—Você só pode estar de brincadeira. - Falei entre dentes, me virando para o olhar, fingindo estar sobre controle, mas na verdade, eu queria surtar. Ele olhou e sorriu, balançando a cabeça em negação. —Vamos conversar lá dentro! - Disse ele tomando a taça novamente da minha mão, colocando-a sobre a mesa enquanto agarrava meu pulso e me puxava com ele. Entramos na casa novamente, mas dessa vez, fomos até o escritório e assim que passamos pela porta, Augusto a fechou com força, me soltando em seguida. —O que você está fazendo? - Perguntei vincando as sobrancelhas, o encarando com raiva enquanto alisava o meu pulso. Augusto caminhou até a mesa e pegou um envelope pardo o jogando sobre ela. —Assine! - Disse ele me exibindo o acordo de casamento. —Que porcaria é essa? - Perguntei encarando os papéis, subindo os olhos até os dele. —Augusto, não era para estarmos nos divorciando? —Era, mas eu mudei de ideia! - Disse ele arqueando uma sobrancelha, me encarando como quem estivesse um pa
A festa continuou. Eu fui obrigada a cumprimentar cada convidado, colocando um sorriso nos lábios como se fosse a noite mais feliz da minha vida. A essa altura da festa, só restaram os convidados, todos os jornalistas haviam sido dispensados e bem remunerados pelo trabalho deles; outra coisa que me deixou irritada. Para que pagar para aqueles abutres? Eu estava inconformada, bebericando o champanhe da minha taça, quando de repente alguém tocou meu braço. —Luiza, me segue! - Disse Aimée, andando na frente. Segui o mesmo caminho que ela, entrando novamente na casa, seguindo outra vez para o escritório. Assim que passei pela porta, ela a trancou e caminhou até a mesa, respirando fundo. —Querida, eu sinto muito por tudo o que tem passado! - Disse ela com um olhar de arrependimento. —Se ao menos eu soubesse que estava grávida... —Senhora Eisner, não precisa se desculpar. A senhora não teve culpa! - Falei me sentando na frente dela e então, a vi com os olhos pesados. Era um misto de
—O que você pensa que está fazendo? - Perguntou Augusto. Sua voz soou baixa, mas firme ao ponto de me fazer perceber o que eu havia acabado de fazer. Me afastei para o olhar, vendo-o manter seus olhos sérios sobre os meus. Eu sorri para ele, com um riso nasalado e justifiquei. —Não somos um casal? Eu só quis ajudar a não terem dúvidas. - Falei apontando para atrás dele o vendo se virar. Foi então que Augusto viu o paparazzi. —Eu já os mandei ir embora! - Disse ele fazendo menção de ir té lá, mas eu o interrompi. Segurei o braço dele o vendo me olhar confuso. —Deixe assim. Não haverá motivos para que duvidem de você. —E por que acha que duvidariam? - Perguntou ele cruzando os braços, encarando a mãe em seguida. —O que estão tramando? Por que vocês duas estavam juntas? De repente, Aimée deu um passo, indo até o filho o encarando fixamente. —Querido, pare de paranoia. Queria que eu destratasse sua esposa? Deveria estar satisfeito por estarmos nos dando bem, ou seria mais um infern
Eu não estava disposta a deixar tudo como está. Se tinha algo que eu carregava de melhor comigo, era o meu orgulho. O dia amanheceu e com ele, novo dia, novo problema. Encarei meu closet encontrando minhas roupas organizadas nele e então, peguei um conjunto social de saia curta o vestindo em seguida. Assim que sai do quarto, vi Ane com Judith, brincando animadamente. Assim que a pequena me viu, correu até mim. —Mamãe, a senhora viu o tanto de bonecas que eu tenho? Vem, vou te mostrar! - Disse ela segurando meu pulso, me levando para o quarto dela. O sorriso que ela dava, era algo que fazia meu peito se encher de alegria. —Ane, gostou de termos encontrado o seu papai? - Perguntei como uma curiosidade interna a vendo balançar a cabeça confirmando. —Sim! - Gritou ela animada, sorrindo como se aquilo fosse a coisa mais importante para a vida dela. —Ainda bem que o papai Noel ouviu minhas preces. Eu então sorri e me abaixei até ela para afanar seus fios claros. —Que bom que está f
Meus olhos levantaram até os dele imediatamente e Augusto tocou a linha das minhas costas, me guiando para dentro. Depois que passamos as catracas de segurança, ele se inclinando para o lado, o bastante para que eu pudesse o ouvir. —Não pense demais. Eu só fiz isso porque sou o único quem pode te intimidar. - Disse ele apertando o botão do elevador. As pessoas que estavam passando pelo lugar, nos olhavam e cochichavam sobre o que assistiam. Aquilo me dava uma certa raiva, confesso, mas eu respirava fundo e fingia não estar prestando atenção. —Então, fingir ser o marido perfeito é o seu plano? - Perguntei me virando para o olhar, vendo Augusto sorrir torto. —Por quê? Não gostou? - Disse ele com humor e então as portas metálicas se abriram. Ele entrou primeiro e eu o segui e assim que o elevador se fechou, Augusto tocou o painel de comando apertando o último e se virou para me olhar. —Tome cuidado Luiza. Vai acabar se apaixonando por mim desse jeito. —Então esse é o seu plano? - Pe
Eu permaneci parada no meu lugar, vendo-a se afastar e então, me virei para a olhar, vendo-a se perder de vista pelo corredor. —Luiza! - Chamou Augusto com um timbre baixo, mas mantendo a firmeza. Eu me virei para o olhar, sentindo-me confusa. —Hm? —Queria alguma coisa? - Perguntou ele me vendo balançar a cabeça em negação. —Ah, eu ... Deixa para lá. - Falei o dando as costas, indo até a minha sala e assim que passei pela porta, a fechei escutando-a ser aberta atrás de mim. Não me virei porque a princípio pensei que fosse Rangel, mas assim que a ouvi sendo batida, me virei assustada vendo Augusto vir até mim. —O-O que foi? - Perguntei com a voz trêmula, dando um passo para trás, a cada passo que ele dava em minha direção. De repente vi que eu já havia chegado perto da mesa. Apoiei meus braços nela e em seguida, Augusto me pegou no colo com uma atitude rápida, me colocando sobre ela. —Por que você faz isso, por que fica se fazendo de boba achando que está me passando para trás?
A classe executiva tinha muitas vantagens. Era mais silenciosa, confortável e tranquila. E por ser mais discreta, ninguém atrapalhava o que estava acontecendo ali. Senti a mão de Augusto adentrar pelo botão do meu jeans o abrindo e descendo lentamente até minha calcinha. Fechei meus olhos e respirei fundo, sentindo-o me tocar delicadamente, causando sensações inexplicáveis. Eu gemi baixo quase não conseguindo me conter e então, fui puxada para o colo dele. Nós nos olhamos fixamente e Augusto sorriu, me puxando para um beijo. Estava tudo tão quente, intenso, fora de controle, mas tinha um problema, não era real. Senti uma cabeça tocar meu ombro e despertei dos meus sonhos, vendo um estranho dormindo encostado em mim. Olhei para o outro lado e a senhora que estava ocupando o banco, roncava mais do que um trator. Empurrei a cabeça do homem ao meu lado e me levantei, indo até o banheiro. Entrei na cabine apertada e abri a torneira, lavando o rosto para me acalmar. Assim que saí,
Continuamos a viagem calados, mas os olhares que eu recebia eram provocantes, confesso. Tinha horas que Augusto era o Homem mais atraente do mundo, me olhando, fazendo com que eu me sentisse a mulher mais atraente do mundo. Outras horas, ele simplesmente conseguia ser frio e uma incógnita para mim. O avião pousou e a primeira coisa que fiz foi ligar para Judith para saber de Anne. —Ela já dormiu? - perguntou Augusto, encarando o relógio em seu pulso. —Hm! - Respondi desligando o telefone e assim que segurei a alça da mala, Augusto a tomou de mim. —Deixa que eu levo! - Disse ele me acompanhando. Alisei a minha têmpora, sentindo minha cabeça latejar e assim que chegamos na calçada, estendi o dedo para chamar um taxi, Augusto abaixou a minha mão. —Pode parar de ser impulsiva um instante? - Disse ele apontando com os olhos para um carro negro que parou bem na nossa frente. Um homem uniformizado com um social preto saiu de dentro e veio até nós. —Senhor Eisner, seja bem-vindo! -