Puxei minha última peça de roupa do guarda roupas e coloquei dentro da mala aberta em cima da minha cama.
Separei uma calça comprida, uma blusa de alça fina e uma jaqueta jeans. Eu precisava terminar isso ainda hoje.
Bufei, diminuindo um pouco mais a temperatura do ar condicionado. O Rio de Janeiro estava quente, com seus belos trinta e cinco graus Celsius, eu me sentia a ponto de derreter a qualquer momento.
Se um ovo fosse quebrado na tampa de um esgoto, seria frito em segundos, levando em consideração que eu estava assando na quentura do lugar.
Hoje era meu último dia de liberdade e eu queria aproveitar isso ao máximo. Não consigo me lembrar, exatamente, todos os momentos que passei durante esses vinte e oito dias, mas a certeza que eu tinha, era que eu havia me divertido como nunca.
— Já está fazendo as malas? — Manu murmurou triste, se jogando ao lado da minha mala.
— Sim, eu precisava terminar isso!
não pensei que me despedir doeria tanto.Acordei cedo naquela manhã, torcendo para que o dia passasse cada vez mais lento.Mesmo com meu coração dolorido, e com a decepção e insatisfação estampada no meu rosto, passamos o dia juntas.Fizemos o melhor almoço do mundo, e elas me acompanharam a minha última visita a praia.Me sentei na areia fofa, e fiquei admirando as ondas indo e voltando. Eu não tinha certeza se os colombianos tinham praia, e não estava muito animada para descobrir, não sei sequer se serei livre para ir e vir, quem dirá para descobrir se eles tem praias.— No que você tanto pensa? — Ket perguntou, se sentando ao meu lado.— Na minha vida. — sorri fraco, ainda sem encarar seus olhos castanhos escuros.— Você tem certeza disso? — Perguntou. — conheço umas pessoas que podem acabar com a raça desse Carlos.— Eu já dei a minha palavra. — falei, triste.
Henry Coleman.— Bom, senhores.. por hoje é só! — Falei, deixando a pasta preta na mesa.Aos poucos, a sala ia esvaziando, até que ficassem apenas eu e minha secretária.— Senhor? — Merliah chamou a minha atenção. — Seu pai está na sua sala, está aguardando o seu retorno.— Obrigado, Merliah. — Sorri fraco, peguei a pequena pasta da mesa e sai da sala.Atravessei os corredores extensos até a minha sala no topo do prédio alto.Eu e meu pai não estávamos nos falando desde a nossa última discussão, ele não dava o braço a torcer e eu era orgulhoso demais para ir atrás do mais velho.Respirei fundo, antes de entrar na sala e encontrá-lo sentado na minha cadeira, enquanto lia alguns papéis.— Pai? — chamei sua atenção e me aproximei, para depositar a pasta ao lado de uma pilha de pastas.— Ah, oi! — Ele se levantou e ajeitou o blazer sobre o corpo, antes de pigarrear e me encar
Bruna Pinheiro. Carlos abriu porta de entrada da boate e me deu passagem para que eu pudesse passar.O lugar, não era ruim, era bem bonito e parecia aconchegante. Percorri meus olhos pela sala ampla e fiquei encantada com a beleza do lugar.Em um dos cantos, um bar estava muito bem posicionado com inúmeros bancos enfileirados um ao lado do outro, uma menina estava sentada no balcão, enquanto conversava animadamente com uma outra que estava lavando um copo no bar.Algumas mesas estavam espelhadas pelo local, com quatro cadeiras cada. Nos cantos, encostados nas paredes, alguns sofás vermelhos que pareciam confortáveis rodeavam mesas quadradas.No centro do lugar, dois palcos redondos e pequeno, com uma uma barra em seu centro. Uma garota estava sentada com outras duas no pequeno palco, comendo tacos e bebendo refrigerante.Percebi algumas garotas espalhadas pelo lugar, pareciam felizes e entretidas em suas próprias con
Estar aqui a seis meses, era de longe a coisa mais difícil a ser feita. Eu sabia que não seria fácil, mas não imaginei que seria tão repetitivo e entediante.Todas as noites era o mesmo, nós íamos para o salão, esperávamos eles aparecerem e nos jogávamos em cima, como urubus em carne podre.Eu não me orgulhava disso, na verdade, queria correr dali a qualquer momento, era bastante humilhante.. mas, eu precisava disso. Eu precisava quitar a dívida e salvar a vida de Lucas, estava tudo em minhas mãos.Eu não falava muito com Lucas, trabalhava até às quatro da manhã, e quando retornava para a casa, queria me deitar e nunca mais levantar dali.Cá estava eu, no centro da nossa sala de estar, comendo cereal e assistindo a qualquer filme
Abri meus olhos lentamente, sentindo a brisa suave entrar em contato com o meu rosto. A porta da sacada estava aberta, e o dia lá fora estava frio.O céu estava escuro e pequenos chuviscos molhavam o chão, o vento mexia a cortina descontroladamente, quase como se tivesse vida.Me levantei preguiçosamente, fechando a porta, deixando o ambiente se aquecer instantâneamente.Abri o guarda roupas e pesquei um conjunto de lingeries, um moletom rosa bebê e um par de meias da mesma cor, entrei para dentro do banheiro e liguei o chuveiro na água quente.Após o banho, me vesti com as peças e penteei meus cabelos, que agora batiam na metade das minhas costas.Peguei meu celular e vi algumas chamadas perdidas de Juh e franzi a testa, calcei um par de chinelos de dedo e sai do quarto.Atravessei o corredor vazio, ouvindo conversas paralelas em alguns quarto, não me interessando muito em parar para escutar.Me virei par
A porta do carro se abriu e eu saí, parando ao lado de Henry que travava o carro.Suas mãos desceram até a curva das minhas costas e caminhamos juntos até o elevador do seu prédio. Ajeitei meus cabelos no espelho e encostei na parede gelada.Não demorou muito para a porta se abrir e pararmos em um corredor com duas portas, uma de frente para a outra.Henry abriu a porta com um pequeno cartão e me deu passagem para que eu entrasse.A suíte do hotel era idêntica a um apartamento de alto nível, com uma sala ampla, uma televisão de cinquenta polegadas pegava metade da parede, três sofás brancos rodeavam a pequena mesa de centro no centro da sala. Uma cortina entre aberta revelava uma parede de vidro, que proporcionava uma vista incrível de toda o centro da cidade.O lugar era decorado entre o branco, o marrom e o dourado. Era bonito e amplo, dando um ar de lar em cada pequeno detalhe do local.- Estou aqui a seis meses, e
Os dedos de Henry correram calmamente o meu corpo, enquanto nos beijavamos calmamente no tapete da sala.Quando nos separamos, encarei seus olhos azuis e sorri abertamente, sentindo uma onda de energia percorrer meu corpo.- Você é tão linda! - Ele murmurou, me analisando.- Você também é tão lindo. - beijei a pontinha de seu nariz. As bochechas de Henry ficaram levemente avermelhadas.Dei uma risada fraca.- Você ficou com vergonha. - Beijei sua bochecha levemente e enlacei meus braços em seu pescoço.Henry estava sobre o meu corpo, com um dos cotovelos apoiados no chão, o outro alisava minha cintura, enquanto seus olhos percorriam meu corpo nú.- Sim, fiquei. - Henry mordeu seus lábios fortemente e sorri frac
Uma longa e monótona semana se passou. Dividida entre ficar na mansão e sair às compras com Henry, eu tirava um pouco do meu tempo para ler.Fechei o zíper da última mala e percorri o quarto a procura de alguma coisa perdida.Liguei a luz do pequeno banheiro e percebi um pequeno objeto brilhou, me aproximei um pouco e peguei a pulseira fina entre os dedos.Logo, os meus pensamentos me levaram para longe. Pisquei algumas vezes, suspirando pesadamente e segurei as lágrimas que teimavam em aparecer e queimar meus olhos.Era dourada e grossa, com dois pingentes diferentes, um de cada lugar que visitei. Minha cabeça me levou ao dia que ganhei do meu pai, ele acreditava que eu iria conquistar o mundo.Passei o dedo pelas duas pequenas pedrinhas metálicas e sorri sem humor, sentindo meu rosto molhado pelas lágrimas salgadas. Portugal para visitar um tio, Itália para visitar uma avó.Olhei-me no espelho do banheiro vazio uma