— Eu não quero um casamento, pai! — Revirei os olhos e virei o último gole do meu whisky.
Eu estava na sala de estar da mansão Coleman, a mansão da minha família. Eu havia sido convidado para um belo almoço em família, e é claro que isso não ficaria barato assim, meu pai arrumaria um momento para falar sobre casamento para mim.
— Eu não sei se é o que preciso no momento.. — Completei. — Uma mulher para me adestrar, não estou preparado.. — fiz um pausa, rodando os olhos pelo abajur que estava ao lado sofá. — afinal, tenho coisas mais importantes para tratar, como a empresa.
— Henry, eu confiei em você.. — meu pai me encarou sério e eu respirei fundo. — passei meu legado para você, e você age como se isso não fosse nada..
— Não é assim, pai. Eu levo muito a sério. — o interrompi.
— Não me interrompa, Henry. — sua voz saiu dura. — Eu confiei em você, eu passei a empresa para você e como você corresponde? — meu pai perguntou retoricamente. — com uma capa de jornal mostrando a sua irresponsabilidade, você não é um Dan Bilzerian.
— Me desculpa, pai. — respirei fundo, e passei os dedos nos meus fios de cabelo negros. Eu sabia que estava errado.
— Você já tem trinta anos. — ele fez uma pausa, suspirou e voltou a falar: — Você tem um prazo de dois anos para se casar, caso contrário, eu passo a presidência para o seu primo. — meu pai se levantou do seu assento e foi para a parte de trás da casa, onde metade da família se reunia para conversar.
A casa dos meus pais era enorme, e eu não faço ideia de quantas vezes eu já me perdi no meio de todos esses cómodos, eu tenho certeza que eu não conheço todos os cómodos dessa casa e não tenho muito interesse em conhecer. Não mais.
Quando eu tinha vinte e dois anos, comecei a sair com alguns amigos e acabei tendo problemas com a minha imagem e isso acabou retardando a posse da empresa.
Aos vinte e oito, decidi criar maturidade e fazer todas essas coisas por debaixo dos panos, o mais escondido possível.
E aos trinta, exatamente esse ano, meu pai me deu o cargo de presidente da Coleman S.A, e eu estava muito satisfeito com o meu trabalho. Até eu dar um escorregão e acabar nas primeiras páginas das revistas de fofocas.
HENRY COLEMAN É VISTO EM FARRA
“O filho do magnata Max Coleman foi visto, na noite dessa sexta feira, em uma festa regada a mulher, bebidas e ilícitos..(...)”Magnata namorador?!
“(...), O homem rouba suspiros de várias mulheres por onde passa e foi visto em sua lancha, perto das praias de Miami em uma festa pessoal com algumas amigas e muita, muuuita bebida.”Descartei as revistas na pequena lixeira que ficava na sala e me servi do meu último copo de whisky, virei de uma vez e após uma careta, decidi voltar para a falsidade dos meus parentes.
— Ah, aí está você! — Minha mãe sorriu amigável e alisou meu braço. — Ia chamar você para almoçar.
— Eu precisava pensar. — sorri amarelo, e a acompanhei até a mesa.
Meus tios, Nicole e Carter schlotz, e sua sobrinha, Rubi schlotz, uma mulher que todos achavam que eu deveria me casar, estavam sentados a mesa conversando entre si.
Rubi era uma mulher linda, não me entenda mal, mas.. eu não quero uma mulher com o padrão dela. Ela tem jeito de televisão, ela é modelo demais.. e eu não a julgo, ela nasceu assim, mas.. não é uma coisa que eu quero para mim.
Meu único irmão também estava ali, Andrew estava com a sua esposa ao meu lado e não se interessava nos assuntos empresariais da família. Eles tínham a própria empresa e estavam no topo com ela.
Em contra partida, Joshua e Miley Coleman estavam ali também, junto com seu filho, Peter Coleman e sua esposa, Chloé Coleman.
Joshua era irmão do meu pai e não tinha nada ao que se orgulhar, nunca correu atrás do seu próprio futuro e quando meu pai saiu da pobreza depois de anos de trabalhos sozinho, tio Joshua começou a andar como u sangue suga, até conseguir dois porcento de ações na empresa que lhe rendiam uma ótima mesada mensal.. mas, ele queria mais que isso e mesmo sem ter trabalhado para isso, tio Joshua queria a presidência e para isso, ele não mediria esforços para derrubar quem estivesse na frente e bom... Eu estava!
Cumprimentei os presentes na mesa e me sentei ao lado de Andrew e de sua esposa.
— Problemas com meu pai? — Andrew perguntou, chamando minha atenção.
— Sim. — ri nasalado, e voltei a minha atenção para a taça. — Ele quer que eu me case, ou passará a empresa para Peter.
— Ele não pode fazer isso. — Andrew franziu a testa. — Você faz um ótimo trabalho naquele lugar.
— Aparentemente, ele pode sim! — Dei os ombros, cruzando os braços e olhando para baixo. — Não sei o que fazer.
— Vou conversar com o meu pai, ele não pode entregar a empresa a Joshua. — Andrew estava com raiva, ele sabia o quanto eu me esforçava por isso e trabalhei anos para conseguir chegar onde cheguei.
— Não precisa. — Sorri de lado. — Se ele quiser, a empresa é dele, ele tem esse direito. — dei os ombros.
— Largue tudo e venha trabalhar comigo. — Disse alto, chamando a atenção dos demais.
— Como? — Meu pai perguntou, fitando Andrew.
— Quero que meu irmão trabalhe comigo. — Andrew disse naturalmente.
— E os negócios da família? — meu pai perguntou elevando um pouco a voz.
— O senhor parece não se importar tanto.. — falei, olhando-o no fundo dos olhos.
— Ao menos, ele não sofrerá as ameaças que sofre no.. — Andrew fez aspas com os dedos. — Negócios da família.
— Já chega. — meu pai disse firme e jogou o guardanapo na mesa, se levantando. — Vocês são dois moleques mimados que não tem a mínima noção da vida, e eu estou cansado disso, sempre se juntando para conseguirem o que querem. — meu pai gritou, e eu encarei seu rosto com uma expressão dura e seria. — Você irá se casar, caso contrário, você perde a presidência e ponto final.
— Ótimo. — ri fraco. — vou me casar com a primeira prostituta que me aparecer. — levantei da mesa, e me virei para sair.
— Onde você pensa que você vai? — Meu pai berrou.
— Para casa! — falei, saindo calmamente do jardim.
Eu não nasci para esse tipo de situação e não toleraria isso, não mesmo. Eu não sirvo para isso.
O calor do Rio de Janeiro era intenso e por um segundo, senti saudades do verão do interior.Minha cidade tinha tantas árvores, que o Verão era agradável e podíamos nos sentar no jardim do parque para ler ou fazer qualquer besteira que adolescente faz.Puxei meus cabelos em um coque no topo da cabeça, deixando alguns fios soltos. Passei um rímel nos olhos e me olhei no espelho.Meu short Jeans recém comprado por minha mãe estava um pouco curto e o cropped preto me deixava confortável. Espirrei um pouco de perfume e um desodorante, hidratei as pernas e peguei meu celular em cima da cômoda do quarto de Lucas.Sai do quarto e voltei para a sala, percebendo os amigos de Lucas jogando FIFA no Xbox montado no meio tapete. Abri as janelas, antes fechadas para que o ar corresse pela casa e bebi um copo com água bem gelada, antes de pegar meu aparelho celular e chamar por um carro no aplicativo.- Pra onde você vai? - Lucas perguntou sem
— Você é louco?- Gritei com Lucas que me olhava entediado.Seus cabelos estavam bagunçado e suas roupas amassadas, roupas de ontem. Ele nem sequer voltou para me dar uma satisfação.- Olha, Bruna.. eu não quero brigar, tá legal? - Lucas se levantou, me ignorando e caminhou preguiçosamente até o quarto que dividamos por pouco tempo.Bufei, e bati as unhas na pequena mesa de jantar da cozinha. Eu não podia passar por isso.Fiz um coque bagunçado no topo do cabelo e suspirei pesadamente, indo atrás de Lucas no quarto.Me encostei no batente da porta e cruzei minhas pernas e cruzei meus braços na frente do peito, limpei a garganta, chamando a sua atenção.- Um tal de Carlos esteve aqui. - avisei, chamando toda a sua atenç&
Já correram cinco meses desde a minha chegada ao Rio De Janeiro. Eu já estava morando com Manu em seu apartamento e nós nos dávamos perfeitamente bem.O meu problema é bem pior. Estou atolada em dívidas, dívidas altas e não tenho como pagar. Meu trabalho em uma lanchonete não cobre sequer os juros da dívida e estou a ponto de explodir.Eu não quero ir embora do Rio, e é por isso que não posso pedir mais de três mil reais para o meu pai. E o pior, estou sofrendo milhares de ameaças desse tal de Carlos, e não consigo entender ainda, como cheguei a esse ponto.Limpei a última mesa do estabelecimento, eram três da manhã e já havíamos fechado. Fiz um coque frouxo no topo da cabeça, me despedi dos outros funcionários e caminhei até a minha casa, que não era muito longe.Eu não posso dizer, na verdade, que não entendo como cheguei a essa situação. Eu entendo e entendo muito bem.Tudo começou quando Carlos começou a aparecer muito
— Você tem um mês para aproveitar a sua liberdade. — Carlos soltou, me fazendo assentir em seguida tristemente. Eu não queria ter só um mês.— E depois? — Perguntei, torcendo os lábios.— Depois, você irá comigo para a Colômbia, e ficará por lá até que a sua dívida esteja paga. — Explicou, tomando seu capuccino. — vai durar uns dois ou três anos.— Mas, eu só devo três mil reais. — Franzi a testa.— Me diz, você vai ou não vai segurar as dívidas do Lucas? — Carlos estava impaciente na minha frente, eu sabia que ele o mataria. Era tão perigoso.— E quanto ele deve a você? — Cruzei os braços, suspirando alto.— No mí
Já havia corrido uma semana. Uma longa e cansativa semana.Eu fui a praia duas vezes, e saio quase todas as noites, tentando aproveitar meu último gostinho de liberdade.Lucas me beijava com furor, enquanto apertava meus seios com uma mão e alisava minha bunda com a outra.Levei meus dedos a sua nuca, arranhando a área levemente.Não sei exatamente em que momento ficamos pelados, mas Lucas arremetia contra o meu corpo rapidamente, fazendo uma sensação gostosa invadir meu corpo e um gemido sair da minha garganta.Meu ventre se apertou levemente, e torci para que isso não acabe agora, ouvi a respiração de Lucas mais pesado no meu ouvido e suas estocadas ficarem mais leves e sem velocidade, até parar definitivamente.Lucas jogou seu corpo suado contra os lençóis de sua cama, com a respiração entre cortada.- Foi bom? - Lucas disse, sorrindo fraco.- Sim, foi ótimo. - Menti.Eu não podia dize
Puxei minha última peça de roupa do guarda roupas e coloquei dentro da mala aberta em cima da minha cama.Separei uma calça comprida, uma blusa de alça fina e uma jaqueta jeans. Eu precisava terminar isso ainda hoje.Bufei, diminuindo um pouco mais a temperatura do ar condicionado. O Rio de Janeiro estava quente, com seus belos trinta e cinco graus Celsius, eu me sentia a ponto de derreter a qualquer momento.Se um ovo fosse quebrado na tampa de um esgoto, seria frito em segundos, levando em consideração que eu estava assando na quentura do lugar.Hoje era meu último dia de liberdade e eu queria aproveitar isso ao máximo. Não consigo me lembrar, exatamente, todos os momentos que passei durante esses vinte e oito dias, mas a certeza que eu tinha, era que eu havia me divertido como nunca.— Já está fazendo as malas? — Manu murmurou triste, se jogando ao lado da minha mala.— Sim, eu precisava terminar isso!
não pensei que me despedir doeria tanto.Acordei cedo naquela manhã, torcendo para que o dia passasse cada vez mais lento.Mesmo com meu coração dolorido, e com a decepção e insatisfação estampada no meu rosto, passamos o dia juntas.Fizemos o melhor almoço do mundo, e elas me acompanharam a minha última visita a praia.Me sentei na areia fofa, e fiquei admirando as ondas indo e voltando. Eu não tinha certeza se os colombianos tinham praia, e não estava muito animada para descobrir, não sei sequer se serei livre para ir e vir, quem dirá para descobrir se eles tem praias.— No que você tanto pensa? — Ket perguntou, se sentando ao meu lado.— Na minha vida. — sorri fraco, ainda sem encarar seus olhos castanhos escuros.— Você tem certeza disso? — Perguntou. — conheço umas pessoas que podem acabar com a raça desse Carlos.— Eu já dei a minha palavra. — falei, triste.
Henry Coleman.— Bom, senhores.. por hoje é só! — Falei, deixando a pasta preta na mesa.Aos poucos, a sala ia esvaziando, até que ficassem apenas eu e minha secretária.— Senhor? — Merliah chamou a minha atenção. — Seu pai está na sua sala, está aguardando o seu retorno.— Obrigado, Merliah. — Sorri fraco, peguei a pequena pasta da mesa e sai da sala.Atravessei os corredores extensos até a minha sala no topo do prédio alto.Eu e meu pai não estávamos nos falando desde a nossa última discussão, ele não dava o braço a torcer e eu era orgulhoso demais para ir atrás do mais velho.Respirei fundo, antes de entrar na sala e encontrá-lo sentado na minha cadeira, enquanto lia alguns papéis.— Pai? — chamei sua atenção e me aproximei, para depositar a pasta ao lado de uma pilha de pastas.— Ah, oi! — Ele se levantou e ajeitou o blazer sobre o corpo, antes de pigarrear e me encar