Um mês se passou desde aquela noite. Durante esses dias, minha vida não foi a mesma. Eu tinha que trabalhar, ir em audiências, buscar Ane na nova escola e até me mudar para o centro da cidade em um apartamento mais caro com mais condições para Ane desenvolver melhor. Fora isso, Augusto ainda fazia suas visitas constantes, como determinou o juiz. Hoje seria o dia de ele ir lá, por isso, tomei a iniciativa de fazer hora extra e adiantar alguns trabalhos enquanto ele ficava à vontade com a filha. Já se passavam das onze da noite, quando eu estava prestes a sair do escritório e de repente, Thomas apareceu com seu humor questionável. —Então a princesa era a primeira dama? - Disse ele segurando a porta do elevador para mim. —Não sei do que está falando. - Falei o vendo sorrir. —Qual é Luiza. Aqui nos corredores não se falam de outra coisa. “Luiza do financeiro era amante do senhor Eisner”. —Amante? - Perguntei sorrindo para ele. —Eu não sou mulher de ser amante de ninguém. Não pre
Aquela atitude de Augusto me pegou de surpresa. Estávamos a um mês sem nos falar, nos desencontrando propositalmente como se estivéssemos tentando medir o nosso orgulho para saber quem sairia ganhando e agora isso, ele fingindo que éramos como dois amigos. Tentei ignorar o fato de Augusto estar tranquilamente sentado no sofá enquanto eu estava sentada na bancada, digitando qualquer coisa na tela do computador, para poder desviar meu foco. E de repente, meu celular tocou. Assim que olhei para o nome na tela, vi que era o advogado da empresa. Primeiro eu me questionei sobre ele estar me ligando naquele horário e depois, sobre o que ele queria. E antes que a curiosidade me tomasse, deslizei o dedo pela tela do eletrônico, o atendendo. — “Pois não, senhor Cooper?” - Perguntei o ouvindo me responder sem rodeios. —Luiza, amanhã as dezenove horas, na mansão Eisner! - Disse ele fazendo minha atenção ir para o Homem na minha sala. —Mansão Eisner? - Perguntei confusa com um timbre não mui
—Você só pode estar de brincadeira. - Falei entre dentes, me virando para o olhar, fingindo estar sobre controle, mas na verdade, eu queria surtar. Ele olhou e sorriu, balançando a cabeça em negação. —Vamos conversar lá dentro! - Disse ele tomando a taça novamente da minha mão, colocando-a sobre a mesa enquanto agarrava meu pulso e me puxava com ele. Entramos na casa novamente, mas dessa vez, fomos até o escritório e assim que passamos pela porta, Augusto a fechou com força, me soltando em seguida. —O que você está fazendo? - Perguntei vincando as sobrancelhas, o encarando com raiva enquanto alisava o meu pulso. Augusto caminhou até a mesa e pegou um envelope pardo o jogando sobre ela. —Assine! - Disse ele me exibindo o acordo de casamento. —Que porcaria é essa? - Perguntei encarando os papéis, subindo os olhos até os dele. —Augusto, não era para estarmos nos divorciando? —Era, mas eu mudei de ideia! - Disse ele arqueando uma sobrancelha, me encarando como quem estivesse um pa
A festa continuou. Eu fui obrigada a cumprimentar cada convidado, colocando um sorriso nos lábios como se fosse a noite mais feliz da minha vida. A essa altura da festa, só restaram os convidados, todos os jornalistas haviam sido dispensados e bem remunerados pelo trabalho deles; outra coisa que me deixou irritada. Para que pagar para aqueles abutres? Eu estava inconformada, bebericando o champanhe da minha taça, quando de repente alguém tocou meu braço. —Luiza, me segue! - Disse Aimée, andando na frente. Segui o mesmo caminho que ela, entrando novamente na casa, seguindo outra vez para o escritório. Assim que passei pela porta, ela a trancou e caminhou até a mesa, respirando fundo. —Querida, eu sinto muito por tudo o que tem passado! - Disse ela com um olhar de arrependimento. —Se ao menos eu soubesse que estava grávida... —Senhora Eisner, não precisa se desculpar. A senhora não teve culpa! - Falei me sentando na frente dela e então, a vi com os olhos pesados. Era um misto de
—O que você pensa que está fazendo? - Perguntou Augusto. Sua voz soou baixa, mas firme ao ponto de me fazer perceber o que eu havia acabado de fazer. Me afastei para o olhar, vendo-o manter seus olhos sérios sobre os meus. Eu sorri para ele, com um riso nasalado e justifiquei. —Não somos um casal? Eu só quis ajudar a não terem dúvidas. - Falei apontando para atrás dele o vendo se virar. Foi então que Augusto viu o paparazzi. —Eu já os mandei ir embora! - Disse ele fazendo menção de ir té lá, mas eu o interrompi. Segurei o braço dele o vendo me olhar confuso. —Deixe assim. Não haverá motivos para que duvidem de você. —E por que acha que duvidariam? - Perguntou ele cruzando os braços, encarando a mãe em seguida. —O que estão tramando? Por que vocês duas estavam juntas? De repente, Aimée deu um passo, indo até o filho o encarando fixamente. —Querido, pare de paranoia. Queria que eu destratasse sua esposa? Deveria estar satisfeito por estarmos nos dando bem, ou seria mais um infern
Eu não estava disposta a deixar tudo como está. Se tinha algo que eu carregava de melhor comigo, era o meu orgulho. O dia amanheceu e com ele, novo dia, novo problema. Encarei meu closet encontrando minhas roupas organizadas nele e então, peguei um conjunto social de saia curta o vestindo em seguida. Assim que sai do quarto, vi Ane com Judith, brincando animadamente. Assim que a pequena me viu, correu até mim. —Mamãe, a senhora viu o tanto de bonecas que eu tenho? Vem, vou te mostrar! - Disse ela segurando meu pulso, me levando para o quarto dela. O sorriso que ela dava, era algo que fazia meu peito se encher de alegria. —Ane, gostou de termos encontrado o seu papai? - Perguntei como uma curiosidade interna a vendo balançar a cabeça confirmando. —Sim! - Gritou ela animada, sorrindo como se aquilo fosse a coisa mais importante para a vida dela. —Ainda bem que o papai Noel ouviu minhas preces. Eu então sorri e me abaixei até ela para afanar seus fios claros. —Que bom que está f
Meus olhos levantaram até os dele imediatamente e Augusto tocou a linha das minhas costas, me guiando para dentro. Depois que passamos as catracas de segurança, ele se inclinando para o lado, o bastante para que eu pudesse o ouvir. —Não pense demais. Eu só fiz isso porque sou o único quem pode te intimidar. - Disse ele apertando o botão do elevador. As pessoas que estavam passando pelo lugar, nos olhavam e cochichavam sobre o que assistiam. Aquilo me dava uma certa raiva, confesso, mas eu respirava fundo e fingia não estar prestando atenção. —Então, fingir ser o marido perfeito é o seu plano? - Perguntei me virando para o olhar, vendo Augusto sorrir torto. —Por quê? Não gostou? - Disse ele com humor e então as portas metálicas se abriram. Ele entrou primeiro e eu o segui e assim que o elevador se fechou, Augusto tocou o painel de comando apertando o último e se virou para me olhar. —Tome cuidado Luiza. Vai acabar se apaixonando por mim desse jeito. —Então esse é o seu plano? - Pe
Eu permaneci parada no meu lugar, vendo-a se afastar e então, me virei para a olhar, vendo-a se perder de vista pelo corredor. —Luiza! - Chamou Augusto com um timbre baixo, mas mantendo a firmeza. Eu me virei para o olhar, sentindo-me confusa. —Hm? —Queria alguma coisa? - Perguntou ele me vendo balançar a cabeça em negação. —Ah, eu ... Deixa para lá. - Falei o dando as costas, indo até a minha sala e assim que passei pela porta, a fechei escutando-a ser aberta atrás de mim. Não me virei porque a princípio pensei que fosse Rangel, mas assim que a ouvi sendo batida, me virei assustada vendo Augusto vir até mim. —O-O que foi? - Perguntei com a voz trêmula, dando um passo para trás, a cada passo que ele dava em minha direção. De repente vi que eu já havia chegado perto da mesa. Apoiei meus braços nela e em seguida, Augusto me pegou no colo com uma atitude rápida, me colocando sobre ela. —Por que você faz isso, por que fica se fazendo de boba achando que está me passando para trás?