|Bruna Pinheiro|
Ajeitei minha tiara uma última vez, respirando fundo e me olhando no espelho. Sorri fraco.
Me afastei, me permitindo enxergar todo o restante do meu vestido branco. Era tão lindo.
Passei os dedos sobre a renda fina, e uma lágrima quis escorrer pelos meus olhos. Puxei minha tiara uma última vez, e ajeitei os cachos soltos pelos meu rosto.
A alça fina valorizava os meus seios fartos e as pedrarias brilhavam sobre a luz do sol que entrava pela sacada. A saia reta, que ia até o chão, a fenda que mostrava boa parte das minhas pernas, tudo estava tão único e perfeito.
- Você está tão linda, querida. - Meu pai se aproximou e beijou minha testa.
- Obrigada, pai. - Agradeci, beijando seu rosto.
- Nervosa? - Ele segurou minhas mãos e acariciou levemente.
- Um pouco. - engoli o seco.
|Bruna Pinheiro|O carro parou na frente da grande estrutura na Califórnia. Respirei fundo, sentindo meu coração se apertar por estar aqui novamente.Thomas tocou minha mão uma última vez e sorriu encorajador:— Amor. — Eu adorava quando ele me chamava assim. — É a última vez.Assenti rapidamente, e Thomas saiu do carro, abrindo a porta para mim. Segurei sua mão e me equilibrei nos meus saltos finos, suas mãos desceram para as minhas costas, enquanto ele me levava para dentro do grande edifício.— Bom dia, Senhor Coleman. — A atendente sorriu. Ela me olhou por alguns segundos.— Bom dia, meu primo já chegou? — Ele perguntou cedo.Parei de prestar atenção em ambos e encarei o prédio a minha volta. Era incrível que estava com Henry a quase um ano e ele nunca havia me trazido aqui.— Vamos, querida? — Thomas di
2 anos depois..."Bruna, Você dever estar se perguntando o motivo dessa carta tão repentina, mas na verdade, nem eu sei. Senti vontade de escrever para você, de me explicar. Você pode me julgar, me odiar, achar que sou um assassino e não querer olhar na minha cara e eu vou entender. Ou, você pode me odiar e só, pode ser igual as outras pessoas e dizer que eu não tive culpa, mas sim, eu tive. Éramos jovens e estávamos no auge dos nossos dezessete anos. Tínhamos ido a uma cachoeira, estávamos felizes e em uma área "segura", eramos Carl, Rubi, Josh, eu e Sof, Rubi era tão mimada. Lembro-me claramente do momento em que Rubi desafiou o pobre Carl a pular de uma pedra em que eu me mantinha deitado. Era fácil e ele sairia dali ileso, se não tivesse sido jogado. Eu estava sentado um pouco atrás, enquanto pegava sol e brincava com uma folha, Rubi o chamou de covarde e Josh o empurrou. Foi agonizante, tentei segurá-lo mas já era tarde demais. Quando cheguei lá embaixo, ele já estava morto. Ba
Brunha Pinheiro.Burra, você deve me considerar uma pessoa burra pela decisão que eu tomei, mas, algo dentro de mim diz que eu tenho que tentar, e que isso é algo que eu tenho que fazer por mim.Meus pais não ficaram muito orgulhosos da minha decisão, na verdade, odiram! Mas, qual é? Eu tenho vinte e um anos e um belo namorado que mora no Rio de Janeiro, eu mereço mais do que a pequena vida no interior.— Eu te amo! — Disse, beijando sua testa demoradamente e meu olhos embarcaram rapidamente.— Eu também amo você, meu tesouro! — minha mãe respondeu, me abraçando e acariciando minhas costas. Estava sendo difícil para nós duas. — Se tudo der errado, volte correndo para os braços da mamãe. — ela falou, e então estendeu o braço e secou uma lágrima teimosa que escorreu. — Eu sempre estarei te esperando.— Obrigada. — Sussurrei, antes de ir correndo abraçar meu pai.— Que loucura! — Balbuciou. Eu sabia que ele estava
Arrastei minha mala pelo chão da rodoviária. Depois de quatro paradas e quarenta e oito horas de viagem deitada, minhas costas doíam um pouco.Olhei ao redor e respeitei fundo, meu estômago roncou e eu fiz uma careta, levando a mão até ela em seguida.— Bruna! — Ouvi alguém me chamar, e olhei em direção a voz. — Bruna!Um sorriso grande se abriu em meu rosto quando Lucas entrou no meu campo de visão, e eu andei a passos largos até a sua direção, puxando a mala grande e pesada.— Lucas, meu amor. — Falei, antes de me jogar em seus braços e beijar sua boca.— Oi, meu bebê. — Ele sorriu, tirando um cachinho teimoso do meu rosto. — Você é mais bonita ainda de perto.— Obrigada. — sorri sem mostrar os dentes e lhe dei um selinho. — Você também.— Você deve estar cansada, vamos para casa. — O moreno falou.Lucas entrelaçou nossos dedos, me puxando para a saída a passar largos. Meus olhos percor
— Sabe de uma coisa, Henry?— Meu pai balbuciou perto de mim, apoiando o copo de Whisky na mesa. — Você precisa se casar, não pode continuar sendo esse irresponsável. Existem tantas moças boas e de boa família por aí.— Eu não quero um casamento, pai! — Revirei os olhos e virei o último gole do meu whisky.Eu estava na sala de estar da mansão Coleman, a mansão da minha família. Eu havia sido convidado para um belo almoço em família, e é claro que isso não ficaria barato assim, meu pai arrumaria um momento para falar sobre casamento para mim.— Eu não sei se é o que preciso no momento.. — Completei. — Uma mulher para me adestrar, não estou preparado.. — fiz um pausa, rodando os olhos pelo abajur que estava ao lado sofá. — afinal, tenho coisas mais importantes para tratar, como a empresa.— Henry, eu confiei em você.. — meu pai me encarou sério e eu respirei fun
O calor do Rio de Janeiro era intenso e por um segundo, senti saudades do verão do interior.Minha cidade tinha tantas árvores, que o Verão era agradável e podíamos nos sentar no jardim do parque para ler ou fazer qualquer besteira que adolescente faz.Puxei meus cabelos em um coque no topo da cabeça, deixando alguns fios soltos. Passei um rímel nos olhos e me olhei no espelho.Meu short Jeans recém comprado por minha mãe estava um pouco curto e o cropped preto me deixava confortável. Espirrei um pouco de perfume e um desodorante, hidratei as pernas e peguei meu celular em cima da cômoda do quarto de Lucas.Sai do quarto e voltei para a sala, percebendo os amigos de Lucas jogando FIFA no Xbox montado no meio tapete. Abri as janelas, antes fechadas para que o ar corresse pela casa e bebi um copo com água bem gelada, antes de pegar meu aparelho celular e chamar por um carro no aplicativo.- Pra onde você vai? - Lucas perguntou sem
— Você é louco?- Gritei com Lucas que me olhava entediado.Seus cabelos estavam bagunçado e suas roupas amassadas, roupas de ontem. Ele nem sequer voltou para me dar uma satisfação.- Olha, Bruna.. eu não quero brigar, tá legal? - Lucas se levantou, me ignorando e caminhou preguiçosamente até o quarto que dividamos por pouco tempo.Bufei, e bati as unhas na pequena mesa de jantar da cozinha. Eu não podia passar por isso.Fiz um coque bagunçado no topo do cabelo e suspirei pesadamente, indo atrás de Lucas no quarto.Me encostei no batente da porta e cruzei minhas pernas e cruzei meus braços na frente do peito, limpei a garganta, chamando a sua atenção.- Um tal de Carlos esteve aqui. - avisei, chamando toda a sua atenç&
Já correram cinco meses desde a minha chegada ao Rio De Janeiro. Eu já estava morando com Manu em seu apartamento e nós nos dávamos perfeitamente bem.O meu problema é bem pior. Estou atolada em dívidas, dívidas altas e não tenho como pagar. Meu trabalho em uma lanchonete não cobre sequer os juros da dívida e estou a ponto de explodir.Eu não quero ir embora do Rio, e é por isso que não posso pedir mais de três mil reais para o meu pai. E o pior, estou sofrendo milhares de ameaças desse tal de Carlos, e não consigo entender ainda, como cheguei a esse ponto.Limpei a última mesa do estabelecimento, eram três da manhã e já havíamos fechado. Fiz um coque frouxo no topo da cabeça, me despedi dos outros funcionários e caminhei até a minha casa, que não era muito longe.Eu não posso dizer, na verdade, que não entendo como cheguei a essa situação. Eu entendo e entendo muito bem.Tudo começou quando Carlos começou a aparecer muito