Depois de parado o carro, duas casas acima da vó de Mar-
quinho, Franzino desce, vai abaixado até o muro, chega até o
portão e pul entre o portão e o muro.
Estava tudo quieto, portas e janelas trancadas, pelo menos
as que pôde ver dali. Quis apertar o interfone, mas alguma coi-
sa falava em seu coração “não faça isso, pule o muro”.
Mais uma vez confiando em sua intuição, vai até o canto da
parede e pula o muro. Desce atrás do jardim, empunhou sua
arma, tira o pente dá uma checada nas munições, coloca nova-
mente, destrava, engatilha e volta a caminhar vagarosamente.
Decide ir pela lateral da residência para primeiro dar uma
checada nos fundos, estava tenso, pois há muito tempo não
usava a arma. Olhando atentamente, caminha, até chegar ao
final. No canto, dá uma parada e olha rapidamente colocando
só a ponta da cabeça e foi o suficiente para enxergar atrás da
jabuticabeir
Esse jogo, cuja regra era dada pelo anfitrião misterioso, es-tava difícil para Franzino . Ele não podia ter acessos às provas, à perícia, interrogar suspeitos, investigar a fundo com poderes de detetive, pois não podia contar os fatos a ninguém. Estava como um rato no labirinto.Esteve muito perto de pegar seu inimigo e salvar a vida de Harlei. Agora imagine se lhe fosse dado mais liberdade.Franzino precisava ir mais rápido, pois o fim de semana se aproximava e o “cientista” pensava em lançar um “gato” no la-birinto para ver se o “ratinho” esperto sobrevive.Franzino leva Nanda para casa, pois estava muito ruim por exagerar na bebida, ela vai cantando e falando que o ama de todo coração. Já no hotel, Franzino leva-a para dentro da suíte 16, ela o agarra com força e ambos caem atrás da cama.Nanda canta mais alto e chora, pedindo para que fique. Fi-nalmente começaram a
Sexta-feira, 8h40, Franzino nos acorda para tomar café da manhã no hotel. Levei um susto, pois dormi feito pedra, estava muito cansado. Seu semblante era de muita tristeza e decepção pelo que fizemos, mal tão grande a ponto de entrar com os dois pés na cena do crime, contaminando assim a investigação.Infelizmente nosso álibi era fraco, fazer um detetive com a experiência que tinha acreditar em algo tão sem graça que chega a ser cômico. Só eu sabia o quanto aquele cara é esperto, sabia conduzir bem a investigação.O problema de ser como Franzino é o fato de ele acredi-tar piamente em seus instintos e seguia dessa forma, pois se estiver enganado e o verdadeiro inimigo estiver por aí, estava correndo grande risco, mesmo porque o anfitrião misterioso mostrou-se muito esperto. Não era bom subestimá-lo.Tomamos café juntos, enquanto comia, fiz uma pergunta retórica:
Tínhamos Jonas sob custódia, mas Marquinho havia desa-parecido. Franzino estava arrasado por não tê-lo encontrado.Jonas ficou sentado no sofá da suíte numero 15. Nanda, Garguinho e eu ficamos sentados na cama, não soltei a arma nem um segundo.O valente detetive abre a porta, entra, vai direto a Jonas e pergunta:— Aonde ele foi? Diga onde está.— Eu não sei, só ajudei-o porque pensei que ia matá-lo, seu olhar estava assustador.— Você o ajudou porque ele ia te entregar, então permitiu que ele fugisse para se safar, mas não vai, tenho provas contra você, sei dos seus envolvimentos. Marcelo e Diogo são os úni-cos laranjas dessa história.— Não vai adiantar te explicar, não é? Está convicto de suas verdades — argumenta Jonas tentando se safar. Mas Franzino é frio e calculista como uma serpente.Seu olhar demonstrava estar seguro das acusações feitas
Amanheceu o dia, sábado ensolarado, Franzino já estava com Marquinho sobre custódia em seu carro. Marcelo e eu fo-mos acordados por Nanda. Depois de um bom banho, desce-mos para encontrá-los.Me inclinei para olhar no banco traseiro, ele estava lá, todo esfolado e sujo. Dali seguimos para minha casa, onde Marqui-nho e Jonas puderam tomar banho e se alimentar sob o olhar atento do melhor detetive do mundo. Enquanto comiam, per-guntei para Franzino:— Como sabia que Marquinho ia voltar?— Ele precisava eliminar as provas que temos contra ele.— Por isso tirou Jonas de lá? Estava pensando sobre isso, agora faz sentido.Ele balançou a cabeça e sorriu alegremente.— Mas ele conseguiu o que queria, agora vai ficar mais difí-cil ter provas que o levem para a cadeia.— Teremos muitas testemunhas hoje à noite, tive que sacri-ficar as provas materiais para pegá-lo.<
Preste atenção agora: No capítulo vinte e três, parei de falar quando Franzino viu a placa vermelha com grandes letras es-crita “perigo, não entre”. Olha para os três cadeados e sorri.Então! Ele entrou, pois viu no forro do salão uma planta do prédio e a lista de materiais comprados para construir um abrigo resistente, então veja:Entra após abri-los facilmente usando seu canivete, cami-nha, agachado, pois o túnel era apertado, vários cabos grossos passando pela parede, mas Franzino sabia que eram falsos, que o anfitrião misterioso escondia algo lá e não queria intrusos bisbilhotando.Para o bem dele, era melhor estarem certos, pois muitos da-queles cabos estavam desencapados, sua roupa molhada por causa da garoa.No final do túnel, encontra algo desagradável, uma quan-tidade tão grande de explosivos capaz de mandar o quarteirão inteiro para o espaço. Havia um
Franzino levantou e aplaudiu, enquanto descia triunfante em meu elevador. Desci, abaixei, abri a escotilha. Lembro-me que ria por dentro, minha boca esboçava toda minha satisfa-ção, não me aguentava de tanta emoção, enganei a todos, sou o melhor, o mais vivo o mais inteligente, fiz Franzino de idiota e... Sumiu? Como assim?Desgraçado! Não havia nada, mais nada lá, tiraram tudo, só deixaram um HT. Sentei-me sobre aquele piso gelado. Leva-ram tudo! Coloquei a cabeça entre as pernas. Levaram tudo! E chorei como criança. Levaram tudo!Todos na festa já sabiam, nem me lembrei da Fabiana, por essa razão, não falei dela, pois o plano foi tão bom. Franzino me enrolou tão bem que não me lembrei dela.Enquanto tudo acontecia, Fabiana avisou um por um das coisas que ocorriam, como disse antes, só eu não sabia.Depois que acabou de aplaudir, Franzino vai até a porta, abre
Capítulo IO convite da salvaçãoApós levantar-se da poltrona, já toda suada, devido a váriashoras em que ficara sentando com o olhar perdido, mas fixono canto da sala onde havia uma rodelinha de sujeira feitapelo eletricista do prédio que arrumou a tomada, a qual hámuito tempo não funcionava, após horas naquela posição,levanta-se, tenta calçar os sapatos, caminha até a cozinha ar-rastando seus sapatos mal-calçados, pega o saco de arroz vaziosobre a mesa, calça-o na cabeça, aperta firme no pescoço, solta,tira-o novamente e diz, suspirando.— Vai servir...Olha para o botijão de gás, caminha até ele, abaixa-se e se-gue com a mão esquerda a mangueira que leva para trás dofogão. Usando os dedos, afrouxa a por
A sirene da escola toca para sinalizar o final do intervaloentre aulas, Marcelo e Marcos ainda permaneciam no pátio,próximo à escadaria de acesso às salas, de olhos nas garotas,ambos amigos inseparáveis, eram sempre os últimos a entrar,não faltavam nem uma aula, mas o objetivo principal não eraestudar, e sim ver as belas garotas.Marcelo, loiro, estatura mediana, mais conhecida comoGarguinho. Sempre foi bom aluno, apesar de dar mais atençãopara as garotas.Marcos, que será tratado como Marquinho, pois assim eraconhecido, muito inteligente e criativo, por isso, embarcavamem aventuras, muitas que infelizmente aqui não serão narradas.Franzino passa pelos dois, cumprimenta-os e logo cruza comNanda, o amor da sua vida, que, nesse dia, prometera se encontrarao final da aula para conversarem