KESIA MESSINA — Fica aqui com eles. — Ele prontamente concordou com a cabeça. Os outros seguranças desceram dos carros. — Diz pra eles virem pra cá. — Meu pai chamou. Dei de ombros indicando que ele poderia fazer o que quisesse. Meu pai caminhou na direção deles e eu sai de perto para subir as escadas. Entrei em casa, e fui recebida pelo Huck, uma grande bola de pelo, ele ainda latiu balançando o rabo. — Huck fica quieto. — Fran gritou da cozinha. Caminhei até elas, ignorando o cachorro atrás de mim. Uma estava na pia cortando legumes e outra mexendo panelas no fogão. — Bom dia senhoras. As duas se viraram percebendo minha presença e sorriram. — Ah você voltou. Achei que tinha ido embora. — Tati disse vindo me abraçar, afastei ela com a mão. — Eu ainda não gosto de abraços. Ontem foi uma coisa a parte. — Esclareço e ela fez uma careta. Fran parou de mexer na panela e se aproximou. — Agora me conta como foi isso. — Ficou bem perto, olhando fixo para o meu rost
FELLIPO MESSINA ”Cuidado, o inimigo fingi ser seu amigo” palavras do meu pai com sentido real. Acordei com meu celular tocando no criado mudo. Estiquei-me um pouco, com cuidado para não acordar minha mulher. Eram sete da manhã. — Alô? — Senhor Messina? — Não, é o papa seu idiota. — Resmunguei. Segurei o celular com uma mão e a outra deixei passear pela costa nua da Kesia que dormia profundamente com a cabeça em meu peito, e as pernas enroscadas nas minhas. — Senhor, ontem a noite descobri algo importante sobre a sede no Brasil. — Era Igor, hacker que me ajudou a rastrear minha garota. Mesmo depois de matar o Carlos, o homem que foi apontado como o ladrão, os roubos ainda aconteciam. — Tem provas? — perguntei calmo. — Sim. Irei enviar tudo para seu e-mail. Desliguei o aparelho.Acho que matei a pessoa errada. Permaneci mais um tempo deitado, e resolvi levantar. Fiz isso com cuidado, mas ainda a acordou. — Onde você vai? — quis saber com a voz sonolenta. Peg
FELLIPO MESSINA — Está insinuando que foi suicídio? — perguntei entrando no jogo. — Estou afirmando. O cara estava insatisfeito com a própria vida. Então, — continuou traçando um cénario próprio, e eu deslizei o dinheiro pelo tampo da mesa. — Resolveu dar um fim. — Finalizei deixando o maço parado. Vislumbrou por um tempo o dinheiro, seus olhos brilharam. — Claro senhor. — Concordou pegando sem hesitar. Li seu nome na farda. — Foi um prazer esclarecer suas dúvidas, Cabo Freitas. Qualquer coisa, lhe faço uma visita. Ele engoliu em seco e sorriu amarelo. — Passar bem. — Levantou e saiu apressado. Olhei no relógio e se passava das sete da noite. Meu computador estava cheio de e-mails para responder. Responder todos, levou mais tempo do que esperava. Na empresa não havia muitas pessoas, até Hugo não estava mais ali. Apenas os seguranças do turno da noite. Peguei meu carro na garagem e dirigi para a mansão. Dentro, estava tudo escuro. Todos devem está dormindo.
KESIA MESSINA — Não. — Não? — ele perguntou erguendo uma sobrancelha. — Não Fellipo. Não. — Dei bastante ênfase as palavras, para que soubesse que falo sério. — Então eu tiro por você. — Rápido como uma flecha, me empurrou e eu gritei com o susto, mas por sorte o colchão macio me recebeu. — Fellipo! — gritei tentando levantar, mas fui imobilizada com seu peso corporal. Ele segurou minhas duas mãos com uma só e desceu minha calça com a outra. Esperneei tentando me soltar. — Calma amor. — Pediu rindo, vindo me beijar. Foi só sentir a boca dele ardente e gostosa, que me rendi, devolvendo o beijo. Deixei ele tirar o resto da calça junto com a calcinha. — Isso… Me deixa te dar prazer… — sussurrou com a respiração quente no meu ouvido, deixando todos os pelos eriçados. Um calor abrasador irradiava de nossos corpos juntos. Ele ainda pressionou sua ereção coberta pela bermuda em mim, que estava nua e molhada. Com ele distraído, consegui mudar de posição, ficando sobr
KESIA MESSINA —Oi maninho. Ele fechou a porta atrás de si. Ergui uma sobrancelha. —O que é Hugo? —Seu marido matou uma pessoa hoje. — Proferiu. Por isso ele chegou tarde em casa. Fiquei muda sem saber o que dizer. —Kesia. Larga esse cara. — Implorou. Ignorando seu pedido, dei a volta, passando por ele, abri a porta e chamei Frances para entrar, o mesmo preferiu ficar do lado de fora. Entrei, e ouvi os passos pesados do meu irmão me seguindo. Na sala, todo mundo encontravam-se sentados e conversando. — Boa noite família. Todo mundo respondeu “boa noite” com um sorriso largo. Me acomodei entre eles. — E aí? Cadê o Angelo? E seu boy? — Fran perguntou interessada.— Ficaram em casa. — Quer comer alguma coisa? — meu pai quis saber. — Não. Estou de saída. Só vim me despedir de vocês. — Falei de um vez, sem rodeios. A reação foi a esperada, todos na sala me olharam, Hugo que ia passando parou. — Mas já? Não foram nem dois dias. — Tati reclamou cruzando os
KESIA MESSINA — O Angelo adora você. Vai dar tudo certo. E agora vamos, que eu odeio suspense. — Caminhei para fora puxando ele pela mão. Fellipo me seguiu. Angelo e Doris não os vimos, devem estar assistindo. Escolheu uma Lamborghini Urus, amarela. O caminho até o lugar desconhecido, não foi longo. Logo o carro esportivo parou em frente a um clube de boxe, o prédio era enorme. — O que vamos fazer aqui? — perguntei intrigada. — Desce. — Mandou e eu o fiz. O estacionamento estava lotado, o que significava que uma luta acontecia agora. Entramos e eu me senti totalmente arrependida de escolher esse vestido. Fellipo colocou a mão na base da minha coluna me conduzindo para dentro. O estranho é que ele entrou sem passar pela portaria. Chegamos direto em frente a uma porta acolchoada. Achei que fossemos assistir a luta. Fellipo entrou sem bater, e o homem ruivo sentado fumando não se assustou. Ele era bem alto, musculoso, bastante tatuado. Levantou da cadeira a
KESIA MESSINA TRÊS ANOS DEPOIS: —E o cinturão de ouro pertence a... Kesia Messina! — o árbitro levantou meu braço. A multidão vibrou junto comigo, anestesiada pela conquista. Na categoria peso-mosca eu era a terceira melhor do mundo! Estávamos em New York. Eu, Fellipo, Angelo, e nossa pequena Pietra de dois anos. Olhei para os três no camarote, Pietra no colo do pai e o Angelo aplaudindo de pé. Frances estava ao lado deles. O cinturão foi entregue a mim e eu segurei com força. Eu consegui. O levantei bem alto e a plateia gritou eufórica. Eu, literalmente, lutei muito para chegar aqui, não foi nada fácil. Minha oponente era ninguém menos que a francesa Manon Fiorot. Também foi difícil quando minha menina nasceu, eu tinha que dividir meu tempo entre meus filhos, marido e trabalho. Porém, com jeitinho consegui encaixar tudo. Doris me ajudou muito, sempre que eu e Fellipo precisávamos viajar, era ela quem cuidava das crianças. Desci do ringue e fui recebida pelos me
— Kesia! — meu pai grita surpreso quando saio correndo da academia queimando em fúria. O mesmo não me deixou participar de uma luta que aconteceria no próximo mês. Minha oponente é um pouco mais velha que eu, porémtemos o mesmo peso e habilidades. Somos do Rio de Janeiro-RJ. O negócio da família é uma academia de MMA, meu pai treina seus lutadores aqui, e consequentemente, eu e mais 3 irmãos fazemos parte desse meio: Valentim (meu irmão gêmeo), Hugo, Roger o mais velho. Moramos no andar acima da academia. Nossa mãe foi embora assim que nós gêmeos nascemos. Ela nunca me fez nenhuma falta, meu pai e meus irmãos sempre foram o suficiente para preencher minha vida. Por volta das nove da noite, os carros iam e vinham por uma das muitas vias movimentadas da grande capital carioca. E eu marchava decidida rumo a casa do tio Oswaldo, para pedir seu auxílio. Vestindo uma bermuda de malha e camiseta, ambos pretos, tênis esportivo, trança boxeadora com duas pontas (Hugo as fez). A pele