Connor e eu almoçamos em um restaurante na zona sul, um dos melhores da região se tratando da gastronomia, e era o meu restaurante preferido, o garoto me levou de surpresa, mas já sabendo que eu adorava aquele lugar, e com certeza, foi uma surpresa super agradável.
- Você não existe, sabia? - Falei enquanto aguardávamos nossos pratos chegarem.
Eu havia pedido um filé de costelas com batatas raspadas, já Connor havia pedido abóbora assada com bobó de camarão e catupiry.
- Bom, se eu não existo, nesse exato momento você está sentada aqui conversando sozinha e todo mundo deve estar te chamando de louca, bom, eu também te chamaria, já que você alucinou coisas que nunca existiram entre a gente, afinal, eu não existo. - Falou Connor ao me arrancar um imenso sorriso.
- Mas é muito bobo esse meu namorado. - Sorri e lhe dei um se
- Como é? Você está apaixonada por um aluno? - A diretora me perguntou seriamente.- Desculpa. - Abaixei a cabeça. - Eu não queria, eu juro que tentei negar esse sentimento, mas aconteceu.- Quem é o garoto?- Connor, do terceiro ano.Ela ficou um pouco em silêncio, acho que estava refletindo sobre tudo, e eu também me pus em silêncio, enquanto aguardava que ela dissesse algo. Ela respirou fundo e depois disse calmamente:- Kimberly, isso é antiético.- Eu sei, por isso estou pedindo minha demissão.- E ele sabe sobre teus sentimentos?- Sabe sim. - Abaixei a cabeça novamente. - Nós… estamos juntos.- Juntos? Por Deus Kimberly, ele é apenas um garoto.- Que sabe ser muito mais homem do que o infeliz com quem eu me arrependo de um dia ter me casado. - Fiz uma breve pausa. - E eu já convers
No dia seguinte, um sábado, Connor e eu resolvemos fazer uma viagem com as meninas e com a Mila e a Becky, fazia tempo que eu não via minha amiga, pois ela estava bastante ocupada com seu trabalho novo, então resolvemos aproveitar essa viagem para colocar o papo em dia, e as crianças também adoraram, estavam tão felizes.Nós fomos para Santa Catarina, ficamos em um hotel muito bonito, Connor me comentou que uma vez tinha ido para esse mesmo hotel com sua tia e que havia adorado a hospedagem e o atendimento. Mila e Becky ficaram em um quarto, já Connor, eu e as meninas ficamos em outro.Chegamos em Santa Catarina por volta de 10h, deixamos nossas coisas no hotel e fomos aproveitar para conhecer a cidade. No fim da manhã fomos a um shopping, fizemos umas compras e em seguida, resolvemos ir até a praça de alimentação para almoçarmos.Logo que Connor se retirou pa
- Vocês? - Perguntei surpresa. - Oi professora. - Disse Maria Flor, uma das minhas alunas. Eu estava extremamente surpresa, sem entender o que estava acontecendo, eu estava com vários alunos diante de mim. Convidei todos para entrar e quase que não teve lugarpara todos se sentarem. - Quem é, amor? - Connor perguntou ao sair do quarto das meninas, e se pondo a ir até a sala. - Ah, oi pessoal. Olhei para ele, que me sorriu. Por que meu instinto me dizia que tinha dedo dele nisso? - Alguém pode me explicar o que está havendo? - Perguntei. - E aliás, vocês não deviam estar na escola agora? - Ninguém foi na escola hoje. - Disse Kevin. - É, estamos de greve de escola. - Falou JP ao cruzar os braços. - E como seria isso? - Questionei tentando entender do que eles estavam falando. - A gente não quer ter outra professora de espanhol, a gente quer a senhora, e enquanto isso não acontecer, ninguém vai pra escol
Eu vi meus pais serem assassinados. Eu tinha apenas cinco anos quando tudo aconteceu, mas lembro de cada detalhe.Estava aos prantos embaixo da minha cama, enquanto meus pais estavam na sala com um ladrão, que havia entrado em nossa casa. Assim que meus pais escutaram um barulho vindo dos fundos, eles pediram pra eu me esconder no meu quarto, mesmo com muito medo eu obedeci. Escuto muitos gritos, minha mãe estava chorando e meu pai tentava conversar com o ladrão. Eu cubro meus ouvidos para não escutar. Eles gritam muito, o bandido fala muito palavrão para meus pais, naquela época eu não sabia o significado de nenhum deles. Me sinto perdida, sem saber o que fazer, resolvo ir pé por pé até a porta do meu quarto, que dava de frente pra sala onde eles estavam, ninguém me vê mas eu os vejo, minha mãe chorava muito e meu pai tentava acalmá-la, e de repente…Pum&helli
Eu estava em uma sala, sentada em uma cadeira enquanto aguardava Ruggero, que conversa com uns policiais. Espio os dois, estavam longe, não conseguia ouvir o que eles estavam conversando, volto a sentar na cadeira. Sinto um misto de tristeza e medo. Eu só queria os meus pais. Não entendia o porquê de estar naquele lugar, estava tão assustada, com tanto medo, só queria ir pra casa, pra minha casa...Logo, Ruggero volta acompanhado de um policial e uma moça bem bonita, ela parece simpática.- Oi. - Me diz a moça.- Oi. - Falo.- Qual o seu nome, meu amor?- Kimberly. - Digo ao olhar para Rugge.- Querida, escuta aqui. - Fala Ruggero ao ficar do meu tamanho. - Essa moça é a Aline, ela cuidará de você a partir de hoje.- Pra onde ela vai me levar? - Questiono um pouco assustada.- Você irá para um local que
- Rugge! - Falo ao vê-lo.- Oi baixinha. - Ele diz. - Como você está?- Bem.Rugge ia me visitar sempre que possível, ele falava que nunca me abandonaria, pois era meu amigo. Eu gostava tanto dele, não sei explicar direito o que eu sentia, mas no fundo do meu peito, eu desejava tê-lo como pai, mesmo achando que isso não aconteceria.Eu não contava nada para ele sobre as coisas que se passavam no abrigo, sobre os maus tratos que eu sofria, do que eu vi no banheiro, eu não podia contar, eu queria dizer tudo para Rugge sobre o que eu vi, mas tinha medo dos meninos quererem se vingar de mim e fazerem o mesmo comigo.- Me tira daqui! - Peço começando a chorar. - Eu não quero ficar aqui.- Ah Kim, se eu pudesse te levaria agora mesmo comigo, mas não é tão fácil assim.- Mentira! - Digo furiosamente e aos prant
- Então, não vai dizer nada? - Me pergunta.- Claro. Claro que eu quero ser sua filha. - Digo com um largo sorriso e me pondo a abraçá-lo.Rugge me abraça fortemente e me dá um beijo no rosto. Eu estava tão feliz, finalmente eu sairia do abrigo e teria um lar e uma família novamente, e Rugge era tão bonzinho, ele tinha mesmo carinha de papai.- Vamos sentir sua falta. - Diz Luka.- Eu também vou sentir muita saudade de vocês. - Falo.- Que sorte a sua de ser adotada. - Diz Hannah.- E um dia vocês também serão. - Digo.Abraço meus amigos, me despeço deles, pego minhas coisas e vou até a sala, onde Rugge me aguardava. Ele sorri ao me ver e eu sorrio também.- Obrigada por tudo. - Digo à diretora.- Vê se não esquece da gente e venha nos visitar sempre que quiser. - Ela
Os dias foram se passando. E cada dia que passava eu ficava mais e mais apegada em Ruggero e ele em mim. Era uma enorme mudança para ambos, mas aos poucos, um ia se adaptando as manias e costumes do outro. Sem que eu percebesse, ele conquistou minha confiança e meu amor.Minha rotina havia mudado bastante. Ele trabalhava quase o dia todo, pela manhã eu ficava com a babá (sim, ele havia contratado uma babá para ficar comigo quando ele não estivesse em casa). A Klara era um amor, era uma moça jovem e muito paciente, a gente se dava muito bem, viramos grandes amigas. À tarde, a Klara me levava para a escola e depois papai me buscava. Sim, eu havia começado a chamá-lo de pai, comecei poucas semanas depois e foi algo muito natural.- Pai, me dá banho? - Perguntei num certo dia à tarde.- Do que você me chamou? - Perguntou ao largar o jornal que ele estava lendo.- De pai.