Naquele instante, abri a porta com tudo e sorri de forma forçada, caminhando até Ane. —Minha Ane está melhor? - Perguntei com a voz firme, mas só eu sabia a confusão que eu estava sentindo. —Mamãe! Papai Rangel! - Disse ela com animação, fazendo meu peito congelar. De repente, uma enfermeira entrou no quarto e segurou a mão d Ane, sorrindo para ela. —Pequena, que tal tirarmos essa borboletinha do braço e irmos um pouco na brinquedoteca? - Perguntou ela atenciosamente, me fazendo perceber o que estava acontecendo. Os olhares de Augusto não deixavam mais esconder nada. Ele era frio, calculista e tinha um sorriso vencido no canto dos lábios. De repente a porta se fechou e a voz de Rangel soou, ecoando por todo lugar. —E então, Agusto. Vamos direto ao ponto! - Disse ele com um leve deboche, recebendo um soco em seguida. —Augusto, pare! - Gritei assustada, indo até eles, me colocando no meio. —Aqui não pe lugar para isso. —Pode me bater a vontade. Se está me atacando é porque es
Um mês se passou desde aquela noite. Durante esses dias, minha vida não foi a mesma. Eu tinha que trabalhar, ir em audiências, buscar Ane na nova escola e até me mudar para o centro da cidade em um apartamento mais caro com mais condições para Ane desenvolver melhor. Fora isso, Augusto ainda fazia suas visitas constantes, como determinou o juiz. Hoje seria o dia de ele ir lá, por isso, tomei a iniciativa de fazer hora extra e adiantar alguns trabalhos enquanto ele ficava à vontade com a filha. Já se passavam das onze da noite, quando eu estava prestes a sair do escritório e de repente, Thomas apareceu com seu humor questionável. —Então a princesa era a primeira dama? - Disse ele segurando a porta do elevador para mim. —Não sei do que está falando. - Falei o vendo sorrir. —Qual é Luiza. Aqui nos corredores não se falam de outra coisa. “Luiza do financeiro era amante do senhor Eisner”. —Amante? - Perguntei sorrindo para ele. —Eu não sou mulher de ser amante de ninguém. Não pre
Aquela atitude de Augusto me pegou de surpresa. Estávamos a um mês sem nos falar, nos desencontrando propositalmente como se estivéssemos tentando medir o nosso orgulho para saber quem sairia ganhando e agora isso, ele fingindo que éramos como dois amigos. Tentei ignorar o fato de Augusto estar tranquilamente sentado no sofá enquanto eu estava sentada na bancada, digitando qualquer coisa na tela do computador, para poder desviar meu foco. E de repente, meu celular tocou. Assim que olhei para o nome na tela, vi que era o advogado da empresa. Primeiro eu me questionei sobre ele estar me ligando naquele horário e depois, sobre o que ele queria. E antes que a curiosidade me tomasse, deslizei o dedo pela tela do eletrônico, o atendendo. — “Pois não, senhor Cooper?” - Perguntei o ouvindo me responder sem rodeios. —Luiza, amanhã as dezenove horas, na mansão Eisner! - Disse ele fazendo minha atenção ir para o Homem na minha sala. —Mansão Eisner? - Perguntei confusa com um timbre não mui
—Você só pode estar de brincadeira. - Falei entre dentes, me virando para o olhar, fingindo estar sobre controle, mas na verdade, eu queria surtar. Ele olhou e sorriu, balançando a cabeça em negação. —Vamos conversar lá dentro! - Disse ele tomando a taça novamente da minha mão, colocando-a sobre a mesa enquanto agarrava meu pulso e me puxava com ele. Entramos na casa novamente, mas dessa vez, fomos até o escritório e assim que passamos pela porta, Augusto a fechou com força, me soltando em seguida. —O que você está fazendo? - Perguntei vincando as sobrancelhas, o encarando com raiva enquanto alisava o meu pulso. Augusto caminhou até a mesa e pegou um envelope pardo o jogando sobre ela. —Assine! - Disse ele me exibindo o acordo de casamento. —Que porcaria é essa? - Perguntei encarando os papéis, subindo os olhos até os dele. —Augusto, não era para estarmos nos divorciando? —Era, mas eu mudei de ideia! - Disse ele arqueando uma sobrancelha, me encarando como quem estivesse um pa
A festa continuou. Eu fui obrigada a cumprimentar cada convidado, colocando um sorriso nos lábios como se fosse a noite mais feliz da minha vida. A essa altura da festa, só restaram os convidados, todos os jornalistas haviam sido dispensados e bem remunerados pelo trabalho deles; outra coisa que me deixou irritada. Para que pagar para aqueles abutres? Eu estava inconformada, bebericando o champanhe da minha taça, quando de repente alguém tocou meu braço. —Luiza, me segue! - Disse Aimée, andando na frente. Segui o mesmo caminho que ela, entrando novamente na casa, seguindo outra vez para o escritório. Assim que passei pela porta, ela a trancou e caminhou até a mesa, respirando fundo. —Querida, eu sinto muito por tudo o que tem passado! - Disse ela com um olhar de arrependimento. —Se ao menos eu soubesse que estava grávida... —Senhora Eisner, não precisa se desculpar. A senhora não teve culpa! - Falei me sentando na frente dela e então, a vi com os olhos pesados. Era um misto de
—O que você pensa que está fazendo? - Perguntou Augusto. Sua voz soou baixa, mas firme ao ponto de me fazer perceber o que eu havia acabado de fazer. Me afastei para o olhar, vendo-o manter seus olhos sérios sobre os meus. Eu sorri para ele, com um riso nasalado e justifiquei. —Não somos um casal? Eu só quis ajudar a não terem dúvidas. - Falei apontando para atrás dele o vendo se virar. Foi então que Augusto viu o paparazzi. —Eu já os mandei ir embora! - Disse ele fazendo menção de ir té lá, mas eu o interrompi. Segurei o braço dele o vendo me olhar confuso. —Deixe assim. Não haverá motivos para que duvidem de você. —E por que acha que duvidariam? - Perguntou ele cruzando os braços, encarando a mãe em seguida. —O que estão tramando? Por que vocês duas estavam juntas? De repente, Aimée deu um passo, indo até o filho o encarando fixamente. —Querido, pare de paranoia. Queria que eu destratasse sua esposa? Deveria estar satisfeito por estarmos nos dando bem, ou seria mais um infern
Eu não estava disposta a deixar tudo como está. Se tinha algo que eu carregava de melhor comigo, era o meu orgulho. O dia amanheceu e com ele, novo dia, novo problema. Encarei meu closet encontrando minhas roupas organizadas nele e então, peguei um conjunto social de saia curta o vestindo em seguida. Assim que sai do quarto, vi Ane com Judith, brincando animadamente. Assim que a pequena me viu, correu até mim. —Mamãe, a senhora viu o tanto de bonecas que eu tenho? Vem, vou te mostrar! - Disse ela segurando meu pulso, me levando para o quarto dela. O sorriso que ela dava, era algo que fazia meu peito se encher de alegria. —Ane, gostou de termos encontrado o seu papai? - Perguntei como uma curiosidade interna a vendo balançar a cabeça confirmando. —Sim! - Gritou ela animada, sorrindo como se aquilo fosse a coisa mais importante para a vida dela. —Ainda bem que o papai Noel ouviu minhas preces. Eu então sorri e me abaixei até ela para afanar seus fios claros. —Que bom que está f
Meus olhos levantaram até os dele imediatamente e Augusto tocou a linha das minhas costas, me guiando para dentro. Depois que passamos as catracas de segurança, ele se inclinando para o lado, o bastante para que eu pudesse o ouvir. —Não pense demais. Eu só fiz isso porque sou o único quem pode te intimidar. - Disse ele apertando o botão do elevador. As pessoas que estavam passando pelo lugar, nos olhavam e cochichavam sobre o que assistiam. Aquilo me dava uma certa raiva, confesso, mas eu respirava fundo e fingia não estar prestando atenção. —Então, fingir ser o marido perfeito é o seu plano? - Perguntei me virando para o olhar, vendo Augusto sorrir torto. —Por quê? Não gostou? - Disse ele com humor e então as portas metálicas se abriram. Ele entrou primeiro e eu o segui e assim que o elevador se fechou, Augusto tocou o painel de comando apertando o último e se virou para me olhar. —Tome cuidado Luiza. Vai acabar se apaixonando por mim desse jeito. —Então esse é o seu plano? - Pe