KESIA MESSINA — Não. — Não? — ele perguntou erguendo uma sobrancelha. — Não Fellipo. Não. — Dei bastante ênfase as palavras, para que soubesse que falo sério. — Então eu tiro por você. — Rápido como uma flecha, me empurrou e eu gritei com o susto, mas por sorte o colchão macio me recebeu. — Fellipo! — gritei tentando levantar, mas fui imobilizada com seu peso corporal. Ele segurou minhas duas mãos com uma só e desceu minha calça com a outra. Esperneei tentando me soltar. — Calma amor. — Pediu rindo, vindo me beijar. Foi só sentir a boca dele ardente e gostosa, que me rendi, devolvendo o beijo. Deixei ele tirar o resto da calça junto com a calcinha. — Isso… Me deixa te dar prazer… — sussurrou com a respiração quente no meu ouvido, deixando todos os pelos eriçados. Um calor abrasador irradiava de nossos corpos juntos. Ele ainda pressionou sua ereção coberta pela bermuda em mim, que estava nua e molhada. Com ele distraído, consegui mudar de posição, ficando sobr
KESIA MESSINA —Oi maninho. Ele fechou a porta atrás de si. Ergui uma sobrancelha. —O que é Hugo? —Seu marido matou uma pessoa hoje. — Proferiu. Por isso ele chegou tarde em casa. Fiquei muda sem saber o que dizer. —Kesia. Larga esse cara. — Implorou. Ignorando seu pedido, dei a volta, passando por ele, abri a porta e chamei Frances para entrar, o mesmo preferiu ficar do lado de fora. Entrei, e ouvi os passos pesados do meu irmão me seguindo. Na sala, todo mundo encontravam-se sentados e conversando. — Boa noite família. Todo mundo respondeu “boa noite” com um sorriso largo. Me acomodei entre eles. — E aí? Cadê o Angelo? E seu boy? — Fran perguntou interessada.— Ficaram em casa. — Quer comer alguma coisa? — meu pai quis saber. — Não. Estou de saída. Só vim me despedir de vocês. — Falei de um vez, sem rodeios. A reação foi a esperada, todos na sala me olharam, Hugo que ia passando parou. — Mas já? Não foram nem dois dias. — Tati reclamou cruzando os
KESIA MESSINA — O Angelo adora você. Vai dar tudo certo. E agora vamos, que eu odeio suspense. — Caminhei para fora puxando ele pela mão. Fellipo me seguiu. Angelo e Doris não os vimos, devem estar assistindo. Escolheu uma Lamborghini Urus, amarela. O caminho até o lugar desconhecido, não foi longo. Logo o carro esportivo parou em frente a um clube de boxe, o prédio era enorme. — O que vamos fazer aqui? — perguntei intrigada. — Desce. — Mandou e eu o fiz. O estacionamento estava lotado, o que significava que uma luta acontecia agora. Entramos e eu me senti totalmente arrependida de escolher esse vestido. Fellipo colocou a mão na base da minha coluna me conduzindo para dentro. O estranho é que ele entrou sem passar pela portaria. Chegamos direto em frente a uma porta acolchoada. Achei que fossemos assistir a luta. Fellipo entrou sem bater, e o homem ruivo sentado fumando não se assustou. Ele era bem alto, musculoso, bastante tatuado. Levantou da cadeira a
KESIA MESSINA TRÊS ANOS DEPOIS: —E o cinturão de ouro pertence a... Kesia Messina! — o árbitro levantou meu braço. A multidão vibrou junto comigo, anestesiada pela conquista. Na categoria peso-mosca eu era a terceira melhor do mundo! Estávamos em New York. Eu, Fellipo, Angelo, e nossa pequena Pietra de dois anos. Olhei para os três no camarote, Pietra no colo do pai e o Angelo aplaudindo de pé. Frances estava ao lado deles. O cinturão foi entregue a mim e eu segurei com força. Eu consegui. O levantei bem alto e a plateia gritou eufórica. Eu, literalmente, lutei muito para chegar aqui, não foi nada fácil. Minha oponente era ninguém menos que a francesa Manon Fiorot. Também foi difícil quando minha menina nasceu, eu tinha que dividir meu tempo entre meus filhos, marido e trabalho. Porém, com jeitinho consegui encaixar tudo. Doris me ajudou muito, sempre que eu e Fellipo precisávamos viajar, era ela quem cuidava das crianças. Desci do ringue e fui recebida pelos me
— Kesia! — meu pai grita surpreso quando saio correndo da academia queimando em fúria. O mesmo não me deixou participar de uma luta que aconteceria no próximo mês. Minha oponente é um pouco mais velha que eu, porémtemos o mesmo peso e habilidades. Somos do Rio de Janeiro-RJ. O negócio da família é uma academia de MMA, meu pai treina seus lutadores aqui, e consequentemente, eu e mais 3 irmãos fazemos parte desse meio: Valentim (meu irmão gêmeo), Hugo, Roger o mais velho. Moramos no andar acima da academia. Nossa mãe foi embora assim que nós gêmeos nascemos. Ela nunca me fez nenhuma falta, meu pai e meus irmãos sempre foram o suficiente para preencher minha vida. Por volta das nove da noite, os carros iam e vinham por uma das muitas vias movimentadas da grande capital carioca. E eu marchava decidida rumo a casa do tio Oswaldo, para pedir seu auxílio. Vestindo uma bermuda de malha e camiseta, ambos pretos, tênis esportivo, trança boxeadora com duas pontas (Hugo as fez). A pele
FELLIPO MESSINA — Senhor, o cinto por favor, o avião irá pousar. — pediu a aeromoça morena de voz melosa, enquanto me comia com os olhos. Não disse nada apenas fiz o que pediu. Olhei pela janela do meu avião vi lá em baixo, não tão longe agora, a grande cidade do Rio de Janeiro. Minha vida ia muito bem na Itália, a máfia mais poderosa do que nunca, tenho 38 anos agora, e já há 13 anos venho fazendo avanços maiores que qualquer Capo que tenha passado por ela conseguiu. Alianças e novos negócios, as empresas de fachada só cresciam na Europa e Américas. Desde os meus 9 anos não venho ao Brasil, sem lembranças ruins ou boas desse lugar simplesmente não sinto falta da minha terra natal. Estou no Rio a trabalho a sede do país estava tendo problemas, possíveis desvios grandes para contas particulares, Rafael Marques, gerente da filial me deixou a par desse assunto. Fiquei puto e resolvi vir pessoalmente resolver esse problema, civilizadamente ou com um buraco na testa do fil
FELLIPO MESSINA — Paga logo. — Insistiu. Não movi um músculo, continuei parado com as mãos nos bolsos, encarando a figura friamente e com curiosidade, queria ver até onde ele se atreveria a ir. Acho que o garoto estava mesmo com pressa. Mas a forma que falou comigo, eu não gostei e não posso deixar passar fácil. Saí do meu lugar e me aproximei, baixei um pouco a cabeça para mira-lo bem nos olhos. — Saia da minha sala agora. — Rangi os dentes furioso deixando as palavras saírem pausadamente, para não correr o risco que não fosse claro o suficiente. — Não enquanto não me der o dinheiro. Disseram que você pagaria aqui. — Explicou devolvendo meu tom raivoso. Abri a boca pra retrucar mais com aquele garoto quase morto, porém a porta foi aberta novamente de forma brusca, assustando a nós dois, uma mulher loira alta e bonita, entrou rapidamente sendo seguida por um segurança da empresa, nos crachás estava escrito: Hugo Muniz e Sara Araújo. — Senhor Messina... — ela disse resp
KESIA MUNIZ Se passaram cinco anos desde aquele dia, as vezes ainda tenho pesadelos, apesar das feridas físicas terem sido cicatrizadas, a mental nunca irá, por sorte, existem pessoas maravilhosas na minha vida que ajudam a amenizar a dor. — Mamãe. Mamãe acorda logo. — Sou acordada com uma chuva de beijinhos molhados. Sorrio e abro os olhos. Meu filho lindo e amado é tudo para mim. — Você acaba de despertar o monstro da cosquinha! — joguei ele na cama e fiz cocegas, o menino riu muito. — Mamãe me ajuda! Ri junto observando seu rostinho rosado por causa das risadas, cabelo bagunçados, me fez lembrar que quando pensei em desistir, fui salva de mim mesma. Levantamos juntos e fomos tomar banho. O arrumei para ir à escolinha, com ele sempre tagarelando sobre seus amiguinhos. Vesti calça jeans preta e a farda do restaurante. Desde aquele dia, sou ainda mais fechada, faço de tudo para ser invisível, cortei o cabelo bem curto, nunca mais o deixei crescer, me fazialembra a