- Vocês? - Perguntei surpresa.
- Oi professora. - Disse Maria Flor, uma das minhas alunas.
Eu estava extremamente surpresa, sem entender o que estava acontecendo, eu estava com vários alunos diante de mim. Convidei todos para entrar e quase que não teve lugar para todos se sentarem.
- Quem é, amor? - Connor perguntou ao sair do quarto das meninas, e se pondo a ir até a sala. - Ah, oi pessoal.
Olhei para ele, que me sorriu. Por que meu instinto me dizia que tinha dedo dele nisso?
- Alguém pode me explicar o que está havendo? - Perguntei. - E aliás, vocês não deviam estar na escola agora?
- Ninguém foi na escola hoje. - Disse Kevin.
- É, estamos de greve de escola. - Falou JP ao cruzar os braços.
- E como seria isso? - Questionei tentando entender do que eles estavam falando.
- A gente não quer ter outra professora de espanhol, a gente quer a senhora, e enquanto isso não acontecer, ninguém vai pra escol
Eu vi meus pais serem assassinados. Eu tinha apenas cinco anos quando tudo aconteceu, mas lembro de cada detalhe.Estava aos prantos embaixo da minha cama, enquanto meus pais estavam na sala com um ladrão, que havia entrado em nossa casa. Assim que meus pais escutaram um barulho vindo dos fundos, eles pediram pra eu me esconder no meu quarto, mesmo com muito medo eu obedeci. Escuto muitos gritos, minha mãe estava chorando e meu pai tentava conversar com o ladrão. Eu cubro meus ouvidos para não escutar. Eles gritam muito, o bandido fala muito palavrão para meus pais, naquela época eu não sabia o significado de nenhum deles. Me sinto perdida, sem saber o que fazer, resolvo ir pé por pé até a porta do meu quarto, que dava de frente pra sala onde eles estavam, ninguém me vê mas eu os vejo, minha mãe chorava muito e meu pai tentava acalmá-la, e de repente…Pum&helli
Eu estava em uma sala, sentada em uma cadeira enquanto aguardava Ruggero, que conversa com uns policiais. Espio os dois, estavam longe, não conseguia ouvir o que eles estavam conversando, volto a sentar na cadeira. Sinto um misto de tristeza e medo. Eu só queria os meus pais. Não entendia o porquê de estar naquele lugar, estava tão assustada, com tanto medo, só queria ir pra casa, pra minha casa...Logo, Ruggero volta acompanhado de um policial e uma moça bem bonita, ela parece simpática.- Oi. - Me diz a moça.- Oi. - Falo.- Qual o seu nome, meu amor?- Kimberly. - Digo ao olhar para Rugge.- Querida, escuta aqui. - Fala Ruggero ao ficar do meu tamanho. - Essa moça é a Aline, ela cuidará de você a partir de hoje.- Pra onde ela vai me levar? - Questiono um pouco assustada.- Você irá para um local que
- Rugge! - Falo ao vê-lo.- Oi baixinha. - Ele diz. - Como você está?- Bem.Rugge ia me visitar sempre que possível, ele falava que nunca me abandonaria, pois era meu amigo. Eu gostava tanto dele, não sei explicar direito o que eu sentia, mas no fundo do meu peito, eu desejava tê-lo como pai, mesmo achando que isso não aconteceria.Eu não contava nada para ele sobre as coisas que se passavam no abrigo, sobre os maus tratos que eu sofria, do que eu vi no banheiro, eu não podia contar, eu queria dizer tudo para Rugge sobre o que eu vi, mas tinha medo dos meninos quererem se vingar de mim e fazerem o mesmo comigo.- Me tira daqui! - Peço começando a chorar. - Eu não quero ficar aqui.- Ah Kim, se eu pudesse te levaria agora mesmo comigo, mas não é tão fácil assim.- Mentira! - Digo furiosamente e aos prant
- Então, não vai dizer nada? - Me pergunta.- Claro. Claro que eu quero ser sua filha. - Digo com um largo sorriso e me pondo a abraçá-lo.Rugge me abraça fortemente e me dá um beijo no rosto. Eu estava tão feliz, finalmente eu sairia do abrigo e teria um lar e uma família novamente, e Rugge era tão bonzinho, ele tinha mesmo carinha de papai.- Vamos sentir sua falta. - Diz Luka.- Eu também vou sentir muita saudade de vocês. - Falo.- Que sorte a sua de ser adotada. - Diz Hannah.- E um dia vocês também serão. - Digo.Abraço meus amigos, me despeço deles, pego minhas coisas e vou até a sala, onde Rugge me aguardava. Ele sorri ao me ver e eu sorrio também.- Obrigada por tudo. - Digo à diretora.- Vê se não esquece da gente e venha nos visitar sempre que quiser. - Ela
Os dias foram se passando. E cada dia que passava eu ficava mais e mais apegada em Ruggero e ele em mim. Era uma enorme mudança para ambos, mas aos poucos, um ia se adaptando as manias e costumes do outro. Sem que eu percebesse, ele conquistou minha confiança e meu amor.Minha rotina havia mudado bastante. Ele trabalhava quase o dia todo, pela manhã eu ficava com a babá (sim, ele havia contratado uma babá para ficar comigo quando ele não estivesse em casa). A Klara era um amor, era uma moça jovem e muito paciente, a gente se dava muito bem, viramos grandes amigas. À tarde, a Klara me levava para a escola e depois papai me buscava. Sim, eu havia começado a chamá-lo de pai, comecei poucas semanas depois e foi algo muito natural.- Pai, me dá banho? - Perguntei num certo dia à tarde.- Do que você me chamou? - Perguntou ao largar o jornal que ele estava lendo.- De pai.
- Então turma, teremos prova de Ciências daqui há duas semanas. Estudem bastante toda a matéria. - Digo.- Me lasquei! Eu sou péssimo em Ciências. - Fala Thiago, o mais engraçadinho da turma.- É só estudar. - Falo com um meio sorriso.O sinal da escola toca, as crianças pegam seus materiais, se despedem de mim com um abraço e um beijo no rosto e logosaem apressadamente, menos a Roberta, ela era a minha aluna mais quieta, não incomodava, quase não falava e não era de interagir com os colegas, eu só escutava sua voz quando era pra pedir pra ir ao banheiro ou beber água. Noto que ela estava cabisbaixa e resolvo me aproximar vagarosamente de sua mesa.- Está tudo bem, meu amor? - Pergunto.Sem dizer nada, elaconsente com a cabeça. Algo me diz que ela estava mentindo. Espero estar errada.- Você não
Era por volta de 10h, estávamos no recreio quando avisto uma cena que chamou minha atenção, me deixando chocada. Dois alunos meus do sétimo ano, o Juliano e o Fernando estavam tirando sarro de uma colega, a Catarina, pelo fato dela estar usando um aparelho extrabucal. Não consigo vê-los zombando da garota e vou até eles.- Posso saber o que está havendo aqui? - Pergunto.Percebo a cara de susto deles. Os dois se olham sem saber o que responder, mas com certeza já tinham percebido que eu havia visto tudo, e não permitiria que aquele absurdo continuasse.- Só estávamos conversando com a Cata. - Fala Juliano ao colocar o braço em volta do pescoço da garota.- Não, vocês estavam zombando dela. - Falo.- Tá tudo bem, prof. - Diz Catarina timidamente.- Não, não está nada bem. - Digo. - Vocês sabem como se
Mel e eu estávamos brincando de casinha. Adorávamos esses momentos mãe e filha, eu fazia de tudo para aproveitar o máximo de tempo junto dela, pois infelizmente os filhos crescem rápido demais, parece que foi ontem que ela era um bebezinho com poucas horas de vida, que precisava de mim para tudo, e hoje está uma menina linda, educada e muito inteligente, dava um banho em todos nós, Mel havia aprendido a ler e a escrever aos 3 anos, sei que muitas pessoas falam que isso não é legal, que criança tem que ser criança, mas ela nunca pulou nenhuma etapa da sua vida e nunca a obriguei a aprender, eu apenas havia comprado alguns jogos de juntar sílabas, jogo da memória onde tinha que achar a figura e o nome dela, essas coisas, e aos poucos ela foi aprendendo, Mel também faz contas básicas de subtração e adição e ainda fala espanhol, pois quando ela soube que d