Você é toda minha!

FELLIPO MESSINA

— Paga logo. — Insistiu.

Não movi um músculo, continuei parado com as mãos nos bolsos, encarando a figura friamente e com curiosidade, queria ver até onde ele se atreveria a ir.

Acho que o garoto estava mesmo com pressa. Mas a forma que falou comigo, eu não gostei e não posso deixar passar fácil.

Saí do meu lugar e me aproximei, baixei um pouco a cabeça para mira-lo bem nos olhos.

— Saia da minha sala agora. — Rangi os dentes furioso deixando as palavras saírem pausadamente, para não correr o risco que não fosse claro o suficiente.

— Não enquanto não me der o dinheiro. Disseram que você pagaria aqui. — Explicou devolvendo meu tom raivoso.

Abri a boca pra retrucar mais com aquele garoto quase morto, porém a porta foi aberta novamente de forma brusca, assustando a nós dois, uma mulher loira alta e bonita, entrou rapidamente sendo seguida por um segurança da empresa, nos crachás estava escrito: Hugo Muniz e Sara Araújo.

— Senhor Messina... — ela disse respirando fundo.

— Quem vocês pensam que são para entrar assim na porra da minha sala? — inquiri furioso olhando na cara dos três.

Primeiro um entregador de comida, agora isso? Pena que não posso levantar suspeitas desnecessárias por aqui, caso contrário os três iam para a mesma vala.

— Desculpe senhor. Achamos que precisaria dos nossos serviços já que essa louca entrou aqui sem permissão. — Expressou a loira nervosa.

— Estou trabalhando não tá vendo? — o entregador a repreendeu.

— Kesia. Vamos. — Ouvi o segurança dizer baixinho.

Ergui a sobrancelha sem entender nada.

— Só vou embora quando o folgado pagar. — disse o garoto. — Meu salário inteiro tá nessa sacola.

Kesia? Que diabos de nome era esse?

— Kesia! Vamos embora. Senhor, me desculpe. Ela é nova no trabalho e...

— Ela?

Os três reviraram os olhos ao mesmo tempo como se minha pergunta fosse obvia de mais, talvez fosse mesmo.

— O dinheiro. — Ela/ele pediu novamente sem responder minha pergunta.

De saco cheio de tudo aquilo, enfiei a mão no bolso e paguei.

— Não caiu a mão pagar sua conta idiota. — Ele/ela murmurou pegando o dinheiro com uma brutalidade nada feminina.

No fim do meu limite não interessava se era homem ou mulher, num movimento rápido e calculado o puxei pela gola da camisa até que seus pés não tocassem mais o chão, com o movimento brusco o boné acabou caindo.

Meus olhos foram atraídos como imãs para os cabelos castanhos claros que se mostraram presentes, estavam uma bagunça maravilhosa,

ondulados em um corte curtíssimo na altura da nuca.

Mirei seu rosto novamente, com outra perspectiva agora. Realmente é uma garota, de traços delicados, como uma mulher. Lábios finos e rosados, nariz perfeito pequeno e redondo, olhos azuis da cor do céu.

Fiquei hipnotizado de imediato, senti algo crescer dentro de mim, tão grande que parecia me engolir e a todos a nossa volta.

Essa garota precisa ser minha para sempre!Ela encarava de volta, seu olhar era firme e misterioso, me deixando louco para torna-la minha propriedade.

— Me solta tá maluco?! — ela berrou alto se sacudindo, tentando sair do meu aperto próximo ao pescoço.

Pelo canto de olho vi o segurança vir em nossa direção. Por que tanta proteção?

Soltei.

— Levem essa garota daqui. — Rosnei tentando recuperar o senso para não ter que beijar e foder ela bem ali.

— Claro senhor. Desculpe por isso, não irá se repetir. — O segurança afirmou apressado.

Fiquei observando enquanto o homem pegava em seu braço e a arrastava da minha sala. Ele resmungava coisas em baixo tom para ela.

Senti raiva ao vê-lo com as mãos nela.

Saí do transe me forçando a voltar ao trabalho.

Acomodei-me novamente balançando a cabeça para esquecer aquela pessoa.

Mas a paz não durou muito, logo ouvi uma voz irritante.

— Senhor... —

Levantei a cabeça e olhei para ela. Loira de farmácia.

— Queria saber se precisa de algo? — questionou insegura. — Depois que o furacão passou por aqui...

Combinou, Kesia, um furacão que passou na minha vida, mudando-a para sempre.

Quis fazer piada e riu sozinha.

— Vem. — Chamei girando na cadeira.

Ela abriu um largo sorriso vermelho que parecia rachar seu rosto.

Caminhou rapidamente na minha direção.

— Ajoelha e chupa. — tirando meu pau duro da calça, me recuso dizer que foi por causa da pirralha.

Sorri malicioso vendo os olhos esbugalhados da puta encarando meu tamanho.

— O que foi vadia? Não era isso que queria? — perguntei impaciente, ela engoliu em seco e o pegou sem jeito.

Respirei fundo e dei um chute nela a fazendo cair de bunda no chão

— Não presta nem para chupar um pau. — Falei indignado com aquela porra de ereção repentina.

— Mas senhor eu ia...

— Sai daqui caralho! — gritei a levantando com um puxão no braço, a loira obedeceu rapidamente assustada.

Voltei para o lugar de antes e chamei o Frances pelo celular. Dois minutos depois, ele estava na minha frente.

— Preciso que faça algo com urgência. — sabia que não conseguiria me concentrar novamente no trabalho por causa de uma garota de olhos

azuis.

— Qualquer coisa senhor. — Frances é eficiente, o único que talvez eu confie na lealdade.

— Hugo Muniz.

— Segurança da recepção.

— Sabe algo mais sobre ele?

— Não senhor. Posso pesquisar agora. Suspeitou dele?

— Não. Só quero saber mais.

— Sim senhor. Enviarei por e-mail.

— Ok. Isso é tudo.

— Com licença.

E saiu.

Quero saber o envolvimento da garota com aquele cara. Se houvesse algum, em breve não teria mais.

Acendi um cigarro e voltei ao trabalho. Mas não parei de pensar nela, em como vou conseguir leva-la comigo para a Itália.

Mais tarde, recebi o e-mail, com o relatório completo, fui passando meus olhos por todas aquelas informações. Focando nas principais.

Pai: Samuel Muniz Oliveira.

Mãe: Carla Mello Leite

Irmãos: Roger. Valentim. Kesia.

Irmãos...

Então você é toda minha!

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