, atrás, o noivo na frente aguardava o que para ele era tão esperado, enfim se casaria com quem havia conhecido a menos de um ano, mas isso não vem ao caso.O nome do noivo é Rogério, um rapaz muito rico, filho de um fazendeiro de Goiás, que conheceu Márcia em um con-curso de teatro em que ela fazia o papel principal na peça. Ele ficou em penúltimo lugar, mas com certeza ela deveria ter le-vado o troféu de melhor atriz por sua bela inter
Calma, já está quase acabando, mudei o capítulo para não deixá-los com preguiça de ler, pois estava ficando muito gran-de, mas, continuando...Marquinho e Garguinho, sentados na praça em frente ao hotel, pensavam em outra tática, pois quase acabaram presos com a última, então estavam ali. Quando novamente Zumbi se aproxima e diz:— Se quiserem meus serviços, terão que pagar. Sei como te ajudar a ganhar a aposta, mas lembre-se, te darei a ferramenta, só que o trabalho é seu.— Em que está pensando? — pergunta Marquinho, que-rendo saber do plano.— No seu anel e na sua “correntinha” de ouro. — Aponta na sequência o Garguinho, respondendo conforme seu interesse.— Primeiro me diga o plano, aí vejo se entrego o meu anel — diz Marquinho.— Façamos um trato, vocês me entregam as coisas, aí eu conto o plano, se vocês gostarem, fico com as coisas, se não,
Será que todos vão? Eu acho que não vou, tenho muito mais o que fazer, agora que nos abandonamos, não faz sentido, depois de 20 anos, nos reunirmos novamente.Acaba de pensar isso, vai para o centro da sala, quando a ima-gem de Nanda, sorrindo, sai da sua memória e vem ao seu cons-ciente. Então começa a lembrar das coisas boas, momentos ines-quecíveis, mas aquela triste lembrança também veio a sua mente, a tristeza após a grande final do torneio de vôlei feminino inter-cidades, em que Mogi Mirim foi o grande campeão. Lógico que não foi por esse fato, pois isso trouxe muita alegria a todos.Naquele dia, Nanda conheceu um moço estudante de me-dicina, e com ele morou, amigou, ou coisa desse tipo. Esse fato causou espanto não só a Franzino, mas aos amigos, pois a ga-rota sempre foi muito católica, não faltava uma missa, criticava as atitudes erradas das amigas, sempre foi contra
Em uma cidade de Minas Gerais, a psicóloga renomada, mas cheia de problemas, quebrava seu juramente agindo com falta de ética profissional, tratando-se com sua colega de profis-são e amiga pessoal, por entender ser a melhor na área.Havia acabado sua consulta com a doutora Carla Siqueira, descia as escadas, após sair da sala, com grandes óculos de sol e lenço no cabelo para não ser reconhecida, afinal, escrevia para uma revista de repercussão nacional, poderia ser o fim de sua carreira, seus conselhos eram comentados por todos. Seria um furo de reportagem se tal notícia vazasse.Chegando ao final dos degraus, um homem de terno preto e gravata vermelha aproximou-se dela com um bilhete na mão, disse, então, lhe estendendo-o:— Pertence à senhora. Pegue.— Quem é o senhor? Se for algum suborno nem adianta, a dr. Carla é minha amiga, só venho aqui para vê-la. Sei que é hor