Murat— Depende de que? — Procuro saber e acredite, estou curioso com essa resposta.— Se você me abraçou enquanto dormia, ou se fez carinho enquanto invadia o meu quarto, Senhor Murat. — E eu abri o meu primeiro sorriso matinal após um ano inteiro.— Me perdoe, mas acho que não fiz nada disso!— Hum, só tem um jeito de corrigir esse seu erro, Senhor Arslan. — Ela resmunga com a mesma diversão, porém, me vejo suspirando e droga, estou ansioso outra vez.— Então me diga como, Sila — sibilo baixo, sem conseguir desviar os meus olhos dos seus.— Eu acho melhor mostrá-lo como se faz isso, Senhor Arslan.Prendo a respiração quando inesperadamente a minha esposa se mexe em cima da cama e ela monta em cima de mim, beijando-me de um jeito envolvente, e as minhas mãos parecem ganhar vida própria quando imediatamente elas envolvem a sua cintura, a atraindo mais para mim, tornando o nosso beijo mais profundo e no ato, Sila geme na minha boca, se mexendo sobre a minha pélvis.Não posso amá-la!Nã
SilaUm piquenique, que extraordinário, Senhor Arslan! Resmungo mentalmente, olhando-me no espelho de corpo inteiro e apreciando o short curto, e folgado de um tecido confortável, além de uma blusa de botões que fiz questão de dar um nó na altura dos meus seios e uma rasteirinha, óculos escuros e um chapéu com abas largas. Minutos depois, alcanço o topo da escadaria e o encontro em pé no meio da sala, segurando uma cesta de vime em uma mão e passando algumas instruções para uma empregada. Entretanto, assim que ele percebe a minha presença, Murat se aproxima, tirando os óculos de sol e o seu olhar me fita de baixo para cima, entrando o meu olhar no processo.— Você vai assim? — O tom de repreensão na sua voz é palpável, porém, faço um gesto de desdém para ele.— Sim, a final é um piquenique, certo? — retruco, passando por ele.— Sila, essa roupa está muita curta! — Ele ralha baixo demais, segurando no meu braço, fazendo-me fitá-lo.— E?— Os empregados da casa vão olhar para você!— E?
Sila— Um pouco.— E, você quer um?— Sim, eu que… — O interrompo quando ele estende a sua mão para pegar a fruta dentro do prato. No entanto, seguro o objeto possessivamente, atraindo os olhos escuros e firmes para mim.— Não se atreva, Senhor Arslan! — Ele me lança um olhar divertido.— Você vai comer isso tudo sozinha? — Sorrio, levando a fruta para a minha boca, dou uma mordida e mastigo devagar, sem desviar os meus olhos dos seus. — Você quer? — sibilo e percebo as suas retinas escuras se dilatarem no mesmo instante.— Eu quero.A nossa atmosfera muda completamente com essa sua resposta e no mesmo instante saio do meu lugar, montando-o na sequência, e levo mais outro pedaço do morango para a minha boca, o beijando em seguida.— Hum! — Murat grunhe em meio ao nosso beijo e quando ele se acaba estamos levemente ofegantes, e desejosos. — Nunca pensei que gostasse tanto assim de morangos. — Ele retruca, se mexendo, fazendo-me deitar na grama para beijar-me ardentemente na sequência.
MuratMomentos do piquenique…Se isso for um sonho confesso que não quero que me acordem. Pensar que vivi preso a um pesadelo por meses e experimentar os seus carinhos, e afagos agora é como um deleite para a minha alma amargurada. Eu tive um amor e ele foi arrancado de mim de uma forma brutal. Eu fui quebrado mil vezes por esse amor e toda a minha casa foi lançada dentro de uma escuridão sem fim por causa disso, mas esses últimos dias têm me dado alguns flashes de luz e sentir os seus carinhos me faz ansiar mais por ela.Eu simplesmente não quero que ela se afaste de mim, porque se ela fizer isso, eu serei engolido pelas minhas trevas outra vez.— Quando eu era pequena gostava de cavalgar com o meu pai pelos campos de café. — Desperto, quando ela começa a falar com a sua cabeça apoiada no meu colo, enquanto fita o céu azul sem nenhuma nuvem. — Foi ele quem me ensinou a montar.— Você gosta de cavalgar?— Eu amo cavalgar e amo os animais também!… Olha como ele é fofinho, Murat!As le
MuratO que estou fazendo? Me pergunto quando volto a fitar a linda mulher em meio aos seus encantos com este lugar. Você não tem o direito de iludi-la assim, Murat. Não pode desejar o amor de uma mulher quando está proibido de amar outra vez.— Está na hora de voltar para a sua realidade, Murat Arslan! — rujo para mim mesmo e com passos firmes vou até a toalha estendida na grama, e começo a arrumar tudo dentro da cesta.— O que você está fazendo? — Sila questiona-me um tanto ofegante devido a sua breve diversão no meio das flores campestres.— Está na hora de voltar, Sila — respondo-lhe sem qualquer emoção.— Mas, por quê?— Porque eu estou dizendo que sim! — O meu tom grosseiro a faz se calar e voltamos para o casarão no mais completo silêncio.***Horas depois…— Será que não consegue fazer o seu trabalho direito, Ferid?! — rosno furioso ao telefone para o meu advogado. — Você só precisa pegar a porra da assinatura e enviá-la para mim!— Mas, Senhor Murat…— Faça a porra do seu tra
SilaAbro uma pequena brecha de olhos encontrando a luz de um dia lindo do lado de fora e algumas lembranças da noite passada me fazem sorrir. Automaticamente me viro para olhá-lo, mas infelizmente Murat não está aqui do meu lado. Frustrada, saio da cama, tomo um banho rápido, ponho uma roupa leve e saio do meu quarto, sentindo uma ansiedade diferente crescer dentro de mim.E por que estou tão ansiosa? É bem simples, Murat não fez apenas amor comigo na noite passada, ele lutou bravamente contra os seus sentimentos. Na verdade, ele quis me assustar e assim me afastar dele, mas lá no fundo os seus toques possessivos, as suas estocadas brutas e os seus beijos devoradores revelaram muito sobre as suas escolhas.— Murat? — Uma voz feminina cantarola muito animada no andar de baixo, despertando-me dos meus devaneios e imediatamente me deixa um tanto curiosa. — Murat querido, chegamos! — Ela anuncia quase como um cântico, enquanto puxa um garotinho de aparentemente cinco anos pela mão, pela
MuratAlgumas semanas antes do casamento……— Mandou me chamar, querido? — Dilara, minha cunhada pergunta adentrando o meu escritório com o seu habitual sorriso doce, que como sempre não retribuo. Desfaço-me dos meus devaneios e levo algum tempo para virar-me e poder olhá-la dentro dos olhos.— Preciso que leve o Ali para a casa dos seus pais. Não é um pedido e ela sabe muito bem disso.— Por que você quer que eu faça isso, Murat? O Ali está…— Só faça o que eu estou pedindo, Dilara! — ordeno um tanto rude. Isso a faz se retrair e confesso que essa minha atitude grosseira tem acontecido muito ultimamente. Desde que perdi o meu amor, ela levou a minha alegria de viver e o que restou de mim foi um homem mandão e mal-humorado.— Mas, querido… — Dilara insiste, dando um passo na minha direção em uma tentativa inútil de me ludibriar. Contudo, a olho rigidamente, fazendo-a parar no seu lugar.Após a dolorosa partida de Cecília, devo dizer que Dilara tornou-se o meu braço forte em meio a u
SilaSolto um resmungo baixo, seguido de um gemido mais baixo ainda e por fim abro uma brecha de olhos, encontrando os primeiros raios de sol que já começam a invadir o meu quarto. Aturdida, olho para o relógio em cima do criado mudo e constato o quanto ainda é cedo. Contudo, ao me virar em cima da cama para voltar a dormir, o encontro dormindo do meu lado. Curiosamente Murat está encolhido em um canto da cama e as suas mãos estão presas entre as suas pernas, provavelmente para evitar de me tocar.Entretanto estou me perguntando quando exatamente ele invadiu o meu quarto e se deitou na minha cama.No entanto, ao erguer os meus olhos fico presa a sua imagem séria, sofrida e um tanto rígida. Alguns fios dos seus cabelos negros estão caídos na sua testa. Os seus olhos adornados por um par de sobrancelhas cheias e igualmente negras estão fechados de modo apertado, aprisionando-o em um sono profundo e a sua boca…Suspiro quando paro em sua boca.Ela está levemente aberta e o ar morno passa