Quando Coringa, o sub chefe do morro onde eu moro e sou membro, começou a apanhar de uma garota metida, peguei meu celular rindo com a intenção de filmar e mostrar pros caras a humilhação do otário. Tava filmando legal, me divertindo vendo aquela mina brava descer o cacete no Coringa. Quando ela parou e ficou olhando um cara. Achei interessante filmar ele também. Parece que a coisa ia ficar mais divertida. — Senhor Messina bom te ver. — Vim ser seu herói. Mas vejo que não precisava. — O cara falou. — Podem continuar sua festa. Nos esqueça. Ele dispensou alguns curiosos e o povo se espalhou sem contestar. Já ia guardar o celular quando vi o tal Messina mandar levarem o Coringa. Um dos capachos puxou meu amigo para fora, e ele se deixou levar. Tava todo fodido de porrada e bêbado. Voltei a filmar. O homem pegou na mão da garota e também a levou para fora. Segui eles filmando ainda, mas de longe. O tal homem tinha cara de problema. Meu coração estava quase pulando
KESIA MUNIZ — Kesia espera... — Fellipo chama quando saio do carro sem me despedir. Fazia naquele momento, uma força sobre-humana para não deixar escapar uma lágrima dos olhos, não podia de jeito nenhum desabar na frente dele, embora ele talvez tenha percebido minha expressão abalada. Abri o portão da minha casa e entrei correndo sem olhar para trás. Suspirei e deixei meu corpo cair nos degraus da escada. Levantei os joelhos e enfiei o rosto no meio do deles. Meu corpo tremia por inteiro, ainda podia sentir as mãos nojentas deles me tocando. Machucando. Os três dias que passei naquele lugar foram os piores da minha vida. E esse cara de hoje só me fez lembrar... No carro, Fellipo parecia preocupado comigo, perguntava se me sentia bem, se conhecia o homem. Eu não respondi nada, todo o caminho fiquei em silêncio. E com um tempo, ele parou de insistir e fez o mesmo. Balancei a cabeça, enxuguei as lágrimas subindo o restante dos degraus. Quando entrei na sala vi o Hugo. S
KESIA MUNIZ — Ah magoou. — Ela disse fazendo uma cara falsa de choro. — E sobre isso, ela se muda para cá amanhã. Não aguento mais ter que ouvir minha sogra reclamar toda vez que vou lá. Estando aqui nãopreciso passar por isso. — Meu pai disse animado. Quando a Carla, nossa mãe nos abandonou para fugir com outro homem. Meu pai ficou arrasado, com quatro filhos para cuidar sozinho, eu e o Valentim ainda sendo bebês. Mas ele conseguiu, está todo mundo vivo e bem. — Tava na hora. — Hugo concordou. — Concordo com meu pai. Sua mãe é um pé no saco ninguém merece. — Eu disse rindo. — O que é pé no saco? — o Angelo perguntou curioso, cutuquei ele por debaixo da mesa e fiz cara feia. — Samuel?! Minha mãe é um pé no saco pra vocês? — A Fran berrou brava, fiz uma careta. Ele me olhou incrédulo, esbocei um "desculpa" sem som. — Eu não disse isso coração, só que é melhor você morar aqui. A Kesia está meio bêbada ainda, não leve em consideração o que ela diz. — Tentou remediar dando beiji
KESIA MUNIZ — Boa tarde linda. — Disse para a recepcionista com um sorriso debochado, ela mostrou o dedo do meio enquanto falava sem parar ao telefone. Hugo estava no salão, por sorte, de costas e não me viu passar, não queria falar com ele no momento. Subi pelo elevador e logo cheguei na cobertura. Cumprimentei a Flávia e entrei na sala sem ser anunciada, estava acostumada a isso, não tinha paciência para bater e esperar ele mandar entrar. Fellipo se encontrava como sempre, sentado atrás da sua mesa de vidro chique, usando terno preto sem um amassado, o cabelo ondulado penteado para trás, me pergunto como ele consegue ser assim tão perfeito o tempo inteiro. Logo que ouviu a porta ser aberta sem educação alguma, levantou os olhos do monitor e me encarou tranquilo, como se soubesse que se tratava de mim, aproximei e coloquei a sacola na mesa. — Seu almoço. — Boa tarde. — Boa tarde e tchau. — Rodei nos calcanhares para sair. — Fica mais um pouco, pelo menos dessa
FELLIPO MESSINA Como resposta esmaguei seus lábios, tão doces que a vontade era de devora-los com força e voracidade. Pedi passagem com a língua, e ela permitiu depois de uns segundos, senti que a mesma era inexperiente, parecia até que era seu primeiro beijo. É óbvio que não, ela tem um filho, portanto, fez sexo e beijou, talvez estivesse nervosa. A beijei com carinho, a língua acariciando a sua e meus lábios degustando do seu sabor, o melhor era sentir que correspondia, de forma meio desorganizada, mas o fazia. Um grunhido saiu da garganta quando ela mordeu levemente meu lábio inferior, a essa altura meu membro pulsante doía de tão duro, aprisionado dentro da calça, louco para sentir a pele quente e molhada dela o envolvendo. Chupei sua língua com mais força, mordiscando. Pensei em aprofundar o beijo, para algo mais quente e excitante, quando alguém bateu na porta, com isso, Kesia se assustou e me empurrou, desfazendo o contato, ela estava vermelha e com a respiração ofeg
FELLIPO MESSINA A tal da Karen foi afobada e partiu logo para cima da minha garota, que soube se defender e bloqueou o golpe lhe acertando outro na barriga. No primeiro round, Kesia se saiu muito bem, fez bons pontos. No segundo, já não foi tão bem, a tal da Karen lhe acertou um chute na barriga, e ela foi ao chão. Senti meu coração saltar. Que porra Kesia. Karen aproveitou a oportunidade e subiu em cima lhe socando o rosto algumas vezes, até o árbitro as separar. Kesia quase não conseguiu levantar. O nariz dela sangrava. Precisei lutar contra minha própria vontade de tira-la daquele palco horrores, mas eu não podia, era o que ela queria. O último round começou com a leoa acertando um soco forte no supercilio da outra a derrubando no chão. Rapidamente montou nela, desferindo golpes no rosto enquanto Karen tentava se proteger com os braços. O árbitro interveio. No final desse round, Karen entrou com tudo e chutou a coxa direita da oponente. A mesma caiu, meu coraç
KESIA MUNIZ Dei um tapa na minha própria cabeça com esse pensamento maluco, é claro que eu não estou apaixonada. Não estou! Perder a virgindade da boca com ele foi bom e ao mesmo tempo vergonhoso, o beijo foi maravilhoso, me levou ao céu, mas era bem óbvio que o Fellipo era mais experiente e notou minha língua demasiado afobada, eu não sabia o que estava fazendo. Espero que não tenha babado nele, jesus amado, que vergonha… Meu beijo deve ter sido horrível, ele nunca mais vai querer repetir. ‘Boa noite Kesia.’ ‘Boa noite Fellipo.’ ‘Como estão os machucados?’ ‘E vc se importa?’ ‘ Vc sabe o quanto, mas prefere se fazer de boba.’ ‘O que quer heim?’ ‘Apenas saber se está bem. E dizer o quanto gostei do nosso beijo. Sei muito bem que foi o melhor da sua vida…' Corei, ele gostou mesmo ou tá debochando de mim? Eu que não vou perguntar. O Fellipo claramente estava muito convencido, ficaria ainda mais se soubesse que eu nunca tive um beijo melhor do que o dele, até porque ele
KESIA MUNIZ — Quem é esse gatão? — a Tati cochichou pra mim. — Senhor Messina. — Flávia disse com os olhos arregalados. — Não estamos em ambiente de trabalho. Por isso, me chame apenas de Fellipo. — Ele disse sério soando como uma ordem para a mulher que parecia preste a tremer. Bufei e revirei os olhos exasperada. — Mamãe. Quem é ele? — o Angelo cochichou mais alto do que deveria. O grandalhão virou a cabeça em nossa direção. — Então esse é o pequeno Angelo. — Concluiu me surpreendendo ao agachar perto dele que brincava com a areia. — Lembra de mim? Nos falamos por telefone. — Lembro sim. Eu não sou pequeno, sou homem já. Hoje é meu aniversário. — Meu filho respondeu, foi impossível não sorrir. Olhei para o lado vendo as três saírem de fininho me deixando propositalmente com o cara mais lindo da praia. — Ah é mesmo? Quantos anos? Angelo abriu a mão cheia de areia e mostrou os cinco dedinhos como resposta. — Cinco anos! É um homem realmente. — Fellipo disse sorrindo, e q