Inauguração violenta!
KESIA MUNIZ

— Bruta. — Choramingou. — Está aqui as sapatilhas. Pedi para trazê-las com urgência. — Entregou uma caixa dourada e retangular.

Sem cerimonia, abri a caixa e uma sapatilha delicada apareceu, tamanho 38. Que foi? Eu não sou uma Cinderela, no máximo uma Grizelda.

A sapatilha era tão princesinha que quase desisto de usar, mas trato é trato, procuro sempre honrar minha palavra.

Ele me ajudou a calçar.

— Pronto. Você está linda. Simples como uma pombinha. — Sorriu largamente.

Ouvimos a porta abrir.

De repente, me senti tão nervosa, meu cérebro em branco e o coração a mil.

Devagar, virei para vê-lo, vestido de smoking todo preto, sapatos de couro brilhante.

— Você... — minha voz se perdeu, a raiva se esvaiu água a baixo.

Ele está tão lindo.

O cabelo molhado e penteado pra trás, barba aparada e bem feita.

— Mamãe! — Angelo gritou correndo na minha direção

— Ah que Deus grego. — Léo sussurrou no meu ouvido.

Aliviada, peguei meu filho no colo.

— Ai que
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